PERI-MIRIM: Apontamentos Históricos

Autor desconhecido*

A Vila de Macapá já possui autoridades como: Juiz de casamento, tabelião, telegrafista e agente do Correio.

A vontade de tornar a vila em município era de todos que aqui moravam e, graças aos esforços do Coronel Sambentuense, Carneiro de Freitas, que sempre ficou em frente a esta luta, conseguiu tornar Macapá independente do Município de São Bento, tornando-se independente pela Lei nº 850, de 31 de março de 1919 e a em 15 de maio desse ano, foi organizada a primeira Junta Governativa liderada pelo Sr. Marcionílio Antônio Nunes, para administrar Macapá, no ano seguinte, ou seja, em 31 de março de 1920, foi realizada a primeira eleição municipal, sendo eleito o primeiro Prefeito, o Sr. Ignácio de Sá Mendes. Os prefeitos daquela época eram chamados intendentes.

O segundo intendente foi o Sr. Antônio Raimundo Marques de Figueiredo , nessa intendência, atuou a mesa governativa, chefiada pelo Coronel Tupinambá que, por desconhecidas razões, depois intendente ao concluir os trabalhos em satisfação ao povo, nomeou uma junta governativa, chefiada pelo Sr. Jorge Corrêa, secretário João Dias, fiscal geral Sr. Hipólito Alves.

Mas, em 22 de abril de 1931, novamente Macapá foi anexado ao Município de São Bento pelo Decreto nº 075/1931.

Nova luta e empenho dos interessados por esta terra iniciaram-se e, a fim de torná-la independente e consequentemente restabelecer a Vila de Macapá pelo Decreto nº 857, de 19 de julho de 1931. Conseguiram também elevá-lo a cidade em março de 1938.

Com a Reforma Administrativa que oferece a 30 de dezembro de 1943 teve que ser anulada a denominação devido à ambiguidade que havia entre Macapá município do Maranhão e, Macapá Capital do Território do Amapá, depois de pesquisas, diálogos escolheram o nome de Peri-Mirim, devido ao aspecto físico local, que na maioria são campos com um tipo de capim rasteiro chamado “Peri” pequeno, daí no nome “Mirim”.

Definida a situação do Município, logo foi traçado o mapa do município pelo ilustre Sr. Opílio Lobato.

*Apontamentos esparsos feitos na Prefeitura de Peri-Mirim, provavelmente na gestão de Benedito de Jesus Costa Serrão, pois, no material consta até esse Prefeito.

Academia Perimiriense: Doutor Ozaias Batista participará de debate virtual

Com participação especial do Profº Dr. Ozaias Batista, o Clube de Leitura da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) promoverá no próximo dia  31 outubro, às 16 horas um debate virtual, por meio da plataforma digital Google Meet, para análise da obra “O Meu Pé de Laranja Lima”, do autor José Mauro de Vasconcelos.

Ozaias Antonio Batista é professor de Sociologia na Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Piauí (UFPI/CPCE). Doutor em Ciências Sociais (UFRN). Mestre e Licenciado em Ciências Sociais (UFRN). Pesquisador do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Educação, Ciência Descolonial, Epistemologia e Sociedade (NEPEECDES) (UFPI), membro e pesquisador do grupo de pesquisa Mythos-logos: ciência, religião e imaginário da UFRN. Possui experiência como professor no ensino médio, superior e educação à distância nas disciplinas de Sociologia, Ciências Sociais e Educação. Tem amplo conhecimento sobre a obra objeto de debate, inclusive sua tese de Doutorado versa sobre o tema, cujo título é: Sonhos entre as páginas do meu pé de laranja lima: imaginação e devaneio poético voltado à infância.

A escolha do livro O Meu Pé de Laranja Lima foi objeto de votação aberta à comunidade, sendo a 3ª obra a ser lida dentro do projeto do Clube de Leitura “João Garcia Furtado” promovido pela ALCAP. Além da convidada especial, haverá sorteio de livros.  Inscreva-se no Clube de Leitura e participe da reunião, pelo link para o grupo de WhatsApp:  https://bit.ly/2EmmhWF

Após a leitura da obra, os participantes poderão escrever uma breve dissertação, sem delimitação de conteúdo e forma, apenas como incentivo à leitura de interpretação de texto. Os textos serão dirigidos à Comissão, para análise.

Conheça mais sobre o  Clube de Leitura João Garcia Furtado.

Coordenadores do Projeto: Ana Creusa Santos, Eni do Rosario Pereira, Diêgo Nunes Boaes, Jessythannya Carvalho Santos, Maria de Lourdes Campos, Nasaré Silva e o aluno Paulo Silva.

Calixto, o Doutorzinho de Santana

Autora Eni Amorim

Rebuscando os arquivos da minha memória, revejo um senhor de estatura baixa, de cor branca com bochechas sempre muito rosadas, voz mansa, sorriso fácil, na cabeça, uma calvície bastante acentuada que guarnecia com chapéus de feltro para passear e de palha para trabalhar.

Estava sempre de calças compridas, achava que era desrespeitoso ao homem usar bermudas. Era trabalhador rural, tinha uma casa de farinha, onde, além da produção da farinha, eram feitos deliciosos beijus para tomarmos com café que muitas vezes era produzido no próprio sítio.

No sítio havia também um grande bananal do qual eram vendidos uma parte dos frutos produzidos e a outra, era para uso da família e partilha entre amigos e vizinhos. Vovô também plantava amendoim, cana-de-açúcar, tinha uma garapeira de onde tirava o famoso caldo de cana (garapa) para uso familiar e para a produção de melado, uma delícia por sinal.

Também era apicultor tinha várias colmeias no sítio. Na época da colheita, ele retirava o mel dos favos e nos entregava a cera para chuparmos os resíduos restantes do mel, ficávamos de bucho doce de tanto chupar mel rsrsrs. Era muito prazeroso esses momentos na casa do vovô Calixto.

Era analfabeto, só sabia literalmente desenhar o nome, mas fazia questão que os filhos estudassem, incentivava ao estudo e ao trabalho. A maior vergonha para ele, era ao participar das missas na comunidade não saber ler os folhetos que eram distribuídos.

Era muito família, Casou-se com vovó Joanita, com quem teve sua primeira filha, (mamãe); vovó veio a falecer 40 dias após o parto, ficando vovô viúvo. Mais tarde veio a casar com Terezinha Nunes irmã de tia Joanita (a vida e suas histórias…), com a qual teve 4 filhas: Tias, Isabel Nunes Pereira, Lucinda Bastos, Mara Nunes e Delcy Nunes (em memória).

Gostava de reunir os amigos e vizinhos para tomar um café ou fazer uma festa debaixo da mangueira na frente da casa com seu famoso radinho de pilhas. Outras vezes, reunia a família e vizinhos, contratava pessoas da comunidade que sabiam ler para contar histórias, principalmente histórias de cordel que estava muito em evidência na época…

Tinha o apelido de “Doutorzinho”, talvez por ser um homem sábio, ou por seu espírito de liderança e também por gostar de usar roupas brancas.

Fatos marcantes da vida de vovô Calixto:
1. Gostava de tomar uma bebida chamada “meladinha” feita de mel e cachaça após sua jornada de trabalho;
2. Estava sempre que podia, a ouvir o seu radinho de pilhas;
3. Gostava de assobiar, estava quase sempre assobiando, o que nos remete a pensar que estava sempre feliz;
4. Gostava de tocar Buscapé (um tipo de fogos de artifício), nas festas de bumba meu boi da comunidade e se divertia ao ver as pessoas com medo dos fogos;
5. Gostava de olhar os aviões passando com olhos de surpresa, ou quem sabe com olhos de incredulidade de um novo tempo que estava surgindo com tecnologias que ele não podia compreender…
6. Possuía um humor fora de série, contava piadas fazia piadas, tirava ondas, eu nunca vi vovô bravo. Como dizemos nos dias atuais: ele era ZEN…
7. Quando havia falta de alimentos na comunidade partilhava o muito ou o pouco que possuía com as outras pessoas, (a partilha sempre foi uma prática na família).

Antes de partir deste plano, acalentou um sonho: Ter uma televisão, a qual teve a oportunidade de conhecer ao viajar pela primeira e única vez na capital de São Luís do Maranhão…

Um homem simples, que nos deixou um legado da importância da família dos amigos e do amor ao próximo… Eternas saudades vovô Calixto…

Walton França Martins

Nascido no dia doze de julho de mil novecentos e quarenta e dois, no lugar Rio Grande Município de Peri-Mirim – MA. Filho de João da Cruz Martins e Catarina França Martins, João Barreira e Catita, como eram conhecidos, já falecidos.  Ele lavrador e ela do lar. O quarto filho do casal num total de sete. Ednaldo, Eugênia, João, Walton, Luís, Francisco e Nélio.

Aos três anos, a família mudou-se para a sede do Município, com a finalidade de colocar os filhos na Escola.

Aos seis anos, num determinado dia, passando pela casa da senhora Antônia Barbosa, observei que ali estava um menino por nome Vivaldo que estudava lá, ela estava braba com ele que não sabia a lição, pedi à minha mãe que falasse para eu ir estudar com ela, minha mãe falou e foi prontamente atendida.

Naquele tempo, não existia Jardim de Infância e quando fui matriculado aos sete, na Escola Municipal Coronel Carneiro de Freitas, já sabia ler, escrever, fazer ditado e contas.

A Escola funcionava numa casa situada à Rua Rio Branco, hoje pertencente à família Bacaba. Em seguida mudou-se para a casa do finado Gonçalo Marques, na Avenida Duque de Caxias, hoje a casa Paroquial.

Após a construção do prédio situado à praça São Sebastião, passou para o Estado com o nome de grupo Escolar Carneiro de Freitas, hoje Unidade Escolar Carneiro de Freitas.

As minhas Professoras do Primário foram: 

  • Antônia Barbosa (F) – Alfabetização – Leiga
  • Santinha Miranda (F) – Primeira série – Leiga
  • Naíze e Corina segunda série, Normalistas trazidas de São Luís pelo Prefeito Agripino Marques (F), a primeira no primeiro semestre e a segunda no segundo semestre.
  • Naísa Ferreira Amorim (F) terceira à quinta série – normalista, a melhor Professora que já conheci, não era só uma Professora e sim uma mãe e amiga, criava os melhores métodos de ensinar, motivava os alunos, dando prêmios de incentivo, as equipes eram formadas por partidos ( não políticos ), cada um de seus membros usava um crachá com as cores desejadas e uma bandeira também. No decorrer da semana, eram somados os pontos dos membros e o partido vencedor, a bandeira era colocada na janela da escola, cada um era premiado.

Em 1953, concluí o Curso Primário. Passei 15 anos sem estudar devido não existir em nosso município outro curso e eu não tinha condições de ir para São Luís. Até que surgiu o Ginásio Bandeirante, 1968, na administração do Prefeito Zé Bacaba. Assim mesmo só recomecei em 1971, porque já tinha família e me acomodei um pouco.

Os meus colegas do primário foram:

– Analina Barros Costa; Antônia Pereira; Cleber Ferreira Amorim; Clóvis Pereira Bahury; Constâncio dos Santos Filho ; Edna Almeida; Edison Almeida; Emanuel Gomes; Javandira de Jesus Abreu; João Barros França; João Garcia Furtado (F); João Ribeiro; José Maria Câmara; José Ribamar Martins Pereira(F); José Ribamar Martins Pinheiro; Joselita Pereira; lauro Sousa Ferreira; Manoel Sebastião Botão Melo; Maria da Graça Martins Nunes; Maria das Dores Campos; Maria de Lourdes Martins Nunes; Maria de Lourdes dos Santos (F); Maria Madalena Nunes (F); Maria Teodora Campos; Neusa Pereira Abreu; Otacilia Martins Melo; Sônia Maria Pereira Bahury (F); Valber Nunes Melo; Valdenil Nunes Melo; Vanilda Guimarães Martins; Wallace Câmara França e Zacarias França Azevedo.

No 21 de janeiro de 1959, eu e meus colegas de infância e de oficina, fundamos o baile do pó. 

Os fundadores foram:

  • Itapoan França (F)
  • Jálcero de Oliveira Campos (F)
  • José Hertz França
  • José Maria Câmara
  • José Maria Martins (F)
  • Mariolino Brito Nunes
  • Eugenio Melo (Nhô)
  • Raimundo Nonato Câmara (F)
  • Obias dos Inocentes (F)
  • Raimundo Martins Campelo
  • Wallace Câmara França e
  • Walton França Martins

Estávamos reunidos no coreto da praça, nosso ponto de encontro como era de costume, na maior euforia, começamos a colocar talco uns aos outros, quando surgiu a ideia, vamos fazer um baile! Todos concordaram.

No dia quatro de julho de 1964 minha mãe faleceu. Sofri muito com a perda da minha mãe, o que fazer? Se foi a vontade de Deus. Passei um ano vestindo roupa preta, por sinal de luto e mais de um, sem frequentar qualquer tipo de diversão, já que antes não perdia um baile.

Depois do seu falecimento, mais precisamente 1965 fui para São Luís para trabalhar com os senhores Fernando Mendes (F) e Cândido Pereira.

Dancei muito, comprei até um cavalo para ir no dia quatro de julho bailes. Tive grandes amores em São Luís e aqui, tenho uma filha em São Luís, mas não a conheço (é proibido), minha família sabe.

Quando da minha volta, Deus colocou em meu caminho, a prenda mais preciosa da minha vida, Maria das Graças Campos Pinheiro, hoje Pinheiro Martins, (Bubú), tinha outras paralelas, mas ela sempre foi a titular absoluta. Namoramos um ano e no dia 11 de março de 1967, casamos no Cartório de São Bento.

Desta união, nasceram para enriquecer o nosso lar que, embora humilde é cheio de amor e paz. Os filhos: Hélio – Célio – Zélia – Lélio – Nélio – Giselia e Josélio. Dos quais, já nasceram os netos; Thaise – Monick – Walton Neto – Tamires – Layla – João Bruno – Hélio Junior – Matheus – Guilherme – Breno – Nícolas – Mariana – Allan Victor – Clara Isabela – Johélio – João Hélio e Grazielle.

Em 1968, fui convidado pelo meu tio Chico de Tetê (F), para trabalhar com ele na Cooperativa Agropecuária de Peri Mirim, trabalhei um ano e meses, quando surgiu a demissão dele, dada pelo Padre Gerard (F), simplesmente para satisfazer os caprichos de José Martins (F), diretor comercial.

Após a minha saída da cooperativa, em 1970, fiz o curso de recenseador, passando em primeiro lugar, recenseei e fiquei em primeiro, aí eu fui convidado para trabalhar na Agência, auxiliando Zé Martins (F), corrigindo questionários dos outros recenseadores que não foram muito bem.

Este foi o Censo Demográfico, logo em seguida veio o Agropecuário, oportunidade em que fui indicado pelo Dr. Rufino, supervisor da Regional de Pinheiro, para ser o Agente Censitário de Peri-Mirim.

Em 1972, fui convidado pelo saudoso Deusdete Gamita Campos, para concorrer com ele, na chapa de Vice-Prefeito, aceitei e fomos vencedores. Ainda nesse ano, trabalhei no recadastramento do INCRA.

Em 1973, concluí o Curso Ginasial, no Ginásio Bandeirante de Peri-Mirim, sendo líder das equipes, das turmas que estudava, além de Tesoureiro da turma do último ano para promovermos a nossa festa de formatura.

Os meus Professores do Ginásio foram:

  • Evilton de Guimarães – João Seba de Santa Inês – Marise descendente de Peri Mirim – Maria da Graça Diniz e Maria da Graça Lima de São Luís – Jarinila – Mirian e Padre Gerard (F) do Município.

O Diretor era o padre Gerard e a Secretária, D. Cecília Euzamar Campos Botão.

Os meus colegas do Ginásio foram:

  • Ana Luisa Camara
  • Antonio José dos Santos Martins
  • Antônio Paulo Barros Ferreira
  • Benedito Domingos Barros Ferreira
  • Clemilda Santos Corrêa
  • Edgar Joabe Nunes da Silva
  • Emanoel Botão França
  • Francisca do Livramento Câmara
  • Francisco França Lima
  • Ivaldo Crescéncio  Nunes (F)
  • Jálcero de Oliveira Campos (F)
  • Javandira de Jesus Abreu Melo
  • Joanete Lúcia Gutemberg
  • José Luís Luz Ferreira
  • José Maria Santos Ferreira
  • José Maria Silva
  • José Raimundo Ferreira Guimarães
  • José Ribamar Santos Corrêa
  • Jurací Diniz
  • Juranir Diniz
  • Laudeci Garcia
  • Laudeciana Santos Martins
  • Manoel Lopes Filho
  • Marcionilio da Paz Botão Sobrinho
  • Maria Aparecida Galvão
  • Maria Aparecida Melo Pereira
  • Maria Benedita Silva Garcia
  • Maria Cecilía da Silva Costa
  • Maria da Graça Nunes Soares
  • Maria de Fátima Corrêa Câmara
  • Maria de Lourdes Nunes Alves
  • Maria Luiza Nunes da Silva
  • Maria Tereza Luz Ferreira
  • Maria José Campos Ferreira
  • Marivalda Corrêa dos Santos
  • Pedrolina Galvão Barros
  • Raimunda Eugenia Barros Nunes
  • Sebastião Pereira Melo
  • Silvestre Francisco França
  • Sonia Raimunda Pinheiro Martins
  • Terezinha de Jesus França Gomes
  • Terezinha de Jesus Martins Lopes
  • Valdecir Orestes Nunes Silva
  • Vanda Maria Pinheiro Martins
  • Valter Gonçalves Sousa e
  • Vera Lucia Lopes.

Em 1974 na SUCAM, serviço pesado. Os meus colegas foram:  Alcides de Jesus França (F), Itapoan França (F)  e Sebastião Domingos Alves.

Em 1975, trabalhei na Pesquisa do IPEI, uma prévia para o FUNRURAL, a fim de saber quantas pessoas tinham com a idade de se aposentarem, ou seja, de sessenta anos para cima. O supervisor foi o Aranha (F), um jovem de São Luís que já trouxe o meu nome do IBGE, já que eu havia saído de ser Supervisor do Censo.

 A equipe foi formada pelas seguintes pessoas: 

  • Supervisor – Aranha (F)
  • Chefe da equipe – Walton
  • Coletadores: Emanoel França Botão – Francisco França Lima – João do Carmo Martins – José Ribamar Diniz (F) Rafael Botão França (F) – Raimundo do Socorro Gomes (F)- Sebastião Martins Nunes e Valter Gonçalves Sousa. Em mil novecentos e setenta e seis, concorri como Candidato a Prefeito, mas não obtive êxito, devido a disputa ter sido entre os Partidos – ARENA e MDB e o voto era vinculado… depois da somatória perdi por vinte e dois votos.

Ainda nesse ano, Deusdete (F), levou meu nome à Secretaria de Educação, com a finalidade de conseguir um emprego, já que eu sobrevivia trabalhando pelo oficio de marceneiro, tinha até uma pequena serraria e uma fábrica de cepos de tamancos em sociedade com o meu compadre Sipreto.

Demorou um pouco sair o emprego, mas um certo dia, viajando para São Luís, encontrei-me na lancha com o amigo Nelsolino Silva, Dr. Jerônimo Pinheiro, Secretário de Educação da época garantiu-me que iria arranjar uma nomeação de vigia, pois no momento não dispunha de outro cargo.

Felizmente essa nomeação chegou em minhas mãos, no dia vinte e dois de fevereiro de 1978. No dia seguinte, viajei para São Luís, juntamente com Anastácio Florêncio Corrêa, que também havia sido contemplado com uma vaga. Fui lotado no Centro Educacional do Maranhão (CEMA), que havia sido implantado recentemente em Peri-Mirim.

Passei seis anos trabalhando como Agente de Portaria e Vigilância, mas sempre trabalhando na Secretaria da Escola.

Em 1980, trabalhei no Pró-Município na Secretaria Municipal de Educação, como datilógrafo. Em virtude de ter acontecido o Recadastramento Eleitoral e eu fui indicado para fazer o treinamento, o Dr. Juiz, me nomeou chefe da equipe, por ser Funcionário Estadual.

Em 1983, concluí a terceira série do Magistério, no Colégio Cenecista Agripino Marques, deste cheguei a ser Diretor Adjunto do Diretor Valdevino Jesus Barros, na administração do Prefeito Vilásio França Pereira.

Em 1974, fiz o quarto ano adicional, aos fins de semana, no Colégio João de Deus de São Luís.

Os meus Professores do Magistério foram:

  • Ana Lucia de Almeida
  • Maria da Luz Abreu Melo
  • Maria da Conceição Brito Pereira
  • Maria de Lourdes Santana
  • Padre Gerard Gagnon (F)
  • Rosilda Coutinho
  • Vilásio França Pereira
  • João França Pereira, Prefeito e Fundador da Escola.

O Diretor era o Padre Gerard Gagnon.

Os meus colegas do Magistério foram: 

  • Adelaide de Jesus Silva; Ana Luiza Câmara; Célia Maria Corrêa; Djanira de Fátima Corrêa; Eliézer de Jesus Lima ; Francisca do Livramento Câmara; Francisco de Assis Martins Gomes; Jarbas Botão Melo; Javandira de Jesus Abreu Melo; Joanete Lucia Gutenberg; José Carlos França; José Maria Silva; José Sodré Ferreira Filho; José Mariano da Silva (F); Josefa do Livramento Oliveira Pereira; Jurací Diniz; Juranir Diniz; Laudecí Garcia; Manoel Lopes Filho; Maria Benedita Silva Garcia; Maria Cecíilia da Silva Costa; Maria da Conceição Silva França; Maria da Graça Nunes Soares; Maria de Lourdes Nunes Alves; Maria do Sacramento Lima Gomes; Maria José Campos Ferreira; Nel de Jesus Nunes; Raimunda Martins Amorim; Raimundo Martins Nunes e Rosilda Pinheiro  Nunes.

As Escolas que estudei foram:

  • Alfabetização – particular – Antônia Barbosa
  • Primeira e segunda séries – Escola Municipal Coronel Carneiro de Freitas
  • Terceira à quinta séries – Grupo Escolar Carneiro de Freitas
  • Curso Ginasial – Grupo Escolar Carneiro de Freitas
  • Curso do Magistério e Quarto ano Adicional – Escola Municipal Cecília Botão. Em mil novecentos e oitenta e seis, fui transferido do Cargo de Agente de Portaria e Vigilância, para Professor, graças a uma determinação do Governador Luiz Rocha,  dando direito a essa transferência, já que eu tinha o curso do Magistério.

Em 1988, surgiram trinta e cinco contratos, ainda por intermédio de meu amigo Deusdete, fui contemplado com um. Após um ano, o Governador enquadrou-nos como efetivos no Grupo do Magistério.

O Colégio Cema, como é conhecido até hoje, era Federal e a Lei não permitia que Funcionário do Estado fosse Diretor, era só Supervisor do quadro Federal. Depois de Estadualizado permitiu que tivesse.

Teve diversos Supervisores: Maria da Conceição Brito Pereira, Ana Célia Ferreira Ribeiro, Dilma Ferreira, Delza Pereira Alves e Jarinila Pereira Campos. Esta última, mamãe Jara, como sempre a chamei, se aposentou 1990 e indicou-me para assumir interinamente o Cargo de Diretor.

Os alunos varriam as tele salas, quando cometiam alguma indisciplina, eram punidos com alguma tarefa, conforme constava no Regimento Interno da Escola.

Em 25 de setembro de 1995, recebi a Portaria de Diretor Geral, assinada pelo Secretário de Educação, Dr. Gastão Vieira. Para mim foi uma grande surpresa, não esperava essa grande dádiva de Deus, até mesmo porque eu não tinha pedido a ninguém.

Sou considerado um Diretor de renome, respeitado nos quatro cantos do município, presente em tudo o que existe dentro e fora do Cema. Promovi muitos Eventos, dentre eles, os que mais se destacaram foram, os desfiles de sete de setembro e as festas de conclusão do Ensino Fundamental.

Os pais e os alunos, têm as maiores considerações para comigo. Tenho muitos amigos, não só aqui em Peri Mirim, mas em Bequimão, Palmeirândia, Pinheiro, São Bento, Viana e etc…

Tenho duzentos e quinze afilhados do Batismo, logicamente, quatrocentos e trinta compadres (alguns já são falecidos), teve um dia que fui ser padrinho de quarenta e quatro afilhados.

Já tive quatro momentos tristes na minha vida.

 – 1º Momento – A morte da minha mãe (já foi citado acima)

– 2º Momento – A ida dos meus filhos para São Luís, em 1984, a fim de estudarem.

Primeiramente foram quatro – Hélio- Célio – Zélia e Lélio, este último com apenas treze anos.

Mais tarde, dois – Nélio e Giselia e por último Josélio.

Os primeiros, foram residir nas casas de irmãos, João e Francisco, já todos eles foram residir em uma casa na Cohab, cedida pela minha irmã Eugênia, e posteriormente para a nossa na estrada de Ribamar, na entrada da Maiobinha.

Eu e Bubú, tivemos que nos desdobrar, ela indo para São Luís, às vezes passava vinte dias ou mais, viajando em Barco e Lancha e eu ficava cuidando dos menores e tinha que trabalhar.

A saudade era imensa, no inicio não comia e nem dormia direito, até coloquei uma tranca na porta de uma dispensa que eles dormiam, não podia entrar e nem olhar para ela.

Depois foi a vez da Monick, uma neta que criamos desde o dia que nasceu e consideramos como filha, até mesmo me chama de pai.

– 3º Momento – A morte do meu pai, no dia 5 de março de 1995, fiquei tão abatido que até baixei Hospital, devido a nossa convivência, morávamos em frente um do outro.

Os demais filhos residem em São Luís e eu estava presente em tudo o que acontecia com ele.

-4º Momento – O aparecimento dessa doença que está perturbando a minha paciência, mas tenho certeza que irei ficar bom, se Deus quiser, Ele quer, Ele é bom e nosso pai.

Sou católico, fiz parte do coro masculino e da Legião de Maria, sendo Secretário por vários anos.

Participei de três Encontros de Casais com Cristo (ECC). Fui Presidente do Mobral por vários anos.

Sou desportista, torcedor da Seleção Brasileira, Seleção de Peri Mirim, Club de Regatas do Flamengo e Moto Club de São Luís. Apenas simpatizante do Palmeiras.

Fundei o Juventude Esporte Club, na oportunidade comprei tecido e mandei confeccionar a equipagem. As cores eram, camisas brancas com as iniciais JEC, bordadas em preto, calções pretos e meões brancos.

DATAS DAS MINHAS CONQUISTAS E DESILUSÕES

  • 1953 – Conclusão do Curso Primário
  • 1959 – Fundação do Baile do Pó
  • 1962 – Minha ida para São Luis
  • 1963 – Doença da minha mãe
  • 1964 – Falecimento dela
  • 1965 –  Minha volta à São Luis
  • 1966 – Meu retorno de São Luis
  • 1967 –  Data do meu Casamento
  • 1968 – Trabalhei na Cooperativa
  • 1970 -Trabalhei no Censo – 1972 – Eleito Vice Prefeito
  • 1973 – Conclusão do Curso Ginasial – Trabalhei no Recadastramento do INCRA.
  • 1974 – Trabalhei na SUCAN
  • 1975 – Trabalhei na Pesquisa do IPEI
  • 1976 – Concorri como Candidato à Prefeito
  • 1978 – Minha Primeira Nomeação
  • 1980 -Trabalhei no Prol – Município – Trabalhei no Recadastramento Eleitoral
  • 1988 – Conclui o Curso do Magistério
  • 1984 – Conclusão do quarto Ano Adicional
  • 1986 – Transferência do Cargo de Agente de Portaria e Vigilância para Professor
  • 1988 – Minha segunda Nomeação
  • 1990 – Diretor Interino
  • 1999 – Diretor Geral

 

MEUS ÍDOLOS:

  • DEUS – meu Pai Eterno
  • Minha Família – em especial Bubú, amiga e companheira de todas as horas.
  • São Sebastião – meu Padroeiro e Protetor
  • Cantores – Chitãozinho e Xororó
  • Musica – Fio de Cabelo
  • Jogador – Zico
  • Times- Flamengo e Moto Club
  • Minha Paixão – CEMA
  • Companheiro das manhãs – Radinho de pilhas
  • Programas preferidos – Futebol e Noticiários

 

AGRADECIMENTOS:

– A DEUS – A meus pais – minha esposa – meus filhos – meus netos – meus irmãos – meus genros e noras e aos meus amigos.

Maria Amélia Pinheiro Martins dos Santos

Por Ana Creusa

Nasceu no dia 12 de novembro de 1928, no Povoado Ponta de Baixo, município de Peri-Mirim, filha de Benvindo Mariano Martins e de Militina Rosa Pinheiro Martins. Logo após o nascimento, Maria Amélia e sua mãe retornaram ao Feijoal, onde morava seus pais, nas terras de João de Deus Martins, seu avô paterno.

Seus irmãos são: Raimundo e Ozima (frutos do 1º matrimônio do seu pai, cuja esposa morreu de parto); Raimundo João (Santinho); Maria Celeste; Terezinha; João de Jesus (Zozoca); Benvindo Filho (Benvindinho) e Iraci.

Maria Amélia era uma criança inconformada com as injustiças, era defensora de muitas crianças que seus pais criaram. Na verdade, eram crianças forçados a realizar trabalhos infantis, apenas para ganhar o pão de cada dia e aprender as primeiras letras. Essas crianças e adolescentes viviam na fazenda dos seus pais realizando os trabalhos pesados de criação de gado – como tirar leite, fazer queijo – e ainda realizavam as tarefas da roça, destinadas a extrair ração para os animais e abastecer o celeiro com alimentos, como farinha, arroz e feijão.

Ela estudou até o 2º ano primário na Escola Santa Severa, mantida pelo seu avô João de Deus, juntamente com seus irmãos e primos. Desde cedo, Maria Amélia desenvolveu o gosto pelo comércio. Segundo a sua prima Isabel, ela vendia uns cartões aos seus colegas, mesmo durante as aulas e a professora sempre a advertia dizendo “senta, Maria Amélia”.

Por não continuar seus estudos, ela desenvolveu uma frustração, pois às mulheres daquela época não era permitido sair de casa. Maria Amélia queria estudar, como fez seu primo Manoel Sebastião Pinheiro que se formou em Medicina na Bahia. Consciente do valor da educação, ela estimulou sua irmã mais nova, Iraci, a continuar os estudos no município de Pinheiro, esta fez até o 5.º ano, o que a credenciou a exercer a profissão de professora no Cafundoca, Povoado de Palmeirândia, onde se casou com Zózimo Soares.

Na adolescência, ela apreciava cultivar belos jardins, mas não tinha afinidade alguma com os afazeres domésticos, preferia cuidar do gado, montar a cavalo e andar de canoa pelos campos, práticas condenadas pela sua mãe que a queria preparando comida, tecendo redes, costurando e fazendo rendas.

Casou-se com José dos Santos no dia 25 de agosto de 1950. Seu namoro não era aprovado pela sua mãe, por preconceito social. Porém, seu pai fazia gosto, pois considerava José dos Santos um homem sério e trabalhador. Ela cuidou de não retirar o nome de sua mãe do nome de casada, apenas acrescentou o sobrenome do marido, o que era incomum daquela época. Depois do casamento foram morar na casa dos seus pais, lá nasceram seus primeiros filhos: Ademir de Jesus e Cleonice de Jesus.

Pela vontade do seu marido, eles ficariam na casa dos seus pais para sempre. Mas Maria Amélia queria ter a sua casa, conquistar seus sonhos e criar seus filhos longe dos mimos dos avós. Com isso, mudaram-se para o Cametá – no fundo da enseada da Ponta do Poço -, terra da mãe do seu marido.

Maria Amélia ganhou seu quinhão de gado e partiu para as terras do seu marido. Lá encontrou uma grande parceira, Maria Santos, a irmã de José que a ajudava em tudo, principalmente com o cuidado com as crianças. Praticamente nascia um filho por ano e assim, nasceram 10 (dez): Ademir de Jesus (in memoriam), Cleonice, Edmilson, Ricardina, Ademir, Maria do Nascimento, Ana Creusa, Ana Cléres, José Maria e Carlos Magno (in memoriam).

O seu filho mais velho faleceu com um ano e sete meses, vítima de difteria. Esse fato angustiou a jovem mãe que não teve mais alegria em sua casa tão bem construída pelo marido. Essa angústia levou José Santos a construir uma nova casa em outro local que era de propriedade do pai de sua esposa. E para lá se mudaram, antes, porém, destruíram a antiga casa e partiram para uma aventura, foram morar em uma casa improvisada, que nunca foi concluída. Acredita-se que houve arrependimento e desânimo por parte do esposo, que nunca concluiu a construção da nova casa.

Maria Amélia era a principal responsável pela educação dos filhos. O marido saía cedo para a lida na lavoura e só voltava à tardinha. Os filhos ficavam muito felizes, tanto pela presença amorosa do pai, quanto pela garantia de que a partir daí mais ninguém levava surra, as traquinagens podiam ficar para correção no dia seguinte, mas aqueles momentos eram sagrados com o pai,  que contava suas aventuras de infância e mocidade, bem como outras histórias repassadas pela sua mãe.

A formação religiosa dos filhos era motivo de preocupação dos pais. As orações antes de dormir eram obrigatórias. Reunida, a família sempre rezava uma dezena do terço, mas na época da quaresma, era um rosário inteiro, com contemplação dos mistérios e nas sextas-feiras a oração “Sexta Santa” era sempre recitada. Também aos domingos a família assistia aos cultos e, uma vez por mês à Santa Missa, celebrada pelo Padre Gerard. Os filhos desenvolveram o hábito de pedir a bênção aos pais, parentes e idosos.

Maria Amélia fazia questão que os filhos estudassem. Todos iniciaram seus estudos na Escola Sá Mendes que funcionava no Povoado Ilha Grande, tendo como principais professoras Lourdes Pinheiro Martins e Maria de Jesus (a Maria de Nhonhô). Naquela época, era costume a técnica da palmatória e as meninas se responsabilizarem pelos afazeres domésticos da casa da professora, como varrer casa, fazer comida e até cuidar dos filhos pequenos da professora. Os meninos ajudavam o marido da professora nas atividades de pecuária, muitas vezes tinham que cair no campo para ir atrás do gado. Isso, com certeza, prejudicava as atividades escolares. Entretanto, os filhos de Maria Amélia eram poupados dessas atividades.

No dia da matrícula, Maria Amélia que era brava quando o assunto era educação, já ia avisando:

– Meus filhos quem corrige sou eu, e eles não são teus empregados.

Com essa advertência, os filhos de Maria Amélia podiam estudar tranquilos. E ela ainda cuidava de orientar os filhos nesse quesito.

Com o acidente de seu marido em 20 de novembro de 1972, novos desafios ela iria enfrentar. Alguns vizinhos e amigos a aconselharam a tirar os filhos da escola para ajudarem no sustento da família. Ela sempre com a resposta na ponta da língua, dizia: – eu estou te pedindo alguma coisa? – Com a doença do pai é que eles precisam estudar mais. E assumiu os trabalhos da roça e na criação de animais e peixes e assim seguiu a vida.

Não foi à toa que seu filho caçula – Carlos Magno – mais tarde a chamava de “Galinha de Pinto”, simbolizando uma galinha que guarda a sua ninhada debaixo das asas e protege os pintinhos do ataque dos predadores, especialmente, o gavião.

Na comunidade ela praticava a medicina rudimentar. Aplicava massagens, curativos, enfaixava ossos quebrados. Depois que teve seus filhos, foi uma parteira eficiente, acompanhava as mães durante o período gestacional, orientando, inclusive, na alimentação. Verificava a posição correta do feto para o nascimento. Não raro, realizava manobras na barriga da mãe, para que a criança ficasse na posição ideal para o parto. De sorte que, nenhuma parturiente morreu em suas mãos.

Fica assim demonstrado que Maria Amélia lutava pelos direitos dos oprimidos, exercia sua função de mãe e esposa, sem descuidar em quebrar preconceituosos prejudiciais à convivência harmônica entre as pessoas. Percebe-se que ela estava à frente do seu tempo e que possui a marca dos vencedores, porque a sua força vem do espírito.

Quebradeira de coco

Autor Diêgo Nunes Boaes

Quebradeira de coco solteira, que cedo levanta, passa o café no velho bule, no fogareiro de barro, utilizando o carvão feito da casca do coco babaçu. Pega um pano, faz dele uma rodilha, uma proteção para a cabeça, pega sua “manchada”, sua “mancepa” e uma lata de meio quilo, este último era para medir a quantia de amêndoa de coco, colocava-os dentro do cofo e depois sobre sua cabeça, enrolava o vestido para ficar mais curto e colocava a mão na cintura para servir de contra-peso.

Segue para o mato para juntar coco. Junta um, dois, um aqui outro acolá, enche o cofo até transbordar, procura um local e os despeja, ficando um sobre o outro formando uma ruma. Ao terminar de juntar o coco, ela pega um tronco forte cortado ou raiz de mangueira ou de cajueiro, prega a “manchada” sobre o tronco com auxílio da “mancepa”, espécie de martelo de madeira, e assenta sobre o chão.

Começa a quebrar, em suas “mancepadas”, inicia uma de suas cantorias para ver o tempo passar ligeiro. Como passa-tempo aquelas cantigas de caixa eram as que se sobressaiam e lhe davam companhia naquele dia. Colocava as amêndoas dentro do cofo e as cascas do lado, estas iriam mais tarde para a caeira, um buraco feito para queimar as cascas transformando-as em carvão, que mais tarde também serviria, tanto para usar no preparo da alimentação, quanto para vender.

A quebradeira já de costas doídas daquele dia inteiro de batalho, chega em casa com seu cofo de amêndoas. Uma parte para venda, outra para alimentação das criações e  para a fabricação do azeite. Ela separa as da venda, soca no pilão as amêndoas que irá utilizar em casa, uma parte do bagaço serve de alimento para as galinhas caipiras, a outra vai para o caldeirão, que logo transformará em azeite.

O leite de coco serve para engrossar o caldo do peixe consertado em “tic tic” e também para ajudar na fabricação dos deliciosos bolos de tapioca. Das cascas ela retira o fubá para fazer mingau para as crianças menores da casa. E coloca na caeira o restante, ascende a caeira, cobre com as pindobas, palhas verdes de babaçu, e bastante terra, para abafar. E aguarda que o fogo faz sua parte.

No fim do dia ela retorna para tirar o carvão. Leva para casa os cofos fardos, e a casa enche de alegria. Prepara o mingau para os menores dormirem. E na ceia da noite prepara a mesa com aquele peixinho gostoso da água doce, e de sobremesa aquele café cheiroso, torrado com erva-doce, com o delicioso bolo de tapioca, digno de uma mulher guerreira. E assim é a história que se inicia dia após dia.

José e seus cofinhos

Por Ana Creusa

José dos Santos era um contador de histórias, hábito que herdou de sua mãe Ricardina. Algumas histórias eram fruto da literatura infantil, outras oriundas de vivências de sua infância. A primeira história que lhes conto agora “aconteceu de verdade”, como se diz no linguajar popular. A história relata a experiência – que tinha tudo para ser traumática -, que José viveu para aprender a arte de tecer cofos.

Sua mãe era carinhosa, mas muito exigente no quesito transmissão de valores, como boas maneiras, estudo e trabalho, principalmente a preocupação que tinha para que seus filhos aprendessem um ofício.

A história relata o aprendizado do menino José na tarefa de tecer cofos, que é uma espécie de cesto para carregar e guardar vários mantimentos, são feitos da folha da palmeira de babaçu, típica da Baixada Maranhense.

Pois bem, mais ou menos aos oito anos de idade, os filhos daquela época eram chamados a aprender a fazer cofos. Chegou a vez de José e quem se encarregou dessa tarefa foi sua mãe, que chamou o filho e começou a ensinar-lhe. Ele, apesar de inteligente, não conseguia aprender a tarefa. Ricardina, já sem paciência e com uma “taca” nas mãos começou a ameaçar o filho que cada vez sabia menos, nem se lembrava mais como se segurava a palha nas mãos para fazer o traçado do cofo.

A mãe, irritada, resolveu “largar de mão” e disse aquilo que não se pode dizer a um filho:

– Vai, você nunca vai aprender!!

José, cabisbaixo, seguiu para a mata e voltou depois de várias horas. A mãe já estava preocupada com o sumiço do filho. O menino retornou com vários cofinhos, de admirável beleza. Com isso, ao longo de sua vida, José ficou conhecido como quem fazia os mais belos cofos do lugar e ainda abanos e mensabas.

Eu tinha meu cofinho, usado como mala, na qual guardava minhas roupas. Ele tinha o aroma dos trevos do campo, para perfumar as peças do meu singelo vestuário.

Com esta história de vida, aprende-se que nunca se deve pressionou os filhos para aprender. José somente aprendeu a fazer cofos na tranquilidade da natureza. Sua mãe feliz, não se cansava de elogiar a inteligência do filho amado.

FDBM e COAMEL discutem implementação de Cooperativa na Baixada Maranhense

Na manhã deste sábado, dia 15/08, no Povoado de Itans do Município de Matinha, encontraram-se o novo Presidente da Cooperativa Agroecológica dos Meliponicultores da Baixada Maranhense (COAMEL), Venceslau Pereira Júnior, e o Presidente e Vice-Presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense (FDBM), Expedito Nunes Moraes e Antônio Lobato Valente.

A comitiva da COAMEL, que partiu de Peri-Mirim para Matinha, além do presidente da entidade, foi formada pelo secretário Lourivaldo Diniz e por Ana Cléres, que também compõe o FDBM.

O assunto debatido pelas duas instituições foi a busca de apoio direcionado ao desenvolvimento da meliponicultura na Baixada Maranhense por meio de investimentos em equipamentos para a COAMEL, a fim de que ela possa entrar em funcionamento, para benefício direto de famílias de meliponicultores de seis municípios da Baixada Maranhense.

Foi informado ao Presidente do FDBM que o desenvolvimento do projeto da COAMEL contou inicialmente com a parceira do SEBRAE e da Fundação Banco do Brasil. Atualmente já existe uma estrutura física, faltando a aquisição de maquinários e outros equipamentos para beneficiamento do mel de abelha e seus derivados.

Durante a rápida reunião, o presidente do FDBM mostrou-se bastante interessado em ajudar na construção das parcerias necessárias para que a COAMEL venha a funcionar de forma eficaz. Ao final, ficou combinado que haverá um novo encontro específico para tratar do assunto.

A Comitiva da COAMEL assistiu a uma abundante pesca no Povoado de Itans, onde funciona um centro de referência da cadeia produtiva de piscicultura que é modelo para o mercado nacional e internacional, que também foi construída com apoio do SEBRAE e Fundação Banco do Brasil, o qual funciona sob a forma de cooperativa – a grande esperança para pequenos produtores da Baixada Maranhense.

 

Peri-Mirim participará da Campanha de Prevenção ao Suicídio

Nesta manhã de 14 de agosto, a Secretária Municipal de Educação de Peri-Mirim/MA (SEMED), Alda Ribeiro, COMUNICOU aos gestores, supervisores e professores da rede municipal de ensino que recebeu uma missão do Ministério Público, por meio da Promotora de Justiça, Raquel Madeira Reis, titular da Comarca de Bequimão, da qual recebeu a missão para participação da Campanha do Setembro Amarelo no Combate ao Suicídio, intitulado REDE DO BEM: ESTAMOS AQUI PARA AJUDAR, que consiste na realização de um Concurso de Fotografias, com o tema “NATUREZA” do qual podem participar os alunos das escolas estaduais e municipais, com idade a partir de 12 (doze). Informou a secretária que a SEMED abraçou a causa e participará juntamente com o Ministério Público dessa importante campanha. Informou, ainda, a secretária que todos as orientações serão encaminhadas para as escolas, para que um maior número de alunos possam participar.

Confiram os editais abaixo e participem:

Evento Prev Suicídio 2020

Edital – Concurso de Fotografia – Rede do Bem

PLANTIO SOLIDÁRIO: Pau-Brasil de Helena Ribeiro

Por Alda Ribeiro

A primeira etapa do projeto Plantio Solidário “João de Deus Martins” da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) tem como finalidade conscientizar cada acadêmico a plantar uma árvore duradora em homenagem ao seu patrono.

Acadêmica: Alda Regina Ribeiro Corrêa – cadeira n° 17

Patrona: Helena Ribeiro Corrêa

Planta escolhida: Pau-Brasil

Nome científicoPaubrasilia echinata

Pau-Brasil também chamado de arabutã, é uma árvore nativa das florestas tropicais brasileiras, presente no bioma mata atlântica. A espécie foi a primeira madeira a ser considerada lei no Brasil.

Desafio do Projeto: Recebi  a missão de homenagear minha patronesse, plantando uma árvore, missão esta que foi uma honra executar, visto que a patronesse é minha mãe, Helena Ribeiro Corrêa foi um exemplo de mulher, esposa, mãe e de profissional da educação, embora enfrentando lutas, sempre se mostrou forte, razão pela qual, escolhi a referida planta.

A muda do Pau Brasil, foi plantada no dia 16 de março de 2020, no terreno da residência de Ivaldo Ribeiro Lima, sobrinho da patrona. A planta foi doação da amiga da ALCAP, Ana Cléres Santos, proprietária do Sítio Boa Vista em Peri-Mirim.