História de Feliciano da Cruz Silva

Autora Maria Nasaré Silva

Peço à Musa Divina

Para vir-me inspirar

Pois vou narrar a história

De alguém que vivi para amar

Há mais de 50 anos

Peço a Deus para abençoar.

 

Para abençoar a história

De um homem nobre e guerreiro

Feliciano da Cruz

Tendo Silva o derradeiro

Abençoado por Deus

Valoroso e verdadeiro.

 

Logo em seus primeiros anos

Sofreu grande desalento

Pois Deus assim já chamava

Quem lhe servia de acalento

Sua mãezinha Aidê Silva

Eita mundo de tormento.

 

A bonança viria, era certo

Deus lá do céu já olhava,

Um coração nobre e fiel

E o Pai já o abençoava

Mandando um casal de amigos

E assim já o adotara.

 

A acolhida foi bendita

Para seus dez anos de idade,

Joventina e Mariano

Ensinaram-lhe a verdade.

O amaram como filho

Dando-lhe felicidade.

 

Começou uma nova etapa

De sua vida em Pinheiro

O casal que o adotou

Possuía um bom dinheiro

Tinha uns bons carros de boi

Também era fazendeiro.

 

Deixemos à nova vida

Para voltarmos ao passado,

Feliciano ao nascer

Foi num lugar atrasado

Chamava-se Serra Velha

Mas por era Deus abençoado.

 

Na Serra havia deixado

Muita gente querida.

O seu avô Carlos Maia

E a sua avó Ana Rita

Os irmãozinhos pequenos

Em uma vida desdita.

 

Não saía da lembrança

A sua vida passada,

Não esquecia de Ana Rita

Sua vizinha adorada

Que em meio às sentadas bruscas

Era outra saia rasgada.

 

Em meio a tanto atropelo

Não podia deixar de ser

Lembrava sempre Mãe Zeca

Que o carregara, nenê,

Dormiam sempre juntinhos

Era sua razão de viver.

Em seu mundo de lembranças

Vinha a irmã tão querida,

Que em meio a tapas e beijos

Mantinha sempre a guarida,

Protegendo-o e defendo-o

Dessa vida tão sofrida.

 

Lembrava com carinho

Do seu irmão João Laboro

Sempre metido em encrenca

E tão cheio de desaforo,

Do seu pai sempre apanhava

Com famoso cinto de couro.

 

Muitas vezes era obrigado

A beber mijo fundido.

Como castigo ao papismo

Nem assim se achava perdido

Cada vez aprontava mais

Mas da família, não era banido.

 

Não podia deixar de lado

Seu irmãozinho querido

Valdomiro menino manso

E foi por Deus escolhido

Para acompanhar os passos

E continuar seu destino.

 

Lembrava também Olindina

Mulher de Zé Macaxeira

Homem franzino, vagaroso,

Vivia a fazer asneira

Não era pessoa ruim

Era assim sua maneira.

 

As lembranças eram boas

Fitava o céu a meditar

Pensava nas pescarias

De caniço, e, a soquear

Bicho de tucum no anzol

Para um bom peixe pescar.

 

Deixemos os devaneios

Fitemos na realidade,

Sua vida não era fácil

Mas não vivia de caridade,

Trabalhava de sol a sol

Como homem de verdade.

 

Como homem de verdade

Mas era apenas menino

Ia cedo ao mercado

Para vender o pepino

Aipim, couve, maxixe,

Seu trabalho era divino.

 

Cedo estava na estrada

Para carro de boi carrear

Pois os pais tinham uma frota,

Porém, tinha que trabalhar

Feliciano não se curvava

Fosse o que fosse a enfrentar.

 

Certa vez, em noite escura

Houve um grave acidente,

Em uma curva derrapante

Saiu com vida, felizmente

Mas devido à capotagem

Ficou gravemente doente.

 

Dante desses problemas

Passou meses acamado

Não podia deixar de ser

Fora muito bem cuidado

Pois ele era um ser querido

Por todos era muito amado.

 

Mas como a vida não para

Quem nasce, cresce, reproduz

É o completo dinamismo.

Quem olha, às vezes deduz

Começa uma nova era

Aonde tudo se conduz.

 

Casou-se, era bem cedo

E se pôs a procriar.

Raimunda e Maria Helena

Veio-lhe a vida alegrar

Mas o que tem começo tem fim

Casamento veio findar.

 

As filhas ficam em Pinheiro,

Após a separação

Feliciano desce a serra

E não vem de contramão

Vem lutar pelos seus sonhos

E cumprir sua missão.

 

A missão de homem honesto

É difícil ser cumprida

Ele, porém, conseguiu

Tendo Deus como guarida

E escreveu sua história

Até 97 anos de vida.

 

Morando no São Raimundo

Logo se enamorou

Quando viu Maria Rosa

Disse: agora sim, chegou,

A mulher da minha vida

Para ser meu grande amor.

 

Como já era casado

No civil anteriormente.

Casar-se no religioso

Era o que tinha em mente,

Foi assim que aconteceu

Desse jeito exatamente.

 

As famílias concordaram

Com esse entrelaçamento

Não havendo discussão

Era só contentamento,

Todos ficaram felizes

Com o novo casamento.

 

Desse novo matrimônio

Cinco filhos nasceram:

Dois homens e três mulheres

E assim logo cresceram.

Contra as adversidades,

Lutaram e sempre venceram.

 

A sua primeira filha,

Nasceu com nome Brandina

Como esse nome sugere,

Trouxe ao nascer uma sina

Ser amiga, doce e calma,

Assim Deus determina.

 

Continuando sua prole

Nasce o filho segundo

Bonito, robusto e forte

Deus o mandou para o mundo

Chegou manhoso e chorão

Benildo nasce em São Raimundo.

 

Vinha o terceiro filho

Um menino inteligente

Veio mandado de Deus

Para fazer todos contentes

Não sei como escapou

Zé Maria, só vivia doente.

 

E assim a quarta filha

Nasce toda faceira

Veio branca e gordinha

Rosa, abençoou a parteira

Por certo era a sua avó

Mãe Jota não falava asneira.

 

Por fim, nasce a caçula,

Que é forte em pensamento,

É verdadeira e honesta

Nasaré está no documento.

Ama de paixão a família

E tem bom discernimento.

 

Feliciano da cruz viveu

Noventa e sete anos de vida.

O meu pai foi um guerreiro

Trabalhar era sua lida

Nos criou com sabedoria

E bem idoso fez sua partida.

 

O que meu pai teve de sobra

Soberania, dignidade

Nunca disse uma mentira

Só ensinou a verdade

Quem não seguiu seus conselhos

De suas lições não aprendeu a metade.

 

Encerro assim, a  história,

De Feliciano, o meu pai

Com Deus vive em sintonia

Da minha mente não sai

Era devoto da Virgem Maria

Rezava três rosários por dia

E Nossa Senhora não trai.

 

Neblina em Paris (Mirim)

Autora Eni Amorim

Logo após o recital dos caburés,
Nas primeiras horas do amanhecer,
A cidade, (Peri-mirim),
Abriu os olhos preguiçosamente,
Pelo alvoroço,
Das Rolinhas fogo apagou
E dos bem- te-vis.
Uma camada fina de neblina,
Pairava sobre os verdores dos Campos,
Um vento insidioso,
Invadiu as entranhas da cidade,
E,
De repente,
Como em um passe de mágica,
A cidade foi envolta,
Em uma densa camada de neblina,
Deixando-a com ares de cidade européia.
E,
Novamente,
Em um passe de mágica da natureza,
O sol acendeu o seu luzeiro
E a neblina aos poucos se dissipou…
Peri-Mirim, 5 de agosto de 2020.

ALCAP: Sarau Cultural Fábrica de Inspirações

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) organizou no dia 07 de abril de 2019, às 15h, no prédio da Escola Municipal Carneiro de Freitas, o 1º Sarau Cultural intitulado Fábrica de Inspirações, que teve por objetivo a valorização dos talentos culturais da comunidade perimiriense, possibilitando momentos de descontração, lazer e diversão, como forma de unir toda a família e encontro de pessoas que desejam dialogar, conhecer, experimentar e compartilhar conhecimentos.

Dessa forma, foi criado um ambiente de conversa aberta, livre e descontraída possibilitando emergências de inovações sociais, culturais e políticas, possibilitando as mais variadas manifestações culturais num espaço para socialização de seus saberes, que tem por finalidade a divulgação das variadas manifestações culturais através de recitais, músicas, poemas, livros, estórias, dentre outras que represente a identidade e a cultura local.

Para esclarecimentos, Sarau é um evento cultural onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. A palavra tem origem no termo latino serus (relativo ao entardecer), porque acontecia, em geral, no fim do dia. Pode envolver dança, poesia, círculos de leitura, seção de filme, música, bate-papo filosófico, pintura, teatro etc. Muito comuns no século XIX, os saraus vêm sendo resgatados e reinventados pelas escolas como uma maneira de fortalecer a identidade da comunidade escolar, promovendo a integração de todos de forma descontraída, criativa e mais envolvente do que a tradicional reunião de pais. É um momento para a soma de conhecimentos, descobertas e vivências coletivas.

O projeto foi apresentado na sétima reunião da ALCAP, 27/01/2019, idealizado pela vice-presidente Jessythannya Carvalho Santos, com o nome Café Literário, mas logo o nome foi alterado pela comissão para Sarau Cultural, pelo número de propostas que iriam ser mais agregadas. A comissão do 1º Sarau foi composta pelos acadêmicos: Adelaide Pereira Mendes, Ataniêta Márcia Nunes Martins, Diêgo Nunes Boaes, Gisélia Pinheiro Martins e Maria Nasaré Silva. Diêgo Nunes Boaes foi o cerimonialista e Padre Léo, o orador do evento.

O evento teve como tema os 100 anos de Peri Mirim e contou com a participação de crianças, jovens, adultos e idosos. Na ocasião foram homenageados pelas confreiras Adelaide Pereira Mendes e Gisélia Pinheiro Martins os centenários da cidade: Raul Pereira Mendes, Alexandre Campos, Amância Silva e Antônia Melo. Todos tiveram suas biografias lidas e cada um recebeu a placa personalizada pela ALCAP. Tivemos a participação do Teatro de Fantoches da Dança Laço de Prata, que em cordel apresentaram Peri-Mirim para o público.

No 1º Sarau também tivemos mais homenagem, dessa vez ao nosso eterno Coronel Carneiro de Freitas, o elogio ao patrono foi feito pela confreira Ataniêta Márcia Nunes Martins, que contou a trajetória desse político ilustre que muito contribuiu para a emancipação de Peri-Mirim, ao fim foi doado pela confreira à Escola Carneiro de Freitas, a foto e a biografia do patrono da cadeira 21 da ALCAP, na ocasião a Gestora Professora Dalcione Silva França participou da homenagem como representante do patrono, pelo vínculo com a escola.

No momento cultural tivemos a apresentação do Grupo do Divino Espírito Santo, o famoso grupo da Dona Nicinha, grupo que encanta a todos há décadas, e a cada ano uma inovação. No fim da apresentação do grupo, a confreira Maria Nasaré Silva fez uma singela homenagem à dona Nicinha, pela luta, e garra que vem há muito tempo fazendo parte da nossa cultura perimiriense.

Cada toque das caixeiras era uma emoção maior, sem dúvidas, foi um dos momentos mais sublimes do 1º Sarau. Foi história, encanto, riqueza, muita diversão, sorrisos à beça, o 1º Sarau fez e deixou saudades! foi rico em valores pra todas as idades.

Eunice Diniz Pereira

Conhecida como Dona Nicinha. Eunice nasceu no dia 8 de maio de 1942, no povoado denominado atualmente de Mangueiral, no município de Peri-Mirim. Filiação: Marcelino Diniz e Almerinda Almeida Diniz. Casou-se com Raimundo Pereira no dia 28/11/1957, com quem teve 10 (dez) filhos: Edson, Evilásio, Edilson, Antônio Luís, Francisco das Chagas, Sebastião, Edna, Nasaré, José Raimundo e Edenilson.

Em Peri-Mirim, Dona Nicinha é considerada a maior autoridade quando o assunto é Festa do Divino Espírito Santo. Iniciou-se nas festividades no dia 15/12/1979, no povoado hoje chamado Igarapé Açu (nessa época eram sempre animadas com o período natalino que finalizavam 23, 24 e 25 de dezembro).

O gosto pela festividade foi herdada da tia Maria Lucinda Almeida Diniz, que com seu falecimento, a avó de Nicinha, Maria Agda Almeida e seu tio Raimundo Almeida Diniz (Bê) continuaram com a festa na Enseada do Pau D´Arco, hoje Canaranas. Falecendo sua avó, seu tio continuou, falecendo seu tio a festa parou por alguns anos, até que Nicinha resolveu resgatar a festa até os dias atuais.

Conta Dona Nicinha que nas festas dos seus familiares, Dona (mãe de Margarida) emprestava a imagem do Divino para a festa. A festa era animada e boa que ninguém queria que parasse.

As principais festas eram feitas por Bernadino na Ilha Grande; Sinhá de Caetano na Enseada Santo Antônio; Maria de Santinho no Cametá e Ascensão nos Porções.

A festa do Divino possui um ritual pré-estabelecido, composto por: 4 bandeiras, 4 caixeiras, 1 bandeira do Império, 1 Imperatriz, 1 Mordoma, 2 Aia, 1 Mestre-sala, 1 Rei e 1 Rainha. O número de bandeiras tem que ser igual ao número de caixeiras.

O festejo do Divino Espírito Santo é regado com muitas comidas e bebidas. Os mais antigos pagavam promessas com a realização de festas anuais.

No 1º Sarau Cultural da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), realizada no dia 07 de abril de 2019, a equipe de Nicinha abrilhantou o evento.  A equipe foi composta por: Mazoca, Domingas, Nicinha,  Maria Rosa, Rosa e Sibuca do Igarapé Açu; Sebastiana do Jaburu, Domingas Caul do São Lourenço; Marizinha e Wenya do Cametá; Isabel e Ducineia do Portinho; Rosinha, Da Paz e Teresinha.

As contribuições de Dona Nicinha para a manutenção da  festa do Divino ajudaram no resgate de festas tradicionais quase esquecidas. Ela também participa do levantamento e derrubamento de mastro no festejo do padroeiro de Peri-Mirim, São Sebastião.

Entrevista realizada por Diêgo Nunes Boaes e envaida à redação de O Resgate.

Alexandre Campos

Nasceu no dia 06/05/1917. Filho de Agda Pereira Campos e Domingos Gusmão Campos, natural de São Bento/MA. Morou desde sua mocidade até adolescência no povoado Ponta do Lago no município de Peri-Mirim/MA, próximo ao centro da cidade, onde construiu família.

Alexandre nunca esquece de suas viagens para São Bento, todas elas eram a canoa, quem sempre forquilhava era seu pai, Domingos, e amigos da família como: Vicente e Mariano. Em São Bento eles compravam o que necessitavam em sua casa e/ou de vizinhos e familiares.

Não aprendeu a ler e escrever. Sempre trabalhou na lavoura. Casou-se primeiro com Isabel Lima Campos, da união nasceu Jaime Lima Campos. Sua primeira esposa nasceu no Bairro do Portinho, irmã do senhor João Lima. Com o falecimento da esposa, Alexandre casou-se pela segunda vez no dia 11/10/1963 com a senhora Jovanita Silva Pereira, e tiveram 04 filhos.

Moraram por muitos anos no bairro da Liberdade em São Luís, capital do Estado do Maranhão. Quando ficou viúvo pela segunda vez, voltou a morar novamente no povoado Ponta do Lago com dona Raimunda Marcela Silva, natural de São Bento, passaram-se alguns anos, quando ele resolveu morar com seu filho mais velho, Jaime Lima, no bairro do Portinho.

Alexandre perdeu esse filho recentemente. Reside ainda na casa de Jaime Lima com sua nora Assunção de Maria Martins Lima, para quem tem um grande afeto e respeito.

O comandante Alexandre vem de uma família de sete irmãos, destes setes só restam três vivos: Alexandre, Adelina, Maria. Os falecidos são: Inácio, Joana, Ciríaco, Dica, Domingas.

Os filhos de Alexandre são: Francisca, Edmílson, José de Ribamar, Maria José, João Damasceno, Raimundo Romualdo,  Ricardina, Jaime Lima e Terezinho, os dois últimos já falecidos.

Perguntado sobre a origem do bairro do Portinho, Sr. Alexandre contou algo inusitado, diz ele: O bairro do Portinho surgiu por meio do Porto de Pedro de Cota (na rua do senhor René Barros e da Rádio Perimiriense) na qual vinham pessoas de várias localidades vindo de viagem, inclusive de São Bento: desembarcar, embarcar, comprar e vender seus produtos, e também do centro da cidade de Macapá, a barragem que liga o bairro do Portinho ao Centro da cidade não existia naquela época, no inverno era uma grande barreiro. E o pessoal saía e chegava pelo Porto de Pedro de Cota, o portinho. O porto de Zé Queiroz era maior, aí para se procurar as coisas se identificava no portinho – que era o porto pequeno. Portinho existe há muito tempo.

Alexandre sempre se emociona quando se recorda de algumas coisas, no início ficou muito tímido em falar, e disse que não ia dizer nada, mas com o decorrer da conversa, o senhor de 103 anos se expressou muito.

Faleceu em 03 de janeiro de 2022, vítima de traumatismo craniano.

Entrevista realizada por Diêgo Nunes Boaes em maio de 2020 e enviada à redação de O Resgate.

PLANTIO SOLIDÁRIO: Pau-brasil de Nazaré Serra

Por Nani Sebastiana

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) lançou no dia 29/02/2020 um projeto intitulado: Plantio SolidárioJoão de Deus Martins”. A primeira etapa do projeto prevê que cada membro da ALCAP deverá plantar uma árvore duradoura em homenagear ao seu patrono.

Para representar Maria de Nazaré Serra Maia, patrona da Cadeira nº 10 da ALCAP, ocupada pela acadêmica Nani Sebastiana Pereira da Silva, foi escolhida a árvore Pau Brasil (Caesalpinia echinata).

Caesalpinia echinataA planta adulta apresenta espinhos no tronco e nos ramos; folhas de notável valor ornamental devido à coloração verde intensa e brilhante, muito ramificada; flores muito perfumadas, de cor amarela com uma das pétalas diferenciada no formato e com uma mancha vermelha intensa ou escuro-avermelhada no centro. A resina da árvore possui uma intensa cor avermelhada. Os frutos apresentam abertura explosiva jogando as sementes a longa distância.

A Literatura registra que o pau-brasil é uma árvore originária do Brasil, que ocorre na zona da Mata Atlântica, especialmente na região nordeste do Brasil. Foi a descoberta da existência desta espécie que deu origem ao nome do país, depois da chegada dos navegadores portugueses no Brasil. Inicialmente o nome dado ao país foi Terra Brasilis, sendo depois modificado para Brasil.

A muda de pau-brasil foi plantada em 20 de março de 2020 no quintal da Acadêmica Nani. A referida muda é originária do Sítio Boa Vista em Peri-Mirim.

flor pb

PLANTIO SOLIDÁRIO: Baobá de João de Deus Martins

Por Ana Creusa

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) lançou no dia 29/02/2020 um projeto intitulado: Plantio SolidárioJoão de Deus Martins”. A primeira etapa do projeto prevê que cada membro da ALCAP deverá plantar uma árvore duradoura em homenagear ao seu patrono.

Para representar o patrono da Cadeira 12 da ALCAP, ocupada pela acadêmica Ana Creusa Martins dos Santos, foi escolhida a árvore Baobá (Adansonia digitata), cuja muda foi adquirida em São Paulo, pois, o único exemplar na Baixada Maranhense que se tem notícia está em São Vicente Férrer. Foi tentada, sem êxito, a germinação das sementes do Baobá pela equipe do Dr. Gusmão Araújo, professor do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão.

O baobá é uma árvore que fascina povos de todo o mundo, no Brasil ela tem uma forte relação com a religiosidade do povo, sobretudo o de matriz africana. É a árvore-símbolo do livro “O Pequeno Príncipe” que foi escolhido como a primeira obra do Projeto Clube de Leitura da ALCAP.

João de Deus Martins deixou um grande legado de amor à natureza, inspirando seus descendentes como Maria Isabel Martins Nunes, Maria Amélia, Terezinha Nunes Pereira, Ana Cléres, e tantos outros, que cultivam belos jardins e pomares.

A muda de baobá foi plantada no Sítio Boa Vista em Peri-Mirim, no dia 02 de março de 2020.  Estima-se que  daqui a 15 anos os primeiros frutos possam ser saboreados.

Estiveram presentes ao ato de plantio, os amigos: Zeca, Tozinho Sodré e Sargento César; a neta de João de Deus, Maria Amélia e as bisnetas Ana Creusa e Ana Cléres.

Vídeos do plantio:  Tozinho Sodré; Zeca

Foto da muda em 02.09.2020

 

Família, família…

Autora: Giselia Pinheiro Martins

Observando alguns fatos sobre o que é uma família!!
Bom, sem causar ou já causando…
Deixem de tanto falatório! Muitos “moralistas” e poucos sensatos estão opinando por aí! E querem saber minha opinião?
“Família é sinônimo de amor e não de ódio!”
Atualmente, as famílias são constituídas de diversas formas e ‘modelos’! E sabe qual o modelo da minha? Aquela onde o amor está presente. Aquela em que o respeito tem o mesmo significado: amor!
Eu aprendi assim. Eu vivo assim!
Deixemos de julgar ou rotular o que é tradicionalmente uma família!
FAMÍLIA É FAMÍLIA! ♥️
Ame o próximo!
Respeite e viva o amor que se manifesta de diversas formas!

Por que tanta pressa?

Autora: Edna Jara Abreu Santos

“Acorda filha, está na hora!”

Para muitos,
A pressa é antônima de perfeição.
Como se para algo ser perfeito,
Sem falhas,
Demanda só de calma e atenção.
Embora, em alguns momentos,
A afirmação seja verdadeira,
Bem aí surge mais uma inquietação:
Será que a nossa imperfeição,
Surge desde a gestação?
Pois imaginemos um único esperma,
Que ágil e sozinho começa a fecundação.

Nove meses passam rápido,
E logo que o bebê nasce, Queremos alimentá-lo,
Dar banho, arrumá-lo,
Para a primeira visitação.
E assim o tempo vai passando, sem demora,
A ponto de não nos deixar dar conta,
De tamanho afobação.
Uma criança inocente, Que não sabe nada da vida,
Ainda tem por obrigação, Acostumar-se com tamanha aceleração.

“Acorda filha, está na hora! ”

Dois, três anos se vão,
E começa mais uma fase,
Da viciosa precipitação:
Cedo acorda, toma banho,
E sem demora já está na escola,
Para a alfabetização.
Alguns pais não entendem,
E não acham normal,
Tanta inquietação.
As crianças de hoje não ficam,
Tanto tempo sossegadas,
A não ser com um celular nas mãos.
E isso vêm afetando entre a família a relação.
Relação esta que a cada dia se modifica,
Com a tal virtual conexão.
Mas talvez seja a pressa e o tempo,
Os dois únicos culpados,
Da distância expulsar a proximidade com a família,
E não ter essa noção.

Cinco, sete anos, Passam-se rapidamente, E o ritmo do dia-a-dia, já está em rotina costumeira.
As horas vagas da tarde vão sendo preenchidas, Pelas aulas de reforço e de capoeira.

Oito anos já!
Acorda cedo,
Toma banho depressa,
Veste-se depressa,
Toma café e sai sem demorar.
As quatro horas de aulas também correm.
Quando chega, rápido almoça,
E vai logo se arrumar, Para aula na escola particular.

Quando se dá conta já é hora para casa retornar.
As poucas horas de lazer,
Na capoeira, em frente à TV, computador ou celular,
Passam-se velozmente antes do jantar.
Depois de um breve descanso,
É hora de deitar e esperar o próximo dia raiar,
E lá para às seis da manhã tudo novamente recomeçar.

A semana se repete como um ciclo sem fim.
É como estar em um filme,
Onde sempre ao final do dia,
Alguém aperta o botão retorno,
Sabendo o que advim.

Mas aí vem a pergunta: Será que a pressa afeta só a educação?
Por que nós pais buscamos tantas formas,
De à força torná-los independentes,
E com tamanha insensatez dizemos:
Que com a pressa o futuro dará mais retribuição!
Será que nossos filhos nas poucas horas em casa,
Estão recebendo de nós pais a suficiente atenção?
Será que na correria diária,
Para um futuro mais vantajoso,
Esquecemos de valorizar, Um sorriso,
Uma descoberta,
Um carinho,
A presença da pausa e tentar viver sem pressão?

Nota da autora: Há um ano escrevi este relato acima em forma de poema para minha filha Alice. E lhes digo que jamais imaginaria que uma pandemia iria assolar o país e o mundo numa proporção tão estonteante há mais de quatro meses. A minha preocupação diante da pressa diária da minha filha na sua rotina escolar ao longo dos oito anos, deu-se lugar ao cuidado em ficar em casa e cuidar da nossa saúde para não contrair o vírus. Cuidar também da saúde mental no isolamento, pois se para uma criança é difícil acompanhar o tempo e afazeres é difícil também parar abruptamente sua rotina.
É tempo de ressignificar os valores de família e aproveitar o momento, pois por hora, a pressa não apressa.

Histórico de criação da Escola Municipal “Cecília Botão” em Peri-Mirim-MA

Autora: Edna Jara Abreu

A Escola Municipal Cecília Botão situa-se na Baixada Maranhense, no centro de Peri Mirim. Segundo pesquisas, esta Escola iniciou suas atividades educacionais por volta do ano de 1965, quando o Município tinha como prefeito o Sr. Agripino Marques descrito pelos entrevistados como uma pessoa íntegra e preocupado com o bem-estar da comunidade. Somente no ano de 1966, na gestão do Sr. José Ribamar França Martins, que foi construído o prédio localizado na Rua Desembargador Pereira Junior, na sede do Município.

Prestando homenagem à conceituada professora Cecília Eusamar Campos Botão, deram-lhe o nome de Escola Municipal “Cecília Botão”. Em 1997, no mandato do Sr. Benedito Costa Serrão, a referida Escola passou por algumas mudanças, uma delas foi a ampliação dos turnos escolares em 3 (três): matutino (5ª a  8ª série), vespertino (5ª a 8ª série) de onze a quinze anos e noturno (EJA), permanecendo assim, até os dias atuais.

Para corrigir os detrimentos aos aspectos físicos, o prédio recebeu reforma recentemente e é composta por 15 (quinze) compartilhamentos no total, divididas assim: 8 salas de aula ativas, 1(uma) biblioteca, 1(uma) secretaria,1(uma) cantina, 1(um) depósito, 2 (dois) banheiros e 1(uma) sala dos professores. Em cada sala há 4 (quatro) ventiladores em perfeito funcionamento, 2 (dois) quadros (um quadro negro e um quadro branco) em cada sala, carteiras novas e merenda escolar no período da manhã e tarde.

Tem como atual diretor o Sr. Carlos Antônio Almeida, que busca manter a ordem e o cuidado na entrada e saída dos alunos, dos horários de aulas e a rigidez no fardamento escolar.

A disciplina Estágio Curricular Obrigatório no Ensino Fundamental, ministrado pela professora Elen Karla Sousa da Silva deu-se início no dia 18 de outubro de 2013, (sexta-feira), o qual foi explicado o roteiro da disciplina, bem como as etapas dos conteúdos e a sua carga horária de 225 (duzentos e vinte e cinco) horas. Ao longo do período de observação e regência que deu-se a partir do dia 21 de outubro a 29 de novembro de 2013 na Escola Municipal “Cecília Botão’’ em Peri Mirim- MA no período matutino e vespertino, proporcionou-me além de experiência, conhecer a história que levou a construção da referida escola, bem como suas necessidades educacionais, apoio dos professores, da coordenação e principalmente pela participação dos alunos.