JOÃO BATISTA LIMA

Por Ana Creusa e Ana Cléres

João Batista Lima nasceu em 15 de março de 1931, no Bairro de Portinho, no município de Peri-Mirim/MA. Filho de Raimundo Lima e Raimunda França Lima. Afirmou que teve 16 (dezesseis) irmãos e que ainda tem uma irmã viva que mora em Brasília.

Estudou até o 4º ano com a professora Santinha Miranda. Vinha caminhando do Portinho até a sede para estudar. O ensino era na palmatória. A professora batia nas pernas. No dia do “Argumento” ele sentava-se no final da sala para dar bolo nos colegas que erravam a Tabuada ou na leitura.

Vereador na época de Zé Bacaba. Conviveu com Agripino Marques. Conheceu Ignácio de Sá Mendes, que morava na esquina, onde hoje funcionou Centro de Ensino Médio Escolar Artur Carvalho (antigo CEMA).

Lembra que a Igreja de São João Batista do Portinho foi fundada por Secundino Pereira, cujo barco também homenageava o Santo.

João Lima casou-se com Maria Celeste Martins Lima. Tiveram 10 (dez) filhos, todos vivos: Maria do Sacramento Lima; Dulcineia Lima Barros, José Ribamar Lima, João Lima Filho, Jaime Martins Lima, José de Jesus Lima, Assunção de Maria Lima, Doralice Lima Nunes, Jadilson Martins Lima e Maria do Livramento Lima.

Foi vereador por vários mandatos, informou que as reuniões eram marcadas pelo Prefeito e que não existia remuneração para os vereadores. Foi empregado do Estado do Maranhão, vigia do CEMA, nomeado pelo Governador João Castelo.

João Lima foi responsável por várias obras, como a estrada do Portinho. Lembra que o prédio antigo da prefeitura fora construído por Marcionílio, que era do Povoado Santana e morava na Rua do CEMA. Teve conhecimento que Marcionílio era juiz. Lembra que a 1ª professora da Escola São João Batista foi Irani, filha de Luís Escovado, que casou com a filha de Ignácio de Sá Mendes.

Quanto à rivalidade entre as pessoas residentes da sede e os moradores do Portinho, diz que existia essa contenda, mas, que nunca se envolveu, pois, “não era de briga”.

Diz que conheceu José dos Santos, que era conhecido por ser forte, que amassava barro para fazer telhas e tijolos e era amigo de todos e que brincava Bumba Boi, que João Lima também era apreciador. Recorda que existia uma grande competição para ver quem se vestia melhor na festa de São Sebastião.

Disse que o Padre Edmundo ficou muito tempo na paróquia de Peri-Mirim, tem fortes recordações do Casarão das Freiras, as quais trabalhavam na área da Saúde. Também lembrou das parteiras: Rosa, mãe de Severino; Nharinha, mãe de Albertina, irmã de Rita de Osmar, as quais prestaram relevantes serviços à comunidade em uma época que os partos eram feitos de forma rudimentar e na casa da parturiente.

Recorda que a Cooperativa dos Produtores Rurais de Peri-Mirim foi fundada pelo Padre Gerard Gagnon e foi muito importante para os trabalhadores que tinham onde vender seus produtos a preços justos.

Acompanhou vários melhoramentos no município de Peri-Mirim, como a instalação da energia elétrica. Andou de avião teco-teco a partir do Campo de Pouso, com destino a São Luís, levando a sua esposa doente.

João Lima é muito querido em sua comunidade, tem vários afilhados, goza de boa saúde, trabalha no comércio, ainda faz contas e tira prova. É apreciador da cultura popular e mantém viva algumas superstições. Por exemplo, recebeu as entrevistadoras com a camisa do lado do avesso, para não “pegar mal olhado”.