CLUBE DE LEITURA ALCAP PROMOVE RODA DE CONVERSA SOBRE CULTURA POPULAR

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) convida toda a comunidade para o próximo encontro do Clube de Leitura Prof. João Garcia Furtado, que acontecerá no dia 25 de maio de 2025, às 15h, no auditório do Sindicato dos Profissionais da Educação e Servidores Municipais de Peri-Mirim (SINDPROESPEM), localizado na Rua Desembargador Pereira Júnior, nº 85, Centro. Peri-Mirim-MA. A reunião  terá transmissão simultânea via Google Meet.

Com o tema: “Cultura Popular – Heranças e Tradições do Brasil e do Maranhão“, o encontro contará com uma enriquecedora roda de conversa com convidados especiais que são referências em suas áreas de atuação:

  • Francisco Viegas – escritor convidado e voz ativa da memória perimiriense, autor dos livros: Seminarista Graças a Deus, Curiosidades Históricas de Peri-Mirim e Peri-Mirim: cem anos de emancipação;
  • Dona Nicinha – guardiã da tradicional Festa do Divino Espírito Santo em Peri-Mirim e
  • Rodrigo Quintanilha – educador físico, artista da cultura popular e tradicional com as manifestações da Capoeira Angola, Samba de Roda, Tambor de Crioula e Bumba Meu Boi e coordenador da Associação Cultural Casa Angola.

Os participantes terão a oportunidade de dialogar sobre os livros “Arte e Devoção”, de Joana Bittencourt e “Curiosidades Históricas de Peri-Mirim”, de Francisco Viegas, obras que celebram a memória, a fé e a identidade da região.

A mediação será feita pela acadêmica Edna Jara Abreu Santos, coordenadora do projeto.

Segundo a presidente da ALCAP, Jessythannya Carvalho Santos: “Este será mais um momento de valorização das tradições locais e de fortalecimento dos laços entre literatura, cultura e comunidade”.

🔗 Inscreva-se agora!
Garanta sua participação acessando o link: https://forms.gle/MPvTLnWKV1KmyZ8r9

SOLENIDADE DA SAUDADE DE MARIA ISABEL MARTINS VELOSO

No dia 24 de maio de 2025, às 16 horas e 30 minutos, a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), a Família Martins e representantes da Igreja Matriz São Sebastião, promoverão a Solenidade da Saudade em homenagem à imortal da Academia, Maria Isabel Martins Veloso, nas dependências da referida igreja, localizada no Centro do município de Peri-Mirim/MA.

Isabel nasceu da união de Antonio Raimundo Martins e Clotildes Azevedo Martins, no dia 18 de julho de 1927 no povoado de Feijoal, antigo Santa Severa, município de Peri-Mirim.

Sua trajetória de vida é cheia de eventos marcantes, foi professora no povoado Buragical, na “Escola Djalma Brito”, no período de julho de 1950 a maio de 1951, quando foi transferida para a “Escola José Antonio Marques”, no Feijoal. Na época, o então prefeito de Peri-Mirim, Sr. Agripino Marques, lançou um concurso, que previa que: quem fosse aprovado em primeiro lugar seria professor no “Grupo Escolar Carneiro de Freitas”. Maria Isabel foi aprovada em primeiro lugar e assumiu a tão sonhada vaga na Escola.

Apesar do emprego estável, em 1956, Isabel muda-se para a capital maranhense para dar prosseguimento aos seus estudos, tendo trabalhado como comerciária durante alguns anos no escritório da Movelaria Loja das Noivas na Rua Grande, Centro de São Luís.

Casou-se em 1960, na Igreja de São Pantaleão com Francisco Eleutério Veloso (já falecido), união que durou 49 anos. Veloso também nasceu na região da Baixada, na cidade de Bequimão. Tiveram quatro filhos: Maria da Graça Veloso Melo; Antonio José Martins Veloso; Maria Stela Martins Veloso e Kátia Maria Martins Veloso.

No final da década de 1990, Isabel lançou seu livro de memórias denominado Minha Vida, um Destino, contemplando seus leitores com belas reminiscências sobre a família Martins e outros fatos marcantes de sua história. Em 15 de dezembro de 2018 foi empossada na Cadeira nº 01 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP). Na solenidade, foi homenageada por todos e proferiu um belo discurso.

Infelizmente, no dia 9 de janeiro de 2025 recebemos a fatídica notícia que o cérebro da confreira Isabel parou!  No entanto, a sua memória está eternizada e sua vida e obra reverberarão em nossos corações e estenderão por muitas gerações.

ALCAP elege Patronos das Cadeiras em Assembleia Geral

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) realizou, no dia 21 de abril de 2025 (segunda-feira), uma Assembleia Geral Ordinária, na modalidade híbrida (presencial e on line) marcada por um importante avanço na consolidação de sua identidade institucional. Durante a reunião, foram eleitos os patronos das 11 cadeiras que ainda estavam sem definição na estrutura acadêmica da entidade.

Cada patrono eleito representa uma personalidade de destaque com relevante contribuição para a cultura, história, literatura, ciência, arte ou política do município de Peri-Mirim. A escolha desses nomes reforça o compromisso da ALCAP com a preservação da memória local e com a valorização daqueles que ajudaram a construir o legado do município.

Confira os patronos eleitos para as cadeiras preenchidas na assembleia:

CADEIRA 30Carmem Martins
CADEIRA 31José de Jesus Pereira Campos (J. Campos)
CADEIRA 32 – Adelar José Álvares Mendes (Dedeco)
CADEIRA 33 – Raimundo Martins Nunes (Sipreto)
CADEIRA 34 – Maria de Jesus Castro Martins (Dona Morena)
CADEIRA 35 – Maria Madalena Nunes Corrêa
CADEIRA 36 – Raul Pinheiro Mendes
CADEIRA 37 – João Batista Pinheiro Martins
CADEIRA 38 – Fernando Ribamar Lobato Viana

CADEIRA 39Pe. João Helder
CADEIRA 40Floriano Pereira Mendes

Com essa definição, a ALCAP completa a estrutura de suas 40 cadeiras acadêmicas, todas agora oficialmente vinculadas a um patrono que representa a riqueza da história e da cultura perimiriense.

A entidade reafirma, com esse marco, seu compromisso com a valorização da memória, da produção intelectual e das tradições que moldam a identidade de Peri-Mirim.

Filhos Guerreiros, Ninguém os Esquecerá

Por Edna Jara Abreu Santos

Fragmento da Crônica: Filhos Guerreiros, Ninguém os Esquecerá (2018)

[…]

Na década de 50, a crença em criaturas do nosso folclore era bem mais presente. As pessoas temiam e muitos tinham o “desprivilegio” de vê-los frente a frente. Há relatos de pessoas que ficaram diante do mula-sem-cabeça, mãe d’água e curacanga, mas era o curupira que mais atormentava os animais e os poucos moradores da cidade, levando-os a abandonar suas casas e até à morte, em muitos casos. Acredita-se que quando a região de mata densa é pouco habitada por seres humanos é possível que exista as tais assombrações. Dizem os mais velhos que quando o assovio do Curupira é ouvido bem perto, ele/eles já está/estão longe, agora quando o assovio está longe, com certeza à criatura está bem próximo da pessoa. E ademais, quando os trabalhadores entravam no matagal e se dividiam, o (s) curupira (s) fazia (m) o mesmo assovio dos homens e eles se perdiam no mato à dentro, passavam horas para enfim se encontrarem.

Francisca do Carmo França Abreu, perimiriense de 71 anos, relata lendas e crendices sobre a aparição destes seres mitológicos. Recorda-se da vida e morte de um dos seus irmãos. Ele era fascinado por borboletas, a ponto de segui-las em seus mais longos voos, esquecia a hora e nem via o local que adentrava. Muitas vezes era resgatado dentro da mata, por conta desse deslumbre. Até um dia que ficou muito doente, na época sem hospitais e remédios para cura do sarampo, foi definhando dentro de uma rede. E pela sua aparência, todos atestavam que o mesmo estava assombrado. Ouviam com muita frequência assovios de curupiras todos as noites nas proximidades da casa, durante todo o tempo que passou dentro da rede doente, quando morreu, aquele barulho sessou.

O tão temido e conhecido “Caminho da frieza”, localizado no povoado Poções (antes do Chavi), recebeu esse nome por conta dessas aparições e o ambiente ficava uma geleira, mesmo em dias ou noites calorosas. Desde assustar cavalos ou deixá-los cansados na travessia (como se de repente um peso os rebaixava deixando quase rastejando), dor de cabeça no (s) viajante (s), febre e até morte dos mais valentes que queriam medir forças com a tal visagem, quem por algum motivo ou circunstância fizesse a travessia ao meio dia, doze horas, seis horas da tarde e à meia noite, certamente teria um acompanhante desagradável na viagem. Conta que certa vez, quando criança, ela e sua mãe precisaram atravessar esse caminho, e na volta já tarde, passaram por um “igarapezinho”, quando de repente sua mãe, ao olhar para trás avistou bem perto um cavalo enorme, alvo e sem cabeça. Ele passou bem perto e sua mãe assustada puxava-a pelo braço, para saírem daquele lugar.

A “mãe-d’água” era outro ser mitológico que causava terror aos banhistas que adentravam os rios ou que se serviam da água dos poços principalmente ao meio dia, e a partir de seis horas da noite. Para tanto, os banhistas deveriam sempre recorrer ao respeito pedindo permissão para adentrar aquele espaço e usar daquela água. Geralmente, nesse tempo os poços eram bem distantes das casas habitadas e quando iam sozinhos quase sempre chegavam em casa contando as aflições presenciadas.

É provável que um dos motivos que hoje não é possível ouvir sobre estas criaturas com mais intensidade, seja pelo fato do crescimento populacional. Onde antes era só vegetação, hoje tem casas e moradores e, cada vez mais, as pessoas estão devastando áreas para fazer roças e construção de propriedades. Outro possível motivo pode ser o advento da iluminação pública, onde antes havia muitas trevas, hoje há luz.

Nesse sentido, há diversas linhas que correm sobre a veracidade dos fatos: o medo que tem o poder de fazer a mente criar situações apavorantes; os contos engabelados dos antepassados transmitidos a gerações… ou então, devemos acreditar que de fato existiam todos esses personagens fabulosos que um dia dominaram o espaço que ocupamos hoje?

Em meados do século XX, Peri-Mirim era constituída de vegetação em quase toda sua totalidade, por exemplo, o Campo de Pouso era mata fechada com apenas um caminho estreito no meio. Na oportunidade, destaca-se os primeiros padres que aqui chegaram e que tiveram importância significativa na qualidade de vida do Município, bem como na proteção e conhecimento sobre os mitos, foram eles: Monsenhor Gerard Cambron e os padres, Leonel, Edmundo, Paulo, Gil e Gerard Gagnon. A chegada Oficial dos padres na cidade foi em 15 de agosto de 1958, data que marcou também a Fundação da Paróquia São Sebastião. Eles abriram estradas, construíram capelas nas comunidades locais e também em beiras de estradas, incentivavam as famílias a participarem das reuniões, missas, a comungar-se, batizar os filhos, doavam e ensinavam diversos usos de plantas e ervas medicinais.

Em suma, a dona Francisca nostálgica, conta ainda que as crenças religiosas e costumes eram respeitados nas datas comemorativas, por exemplo, no carnaval (fevereiro) se tinha os aqueles dias de festas, mas quando se aproximava a Quaresma, as mulheres não podiam usar nenhum tipo de pintura, como batons, pintar unhas e nenhum tipo de diversão: os dias eram sagrados. Se a Semana Santa (março/abril) começasse em uma quarta-feira, até terça-feira as pessoas limpavam suas casas, torravam café, socavam arroz no pilão, estocavam comida, rachavam lenhas e guardavam. Enfim, faziam tudo antes da “Quarta-feira Santa”, pois a partir desse dia as pessoas nem podiam sair de suas casas, muito menos bater nos filhos ou falar palavrões. Eles também soltavam as galinhas, porcos e os demais animais presos; até os meliantes que se encontravam nas celas da delegacia era dado a eles o direito de ficarem soltos esses dias.

Primeiro encontro de 2025 do Clube de Leitura da ALCAP destaca a cultura maranhense

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) promoveu no dia de 30 de março de 2025, o 1º ENCONTRO DE 2025 DO CLUBE DE LEITURA “Prof. João Garcia Furtado” nas dependências do Sindicato dos Profissionais da Educação e Servidores Municipais de Peri-Mirim (SINDPROESPEM), entidade parceira da ALCAP. O Projeto do  Clube de Leitura é um projeto implantado desde 2019 pela Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), que tem como objetivo promover o interesse pela leitura por meio de uma série de encontros literários, intercâmbio cultural e experiências imersivas. Para 2025, o tema dos encontros é “Cultura Popular: Heranças e Tradições do Brasil e do Maranhão”, explorando livros que abordam diversas tradições, mitos, religiosidades e manifestações culturais presentes nas diferentes regiões do país, com destaque para o Maranhão, suas lendas e expressões culturais únicas, reforçando sua importância na identidade e diversidade cultural do Brasil.

O convite alcançou escolas públicas e privadas, o Grupo “BoraVer”, membros da ALCAP e a comunidade local, incluindo crianças, jovens e adultos.

Para o primeiro encontro do ano (30/03), na modalidade presencial e on line, realizado no 2º piso do SINDPROESPEM, às 15h, houve a seguinte coletânea como leitura de referência: “Passeios pela História e Cultura do Maranhão”, do escritor Wilson Marques.

A Biblioteca ALCAP “Professor Taninho” fez ainda as seguintes sugestões e empréstimos de livros: “Literatura em minha casa: quatro mitos brasileiros” – Mônica Stahel; “Um saci no meu quintal: mitos brasileiros” – Mônica Stahel; “A história do boizinho de brinquedo”– Joana Bittencourt; “Literatura em minha casa: bazar do folclore” – Ricardo Azevedo; “Brincando de folclore” – Maurício de Sousa; “Lendas do Maranhão” – Cunha e Silva Filho; “A Lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado” – Josué Montello e muitos outros.

A presidente Jessythannya, juntamente com Edna Jara Abreu responsável pela pasta, recepcionaram e mediaram a discussão dos livros. Os alunos do colégio Alda Ribeiro Corrêa – ARC, grupo BoraVer e alunos do IFMA fizeram a síntese das principais ideias discutidas, bem como a contribuição dos livros para a valorização da cultura e identidade maranhense. No momento cultural houve a contação de história com a professora Maria da Conceição Melo Pinheiro, mais conhecida como Mariinha e a moradora Francisca Abreu, de 71 anos.

As produções elaboradas pós encontro serão publicadas oportunamente em site designado para esse fim. O próximo encontro agendado (18/05) será também recheado de atrações e o livro em destaque para o momento é: “Arte e Devoção”, de Joana Bitencourt, explorando a relação entre arte sagra e expressões culturais no Maranhão.

ANIVERSÁRIO DE PERI-MIRIM

Por Francisco Viegas Paz

Hoje, Peri-Mirim está completando 106 anos de emancipação política. É mais uma data que tem a marca registrada da Lei nº 850 de 31 de março de 1919, assinada pelo então presidente do Estado do Maranhão, Raul da Cunha Machado.

A inauguração do Município de Macapá se deu em 07 de agosto de 1919, com muita festa. Afinal a sua independência era motivo de alegria, propagada pelos estampidos do foguetório e os mais calorosos discursos dos senhores: Urbano Santos, Coronel Brício de Araújo, Raul da Cunha Machado, Coronel Carneiro de Freitas, Carlos Reis, etc.

Macapá teve o nome substituído para Peri-Mirim, por meio do Decreto-Lei 820 de 30 de dezembro de 1943, assinado pelo Governador Paulo Martins de Souza Ramos. E o motivo da substituição do nome de Macapá para Peri-Mirim, está contido nas páginas 25 a 30 do livro Peri-Mirim, Cem Anos de Emancipação deste autor.

A população ficaria muito grata à Administração, se, em cada aniversário fosse inaugurada uma obra para o enaltecimento do Município.

Peri-Mirim, 31 de março de 2025.

ALCAP promoverá eleição de patronos que representarão a ciência, cultura e a história de Peri-Mirim

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) realizará, no dia 21 de abril de 2025, a eleição dos patronos para preenchimento de 11 (onze) cadeiras vagas na instituição. O processo ocorrerá em sessão secreta, garantindo transparência e legitimidade à escolha dos homenageados.

Os patronos serão escolhidos entre pessoas já falecidas, com base em critérios que consideram a relevância histórica, cultural e social de cada personalidade para Peri-Mirim. Para ser indicado, o patrono deve ter tido contribuição significativa para a literatura, ciência, arte, educação, cultura ou desenvolvimento econômico da cidade. A iniciativa visa preservar a memória desses personagens e fortalecer a identidade cultural local.

A lista de nomes aptos à eleição conta com 19 personalidades, entre escritores, políticos, educadores, religiosos, artistas e figuras que marcaram a trajetória da cidade. As biografias dos indicados estão no site da Academia, basta clicar no nome para acessar as respectivas biografias. Os indicados são:

01 Afonso Pereira Lopes
02 Adelar José Álvares Mendes (Dedeco)
03 Carlos Antônio Almeida
04 Carmem Martins (Mamãe Carmem)
05 Fernando Ribamar Lobato Viana
06 Floriano Pereira Mendes
07 Jaime Lima Campos
08 João Batista Pinheiro Martins
09 José de Jesus Pereira Campos (J. Campos)
10 José do Carmo França
11 Luiz Gonzaga Campos (Luiz Bode)
12 Maria de Jesus Castro Martins (Dona Morena)
13 Maria Madalena Nunes Corrêa
14 Nelsolino Silva
15 Manoel Lopes (Nhozinho Lopes)
16 Pe. João Helder
17 Raul Pinheiro Mendes
18 Raimundo Martins Nunes (Sipreto)
19 Zaira Miranda Ferreira

A presidente da ALCAP, Jessythannya Carvalho Santos, reforça a importância do momento, afirmando que:

A eleição dos patronos é uma forma de celebrar aqueles que ajudaram a construir a nossa identidade cultural. Com essa iniciativa, a ALCAP reafirma seu compromisso em valorizar a história e as raízes do povo perimiriense.

A Academia convida toda a comunidade a acompanhar esse importante marco na preservação da memória local.

CARLOS ANTONIO ALMEIDA

Carlos Antonio Almeida, filho de Antonio Nóbrega de Almeida e de Ivonete de Sena Almeida, nasceu na cidade de Mamanguape, Estado da Paraíba, no dia 1º de maio de 1946. Casado com Delzanira Nunes Almeida, perimiriense, tem dois filhos: Marihusha Nunes Almeida, enfermeira e, Charles Antoine Nunes Almeida, advogado e funcionário do INSS.

Iniciou sua carreira no magistério no ano de 1992, no governo de Carmem Martins, lecionando Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do Brasil (OSPB), na Escola Cenecista Agripino Marques, que na época, tinha como diretor Raimundo João Santos, mais conhecido como Taninho. Já no ano seguinte, passou a lecionar Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Nessa época, de 1996 a 2002, era também, Agente Administrativo do Estado do Maranhão, quando, em 2002, teve que pedir exoneração para assumir o cargo de Professor do Estado para o Ensino Médio, a fim de lecionar Língua Portuguesa/Literatura, no Centro de Ensino Artur Teixeira de Carvalho, onde ainda é professor, embora esteja afastado de sala de aula por motivo de saúde.

Graduado em letras pela Universidade do Estado do Maranhão – UEMA, em 2002, com especialização em Orientação Educacional pela Universidade Cândido Mendes – “Lato Senso” Rio de Janeiro/2006, tem, inclusive, outros cursos na área educacional, oferecidos pelo Estado.

Seu interesse pela língua portuguesa vem desde o tempo em que ainda era estudante secundarista (ginásio e científico) hoje, ensino fundamental e médio. Provavelmente, por ter estudado durante cinco anos no seminário franciscano, em João Pessoa/PB e em Lagoa Seca/PB, bem como no Liceu de João Pessoa/PB, onde teve a oportunidade de estudar latim no seminário e encontrar sempre bons professores da língua portuguesa, é bem provável que todo esse contexto tenha contribuído bastante pelo interesse da língua portuguesa.

Ainda, quando na sua juventude, em João Pessoa, tinha o hábito de se encontrar com amigos, aos sábados e domingos, para discutir sobre quem leu tal livro. Era interessante, pois, enquanto nós rapazes discutíamos sobre obras literárias, sentados nos bancos da Praça João Pessoa, as moças passeavam de mãos dadas, como se estivessem desfilando e almejassem encontrar alguém entre nós para namorar.

Portanto, muito antes de ser professor tinha o hábito e o gosto pela leitura de obras literárias, não somente brasileiras, mas também de outras nacionalidades, como as de Morris West, escritor australiano: (As sandálias do pescador, A filha do silêncio, O advogado do diabo), Antoine de Saint-Exupéry, escritor francês: (O pequeno príncipe), Miguel de Cervantes, escritor e dramaturgo espanhol: (Dom Quixote De La Mancha). Já na literatura brasileira admirava as poesias de Gregório de Matos Guerra (A Jesus Cristo Nosso Senhor), de Gonçalves Dias e de Cruz e Souza, que são várias. Nos romances são destaques as obras de Machado de Assis (Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba), Manuel Antonio de Almeida (Memórias de um sargento de milicias), Bernardo Guimarães (A escrava Isaura), Raul Pompéia (O Ateneu), Aluísio Azevedo (O cortiço, O mulato, Casa de Pensão). Na literatura maranhense, Josué Montello (Os tambores de São Luís, Cais da sagração), Ferreira Gullar (Poema sujo), José Sarney (O dono do Mar), entre outros autores e obras.

Além de professor, teve a oportunidade de ser diretor da Escola Municipal Cecília Botão durante quatro anos, no mandato do Senhor DeJesus, depois, por mais quatro anos no mandato de João Felipe, e, atualmente, no governo de Geraldo Amorim, volta a dirigir a mesma escola pela terceira vez, procurando sempre fazer o melhor pela educação dos filhos de Peri-Mirim/MA.

A sua maior alegria é saber que hoje, muitos ex-alunos estão graduados em várias especialidades, tais como, enfermagem, odontologia, pedagogia, letras e sociologia. É muito gratificante quando se encontra com um ex-aluno e recebe aquele abraço carinhoso e ele diz: “professor, hoje estou formado. Ou diz, trabalho em tal empresa”. “Nunca mais esqueci…”, são tantas coisas bonitas que se escuta. Como é bom ser professor!

Nas reuniões que precederam a instalação da ALCAP, declarou que: “Sabemos que fazer parte da fundação da Academia é um orgulho muito grande, mas, acima de tudo, devemos ter consciência que do outro lado há pessoas muito mais inteligentes e mais capazes que nós “acadêmicos”, por isso, a humildade, para nós, deve estar sempre acima de qualquer situação”.

Por estas razões, Carlos foi candidato a ser um dos fundadores da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) porém, por razões de saúde, desistiu antes de ocupar uma das cadeiras. Professor Carlos faleceu em Peri-Mirim no dia 17 de abril de 2023, deixando um legado ímpar na Educação do munícipio, à medida em que dedicou sua vida na formação de jovens e adultos.

JOÃO BATISTA LIMA

Por Ana Creusa e Ana Cléres

João Batista Lima nasceu em 15 de março de 1931, no Bairro de Portinho, no município de Peri-Mirim/MA. Filho de Raimundo Lima e Raimunda França Lima. Afirmou que teve 16 (dezesseis) irmãos e que ainda tem uma irmã viva que mora em Brasília.

Estudou até o 4º ano com a professora Santinha Miranda. Vinha caminhando do Portinho até a sede para estudar. O ensino era na palmatória. A professora batia nas pernas. No dia do “Argumento” ele sentava-se no final da sala para dar bolo nos colegas que erravam a Tabuada ou na leitura.

Vereador na época de Zé Bacaba. Conviveu com Agripino Marques. Conheceu Ignácio de Sá Mendes, que morava na esquina, onde hoje funcionou Centro de Ensino Médio Escolar Artur Carvalho (antigo CEMA).

Lembra que a Igreja de São João Batista do Portinho foi fundada por Secundino Pereira, cujo barco também homenageava o Santo.

João Lima casou-se com Maria Celeste Martins Lima. Tiveram 10 (dez) filhos, todos vivos: Maria do Sacramento Lima; Dulcineia Lima Barros, José Ribamar Lima, João Lima Filho, Jaime Martins Lima, José de Jesus Lima, Assunção de Maria Lima, Doralice Lima Nunes, Jadilson Martins Lima e Maria do Livramento Lima.

Foi vereador por vários mandatos, informou que as reuniões eram marcadas pelo Prefeito e que não existia remuneração para os vereadores. Foi empregado do Estado do Maranhão, vigia do CEMA, nomeado pelo Governador João Castelo.

João Lima foi responsável por várias obras, como a estrada do Portinho. Lembra que o prédio antigo da prefeitura fora construído por Marcionílio, que era do Povoado Santana e morava na Rua do CEMA. Teve conhecimento que Marcionílio era juiz. Lembra que a 1ª professora da Escola São João Batista foi Irani, filha de Luís Escovado, que casou com a filha de Ignácio de Sá Mendes.

Quanto à rivalidade entre as pessoas residentes da sede e os moradores do Portinho, diz que existia essa contenda, mas, que nunca se envolveu, pois, “não era de briga”.

Diz que conheceu José dos Santos, que era conhecido por ser forte, que amassava barro para fazer telhas e tijolos e era amigo de todos e que brincava Bumba Boi, que João Lima também era apreciador. Recorda que existia uma grande competição para ver quem se vestia melhor na festa de São Sebastião.

Disse que o Padre Edmundo ficou muito tempo na paróquia de Peri-Mirim, tem fortes recordações do Casarão das Freiras, as quais trabalhavam na área da Saúde. Também lembrou das parteiras: Rosa, mãe de Severino; Nharinha, mãe de Albertina, irmã de Rita de Osmar, as quais prestaram relevantes serviços à comunidade em uma época que os partos eram feitos de forma rudimentar e na casa da parturiente.

Recorda que a Cooperativa dos Produtores Rurais de Peri-Mirim foi fundada pelo Padre Gerard Gagnon e foi muito importante para os trabalhadores que tinham onde vender seus produtos a preços justos.

Acompanhou vários melhoramentos no município de Peri-Mirim, como a instalação da energia elétrica. Andou de avião teco-teco a partir do Campo de Pouso, com destino a São Luís, levando a sua esposa doente.

João Lima é muito querido em sua comunidade, tem vários afilhados, goza de boa saúde, trabalha no comércio, ainda faz contas e tira prova. É apreciador da cultura popular e mantém viva algumas superstições. Por exemplo, recebeu as entrevistadoras com a camisa do lado do avesso, para não “pegar mal olhado”.

 

OSVALDO ALVES

Por Ana Creusa e Ana Cléres

Osvaldo Alves, conhecido como Brigador, nasceu na sede de Peri-Mirim, em 19 de agosto de 1932. Filho de Mundico Castro e Juliana Maria Lopes Alves. Trabalhava com agricultura e pesca, mas, sua atividade principal era trabalhar com o gado de propriedade de Vadico, irmão de Cotinha de Osmar. Estudou até o 1º ano primário na Casa de Santinha Miranda, a educação era “na palmatória”. Teve que parar de estudar para poder trabalhar e ajudar sua mãe.

Perguntado sobre a sua alcunha de Brigador, Osvaldo falou que morava com sua mãe no local onde depois residiu Sipreto, saía escondido de casa e ia lutar com os amigos no Bairro Campo de Pouso, onde era conhecido como bom de briga.

Casou-se com Nelci, com quem teve 09 (nove) filhos: José Luís Lopes Alves (in memoriam); João Pedro; Osvaldo Alves Filho; Nilton; Francite; Marinete; Lucinete; Carlos Alberto e Josuel.

A casa de Osvaldo e Nelci, localizada na entrada da cidade, era utilizada para abrigar alunos da zona rural, especialmente dos povoados: Poções, Ponta D´Poço, Cametá e Ilha Grande. Os filhos de Zé Santos, Santinho, Dico Nunes e outros, sempre tomavam banho e trocavam roupas para irem à Escola. A criançada eram bem tratada pelo casal.

Perguntado sobre as suas lembranças sobre os prefeitos de Peri-Mirim, Osvaldo respondeu que lembra de Tarquínio de Souza, que morava na Tijuca, tinha engenho, onde um macaco de ferro era utilizado como ferramenta. Muita gente trabalhava nos engenhos do Rio da Prata, Teresópolis e do Engenho Queimado que, segundo Osvaldo, ainda existe.

Também mantém fortes lembranças de Agripino Marques, Ademar Peixoto e Zé Bacaba. Ele destaca que Agripino construiu o Cemitério, a Delegacia, o Colégio Carneiro de Freitas e a Barragem do Defunto (hoje Maria Rita) em regime de mutirão, onde ele participou dos trabalhos como voluntário, assim com Zé Santos e outros. No mutirão ganhavam apenas comida e cachaça. A comida era servida em folha de bananeira. Contou que Agripino indicou a hora exata de fazer a tapagem da barragem. O barro ficou todo acumulado ao lado do canal e foi colocado todo de uma vez, segurando a maresia. Sobre Zé Bacaba, Osvaldo destaca que no seu governo foi instalado o motor de luz elétrica que funcionava somente até as dez horas da noite.

Quanto às tradições, recorda Osvaldo, com saudade, que era brincador de Bumba Boi, que nas apresentações sempre era chamado a participar de lutas como diversão para os presentes, mas para ele era sério, pois, não admitia perder e assim mantinha a sua fama de brigador. Também gostava de brincar Carnaval e do festejo de São Sebastião, cujas roupas eram compradas em São Bento, sempre feitas no capricho pelo alfaiate Antônio Porca e os sapatos, por Antônio de Coió e Chico Putuca. No Festejo de São Sebastião sempre caprichava no paletó.

Conta que era compadre de Jacinto Pinto, padrinho do seu filho Carlos Alberto. Seu compadre foi morto no Povoado Xavi na véspera de ano novo. O corpo passou em sua porta, foi motivo de muita tristeza e comoção.

Osvaldo, com sua memória prodigiosa, falou sobre o carpinteiro Antoninho Lobato, dos marceneiros Jair Amorim e Albino, seus colegas de festas. Afirmou que conheceu Naísa Amorim, que era professora, morava no mesmo local onde posteriormente viveu Paulo Dentista, em frente à casa de Dedeco Mendes. Disse, ainda que conheceu os filhos de João de Deus do Feijoal, especialmente: Manoel Martins, Procório, Benvindo e Isabel Nunes. Conheceu também o Coronel Carneiro de Freitas, que quando vinha a Peri-Mirim, sempre se hospedava na casa de José Gomes, que era irmão de Miguel Gomes que, por sua vez, era marido de Mundica Gomes, mãe de Chiquinho e Borges Gomes.

Recorda com carinho da sua mãe que educava os filhos com rigor, mas não costumava bater. Ele é o 2º filho. Sua mãe os colocava nos trabalhos da roça, tinha muita fartura, fazia farinha na casa de Zé Barreira.

A convite da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), no dia  25/01/2024, Osvaldo Alves participou da Expedição com acadêmicos, professores, alunos e idosos, participou das visitas às obras da Barragem Maria Rita. Osvaldo, visivelmente emocionado, comentava cada momento marcante que o fez voltar ao tempo em que participou da construção da barragem, que àquela época levava o nome de Barragem de Defunto.