Autora Eni Amorim
O sol se despede no horizonte,
bocejando sonolento;
O vento assobia no quintal,
assanhando as palmas das juçareiras;
A lua apareceu lá no céu,
grávida de luz;
Sua luminosidade,
aos poucos vai pintando,
a noite cor de prata;
O caburé cantou seu canto solitário,
na mangueira do quintal;
Mamãe diz que é prenúncio do verão;
Marrecos passam,
com seu grasnado estridente,
rumo aos campos inundáveis;
Um casal de corujas suindara (rasga mortalha),
passam piando seu pio agourento,
para a torre da igreja;
Morcegos catam amêndoas,
na amendoeira e saem,
a semear pelos quintais;
E a lua,
lá do alto do seu esplendor,
desfila entre as nuvens,
conversa com as estrelas,
que brilham ainda mais,
diante de tanta formosura;
Os galos cantam mais cedo;
perdidos com a claridade da noite;
Na madrugada,
a Estrela da Alva,
aparece no céu,
dançando com a noite
e suas silhuetas;
Que aos poucos vão se escondendo,
enquanto o novo dia vai raiando…
Imagem de destaque: Eclipse solar na Boa Vista, Peri-Mirim/MA. Fotografia Ana Creusa.