Por Alda Regina Ribeiro Corrêa
Maria Madalena Nunes Corrêa foi uma educadora dedicada, cuja paixão pelo ensino moldou a vida de inúmeras pessoas na cidade de Peri-Mirim, Maranhão. Mais do que uma professora, foi uma referência para gerações de alunos, inspirando com seu compromisso, simplicidade e amor pelo conhecimento.
Nascida em 8 de maio de 1938, no povoado Miruíras, era filha de Leonílio Antônio Nunes e Maria Raimunda França Nunes. Sua infância foi marcada por desafios, pois perdeu a mãe quando tinha apenas dois anos. Diante das dificuldades, seus avós, que enfrentavam condições de extrema pobreza, confiaram seus cuidados à tia Eunice Oliveira. Posteriormente, passou a viver com outra tia, Ana Oliveira, e, mais tarde, com seu tio Francisco Oliveira, onde permaneceu dos seis aos dez anos.
Aos 11 anos, determinada a ter uma educação, Madalena pediu permissão ao pai para ser alfabetizada. Com a autorização concedida, buscou a professora Cecília Botão, que a matriculou na turma de crianças de sete anos. Seu desempenho escolar sempre foi exemplar: nunca repetiu um ano e manteve excelentes notas. Aos 15 anos, prestou o exame de admissão para o ginásio e, nesse período, recebeu um convite da professora Cecília para auxiliá-la em sala de aula, o que pode ter despertado sua vocação para o ensino.
Durante essa fase da vida, mudou-se para a casa da prima Marita Oliveira e, pouco tempo depois, passou a morar e trabalhar com a tia Clara Oliveira. Juntas, fabricavam bolos de tapioca e os vendiam de porta em porta. A rotina era árdua: começavam a trabalhar às 4h da manhã, às 6h, os bolos já estavam prontos para entrega, e às 7h ela seguia para a escola. No dia 30 de novembro de 1957, Madalena concluiu o ensino primário na Unidade Escolar Carneiro de Freitas.
Aos 17 anos, Madalena convenceu o pai a construir uma casa para que pudessem morar juntos, junto com sua primeira madrasta, Miriam. No entanto, após três anos, o casal se separou. Pouco tempo depois, seu pai iniciou um novo relacionamento com Domingas Pereira França, e, dessa união, nasceram seus cinco irmãos: José Ribamar França, Lucineide França, Diomar de Jesus França, Cleide Domingas França e João Carlos França.
Foi nesse período que Maria Madalena conheceu Valdemar Corrêa, um jovem do povoado Pericumã. Decidiram se casar, mas, ao dar início aos trâmites, Madalena descobriu que não possuía certidão de nascimento. Após resolver essa pendência e obter os documentos necessários, foi oficialmente registrada. Em 20 de janeiro de 1962, casou-se com Valdemar Corrêa.
Nos primeiros anos de casamento, Madalena e Valdemar viveram com o pai e a madrasta de Madalena. Mais tarde, quando conquistaram sua casa própria, decidiram morar perto da família de Madalena, fortalecendo os laços familiares. O casal teve quatro filhos: Jucilei Nunes Corrêa, Lenivalda Nunes Corrêa, Valdemar Corrêa Júnior e Vera Silvia Nunes Corrêa.
Devido às responsabilidades domésticas e à chegada dos filhos, Madalena precisou interromper seus estudos temporariamente. Entretanto, nunca se afastou do ensino. Anos depois, quando sua filha mais velha iniciou o ensino médio, ambas se matricularam na mesma escola e concluíram juntas o magistério, em 29 de maio de 1983.
Sua trajetória profissional teve início oficialmente em 1º de fevereiro de 1966, quando foi nomeada professora das Escolas Reunidas Municipais pelo prefeito José Ribamar Martins França. Em 7 de maio de 1986, recebeu uma nomeação estadual do governador Epitácio Cafeteira e passou a atuar na Unidade Escolar Carneiro de Freitas.
Além disso, lecionou no Colégio Cenecista Agripino Marques, a convite de Raimundo João Santos. Como diretora adjunta, ao lado do professor João Batista Pinheiro Martins, desempenhou um papel essencial na implantação do ensino fundamental maior (5ª a 8ª séries) na Escola Municipal Cecília Botão. Ao lado do primeiro diretor da escola, trabalhou incansavelmente para transformar o projeto em realidade, garantindo uma educação de qualidade para a comunidade local e durante mais de 25 anos, dedicou-se ao ensino com compromisso e amor.
Maria Madalena Nunes Corrêa deixou um legado inestimável na cidade de Peri Mirim. Como professora, marcou gerações, transmitindo não apenas conhecimento, mas também valores de dedicação e carinho para seus alunos. Sua jornada foi interrompida em 13 de junho de 1991, mas suas lições seguem vivas na memória de seus alunos, amigos e colegas de trabalho. Seu impacto na educação permanece na Escola Municipal Cecília Botão e na história de Peri Mirim, inspirando novas gerações a valorizar o conhecimento e a transformação que a educação pode proporcionar.