Memórias de uma cidade

Por Eni Amorim

No início era só uma floresta,
Íngreme,
Cercada entre belos morros,
E Verdes Campos,
Cheia de animais e aves exóticas,
Muitos bacabais,
Babaçuais, jussarais,
Buritizais, entre tantas outras plantas nativas.
Campos inundáveis brotavam,
Cortando sua extensão,
Embelezando a paisagem,
Com sua diversidade de fauna e de Flora.
Certo dia,
Um Caminhante Errante,
Passou por aquele lugar,
E se apaixonou.
Fez um roçado,
E dentro dele,
Construiu uma cabana
Para se proteger do sol e da chuva.
Avaliou o local,
Havia caça em abundância,
O local era farto de fruteiras,
A terra era propícia para o cultivo,
E a criação de animais domésticos.
Havia sol, ar respirável,
Rios de águas perenes,
Cantos de pássaros…
Perfeito!
Achou que seria um bom lugar,
Para fixar residência.
Voltou para sua casa,
Conversou com a esposa, filhos e vizinhos,
Sobre a novidade do local encontrado.
E assim, a esse desbravador,
Se juntaram outros e voltaram ao local.
Avaliaram e,
Embevecidos,
Pelo que encontraram,
Resolveram ali fixar residência…
Foram buscar suas famílias,
Fizeram uma Choupana,
Que mais tarde virou uma casa.
Com o sucesso,
Dos primeiros moradores ao novo local,
Outros vieram e fizeram suas modestas casinhas,
Construíram logo uma capela,
Onde se reuniam para rezar.
Nasceu a devoção a São Sebastião Guerreiro,
Protetor da fome, da peste e das guerras.
Uma Quitanda,
Para suprir as necessidades dos moradores,
Nasceu uma rua aqui, outra ali,
Formando uma vila.
Elegeram um líder comunitário,
O qual seria responsável pela organização comunitária.
Plantavam, pescavam, caçavam, criavam,
Faziam festas,
E foram organizado seus espaços.
Havia solidariedade,
E todos se ajudavam em trabalhos de mutirões,
Como não podia deixar de ser,
No local também tinha lendas e Magias,
Haviam os currupiras que protegiam a Vila,
Dos cumes dos seus outeiros,
As mães d’água que protegiam as águas,
E as Curacanga que assombravam os vaqueiros e pescadores,
Na beirada dos Verdes Campos,
E tantas outras…
E assim,
Nesse exuberante Rincão da Baixada Maranhense,
Entre morros e belos Campos,
Sobre a égide do milagreiro e guerreiro São Sebastião,
Surgiu e cresceu uma comunidade amiga,
Esbanjadora de hospitalidade,
A vila de Macapá.

E a vila vai crescendo…
Nasce uma fazenda,
Duas fazendas.
Um engenho de cana de açúcar,
Dois engenhos…
Uma escola,
Um posto de saúde,
Uma pracinha,
Um cemitério,
Uma delegacia,
As primeiras farmácias,
Agência do Correios,
E a vila de Macapá se torna Peri-Mirim.
Que para alguns de seus filhos apaixonados é chamada “Rainha da Baixada”,
Para outros carinhosamente,
“Paris-Mirim”…

Parabéns Peri-Mirim pelo seu Centenário 👏👏👏

Publicada em 31/03/2019

Fotos da Igreja antiga de São Sebastião e da Igreja atual.

 

4 Replies to “Memórias de uma cidade”

  1. Obrigada por acessar o nosso Jornal Eletrônico “O Resgate: de Peri-Mirim para o mundo”. Ajude-nos a divulgar a nossa Academia e seus projetos, para auxiliar no desenvolvimento educacional de humano da nossa cidade.

  2. Parabéns!!
    A nossa Peri-Mirim cheia de seus encantos e magias, hospitaleira, paz e amor. O resgate, através da ALCAP, sobre nossa terra é importantíssima para uma reflexão histórica desse povo tão brilhante e acolhedor. Mais uma vez parabéns aos responsáveis pelo belíssimo trabalho.

    1. Kelisson Melo,

      Obrigado por prestigiar o nosso Jornal Eletrônio “O Resgate”. Os seus comentários estimulam a nossa equipe a continuar na jornada de bem informar e agregar as pessoas da nossa terra.

      A Diretoria da ALCAP

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