A cidade de Peri-Mirim é o berço de grandes artistas, fabricantes, fornecedores de serviços e produtos. Procório José Lopes nasceu em 07/09/1945, no povoado Feijoal. Ilustre padeiro e comerciante perimiriense. Filho de Manoel Lopes e Maria José Martins Lopes, teve 11 irmãos e todos eles, desde crianças, ajudavam no comércio dos pais embrulhando temperos naturais.
Sempre teve visão de empreendedor. Com seus 18 anos estabeleceu seu próprio comércio na zona rural do município e até pequena fábrica de cigarros já teve. Com trinta anos, casou-se e veio morar no centro da cidade, firmou sociedade com o saudoso Deosdete Gamita Campos em um comércio, depois de um tempo, resolveu findar a sociedade e colocar uma padaria para si.
Hoje, há quase cinquenta anos de padaria, fornece diversos produtos alimentícios, como: bolinha de coco, roscas, bolacha fogosa, pães e outros mais. Lembra-se que a comercialização da bolacha fogosa iniciou com Gregório Panta, depois passou para Rui Barros e por último, o ajudante do Rui, Seu Ademar.
Procório, como é conhecido por todos, aprovou a produção da bolacha por Seu Ademar, do povoado Tucunzal, que o auxiliava na produção e apresentou a ele a receita na sua pequena padaria. Hoje, há mais de quatro décadas, a mesma receita é reproduzida por seus três padeiros. Vende cerca de 5.000 unidades de bolacha, sendo 200 pacotes (25unid. Cada) por mês, onde tira ótimos lucros.
A bolacha fogosa é muito procurada, principalmente no período do inverno, pois com a dificuldade das famílias residentes de povoados locomoverem-se por conta das estradas, é uma ótima forma de saciar a fome das crianças e adultos. Procório tem uma prazerosa tarefa de fornecer a sua bolacha fogosa crocante e fofinha, em diversos comércios de povoados da cidade de Peri-Mirim, Pinheiro, Alcântara, Bequimão, Cujupe, Palmeirândia, São Bento e até São Luis.
Em vários lugares do Brasil, a bolacha fogosa recebe nomes diferentes, como: “bolacha fofa”, “bolacha mata-fome”, “bolacha de água” e “bolacha de pobre”. Presume-se que a receita perpassou longas gerações, com uma composição pouco modificada com o tempo, onde entra o açúcar, farinha de trigo, manteiga e amoníaco. Com validade de até dois meses, ela é ótima com um cafezinho para iniciar o dia e/ou finalizar a tarde.
A bolacha fogosa traz um sabor nostálgico de infância, onde os pais não deixavam faltar em casa, lembra o convívio familiar e os tempos difíceis. Ela é símbolo de resistência de um povo maltratado pela fome e hoje continua em nossas mesas como um patrimônio da nossa cidade, celebrando a família e memorando os bons momentos com as pessoas que amamos.