Guerra de Cera: noites de Finados em Peri Mirim

Guerra de Cera: Noite de Finados em Peri Mirim

Por Diêgo Nunes Boaes

As noites no cemitério sempre meteram medo em muita gente. Mas pra nós de Peri Mirim, era o contrário: quanto mais escuro, mais viva parecia a aventura. A gente esperava o Dia de Finados com ansiedade de festa. De manhã, o povo ia cedo, acender vela pros seus, fazer promessa, rezar baixinho entre as cruzes. E nós, respeitosos mas inquietos, ficávamos por ali, olhando o lume tremendo das velas, esperando o momento em que o silêncio tomava conta.

Quando a noite caía e o vento soprava entre as covas, a brincadeira começava. Desmanchávamos as velas nas mãos, a cera quente se misturando com o riso, e fazíamos bolinhas. E então, sem aviso, o cemitério se transformava num campo de guerra, não de dor, mas de alegria. Era bola pra cá, bola pra lá, gritos, correria, risada solta. Até as velas mais teimosas, duras de derreter, viravam munição.

E lá íamos nós, iluminados pela lua e pelas chamas trêmulas, fazendo do descanso dos mortos um cenário de vida. O medo? Esse nunca apareceu. O que havia era coragem, era infância, era vontade de ver a noite passar leve. Entre uma risada e outra, parecia que até as almas se juntavam à festa, brincando conosco, soprando o vento que apagava as velas e reacendia a memória. Assim eram as nossas noites de Finados: cheias de cera, de riso e de lembrança boa.

A gente esperava o dia chegar não só pra acender vela pros entes queridos, mas pra reacender também o fogo da juventude. Porque, no fundo, aquelas guerras de cera eram mais que travessura, eram um jeito bonito de dizer que a vida continua, e que até entre os túmulos há espaço pra gargalhar com os vivos.

Paim: a voz que ecoa o tambor da Baixada

Por Diêgo Nunes Boaes

No coração do povoado Aurá, em Peri Mirim (MA), nasceu em 05 de julho de 1976 um menino pequeno, de choro forte e destino traçado pela música.
Edielson Lima Almeida, filho de Antônio França Almeida, o conhecido Deco de Guilherme, cantador de boi, e de Valdeci Lima Almeida, veio ao mundo em um lar de simplicidade e afeto, embalado pelas toadas que marcavam as noites de festa do interior.
Foi o pai quem lhe deu o apelido de “Paim”, carinhoso e certeiro, inspirado pelo tamanho miúdo do filho, mas ninguém imaginava que aquele pequeno se tornaria uma das grandes vozes da cultura da Baixada Maranhense.

Entre brincadeiras e sons de matraca, Paim cresceu ouvindo os cantadores e admirando a força dos grupos de bumba-meu-boi que cruzavam as estradas de terra.
Em 1990, movido pela inspiração do mestre João Bertoldo, deu os primeiros passos na cantoria.
Desde então, sua voz passou a ecoar pelos arraiais, firme e ritmada, levando emoção e resistência.
O amor pela tradição o acompanha até hoje é dele a certeza de que o bumba-meu-boi não é apenas festa, mas identidade, história e pertencimento.

No carnaval, outra paixão o atravessou: a alegria do samba.
Foi Butilho quem o inspirou a cantar nas festas momescas, tornando-se presença marcante nas atrações da cidade.
Autodidata, Paim nunca precisou de orientação formal: as toadas nasciam de dentro, da intuição, do ritmo que corria nas veias. Ele mesmo criava, rimava e corrigia, movido apenas pela força do dom que carrega.

Ao longo da trajetória, contou com o apoio de Santiago, amigo fiel e companheiro de cantorias.
Apesar das dificuldades, Paim nunca desistiu dos estudos. Concluiu o Ensino Fundamental e hoje continua aprendendo no EJA do Ensino Médio, conciliando a vida escolar com o trabalho de pedreiro, ofício que também faz parte de sua luta cotidiana.

Em 2001, foi um dos fundadores da Escola de Samba do Campo de Pouso, sob a direção de Ivaldo Lima, reafirmando seu compromisso com a arte popular e com o brilho das manifestações da comunidade.

Hoje, Edielson Lima Almeida, o Paim, é reconhecido como um homem de fibra e paixão pela cultura.
Suas toadas cruzaram fronteiras, levando o nome de Peri Mirim e da Baixada Maranhense para outras cidades e palcos.
Canta com o coração, mantendo viva a tradição herdada do pai e reinventando o boi a cada verso que nasce de sua voz.

Paim é mais que um cantador.
É a memória viva de um povo, o som do tambor que não se cala, a poesia que resiste porque enquanto houver canto, haverá cultura, e enquanto houver Paim, haverá sempre um boi dançando no terreiro da saudade.

França: o canto que floresceu na Baixada

Por Diêgo Nunes Boaes

No dia 25 de agosto de 1966, em São Luís do Maranhão, nasceu Luís de França Melo Nascimento, filho de Izídio Pereira Nascimento e Maria Zenaide dos Santos Melo.
Desde cedo, a música corria em suas veias — herança viva de uma família de artistas e cantadores. O menino Luís, que mais tarde seria conhecido simplesmente como França, cresceu cercado por sons, versos e melodias que o moldaram como homem e como artista.

Aos 16 anos de idade, começou a criar suas primeiras cantigas e toadas, inspirado pelo pai e pela atmosfera musical que envolvia o lar. Era o início de uma trajetória marcada por ritmo, poesia e amor à cultura popular.
Casado com Maria do Livramento Lima Nascimento, França construiu uma família sólida e afetuosa. É pai de Luís Henrique Lima Nascimento e Lilian Lima Nascimento, além de Ricardo e outro filho, e já celebra com orgulho a alegria de ser avô de quatro netos.

Há duas décadas, França chegou a Peri Mirim, trazido pelo amor foi por meio da esposa que se enraizou na cidade. Logo depois, seus pais e irmãos também se estabeleceram no município, fortalecendo os laços familiares e culturais que hoje o tornam parte inseparável da comunidade.

Com carisma e talento, França tornou-se uma das vozes mais influentes da cultura perimiriense. Participativo e entusiasmado, ajudou a animar o Carnaval e o São João, levando alegria e tradição por onde passava.
Ao lado de Doxo, a inesquecível “princesinha dos anos dourados”, encantava o público nas quadrilhas juninas e nas apresentações do bumba-meu-boi Brilho da Baixada, grupo que marcou época e fez história nas festas da região.

Mais que um cantor, França é um guardião das memórias festivas de Peri Mirim.
Seu nome está gravado nas canções, nos tambores e nos sorrisos de quem vive a cultura com o coração.
Homem simples, de voz firme e espírito alegre, França representa a essência da tradição popular maranhense, aquela que nasce do povo, resiste ao tempo e floresce em cada verso que celebra a vida, o amor e o orgulho de ser da Baixada.

Zé de Floriano: o compasso da vida em ritmo de música

 

Por Diêgo Nunes Boaes

No Sítio Boa Vista, no povoado São Lourenço, município de Peri Mirim (MA), nasceu em 22 de julho de 1952 aquele que viria a marcar a história da música perimiriense: José Gutemberg Mendes.
Filho de Floriano Pereira Mendes e Josefa Leite Gutemberg Mendes, cresceu rodeado por sons, melodias e afeto, ingredientes que moldariam sua alma de artista.
Casado há 41 anos em união estável com Nauriene Alves Garcia, Zé de Floriano reside no centro de Peri Mirim. Juntos, construíram uma bela família, com quatro filhos: Nádya Alves Mendes, José Alves Mendes, Alchimena Garcia Mendes e Nyll Armstrong Alves Mendes.
Do primeiro casamento, José é pai de Rosa Amélia, Paulo Roberto, Reinaldo e José Neto, e celebra com orgulho a bênção de ver sua descendência crescer entre canções e memórias.
Desde cedo, José viveu uma infância marcada por experiências singulares.
Morava em Peri Mirim, mas estudava em São Luís. O trajeto, que para muitos seria impossível, para ele era parte de uma rotina encantadora: seu avô paterno, José Álvares Mendes, proprietário da companhia Táxi Aéreo Aliança, conduzia os netos de avião todas as manhãs para a capital e os trazia de volta à tarde. O pequeno Zé cresceu, assim, entre o céu e a terra, entre as nuvens e as notas musicais que um dia embalariam sua vida.
A paixão pela música nasceu dentro de casa. Seu pai, Floriano, era um amante do violão e costumava cantar nas tardes tranquilas, inspirando o filho com cada acorde.
Ao perceber o talento e o interesse de José, presenteou-o com uma bateria e foi ali que tudo começou.
Autodidata, o menino passou a praticar ao som do rádio, reproduzindo com precisão as batidas e ritmos que ouvia. Sua sensibilidade musical era tamanha que, em pouco tempo, já tocava com a desenvoltura de um profissional.
A primeira apresentação pública veio cedo: aos 13 anos de idade, quando o baterista de uma festa de 15 anos não pôde comparecer. Convidado às pressas, José aceitou o desafio e transformou a noite em espetáculo. O menino prodígio roubou a cena e mostrou que havia nascido para a música.
Aos 14 anos, mudou-se para São Luís, onde se profissionalizou. Ingressou na Escola de Música de São Luís, obteve a carteira de músico profissional e integrou diversos conjuntos musicais de destaque, como Delíderes, Fantoche, Os Invencíveis, Os Incas, Curti Som, entre outros.
Seu talento foi amplamente reconhecido: Zé de Floriano foi o primeiro baterista maranhense a tocar com dois bombos e recebeu o título de melhor baterista do Maranhão por dois anos consecutivos.
Com o grupo Delíderes, protagonizou um feito histórico, foi um dos primeiros músicos a introduzir o reggae no Maranhão, executando canções do jamaicano Ernest Fisher (corrigindo o nome original citado como “Jinist Fisher”).
Além da música, herdou do avô o fascínio pela aviação. Iniciou-se na mecânica aeronáutica e chegou a pilotar aviões teco-teco, com habilitação de piloto privado. Entretanto, o coração falou mais alto, e ele voltou a se dedicar integralmente à música sua verdadeira vocação.
Há 34 anos, retornou definitivamente a Peri Mirim, ao lado de sua companheira Nauriene, e desde então mantém viva a arte que o acompanha desde a juventude.
Apaixonado por diversos estilos: romântico, sertanejo, reggae roots, samba e pagode. Zé de Floriano é mais que um músico: é um educador musical dentro de casa, tendo transmitido aos filhos o amor e o respeito pela arte sonora.
Hoje, o menino que um dia voava de Peri Mirim a São Luís para estudar é lembrado como um ícone da música maranhense, um artista que uniu talento, disciplina e paixão.
José Gutemberg Mendes, o eterno Zé de Floriano, é o som que nunca se apaga, o ritmo que pulsa no coração de quem acredita que a vida, como a música, só faz sentido quando é sentida e compartilhada.

PRESIDENTE VARGAS

Getúlio Vargas (1882-1954) foi presidente do Brasil durante 19 anos. Foi o primeiro ditador do país, e mais tarde presidente eleito pelo voto popular. Permaneceu no poder entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, ano em que se suicidou.

A “Era Vargas” foi marcada pelo regime ditatorial do Estado Novo e ao mesmo tempo, pela criação de importantes leis trabalhistas, entre eles, o salário mínimo, a carteira de trabalho e as férias anuais remuneradas. Foi popularmente chamado de “pai dos pobres”.

Horas antes de seu suicídio, em 24 agosto de 1954, Getúlio redigiu uma carta aos brasileiros, quando escreveu: “Serenamente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”.
Getúlio Dornelles Vargas nasceu na cidade de São Borja, Rio Grande do Sul, no dia 19 de abril de 1883. Foi criado em uma família de tradição na política local, era filho de Cândida Dornelas Vargas e de Manoel do Nascimento Vargas, chefe castilhista, e proprietário de fazenda de gado.

Getúlio iniciou seus estudos em sua cidade natal, mas depois foi levado para estudar em Ouro Preto, Minas Gerais. Em 1898 ingressou no 6º. Batalhão de Infantaria de São Borja e um ano depois foi promovido a sargento. Em 1900 entrou para a Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo. Em seguida ingressou no 25.º Batalhão de Infantaria de Porto Alegre.

Em 1904, Getúlio Vargas ingressou na Faculdade de Direito, em Porto Alegre. Ajudou a fundar o “Bloco Acadêmico Castilhista”, que propagava as ideias de Júlio de Castilho, graduando-se em 1907. Em seguida, foi nomeado para o cargo de segundo promotor público no tribunal de Porto Alegre, mas logo voltou para São Borja, onde passou a advogar.

Em 1909, Getúlio Vargas foi eleito deputado estadual, sendo reeleito em 1913. Rompeu com o governador Borges de Medeiros, renunciou ao cargo e retornou para São Borja. Em 1917 reconciliou-se com o governador e elegeu-se novamente deputado estadual, tornando-se líder da maioria. Cinco anos depois, elegeu-se deputado federal e líder da bancada gaúcha na Câmara.

Em 1926 foi nomeado Ministro da Fazenda pelo presidente Washington Luís. No entanto, em 1927 deixou o cargo para se candidatar ao governo do Estado do Rio Grande do Sul pelo Partido Republicano. Vencedor do pleito, Vargas tomou posse em 1928 e formou um governo de coalizão com todas as forças políticas do Estado.
Em 1929, Getúlio concorreu à presidência com apoio da Aliança Liberal (AL), que reunia diversos partidos de oposição a Washington Luís. O paraibano João Pessoa, era o candidato a vice-presidente. No entanto, as urnas deram a vitória a Júlio Prestes, que tinha o suporte da oligarquia paulista e do presidente.

Inconformados com o resultado nacional da eleição, os partidários da (AL) revoltaram-se, alegando que houve fraude nas apurações. No dia 26 de julho de 1930, no Recife, João Pessoa foi assassinado. O crime foi atribuído ao governo federal, o que precipitou a luta armada em Minas, Rio Grande do Sul e boa parte do Nordeste.
O Governo Provisório de Getúlio Vargas não foi um período pacífico. Em 1932 um movimento liderado pela oposição paulista desencadeou a “Revolução Constitucionalista”, que, entre outros objetivos, reivindicava a realização de eleições presidenciais.
Com a posse de Getúlio iniciou-se um período de permanente crise política e institucional marcado por conflitos entre as forças tradicionais, representadas pelo Congresso, e o poder executivo. Nesse período Getúlio criou a previdência social e os institutos de aposentadoria e pensão.

Em 1935 houve uma tentativa de golpe por parte dos comunistas, a chamada “Intentona Comunista”, liderada por Luís Carlos Prestes, mas foi esmagada e posta na ilegalidade por Vargas. A Intentona resultou em prisões em massa, bem como a tortura e morte de muitos participantes da revolta.

Depois de três anos de conturbado mandato, o cenário se agravou com a pressão exercida por movimentos de conteúdo ideológico, como a “Ação Integralista Brasileira”, de orientação fascista, e a “Aliança Nacional Libertadora”, de caráter esquerdista.
Logo depois do golpe, Getúlio começou a estabelecer as bases do novo regime, que se tornou conhecido como “Estado Novo”. Em 3 de dezembro, foram dissolvidos todos os partidos políticos, e qualquer manifestação contrária ao governo foi reprimida. A ditadura de Vargas se tornou uma realidade.

No final de 1939, Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que tinha como função a censura e o “culto à sua personalidade”. Com o Plano Cohen – documento que simulava uma revolução comunista, começou uma perseguição violenta contra sindicatos e potenciais candidatos da oposição.

Getúlio Vargas adotou medidas econômicas nacionalistas, como a criação do Conselho Nacional do Petróleo e da Companhia Siderúrgica Nacional. Iniciou a construção do complexo siderúrgico de Volta Redonda e instalou o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Reforçou as medidas em benefício do trabalhador criando o salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Foi em 1939 que a Alemanha iniciou uma ofensiva contra diversos países dando início aos conflitos que desencadearam na Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil só entraria de fato quase três anos depois.

Com um estilo autoritário, Vargas era mais próximo ao fascismo dos países do Eixo do que da veia democrática dos países Aliados. A Alemanha já havia dado uma bela ajuda à política de Vargas na caça aos comunistas, mas era preciso manter as relações com os Estados Unidos com o objetivo de obter apoio financeiro para projetos ambiciosos e caros como a modernização das forças armadas, especialmente da Marinha.

No dia 15 de agosto de 1942, o vapor Beapendi, com 306 pessoas a bordo e mais os tripulantes, foi torpedeado pelo submarino alemão U-507 na costa de Sergipe matando 270 passageiros e 55 membros da tripulação, foi apenas o primeiro, pois em menos de uma semana outras seis embarcações comerciais brasileiras foram afundadas pelos nazistas.

A população reagiu com passeatas por todo o país exigindo uma reação contra os ataques, porém Vargas só declarou guerra contra o Eixo em 22 de agosto de 1942.
Entretanto, a participação do Brasil no conflito manteve-se mais no campo estratégico, até 1944, quando mais de 25 mil militares da Força Expedicionária Brasileira desembarcaram na Itália para se juntarem às forças norte-americanas e retomarem as regiões do norte do país.

Passado o conflito, o Brasil conseguiu parte do financiamento que desejava, mas pressões internas e externas pela democratização do país enfraqueceu Getúlio Vargas. O presidente iniciou a organização das eleições, mas no dia 29 de outubro de 1945 foi deposto, sem luta, pelos militares. Era o fim do Estado Novo.

Em seu lugar assumiu provisoriamente o presidente do Supremo, José Linhares, até que as urnas deram a vitória ao general Eurico Gaspar Dutra.
Em 1946 Getúlio Vargas foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul. Cinco anos após ser derrubado do poder, foi eleito com 48,7% para presidente do Brasil, nas eleições de 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro. Sua volta ao poder significou a retomada da política populista.

Os sindicatos recuperaram sua autonomia. A industrialização foi favorecida por uma política protecionista que dificultava as importações de bens de consumo. Foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, em 1951. Em 1953 foi criada a Petrobras, instituindo o monopólio estatal na exploração e refino de petróleo no Brasil.

Vargas deu continuidade à sua política de procurar apoio nas massas trabalhadoras. A nomeação de João Goulart para o Ministério do Trabalho causou desconfiança nos círculos militares, políticos e empresariais. Em 1954, o ministro decretou aumento de 100% da salário mínimo, o que assustou alguns setores da sociedade comprometidos com o capital estrangeiro.

O governo entrou em choque com os Estados Unidos, ao recusar-se a mandar tropas para lutar na Coreia contra o governo comunista daquele país. Em represália, o governo americano rompeu o acordo sobre empréstimos ao Brasil e procurou desestabilizar os preços do café no mercado internacional.
Apesar do apoio das classes populares, uma campanha contra Getúlio ganhou força diante das dificuldades econômicas que o governo enfrentava, e também com as denúncias de corrução na administração federal.

Vargas foi acusado de pretender instalar no Brasil uma república sindicalista igual a que Juan Domingo Perón havia instalado na Argentina. A situação se agravou com o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, dono do jornal Tribuna da Imprensa e inimigo de Vargas, no dia 5 de agosto de 1954. O atentado ficou conhecido como o “Crime da Rua Toneleros”. As investigações descobriram que a guarda pessoal do presidente estava envolvida.

No dia 23 de agosto de 1954, depois de muita pressão, Getúlio recebeu um ultimato do ministro da guerra exigindo seu afastamento. Isolado politicamente, Getúlio redigiu uma carta testamento de natureza fundamentalmente política, e se suicidou com um tiro no coração. Dizia um trecho da carta: “Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte”.

Getúlio Varga se suicidou no Rio de Janeiro, dentro do Palácio do Catete, no dia 24 de agosto de 1954. Getúlio Vargas foi casado com Darci Vargas, filha de tradicional família de São Borja, com quem teve cinco filhos: Alzira, Manuel Sarmento, Lutero, Jandira e Getúlio Vargas Filho.

Rio Branco

Barão do Rio Branco (1845-1912) foi diplomata, advogado, historiador e político brasileiro. Foi Ministro das Relações Exteriores durante o governo de quatro presidentes. Foi o segundo ocupante da Cadeira nº. 34 da Academia Brasileira de Letras.
Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior) nasceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1845. Era filho de José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, e de Dona Teresa. Em 1855 ingressou no Colégio Pedro II. Suas melhores notas foram sempre em História e Literatura. Em 1862 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1866 foi para o Recife onde terminou o curso de Direito e trabalhou em pesquisas históricas.
Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior) nasceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1845. Era filho de José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, e de Dona Teresa. Em 1855 ingressou no Colégio Pedro II. Suas melhores notas foram sempre em História e Literatura. Em 1862 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1866 foi para o Recife onde terminou o curso de Direito e trabalhou em pesquisas históricas.
Em 1876, depois de várias tentativas, finalmente José Maria foi nomeado cônsul geral do Brasil em Liverpool e iniciou sua carreira diplomática. Passava os finais de semana em Paris, onde estavam sua mulher, a atriz belga Marie Stevens e seus cinco filhos. Acabou morando em Paris durante 25 anos.
Em 1884, passou a integrar o conselho privado do Imperador, de quem recebeu, em 1888, o título de Barão do Rio Branco. Logo depois da Proclamação da República do Brasil, ele substituiu o conselheiro Antônio Prado na superintendência da emigração para o Brasil, cargo que exerceu até 1893. No dia 1 de outubro de 1898, o Barão do Rio Branco foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo o segundo ocupante da Cadeira nº. 34.
O Barão do Rio Branco empreendeu diversas negociações com outros países cujas fronteiras com o Brasil suscitavam de soluções. Os tratados que assinou com a Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Uruguai, Argentina e Guiana Holandesa definiram os contornos do território brasileiro.
Em 1902, o Barão do Rio Branco foi convidado pelo presidente Rodrigues Alves, para assumir a pasta de Relações Exteriores. Logo no início, se defrontou com a questão do Acre. Em 1903, negociou com a Bolívia a assinatura do Tratado de Petrópolis, que incorporou o Acre ao Brasil. Para Homenageá-lo, a capital do estado recebeu o seu nome (Rio Branco). O Barão do Rio Branco permaneceu nessa função durante o mandato de 4 presidentes: Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca.

O Barão do Rio Branco, sofrendo de problemas renais, faleceu no dia 10 de fevereiro de 1912, na cidade do Rio de Janeiro.

Obras do Barão do Rio Branco:
1. Episódios da Guerra do Prata
2. Memórias Brasileiras
3. A História Militar do Brasil
4. Efemérides Brasileiras

Duque de Caxias

(Luís Alves de Lima e Silva) (1803-1880) foi um militar brasileiro. É o Patrono do Exército. Foi um dos maiores vultos da nossa história.
Caxias foi chamado de “O Pacificador.” Em sua homenagem, o dia 25 de agosto, dia de seu nascimento, é comemorado o “Dia do Soldado”.
Luís Alves de Lima e Silva nasceu na fazenda São Paulo, no Taquaraçu, próximo da Vila Estrela, hoje “município de Duque de Caxias”, Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto de 1803. Filho de Francisco de Lima e Silva e de Cândida de Oliveira Belo, cresceu em meio a uma família de militares.
Seu avô, José Joaquim de Lima e Silva, um militar português, imigrou para o Brasil em 1767, e se instalou no Rio de Janeiro, então capital do país. Seu pai foi brigadeiro do Exército Imperial e membro da Regência-Trina durante a menoridade de Dom Pedro II.
No dia 22 de novembro de 1808, o 1.º Regimento de Infantaria de Linha, comandado por seu avô, recebia o novo soldado, com com cinco anos, apenas para homenagear seu avô, então Ministro da Guerra. Entre 1809 e 1817, Luís Alves estudou no Seminário São Joaquim (hoje Colégio Pedro II).
Em 1818, Luís Alves ingressou na Academia Real Militar, criada por Dom João VI em 1844, onde permaneceu até 1821. Galgou os postos de cadete, alferes e tenente. Quando concluiu o curso, foi incorporado ao 1.º Batalhão de Fuzileiros.
Em 1822, o Brasil tornou-se independente e Luís Alves ingressou no “Batalhão do Imperador” comandado por seu tio José Joaquim de Lima e Silva.
Em 1823, participou da luta no combate aos soldados portugueses na Bahia, que relutavam a aceitar a Independência do país. Com a vitória do Batalhão, Luís Alves foi promovido a Capitão e, com 21 anos, recebeu a “Imperial Ordem do Cruzeiro” das mãos de Dom Pedro I.
Em 1825, Luís Alves foi chamado para manter a unidade nacional, desta vez, na “Campanha da Cisplatina” – conflito ocorrido entre o Brasil Império e as Províncias Unidas do Rio da Prata, pela posse da “Província Cisplatina”, no atual território do Uruguai. Três vezes foi citado por bravura. Ganhou as insígnias de Major e as comendas da Ordem de São Bento de Ávis e da Rosa.
Em 1831, após a abdicação de D. Pedro I, Luís Alves foi um dos poucos que permaneceu ao lado do monarca. Foi chamado pelo Ministro da Justiça, Diogo Antônio Feijó (Padre Feijó), para organizar o “Batalhão Sagrado”, para manter a ordem no Rio de Janeiro e evitar a anarquia.
Nesse mesmo ano, organizou a “Guarda Municipal”, que depois foi transformada em “Guarda Municipal Permanente”, que em 1832 lutou contra a tentativa de derrubar a Regência-Trina durante a menoridade de Dom Pedro II.
No dia 2 de fevereiro de 1833, Duque de Caxias casou-se com Ana Luísa do Loreto Carneiro Vianna, de apenas 16 anos, neta da Baronesa de São Salvador de Campos. Em dezembro do mesmo ano, nasceu Luísa de Loreto. Em 24 de junho de 1836, nasceu sua segunda filha, Ana de Loreto. O filho Luís Alves Júnior faleceu na adolescência.
Em 1837, com 34 anos, Luís Alves foi promovido a Tenente-Coronel, em seguida, deixou o comando da Guarda Permanente. Em 1839 foi nomeado “comandante-geral das forças militares do Maranhão” e “presidente da Província”. Sua missão: sufocar a revolta dos que se opunham ao governo provincial e ocupavam a cidade de Caxias.
Conhecido como “Balaiada”, o movimento popular foi uma luta contra a fome, a intolerância da elite e o abuso das autoridades. A campanha de Luís Alves de Lima e Silva saiu vitoriosa. Em 1841, ao voltar ao Rio de Janeiro, Luís Alves foi promovido a General-Brigadeiro e recebeu seu primeiro título de nobreza, “Barão de Caxias”, uma referência à cidade que conseguiu pacificar.
Em 1842, o Barão de Caxias foi nomeado “Comandante das Armas da Corte”, cargo já ocupado por seu pai. Nessa época, eclodiu a revolução liberal em São Paulo e Minas Gerais, que Caxias reprimiu com facilidade e, entrou em Sorocaba, onde enfrentou seu antigo chefe, o Padre Feijó.
Em Minas Gerais, destacou-se no “combate de Santa Luzia”, decisivo para a vitória. Ao voltar, reassumiu o comando das armas, como o “Pacificador”.
Após pacificar três províncias, faltava só o Rio Grande do Sul onde a “Guerra dos Farrapos” entrava no seu sétimo ano. Foi nomeado “presidente da província do Rio Grande do Sul” e “Comandante das Armas”. Reorganizou as forças imperiais e depois de dois anos saiu vitorioso.
Com a vitória, na Guerra dos Farrapos, Caxias foi agraciado com o título de “Conde”, em 2 de abril de 1845 e, escolhido para o “Senado”, por Dom Pedro II, mandato que exerceu junto com seu pai.
Em 1855 foi nomeado para a “Pasta da Guerra”. Em 1862 foi nomeado para “Presidente do Conselho”. Nesse mesmo ano, foi promovido a “Marechal Graduado do Exército”. Caxias combateu em vários conflitos de fronteira no Sul do Brasil e voltou vitorioso ao Rio de Janeiro, quando, recebeu o título de “Marquês”.
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, na bacia do rio da Prata, que envolveu Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.
O Paraguai era o país que havia alcançado um certo progresso econômico autônomo e seu presidente Solano López resolveu ampliar o território paraguaio e, criar o “Paraguai Maior”, anexando regiões da Argentina, do Uruguai e do Brasil (Rio Grande do Sul e Mato Grosso), com o objetivo de conquistar o acesso ao Atlântico.
Em 1864, o Paraguai ordenou o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de Olinda, no rio Paraguai. A resposta brasileira foi a imediata declaração de guerra ao Paraguai.
Em 1865, o Paraguai invadiu o Mato Grosso e o Norte da Argentina, e os governos do Brasil, Argentina e Uruguai criaram a Tríplice Aliança, contra Solano López. O Brasil, Argentina e Uruguai contavam com o apoio inglês, recebendo empréstimos para equipar e manter poderosos exércitos.
Depois de algumas derrotas, em 1867, Luís Alves de Lima e Silva, então “Marquês de Caxias”, assumiu o comando das forças militares imperiais vencendo rapidamente importantes batalhas como as de “Itororó”, “Avaí”, “Angosturas” e “Lomas Valentinas”, chamadas “dezembradas”, por terem ocorrido no mês de dezembro de 1868. Finalmente, Assunção, a capital do Paraguai, foi ocupada em 5 de janeiro de 1869.
Após a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai, Caxias, com 66 anos, recebe o título de “Duque”, com medalhas e condecorações. No dia 23 de março de 1874 faleceu sua esposa.
Em 1875, o “Duque de Caxias” foi nomeado, por Dom Pedro II, para a “presidência do Conselho de Ministros”, e, assumiu também o “Ministério da Guerra”. Era um Gabinete que serviria à Princesa Isabel na ausência do Imperador.
Em 1877, cansado e doente, Duque de Caxias retirou-se para a fazenda do Barão de Santa Mônica, de propriedade de seu genro, localizada em Valença, Rio de Janeiro.
Duque de Caxias faleceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de maio de 1880. Em 1962 foi nomeado pelo Governo Federal o “Patrono do Exército”. Em sua homenagem, o dia 25 de agosto, dia de seu nascimento, é comemorado o “Dia do Soldado”.

DESEMBARGADOR PEREIRA JUNIOR

Antônio José Pereira Júnior nasceu em Alcântara (MA) no dia 24 de março de
1869.
Transferindo-se para Pernambuco, ingressou na Faculdade de Direito do Recife, pela qual se bacharelou em 1890. De volta ao Maranhão, foi juiz de direito em São Luís e em Pinheiro e desembargador do Tribunal de Justiça do estado.
Em 1926, último ano da legislatura 1924-1926, foi eleito deputado federal pelo Maranhão e exerceu o mandato de maio a dezembro. Depois da Revolução de 1930, quando da reconstitucionalização do país, elegeu-se em maio de 1933 suplente de deputado à Assembleia Nacional Constituinte (ANC) na legenda da União Republicana Maranhense, mas não chegou a exercer o mandato.
Com o fim do Estado Novo (29/10/1945) e a consequente redemocratização do país, nas eleições de dezembro de 1945 elegeu-se senador pelo Maranhão à ANC na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Assumiu o mandato em fevereiro de 1946 e, já com problemas de saúde, pouco participou dos trabalhos de elaboração da nova Carta, não tendo mesmo apresentado emendas ao projeto de Constituição.
Faleceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 5 de agosto de 1946, em pleno exercício do mandato. 

José Sarney

José Sarney (1930) foi presidente do Brasil entre 1985 a 1990, o primeiro presidente civil após a ditadura militar iniciada em 1964. Eleito vice-presidente, assumiu a presidência após a morte de Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse.
José Ribamar Ferreira de Araújo Costa Sarney nasceu em Pinheiro, Maranhão, no dia 24 de abril de 1930. Descendente de tradicional família do Estado do Maranhão formou-se em Direito pela Universidade Federal do Maranhão em 1953. Participou da política estudantil do Maranhão. Foi presidente da União Maranhense dos Estudantes.
José Sarney iniciou a carreira política em 1955 como suplente de deputado federal pela União Democrática Nacional (UND), exercendo o mandato entre 1955 e 1958. Em 1957 foi eleito presidente do diretório regional a UDN.
Sarney foi reeleito para mais um mandato, entre 1959 a 1963. Em 1961 foi vice-líder da maioria e vice-presidente do diretório nacional da UDN. Membro da ala renovadora do partido reelegeu-se deputado federal para o mandato entre 1963 e 1966.
Em outubro de1965, Sarney foi eleito governador do Maranhão para o mandato entre 1965 e 1970, porém deixou o cargo antes do fim do mandato para candidatar-se a senador pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido do governo.
Sarney foi eleito senador para o mandato entre 1971 a 1979. Desde o primeiro momento engajou-se no movimento contra o AI-5 e a Emenda n.º 1. Foi vice-líder do governo Ernesto Geisel no Senado.
Reeleito para o Senado, Sarney exerceu o segundo mandato entre 1979 e 1985. Logo que assumiu o cargo, foi eleito para a presidência Nacional da Arena. Em 1980, após a abertura política que legalizou a pluralização dos partidos, Sarney participou da fundação do Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena.
Em 1984, devido às divergências entre a posição do governo diante do avanço das liberdades democrática, Sarney abandonou o partido e formou a Frente Liberal, mais tarde transformada no Partido da Frente Liberal (PFL), que apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência.

Em 1984, devido às divergências entre a posição do governo diante do avanço das liberdades democrática, Sarney abandonou o partido e formou a Frente Liberal, mais tarde transformada no Partido da Frente Liberal (PFL), que apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência.

Presidente da República
Durante a abertura política, Sarney foi indicado como candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, que foi eleito por um “Colégio Eleitoral”, contra a chapa de Paulo Maluf.

Em razão da doença de Tancredo Neves, Sarney assumiu a presidência do Brasil em caráter interino, e foi confirmado no cargo após a morte de Tancredo, em abril de 1985.

Procurando dar sequência ao projeto de redemocratização do país, Sarney manteve as ideias básicas e o ministério de Tancredo, o que lhe valeu grande apoio popular. Decidido a não assinar mais decretos-lei, transferiu para o Congresso Nacional um maior poder de decisão.

A economia no governo Sarney
Do ponto de vista econômico, o governo Sarney foi bastante conturbado. Diante da inflação crescente, Sarney nomeou para o Ministério da Fazenda o empresário Dilson Funaro que no dia 28 de fevereiro de 1986 lançou o Programa de Estabilização Econômica, conhecido como Plano Cruzado, que estabelecia uma série de medidas:

O cruzeiro foi substituído pelo cruzado, com cortes de três zeros.
Todos os preços foram congelados.
Os salários foram congelados e só seriam corrigidos se a inflação atingisse 20%
Foi extinta a correção monetária.
Foi criado o seguro-desemprego.
O povo foi incentivado a colaborar, fiscalizando os estabelecimentos comerciais que praticavam preços acima da tabela estabelecida pelo governo. A inflação foi reduzida, o desemprego diminuiu e o poder aquisitivo da população cresceu, mas em poucos meses o Plano Cruzado já apresentava problemas.

Em novembro de 1986, foi anunciado o Plano Cruzado II, que congelou os preços muito acima da realidade do mercado. Em maio de 1987 a inflação já ultrapassava a casa dos 20% ao mês. O fracasso do plano provocou a queda do ministro da Fazenda.

Dois novos planos econômicos foram implantados no governo Sarney, o Plano Bresser, sob a orientação do novo ministro Luís Carlos Bresser Pereira, e o Plano Verão, anunciado em janeiro de 1989, sob a orientação do último ministro da Fazenda do governo Sarney, Maílson da Nóbrega. Como os demais planos, ambos não conseguiram os resultados pretendidos.

A Constituição de 1988
Durante os primeiros meses do governo Sarney, ocorreram intensos debates a respeito da convocação de uma Assembleia Constituinte, pois a carta em vigor havia sido reformulada várias vezes durante o regime militar e não expressava a nova ordem política do país.
A assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas, foi instalada em 1.º de fevereiro de 1987, sob a presidência do deputado Ulysses Guimarães, do PMDB. Os trabalhos se estenderam por dezoito meses. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a nova Constituição brasileira.

Senador pelo Amapá
Com o fim de seu mandato em 1990, José Sarney mudou seu domicílio eleitoral do Maranhão para o Amapá. Foi eleito senador durante três mandatos, 1991 a 1999, 1999 e 2007 e 2007 a 2015. Foi presidente do Senado Federal entre 1995-1997, 2003-2005 e 2009-2013. Em 2016, Sarney viu seu nome na relação dos denunciados na Operação Lava a Jato.

Sarney teve uma longa carreira política, foram 60 anos consecutivos de mandatos eletivos e com o maior tempo de mandatos no Senado Federal totalizando 39 anos. José Sarney é também escritor, já publicou poesias, romances e crônicas, entre eles:
Marimbondos de Fogo (1978)
O Dono do Mar (1995)
Saudades Mortas (2002)
Crônicas do Brasil Contemporâneo (2004)
A Duquesa Vale uma Missa (2007).
Em 17 de julho de 1980, Sarnei foi eleito para a Cadeira n.º 38 da Academia Brasileira de Letras

REGINA CABRAL

Maria Regina Martins Cabral, nasceu na cidade de Pinheiro-MA, na Baixada Maranhense. Possui graduação em Assistente Social pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 1988. É Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), em 2013, também cursou Doutorado Sanduíche pela USP/Universidade de Sevilla/Espanha em 2012. 

Regina possui uma vasta fomação acadêmica: cursou Educação Popular e Alfabetização de Adultos, pelo CEAAL, Crefal, Pátzcuaro, México (1989); Especialização em Alfabetização, pela Universidade Federal do Maranhão (1994); Mestrado em Educação, pela Universidade Federal do Maranhão (1999); Curso de Formação em Liderança e Desenvolvimento Social para América Latina e Caribe, pela Universidade Federal de Pernambuco (2003); Curso sobre Liderança Social pela Academic and Professional Programs for the Americas – LASPAU, Boston, EUA (2006); Pós-Graduação em Economia Social e Desenvolvimento Local, pela Universidad General Sarmiento – AR (2007). Ministrou disciplinas (Sociologia, Filosofia, História e Estrutura da Educação, Metodologias, Pesquisa Científica) em cursos de graduação da UFPI, UEMA e CEFET/IFMA. Articulou e coordenou a RAAAB – Rede de Apoio à Ação Alfabetizadora no Brasil e o Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública no Maranhão (1989-1994). Trabalhou na Secretaria de Educação de São Luís como Coordenadora de Ensino e Secretária Adjunta de Educação (1996-1997). Foi Consultora do Ministério da Educação/PNUD, para articulação de secretarias de educação de municípios e estados brasileiros para garantia da formação continuada dos professores (1999-2001).

É cofundadora e dirigente do Instituto Formação desde 1999. Temas de pesquisa: história da luta pela educação pública no Brasil (HISTEDBR – UFMA/UNICAMP), gestão de projetos educativos em sistemas municipais de educação; alfabetização de jovens e adultos, juventude e políticas públicas, educação profissional na perspectiva do desenvolvimento local sustentável (Instituto Formação).

Concebeu e coordenou o Conjunto Integrado de Projetos (CIP Jovem Cidadão) integrando desenvolvimento cultural, social e econômico (desde 2003 a 2008). Concebeu e orientou a implantação do projeto educativo de Centros de Ensino Médio e Educação Profissional (CEMP) – considerados pontos de desenvolvimento de território (desde 2004) e o projeto EJA Profissionalizante (2004-2008).

Assessorou a implementação de experiências de formação profissional de jovens articulando esse processo formativo com a prática social nas comunidades onde vivem. Coordenou equipe de sistematização do Plano de Educação da Cidade de São Paulo (2010). Elaborou versão inicial do relatório sobre o processo de construção do Plano de Educação da Cidade de São Paulo (2011), pela Ação Educativa.

Coordenou a elaboração final do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Território Rural Campos e Lagos (2012). Elaborou materiais didáticos para formação continuada de jovens e adultos considerando as dimensões da formação política, cultural e profissional (de 1990 a 2003).

É Fellow da Ashoka (desde 2010) e integrante da Kelloggs Fellows Leadership Alliance (desde 2012). É fundadora e Presidente do Instituto Maranhão Amazônia de Ensino Superior (IMAES) e da Formação Faculdade Integrada (FFI). Em seus blogs divulga algumas de suas ideias e opiniões. Atualmente tem sido uma forte mentora de projetos na Baixada e mais precisamente em Peri-Mirim, idealizadora da Formação Faculdade Integrada com o polo em Buritirana, Peri- Mirim, onde tem formado inúmeras pessoas no ramo da saúde e educação. 

Regina é uma mulher de fibra, inteligente, dedicada, possui uma simplicidade cativante, detentora de forte carisma pessoal, firme nos seus propósitos e sempre disposta a ajudar aqueles que necessitam de conhecimento para se desenvolver pessoal e socialmente – Regina Cabral é uma pessoa admirável.