Duque de Caxias

(Luís Alves de Lima e Silva) (1803-1880) foi um militar brasileiro. É o Patrono do Exército. Foi um dos maiores vultos da nossa história.
Caxias foi chamado de “O Pacificador.” Em sua homenagem, o dia 25 de agosto, dia de seu nascimento, é comemorado o “Dia do Soldado”.
Luís Alves de Lima e Silva nasceu na fazenda São Paulo, no Taquaraçu, próximo da Vila Estrela, hoje “município de Duque de Caxias”, Rio de Janeiro, no dia 25 de agosto de 1803. Filho de Francisco de Lima e Silva e de Cândida de Oliveira Belo, cresceu em meio a uma família de militares.
Seu avô, José Joaquim de Lima e Silva, um militar português, imigrou para o Brasil em 1767, e se instalou no Rio de Janeiro, então capital do país. Seu pai foi brigadeiro do Exército Imperial e membro da Regência-Trina durante a menoridade de Dom Pedro II.
No dia 22 de novembro de 1808, o 1.º Regimento de Infantaria de Linha, comandado por seu avô, recebia o novo soldado, com com cinco anos, apenas para homenagear seu avô, então Ministro da Guerra. Entre 1809 e 1817, Luís Alves estudou no Seminário São Joaquim (hoje Colégio Pedro II).
Em 1818, Luís Alves ingressou na Academia Real Militar, criada por Dom João VI em 1844, onde permaneceu até 1821. Galgou os postos de cadete, alferes e tenente. Quando concluiu o curso, foi incorporado ao 1.º Batalhão de Fuzileiros.
Em 1822, o Brasil tornou-se independente e Luís Alves ingressou no “Batalhão do Imperador” comandado por seu tio José Joaquim de Lima e Silva.
Em 1823, participou da luta no combate aos soldados portugueses na Bahia, que relutavam a aceitar a Independência do país. Com a vitória do Batalhão, Luís Alves foi promovido a Capitão e, com 21 anos, recebeu a “Imperial Ordem do Cruzeiro” das mãos de Dom Pedro I.
Em 1825, Luís Alves foi chamado para manter a unidade nacional, desta vez, na “Campanha da Cisplatina” – conflito ocorrido entre o Brasil Império e as Províncias Unidas do Rio da Prata, pela posse da “Província Cisplatina”, no atual território do Uruguai. Três vezes foi citado por bravura. Ganhou as insígnias de Major e as comendas da Ordem de São Bento de Ávis e da Rosa.
Em 1831, após a abdicação de D. Pedro I, Luís Alves foi um dos poucos que permaneceu ao lado do monarca. Foi chamado pelo Ministro da Justiça, Diogo Antônio Feijó (Padre Feijó), para organizar o “Batalhão Sagrado”, para manter a ordem no Rio de Janeiro e evitar a anarquia.
Nesse mesmo ano, organizou a “Guarda Municipal”, que depois foi transformada em “Guarda Municipal Permanente”, que em 1832 lutou contra a tentativa de derrubar a Regência-Trina durante a menoridade de Dom Pedro II.
No dia 2 de fevereiro de 1833, Duque de Caxias casou-se com Ana Luísa do Loreto Carneiro Vianna, de apenas 16 anos, neta da Baronesa de São Salvador de Campos. Em dezembro do mesmo ano, nasceu Luísa de Loreto. Em 24 de junho de 1836, nasceu sua segunda filha, Ana de Loreto. O filho Luís Alves Júnior faleceu na adolescência.
Em 1837, com 34 anos, Luís Alves foi promovido a Tenente-Coronel, em seguida, deixou o comando da Guarda Permanente. Em 1839 foi nomeado “comandante-geral das forças militares do Maranhão” e “presidente da Província”. Sua missão: sufocar a revolta dos que se opunham ao governo provincial e ocupavam a cidade de Caxias.
Conhecido como “Balaiada”, o movimento popular foi uma luta contra a fome, a intolerância da elite e o abuso das autoridades. A campanha de Luís Alves de Lima e Silva saiu vitoriosa. Em 1841, ao voltar ao Rio de Janeiro, Luís Alves foi promovido a General-Brigadeiro e recebeu seu primeiro título de nobreza, “Barão de Caxias”, uma referência à cidade que conseguiu pacificar.
Em 1842, o Barão de Caxias foi nomeado “Comandante das Armas da Corte”, cargo já ocupado por seu pai. Nessa época, eclodiu a revolução liberal em São Paulo e Minas Gerais, que Caxias reprimiu com facilidade e, entrou em Sorocaba, onde enfrentou seu antigo chefe, o Padre Feijó.
Em Minas Gerais, destacou-se no “combate de Santa Luzia”, decisivo para a vitória. Ao voltar, reassumiu o comando das armas, como o “Pacificador”.
Após pacificar três províncias, faltava só o Rio Grande do Sul onde a “Guerra dos Farrapos” entrava no seu sétimo ano. Foi nomeado “presidente da província do Rio Grande do Sul” e “Comandante das Armas”. Reorganizou as forças imperiais e depois de dois anos saiu vitorioso.
Com a vitória, na Guerra dos Farrapos, Caxias foi agraciado com o título de “Conde”, em 2 de abril de 1845 e, escolhido para o “Senado”, por Dom Pedro II, mandato que exerceu junto com seu pai.
Em 1855 foi nomeado para a “Pasta da Guerra”. Em 1862 foi nomeado para “Presidente do Conselho”. Nesse mesmo ano, foi promovido a “Marechal Graduado do Exército”. Caxias combateu em vários conflitos de fronteira no Sul do Brasil e voltou vitorioso ao Rio de Janeiro, quando, recebeu o título de “Marquês”.
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, na bacia do rio da Prata, que envolveu Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.
O Paraguai era o país que havia alcançado um certo progresso econômico autônomo e seu presidente Solano López resolveu ampliar o território paraguaio e, criar o “Paraguai Maior”, anexando regiões da Argentina, do Uruguai e do Brasil (Rio Grande do Sul e Mato Grosso), com o objetivo de conquistar o acesso ao Atlântico.
Em 1864, o Paraguai ordenou o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de Olinda, no rio Paraguai. A resposta brasileira foi a imediata declaração de guerra ao Paraguai.
Em 1865, o Paraguai invadiu o Mato Grosso e o Norte da Argentina, e os governos do Brasil, Argentina e Uruguai criaram a Tríplice Aliança, contra Solano López. O Brasil, Argentina e Uruguai contavam com o apoio inglês, recebendo empréstimos para equipar e manter poderosos exércitos.
Depois de algumas derrotas, em 1867, Luís Alves de Lima e Silva, então “Marquês de Caxias”, assumiu o comando das forças militares imperiais vencendo rapidamente importantes batalhas como as de “Itororó”, “Avaí”, “Angosturas” e “Lomas Valentinas”, chamadas “dezembradas”, por terem ocorrido no mês de dezembro de 1868. Finalmente, Assunção, a capital do Paraguai, foi ocupada em 5 de janeiro de 1869.
Após a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai, Caxias, com 66 anos, recebe o título de “Duque”, com medalhas e condecorações. No dia 23 de março de 1874 faleceu sua esposa.
Em 1875, o “Duque de Caxias” foi nomeado, por Dom Pedro II, para a “presidência do Conselho de Ministros”, e, assumiu também o “Ministério da Guerra”. Era um Gabinete que serviria à Princesa Isabel na ausência do Imperador.
Em 1877, cansado e doente, Duque de Caxias retirou-se para a fazenda do Barão de Santa Mônica, de propriedade de seu genro, localizada em Valença, Rio de Janeiro.
Duque de Caxias faleceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de maio de 1880. Em 1962 foi nomeado pelo Governo Federal o “Patrono do Exército”. Em sua homenagem, o dia 25 de agosto, dia de seu nascimento, é comemorado o “Dia do Soldado”.

DESEMBARGADOR PEREIRA JUNIOR

Antônio José Pereira Júnior nasceu em Alcântara (MA) no dia 24 de março de
1869.
Transferindo-se para Pernambuco, ingressou na Faculdade de Direito do Recife, pela qual se bacharelou em 1890. De volta ao Maranhão, foi juiz de direito em São Luís e em Pinheiro e desembargador do Tribunal de Justiça do estado.
Em 1926, último ano da legislatura 1924-1926, foi eleito deputado federal pelo Maranhão e exerceu o mandato de maio a dezembro. Depois da Revolução de 1930, quando da reconstitucionalização do país, elegeu-se em maio de 1933 suplente de deputado à Assembleia Nacional Constituinte (ANC) na legenda da União Republicana Maranhense, mas não chegou a exercer o mandato.
Com o fim do Estado Novo (29/10/1945) e a consequente redemocratização do país, nas eleições de dezembro de 1945 elegeu-se senador pelo Maranhão à ANC na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Assumiu o mandato em fevereiro de 1946 e, já com problemas de saúde, pouco participou dos trabalhos de elaboração da nova Carta, não tendo mesmo apresentado emendas ao projeto de Constituição.
Faleceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 5 de agosto de 1946, em pleno exercício do mandato. 

José Sarney

José Sarney (1930) foi presidente do Brasil entre 1985 a 1990, o primeiro presidente civil após a ditadura militar iniciada em 1964. Eleito vice-presidente, assumiu a presidência após a morte de Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse.
José Ribamar Ferreira de Araújo Costa Sarney nasceu em Pinheiro, Maranhão, no dia 24 de abril de 1930. Descendente de tradicional família do Estado do Maranhão formou-se em Direito pela Universidade Federal do Maranhão em 1953. Participou da política estudantil do Maranhão. Foi presidente da União Maranhense dos Estudantes.
José Sarney iniciou a carreira política em 1955 como suplente de deputado federal pela União Democrática Nacional (UND), exercendo o mandato entre 1955 e 1958. Em 1957 foi eleito presidente do diretório regional a UDN.
Sarney foi reeleito para mais um mandato, entre 1959 a 1963. Em 1961 foi vice-líder da maioria e vice-presidente do diretório nacional da UDN. Membro da ala renovadora do partido reelegeu-se deputado federal para o mandato entre 1963 e 1966.
Em outubro de1965, Sarney foi eleito governador do Maranhão para o mandato entre 1965 e 1970, porém deixou o cargo antes do fim do mandato para candidatar-se a senador pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido do governo.
Sarney foi eleito senador para o mandato entre 1971 a 1979. Desde o primeiro momento engajou-se no movimento contra o AI-5 e a Emenda n.º 1. Foi vice-líder do governo Ernesto Geisel no Senado.
Reeleito para o Senado, Sarney exerceu o segundo mandato entre 1979 e 1985. Logo que assumiu o cargo, foi eleito para a presidência Nacional da Arena. Em 1980, após a abertura política que legalizou a pluralização dos partidos, Sarney participou da fundação do Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena.
Em 1984, devido às divergências entre a posição do governo diante do avanço das liberdades democrática, Sarney abandonou o partido e formou a Frente Liberal, mais tarde transformada no Partido da Frente Liberal (PFL), que apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência.

Em 1984, devido às divergências entre a posição do governo diante do avanço das liberdades democrática, Sarney abandonou o partido e formou a Frente Liberal, mais tarde transformada no Partido da Frente Liberal (PFL), que apoiou a candidatura de Tancredo Neves à presidência.

Presidente da República
Durante a abertura política, Sarney foi indicado como candidato a vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, que foi eleito por um “Colégio Eleitoral”, contra a chapa de Paulo Maluf.

Em razão da doença de Tancredo Neves, Sarney assumiu a presidência do Brasil em caráter interino, e foi confirmado no cargo após a morte de Tancredo, em abril de 1985.

Procurando dar sequência ao projeto de redemocratização do país, Sarney manteve as ideias básicas e o ministério de Tancredo, o que lhe valeu grande apoio popular. Decidido a não assinar mais decretos-lei, transferiu para o Congresso Nacional um maior poder de decisão.

A economia no governo Sarney
Do ponto de vista econômico, o governo Sarney foi bastante conturbado. Diante da inflação crescente, Sarney nomeou para o Ministério da Fazenda o empresário Dilson Funaro que no dia 28 de fevereiro de 1986 lançou o Programa de Estabilização Econômica, conhecido como Plano Cruzado, que estabelecia uma série de medidas:

O cruzeiro foi substituído pelo cruzado, com cortes de três zeros.
Todos os preços foram congelados.
Os salários foram congelados e só seriam corrigidos se a inflação atingisse 20%
Foi extinta a correção monetária.
Foi criado o seguro-desemprego.
O povo foi incentivado a colaborar, fiscalizando os estabelecimentos comerciais que praticavam preços acima da tabela estabelecida pelo governo. A inflação foi reduzida, o desemprego diminuiu e o poder aquisitivo da população cresceu, mas em poucos meses o Plano Cruzado já apresentava problemas.

Em novembro de 1986, foi anunciado o Plano Cruzado II, que congelou os preços muito acima da realidade do mercado. Em maio de 1987 a inflação já ultrapassava a casa dos 20% ao mês. O fracasso do plano provocou a queda do ministro da Fazenda.

Dois novos planos econômicos foram implantados no governo Sarney, o Plano Bresser, sob a orientação do novo ministro Luís Carlos Bresser Pereira, e o Plano Verão, anunciado em janeiro de 1989, sob a orientação do último ministro da Fazenda do governo Sarney, Maílson da Nóbrega. Como os demais planos, ambos não conseguiram os resultados pretendidos.

A Constituição de 1988
Durante os primeiros meses do governo Sarney, ocorreram intensos debates a respeito da convocação de uma Assembleia Constituinte, pois a carta em vigor havia sido reformulada várias vezes durante o regime militar e não expressava a nova ordem política do país.
A assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas, foi instalada em 1.º de fevereiro de 1987, sob a presidência do deputado Ulysses Guimarães, do PMDB. Os trabalhos se estenderam por dezoito meses. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a nova Constituição brasileira.

Senador pelo Amapá
Com o fim de seu mandato em 1990, José Sarney mudou seu domicílio eleitoral do Maranhão para o Amapá. Foi eleito senador durante três mandatos, 1991 a 1999, 1999 e 2007 e 2007 a 2015. Foi presidente do Senado Federal entre 1995-1997, 2003-2005 e 2009-2013. Em 2016, Sarney viu seu nome na relação dos denunciados na Operação Lava a Jato.

Sarney teve uma longa carreira política, foram 60 anos consecutivos de mandatos eletivos e com o maior tempo de mandatos no Senado Federal totalizando 39 anos. José Sarney é também escritor, já publicou poesias, romances e crônicas, entre eles:
Marimbondos de Fogo (1978)
O Dono do Mar (1995)
Saudades Mortas (2002)
Crônicas do Brasil Contemporâneo (2004)
A Duquesa Vale uma Missa (2007).
Em 17 de julho de 1980, Sarnei foi eleito para a Cadeira n.º 38 da Academia Brasileira de Letras

Raimundo Martins Nunes

Por Rosilda Pinheiro Nunes, Robson Pinheiro Nunes e Rouseli Pinheiro Nunes, com revisão de Diêgo Nunes Boaes

Raimundo Martins Nunes nasceu no Povoado Canaranas aos 06 de setembro de 1948, filho de Jose Evaristo Amorim Nunes (Zé Grande) e Antonia Paula Martins Nunes (Tonha). Teve três irmãos sendo Domingos Martins Nunes, Ana Luiza Nunes Martins e Raimundo Gabriel Amorim, família de classe baixa, humilde, mas com muita dignidade educaram-no com respeito e ensinaram-no a lutar para ser alguém na vida. Devido às dificuldades da vida iniciou seus estudos quando já tinha 12 anos terminando o ensino primário com 17 anos. Tendo que se contentar com o que o município oferecia, pois, naquela época, década de 60, só continuava seus estudos as pessoas, filhos de família de classe média alta que podiam mandar seus filhos estudar fora. Como seus pais não podiam mandá-lo estudar em São Luís teve que esperar e trabalhar na lavoura juntamente com estes, perdendo o gosto assim pelo estudo.

Iniciou sua vida religiosa na comunidade de JJM, sendo convidado para participar de uma preparação para catequista no município de Guimarães, o qual aceitou e foi de bicicleta até lá. No dia 18 de janeiro de 1974 casou-se com Rosilda Pinheiro Nunes e deste casamento nasceram 4 filhos: Rouseli Pinheiro Nunes, Raimundo Martins Nunes Junior, Robson Pinheiro Nunes e Roberth Pinheiro Nunes. Em 1977 voltou a estudar fazendo o curso ginasial, logo após, o curso Normal e em 2003 iniciou a faculdade de Pedagogia concluindo a mesma no ano de 2007.

A convite do saudoso Padre Ubirajara entrou para faculdade de Teologia a qual realizou no Centro de Formação de Mangabeira juntamente com outros colegas da nossa Paróquia, e com o incentivo do saudoso Padre Ubirajara, Padre Sarges e do Padre Marcio iniciou o estudo para o Diaconato Permanente no mesmo período, recebendo o Sacramento da Ordem como Diácono Permanente no dia 30 de maio de 2015.

Sipreto como era conhecido por todos é igual a seu Fulgêncio (pau para toda obra). Foi lavrador, marceneiro, fotógrafo, professor, foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Peri-Mirim (STTR) durante doze anos, foi vereador durante 16 anos, abdicando deste último para se dedicar à vida diaconal, sendo incentivado por sua esposa, filhos, demais familiares, padres e amigos.

O Diácono Sipreto fez sua páscoa no dia 10 de fevereiro de 2024 estando junto ao seu netinho Pablo, seus pais Zé Grande e Tonha e deixando como maior legado sua família: esposa Rosilda; os filhos Rouseli, Raimundo Junior, Robson e Roberth e seus amados netinhos: José Erick, Maria Eulalia, Robson, João Víctor, Guilherme, Mariana, João Gabriel e Ravi Luca; e seu bisneto Zion.

Jaime Lima Campos

Por Assunção de Maria Martins Lima, com revisão de Diêgo Nunes Boaes

Jaime Lima Campos, brasileiro, natural de Peri Mirim-MA, militar, residia no bairro do Portinho, filho de Alexandre Campos e Isabel Lima Campos, pai de 06 filhos, nasceu no dia 14 de maio de 1941 e faleceu no dia 14 de outubro de 2018 no Centro Médico Maranhense em São Luís.

Formado em Técnico de Contabilidade pela Escola Técnica e Comércio do Centro Caixeiral de São Luís-MA. Serviu a Polícia Militar do Maranhão em setembro de 1967 e se aposentou como subtenente em 02 de abril de 1991.

A volta de Jaime para sua terra natal foi com o intuito de ajudar os seus amigos e conterrâneos, visto que foi convidado por um grupo político registrado sob a legenda PTB onde foi lançado candidato a vereador, sendo eleito com um mandato de 1999 a 2002.

Trouxe em sua bagagem, sonhos e um desses sonhos foi realizado quando fundou a Associação de Moradores do Bairro do Portinho, tendo ele conseguido o êxito com o então Governado Edson Lobão, a construção do prédio da associação de moradores, onde funcionava a Creche Menino Jesus, na direção da professora Delza Pereira Alves, com um quadro bem elevado de funcionários e colaboradores.

Jaime foi funcionário público municipal da prefeitura de Peri-Mirim de 1988 a 1992, pela Secretaria de Ação Social, na gestão da prefeita Carmem Martins, da qual tinha maior respeito e admiração. Presidente da Escola do Império do Samba por três anos consecutivos. Membro fundador da Associação de Difusão Cultural e Comunitária Peripiaba, a rádio do município. Nomeado como membro da Comissão de Acompanhamento e Avaliação dos Servidores Público de Peri-Mirim.

A Associação de Moradores do Bairro do Portinho foi fundada em 28/06/1987 por meio dela, Jaime conseguiu 53 casas pelo projeto da então deputada Nice Lobão, das quais 49 foi para o bairro do Portinho e as demais para o bairro Campo de Pouso.

Jaime Lima como era mais conhecido, deixou um grande legado em nossa cidade, exemplo de pai, esposo, amigo e muito influente na política e no esporte.

Adelar José Álvares Mendes

Por Ana Cléres Santos Ferreira

Adelar José Álvares Mendes, popularmente conhecido como Dedeco Mendes, é natural de Peri-Mirim/MA, nasceu em 20 de janeiro de 1926. Filho de Raimundo Botão Mendes e Mariana Álvares Mendes. Casou-se em 30 de janeiro de 1967 com Lêda Maria Pereira Amorim, que passou a denominar-se Lêda Maria Amorim Mendes, conhecida como Dona Ledinha. Tiveram como testemunhas de casamento Agripino Álvares Marques e Julieta de Castro Marques. Da união matrimonial, nasceram três filhos: Solange Amorim Mendes; Cleon Saluc Amorim Mendes e Adelar José Álvares Mendes Júnior.

Iniciou seus estudos em Peri-Mirim, posteriormente, cursou o Técnico em Enfermagem, onde aprendeu várias técnicas de cuidados médicos e farmacológicos.

Desempenhou as funções de funcionário público municipal.

Adelar desenvolveu a técnica da farmacologia, na prática, foi o médico da região onde a população se dirigia ao profissional para receber assistência à sua saúde numa época em que os serviços médicos eram raros e, por vezes, inacessíveis. Com sua técnica apurada e conhecimento da composição dos remédios, os quais vendia em sua farmácia atendia a população na assistência médica e farmacêutica, sempre com um atendimento humanizado caracterizado por empatia, compreensão e diálogo. Tanto ele receitava os medicamentos, como os aplicava. A confiança do Sr. Dedeco era imensa. Ela ajudou a combater preconceitos, como a resistência a tomar vacinas – aconselhava os pais a aplicar as vacinas nas crianças, em uma época em que a mortalidade infantil era muito grande por doenças como: verminoses, desidratação, desnutrição, sarampo, coqueluche, cataporas e outras enfermidades.

A Farmácia do Sr. Dedeco funcionava em um ponto contíguo à sua casa, o que permitia que ele atendesse a qualquer hora do dia e da noite. Muitas vezes, os doentes dos povoados eram trazidos em cavalos ou em redes que serviam para locomoção do paciente, pois precisavam ser medicados com urgência.

O atendimento do Sr. Dedeco era como dizemos nos dias atuais, personalizado, ele nunca se negou atender ninguém que precisasse dele, sempre com um sorriso no rosto a qualquer hora do dia ou da noite. Tinha sempre o remédio ideal, quando não tinha o prescrito na receita ele subistituia por outro similar, ele ficou conhecido por usar muito a frase “fabulosa”: – “Ah esse remédio é fabuloso” e assim pela fé que a população tinha em seus conhecimentos ele tinha sempre o remédio que curava.

Informações fornecidas pela esposa Lêda Maria Amorim Mendes pela filha Solange Amorim Mendes, informações adicionais fornecidas por Eni do Rosario Pereira Amorim.

Zaira Miranda Castro

Por Jucilea de Jesus Ferreira Cabral

Zaira Miranda Castro nasceu em Peri-Mirim no dia 27/08/1925 e faleceu no dia 26/02/2012. Filha de João Capistânio Gomes de Castro, ex-prefeito interino, e de Isabel Miranda Castro, união esta que gerou ainda mais 05 irmãs: Celeste Miranda Castro, Diva Miranda Castro, Eline Miranda Castro, Hulda Miranda Castro e Olga Miranda Castro e 4 irmãos: Arnaldo Miranda Castro, Esdras Miranda Castro, Antônio Custódio Miranda Castro e Valber Miranda Castro. Casou-se no dia 20/06/1975 com o senhor José Ribamar Martins Amorim, não teve filhos. Morou por muitos anos em São Luís e no Rio de Janeiro. Estudou em Peri-Mirim, São Luís e Rio de Janeiro.

Sua formação foi no Colegial, além de Corte e Costura, onde teve como profissão. Foi professora de alta costura na Singer no Rio de Janeiro, por longas datas. Se converteu na Igreja Presbiteriana Independente. Quando voltou para Peri-Mirim se congregou na Igreja Batista a qual se tornou líder durante uns 40 anos. Era filha do prefeito de Peri-Mirim, mas nunca seguiu carreira política, a sua vida pública, sempre foi se dedicar à igreja e como professora de corte e costura e costureira. Mulher destemida, militante na questão religiosa, mulher valente, inteligente, que vivia além de seu tempo.

Manoel Lopes

Por Edna Jara Abreu Santos

Manoel Lopes, mais conhecido como “Nhozinho”, nasceu em 02 de agosto de 1926 na cidade de Peri-Mirim, filho de João Boás e Genoverva Lopes. Casou-se com 18 anos com a professora leiga Maria José Martins Lopes (23/10/1923 – 28/01/2003), o qual teve 13 filhos.

Quando seus primeiros filhos nasceram, teve a necessidade de buscar trabalho em São Luís e lá ficou por cinco anos. Em uma das suas vindas à Peri-Mirim, comprou uma residência no povoado Poções de ‘Zé Bacaba’ e transformou em ponto de comércio. Para a pequena família se locomover até lá, era preciso atravessar de canoa e ainda ir sobre bois. A casa continha apenas um quarto, uma sala pequena e uma varanda bem extensa cheia de tamboeiras até o teto.

Além de revender mercadorias diversas em seu pequeno comércio, gostava de fazer serviço social. Na verdade, toda sua família ajudava como podia a todos da comunidade que lhes procuravam, seja com ajuda de custos em construções de casas, compra de alimentos e remédios, assistência médica, transporte de pessoas para outras localidades e outros.

Além disso, mandou construir um campo de bola e um poço em suas terras para sua família usufruir e também para servir a todos da comunidade. Em seu vasto quintal tinha o chamado “Bananal”, por ser cheio de frutas de vareadas espécies, onde ele podia alimentar os filhos e presentar quem o visitasse.

Na década de 50, o Brasil era um país pobre e agrícola, onde levavam uma vida simples, com quase nenhuma tecnologia à disposição, com exceção de alguns raros aparelhos de rádio. Na baixada maranhense, a pobreza e fome imperavam, por compaixão, Nhozinho sentia prazer ajudar com o pouco que podia e gostava de ter sempre sua casa cheia de pessoas.

Suas terras, além de extensas no povoado Poções, eram ricas, pois nelas brotavam “ouro” do solo fértil e ele precisava ser lapidado pelas “Quebradoras de coco de Nhozinho”. Memoráveis mulheres como: Genosa, Varista, Luzia, Madalena e suas filhas ficaram conhecidas na época pela troca de serviço “coco de meia”, onde coletavam e lhes revendiam os cocos babaçus da sua própria propriedade.

Sua ajuda cotidiana à sociedade perimiriense fez-lhe ser conhecido e seus esforços reconhecidos por todos. Sua influência na cidade levou-o a instalar sua primeira organização sindical  no prédio da Prefeitura, com o objetivo inicial de incentivar, defender os trabalhadores e ir em busca dos seus direitos.

Já no dia 17 de março de 1973, na gestão do Prefeito Deusdete Gamita Campos (1973-1976), aos 47 anos, ele fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Peri-Mirim, sede localizada até hoje à rua Rio Branco, Centro, foi o primeiro presidente aclamado e sua gestão durou por vários anos.

Em todos seus mais de 50 anos de fundação, muitas lutas foram travadas, em prol dos lavradores em mais de 90 comunidades e muitos direitos foram reivindicados, mediante reuniões com pautas de negociações com governantes. Se fosse necessário, ocupavam prédios públicos, faziam passeatas, movimentos, iam ao congresso…com essa luta árdua, muitas vitórias foram alcançadas.

Como bem lembra o servidor aposentado Francisco Júlio de Oliveira (Chico Grande) com 77 anos, que acompanhou a partir dos anos 90 a luta do Sindicato, com conquista de direito à aposentadoria – a mesma era 65 anos tanto para homem, quanto para mulheres, nos dias atuais tem direito: homem 60 anos e mulher 55 anos; ao auxílio doença (homem e mulher), conseguiram pensão por morte (ambos os sexos), salário maternidade, direito à terra, mais médicos, dentistas e outros.

Manoel Lopes (Nhozinho) comprou uma residência na Rua Desembargador Pereira Júnior, Centro, onde viveu até o resto de seus dias. Foi candidato a vereador e era bem religioso. Estimava muito a presença de todos os filhos nas principais refeições. Sua esposa ensinava e costurava, suas filhas ajudavam na escolinha e onde era necessário. Quando partiu deste mundo, em 23 de março de 2001 (aos 75 anos), deixou 14 filhos, 36 netos, 16 bisnetos e grandes contribuições aos perimirienses de caridade, ajuda ao próximo e luta pelos direitos básicos. Seu legado eternizou-se com a nomeação do Sindicato em sua homenagem.

Luiz Gonzaga Campos

Por Eni do Rosario Pereira Amorim

Luiz Gonzaga Campos popularmente conhecido como “Luis Bode”, filho ilustre de Peri-Mirim, nasceu em 21.06.1930 e faleceu 20/04/2018.

Pais: Teodoro Campos e Libânia Pereira  Campos

Casado com Maria Madalena Campos com a qual teve dez filhos, seis mulheres e quatro homens os quais educou eticamente.

Filhos: Luisa Libânia Campos, Luis Gonzaga Campos Filho (in memoriam), Roseli Campos, José Augusto Campos, Marineusa Campos Ferreira, Aldemir de Jesus Campos (in memoriam), Maria Luana Campos, Teodoro Campos Neto, Jeane Martins Campos, Cintia Cristina Martins Campos.

Seguindo a ordem de serviços na carteira profissional:

Ano 1948 – trabalhou na empresa J.A Castro & cia (escritório de representações) no cargo de contínuo.

Empresa Raiol & cia (escritório de representações) no cargo de contínuo.

1949 –  Santa Casa de Misericórdia  do Maranhão onde exerceu o cargo de servente, aprendeu vários procedimentos que o qualificaram na profissão de enfermeiro auxiliando em pequenas cirurgias, curativos, aplicação de injeção, aplicação de sondas, sendo maqueiro e foi ganhando experiência na área de enfermagem e dentista.

Em 1970 retornou a Peri-Mirim na qual além da atividade de lavrador, exerceu na comunidade a função de dentista e enfermeiro em residências e povoados e na sua residência, auxiliando em pequenas cirurgias como: extração de bala de revólver e chumbos de espingarda, suturas, imobilização de fraturas, sondas, curativos em ferimentos e cortes, extração de dentes, recolocação de mandíbula entre outros.

Teve um trabalho significativo no município como “guarda sanitarista” em uma época aonde havia muita pobreza, os recursos eram escassos, as “tecnologias” não chegavam, havendo grandes dificuldades de transporte, educação e comunicação.

Andando pelos caminhos mal traçados, a pé, de canoa ou montado às costas de um animal, lá estava ele, não media as dificuldades encontradas no caminho; isso é amor à profissão, isso é serviço à quem necessita.

Ajudou arduamente a população na conscientização e prevenção de doenças como esquistossomose, hanseníase e tuberculose que na época vitimou muitas pessoas da comunidade.

Nos anos 1980 foi nomeado enfermeiro no posto de saúde Santa Terezinha realizando atendimento á população, entregando remédios, curativos, vacinas e partos entre outros.

Ainda exerceu trabalhos de vigilante sanitário na fiscalização de produtos vencidos em comércio no município e vizinhanças.

Foi lavrador, pescador, caçador, um bom filho, um bom pai e um bom cidadão.

Entrevista feita com os filhos: Cintia Cristina Martins Campos, Marineusa Campos Ferreira e Luisa Libânia Campos.

Maria de Jesus Castro Martins

Por Maria do Carmo Pereira Pinheiro

Maria de Jesus Castro Martins, popularmente conhecida como Dona Morena, nasceu em Perimi-Mirim-MA no dia 07/03/1927. Tendo como pais Joana Darc Silva Castro e Almir Gomes de Castro. Seu esposo era José de Ribamar Martins.

Irmãos: Maria dos Remédios Castro, Helena Castro, Tereza Castro, Almir Castro, Adalto Castro e Alcina Castro,

Filhos: José Maria Castro Martins, Marilurdes Castro Martins, Antônio Pádua Castro Martins, Idivanda Castro Martins, Ivanoel Castro Martins, Maria de Fátima Castro Martins, Raimunda das Neves Castro Martins, Raimundo Nonato Castro Martins, Sebastião de Jesus Castro Martins, Almir Castro Martins, Edson Castro Martins, Francisco de Assis Castro Martins, Maria Laudames Castro Martins. Teve também muitos netos e bisnetos, deixando um legado de amor e dedicação à família.

Educação e Formação: Seus filhos não souberam informar onde estudou, mas sabem que Dona Morena teve sua formação em Peri-Mirim. Ela foi uma grande parteira tradicional, ou parteira leiga com grandes saberes em sua prática tradicional e conhecimentos éticos e culturais. Vocação essa que exerceu com maestria e generosidade, gratidão e amor ao longo da vida.

Vida e Atuação: Mulher sábia, de muitas habilidades, Dona Morena era conhecida por sua generosidade e coração gigante. Atuava como parteira, sua prática se configura como uma prática popular, reconhecida e respeitada pela sua comunidade. Ela se concretiza através das orações, do uso de plantas medicinais, de superstições e de simpatias. Embora essas práticas não sejam de credibilidade de todas as parteiras, a fé é sempre incorporada como regra e parâmetro para que o trabalho de parto aconteça sem maiores problemas, independentemente de religião. Entre os seus saberes estavam: benzimentos, rezas, orações, banhos, chás e remédios caseiros.

A dureza do trabalho, as longas caminhadas, as privações e as dificuldades faziam parte da trajetória das parteiras tradicionais, também a falta de material, treinamento, transporte, acesso dificultado e ambiente de trabalho precário representavam condições desfavoráveis ao bom desempenho de suas funções favorecendo a diminuição da capacidade física e psíquica das parteiras. Essas condições adversas expressavam, também, uma condição de vida margeada por sentimentos de medo, incerteza, insegurança e tensões.

Sentimentos como medo e coragem, alegria e tristeza, sofrimento e prazer são sentimentos constantes no trabalho de uma parteira demonstrando ter consciência dos riscos de vida a que a mulher e o recém-nascido estão sujeitos, quando um parto se realiza em domicilio rural.  Mas também há os sentimentos positivos, entre eles, alegria e satisfação relacionados com o êxito no trabalho e, desta forma, significam reconhecimento, status e valor social como era reconhecida Dona Morena como uma excelente parteira no Município de Peri-Mirim.

Diante das dificuldades acima citadas, Dona Morena possuía um quarto em sua casa, construído por seu marido, onde passou a realizar atendimentos e acolhia a gestantes prestes a dar à luz. Muitas grávidas passavam o último mês de gestação sob seus cuidados e só partiam após o nascimento do bebê. Muitas vezes, não cobrava por seus serviços, movida pelo desejo de ajudar. Seu último parto foi o de seu neto Cristhyan, filho de Maria Laudames. Além disso, Dona Morena abrigava estudantes vindos de povoados distantes que precisavam estudar na sede do município. Seu espírito acolhedor fazia com que ninguém saísse de sua casa sem comida, sem água ou sem um atendimento, mesmo quando ela mesma não se sentia bem.

Religião e Filosofia de Vida: Dona Morena era católica e também seguia ensinamentos espíritas. A sua prática de trabalho estava voltada para ajudar aqueles que a procuravam, principalmente em meio às dificuldades de atendimento médico no município pelo poder público. Suas palavras de sabedoria marcaram profundamente seus filhos. Entre suas frases mais lembradas, destacam-se: “Escorregar não é cair, a carga é ruim para quem não sabe conduzir.”  “Deixa o rastro, mas não deixa o nome.” (Dita aos filhos quando saíam sem ela): “Não estou nem aí, sou que nem cera: só quero quem me queira. Espero a pessoa aqui porque o meu batente é de pique.” (Expressão usada quando se sentia magoada.)

Legado: Dona Morena deixou um exemplo de força, generosidade e sabedoria. Sua vida foi dedicada ao cuidado do próximo, seja através do acolhimento, da medicina popular ou dos ensinamentos passados para seus filhos e netos. Seu nome permanece vivo na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la e que foram tocados por seu amor e dedicação. Deixou um grande legado e muitas saudades. Partiu deste mundo em 11 de julho de 2016.

Entrevista concedida por: Maria Laudames Castro Martins e Sebastião de Jesus Castro Martins (seus filhos).