1968: Secretário de Agricultura ganha cidadania perimiriense

Em sinal de reconhecimento, pelos relevantes serviços prestados a Peri-Mirim, a Câmara Municipal daquele Município por unanimidade, resolveu conceder ao Dr. Lourenço Vieira da Silva, o Título de Cidadão Perimiriense.

Essa Resolução tomada em Sessão do dia 27 de janeiro último, visa coroar os trabalhos da Secretaria de Agricultura desenvolvidas naquela região e que culminaram com a construção da Barragem do Gigante.

Essa Barragem, anteriormente conhecida como Barragem do Defunto, há muito era uma velha aspiração dos criadores da Baixada, os quais, para prevenir futuras estiagens, se viam obrigados a deslocar para outras plagas o gado de sua propriedade, sofrendo, com isso, enormes prejuízos e transtornos.

Várias vezes tentada, por iniciativa dos moradores da localidade, somente agora essa barragem teve sua construção concretizada, graças ao planejamento do Governo, dentro da Pasta da Agricultura.

A equipe do Secretário da Agricultura, sob orientação do Engenheiro Agrônomo Antônio Augusto Martins, vencendo as dificuldades naturais da região, executou em tempo recorde essa obra com entusiástico apoio do Prefeito Municipal, Sr. José Ribamar Martins França e completa colaboração da Câmara Municipal, permanentemente representada pelo Secretário da Mesa no Canteiro de Obras.

Situada a 20 Km da sede do Município de Peri-Mirim, a Barragem do Gigante, serve ainda aos criadores de São Bento e Bequimão, tendo sua importância ressaltada pelo fato de que sua construção impede, agora, o salgamento da água, a salinização do solo e a morte do peixe, considerado alimento básico do homem da Baixada.

Dentro de breves dias o Secretário da Agricultura se deslocará ao Município de Peri-Mirim, a fim de receber o Título que lhe foi conferido.

Jornal O Imparcial nº 16.073 – Sábado – 24-2-1968 – Pg. 8. Matéria fornecida pelo arquivista aposentado Sr. Zacarias.

Thomasia Viegas

Natural do Povoado de Mojó no município de Bequimão-MA, de onde veio aos seis meses de idade com seus pais para viverem na Ponta de Wadir, próximo à Ponta do Lago, embora no seu documento de identidade conste que ela é natural de Peri-Mirim/MA. Nasceu no dia 28 de janeiro de 1924, é a primeira filha de Raimundo França Pereira e Joanna Viegas. Seu marido era Armando Leôncio da Paz,  conhecido como Manduca (in memorian). Seus irmãos são Helena, Cândida, Justina, Filomeno, Sebastião e Antônio, estes dois últimos ainda estão vivos e moram próximos a ela.

Estudou por pouco tempo, lê um pouco e mal sabe escrever seu nome. Contou que teve uma experiência traumática com um professor. Certa vez, o seu professor particular mandou que os meninos fossem embora mais cedo e ficou com ela, com a desculpa de que precisava lhe ensinar mais uma lição.

Para sua surpresa, o professor colocou as mãos nos seus seios que ainda estavam despontando. A destemida Thomasia se defendeu dizendo que “não era galinha para ser apalpada” e não hesitou em sentar-lhe um pescoção com toda a força. Saiu furiosa para contar o fato à sua mãe. Assim que chegou a casa, o dito “professor” chegou em seguida para dizer que era mentira. A sua mãe, por óbvio, não acreditou naquele sujeito. Porém, a mocinha nunca mais frequentou uma escola.

Depois dessa experiência desagradável, foi morar na casa de Margarida Brenha de São Bento que veio morar em Peri-Mirim, com quem aprendeu a bater redes. Nessa época, conheceu a mãe do seu marido, a senhora Guilhermina de Castro, que fazia muito gosto do namoro com seu único filho, Manduca, que era 12 anos e meio mais velho que ela. Manduca já era um carpinteiro experiente.

Após um breve namoro, no dia 21 de janeiro, Manduca praticou o rapto da bela moça, então com 19 anos de idade. Moraram na casa da sogra – a mãe de Manduca -, em frente à Prefeitura, depois compraram uma casa no bairro em que vive até hoje, no Campo de Pouso.

Da união nasceram 12 (doze) filhos, entre eles, alguns abortos espontâneos, pela ordem: 1) Raimunda Nonata (faleceu com 1 ano e 5 meses, com problema de dentição); 2) Francisco (que é acadêmico da ALCAP); 3) Maria de Nazaré (mora em Imperatriz); 4) Isaías (faleceu em 27/12/2009); 5) Alzirene; 6) Domingos; 7) Marinalva (faleceu com 1 ano e 1 mês); 8) Artemísia e 9) José Viegas.

Lembra que na construção do campo de pouso, ela estava grávida de Francisco e que derrubaram a sua casa, depois construíram outra casa próxima ao local. Lembra que lá pousavam muitos aviões, mas não demoravam na cidade.

O primeiro prefeito que ela tem recordação é Manoel Miranda. Lembra também de Agripino Marques que morava no Apirital, depois mudou-se para a sede. Lembra que ele foi um bom prefeito, e que construiu a Barragem do Defunto com trabalhadores em mutirão. Tem uma lembrança vívida que atravessava a canoa por cima dessa barragem para ir visitar os seus parentes no Mojó, Bequimão. Lembra também da professora Maria Guimarães que era comadre de sua mãe.

A sua mãe contava que os seus pais morreram de bexiga brava e que os filhos foram distribuídos nas casas de parentes, para não contraírem a doença fatal. Com isso, a sua mãe ficou órfã ainda criança e foi criada na “casa dos outros”, nem sabia a sua idade.

Conta que seu marido morreu há 22 anos e que depois de sua morte, ela vive maritalmente com Benedito Garcia (Benedito Piolho), que é trinta anos mais moço que ela.

Perguntada sobre o confrade Francisco Viegas, para que ela contasse algo engraçado sobre o filho, ela disse que ele era um menino obediente, estudava muito e quase ia ser padre. Que só dava trabalho para comer, tinha muito fastio, e que tomou muito Emulsão Scott. Ele era muito carinhoso que a chama de “Bá” e ao pai “Duduca”. Segundo ela, Francisco era o filho preferido do pai. Disse ainda que não costumava bater nos filhos porque eles eram obedientes, apenas ralhava.

Thomasia lembra com saudades do festejo de janeiro, que tinha alvorada e coro na procissão. Era “um céu aberto”, com música de Nogueira. As vestes para os bailes eram terno, gravata e vestidos longos. Os bailes aconteciam na casa de José Gomes. Lembra também das missas lindas e dos padres Gerard e Edmundo que vieram do Canadá. As brincadeiras de Bumba-meu-boi eram feitas por João Brito e Secundino Pereira, este era proprietário de barco.

Compareceram à casa de Thomasia: Ana Creusa, Ana Cléres, Eni Amorim e Maria Amélia (mãe das Anas). O confrade Francisco Viegas estava na cidade, mas resolveu deixar a mãe à vontade para falar com os entrevistadores e foi participar de uma cantoria com seus amigos do Rio Aurá e somente chegou depois da entrevista, mas a tempo de posar para uma foto com a sua mãe.

Importante ressaltar que Thomasia goza de excelente memória, de gestos carinhosos, alegre e, durante a entrevista, soltava sonoras gargalhadas ao lembrar de sua juventude. Para coroar a visita exitosa, a anfitriã presenteou os visitantes com uma bela canção. Os visitantes despediram-se já sentindo saudades daquela jovem de cabelos brancos, acolhedora e amável. Thomasia é um exemplo de vida!

Entrevista realizada na residência de Thomasia Viegas no dia 01/03/2020 no Bairro Campo de Pouso, na presença de sua sobrinha Rosane Viegas. Nossos agradecimentos à Família pela preciosa colaboração à historicidade de Peri-Mirim.

Eni, Thomasia, Maria Amélia e Ana Creusa
Rosane, Thoamasia, Maria Amélia e Ana Cléres
Thomasia e Benedito Garcia
Thomasia e Francisco Viegas

Antônio Raimundo Câmara

Conhecido como Antoninho Lobato. Natural do Povoado de Taocal em Peri-Mirim-MA. Nasceu em 07 de julho de 1921, filho de José Estanislau Câmara e Iluminata Izidia Câmara. Casado com Maria Célia Nunes Câmara (in memorian), que era filha de Geminiano de Santana. Exercia a profissão de carpinteiro e como passatempo era cantor e compositor de toadas de Bumba-meu-boi.

Aprendeu o ofício da carpintaria com Antônio Paissandu de Santana. Conta que seu irmão mais velho chamado Rafael falou com o mestre, que disse que estava precisando de alguém que o ajudasse. Não teve dificuldade de aprender o ofício e lembra que o seu professor morreu do coração, que já se queixava de dores no peito.

Entre os seus trabalhos, orgulha-se de haver construído o telhado da igreja de Santana, da Cooperativa dos Produtores Rurais, da igreja de Pericumã e do Rio da Prata, sob a orientação do Padre Gerard, que tinha grande confiança em seu trabalho. Lembra-se que fez muitos caixões de defunto. Também fez o telhado das casas de Benvindo (pai de Maria Amélia) e Procório Martins, do Feijoal, filhos de João de Deus.

Nunca estudou com professor. Aprendeu a ler e escrever por meio de um livro que uma namorada “roubou” da mãe e que lá explicava tudo, não teve dificuldade em aprender. Porém, atualmente não escreve mais, devido a uma paralisia na mão direita.

Por ser muito namorador, antes do casamento teve quatro filhos: Wilson (Cidoca), Antônia do Tremedal, Grigório do Tacoal e Maria de Fátima do Poções.

Aos 32 anos, o coração aventureiro, apaixonou-se de uma moça muito bonita, chamada Maria Célia Nunes, que morava em Santana, ela tinha apenas 16 anos. Pela idade da moça e pela fama de namorador de Antoninho, a família não aceitou o namoro. Ela repetia ao namorado: “sou eu que vou casar contigo”.

Depois de um breve namoro, Antoninho praticou o rapto da moça, levando-a para a casa de Manoel Grilo. Casaram-se, Maria Célia passou a assinar Maria Célia Nunes Câmara (in memorian). Da união nasceram 11 (onze) filhos, pela ordem: 1) Isidoro Ribamar Nunes Câmara, mora em Tucuruí-PA, é carpinteiro como o pai; 2) Reginaldo de Jesus Nunes Câmara (in memorian); 3) Raimundo Nonato Nunes Câmara; 4) Antônio Raimundo Câmara Filho; 5) Maria Luísa Nunes Câmara (faleceu com 11 meses); 6) José Augusto Nunes Câmara; 7) Edmilson Nunes Câmara; 8) Joanete de Jesus Nunes Câmara; 9) Rosinete de Jesus Nunes Câmara; 10) Walmir Nunes Câmara e 11) Adalton de Jesus Nunes Câmara.

Perguntado sobre João de Deus Martins, patrono da Cadeira nº 12 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Ana Creusa Martins dos Santos, o entrevistado informou que conheceu João de Deus e que o chamavam Nhô João de Deus. Recorda que namorou com uma neta de João de Deus, filha de João Venâncio, que não lembra o nome da moça, mas que lhe tinha grande estima. A moça faleceu, mais ou menos, com 18 anos, vítima de uma infecção no pé.

Compareceram à casa de Antonino: Ana Creusa, Ana Cléres, Maria Amélia (mãe das Anas), Suzane Pinto Moura e seus filhos Sarah e Paulo. Foram recepcionados pelo filho do entrevistado Antônio Raimundo Câmara Filho (Tozinho).

Importante ressaltar que Antoninho goza de excelente memória, de gestos carinhosos, alegre e, durante a entrevista, soltava sonoras gargalhadas ao lembrar da sua juventude. Ele é muito bem tratado pelos seus familiares, exalando perfume, cabelos cheirosos. É incrível: Antonino mantém uma beleza peculiar, provavelmente pela sua alegria constante.

Não tem como não amar Antoninho. Ele lembrou da visita que o amigo José Santos lhe fez, meses antes de falecer. Para coroar de êxito a visita, o anfitrião presenteou os visitantes com uma bela toada. Os visitantes despediram-se já sentindo saudades daquele jovem de cabelos brancos, prometendo voltar outras vezes. Antonino, um exemplo de vida!

Entrevista realizada na residência de Antônio Raimundo Câmara no dia 16/11/2019 no Povoado Tacoal, na presença de seu filho Antônio Raimundo Câmara Filho. Nossos agradecimentos à Família pela preciosa colaboração com a historicidade de Peri-Mirim.

Antonino faleceu no dia 15 de agosto de 2021, por volta de 23:45 horas no Hospital Regional de Pinheiro, deixando muita saudade aos familiares e amigos.

Antoninho e José Santos

Antoninho e Maria Amélia, filha de Benvindo e neta de João de Deus Martins.

Sarah, Antoninho e Paulo. As crianças são filhos de Aírton Martins, tetraneto de João de Deus.
Ana Cléres, Tozinho, Antoninho e Ana Creusa

Matéria jornalística sobre a inauguração do Município de Macapá em 1919

Matéria publicada no Jornal Pacotilha-Maranhão (quinta-feira), 7 de agosto de 1919

“De uma visita que fizemos a Macapá, no dia da inauguração do Município e vila do mesmo nome, trouxemos a mais agradável impressão. Então, viu-se quanta força de vontade possui tão nobre gente e a ânsia de progredir que preside a todas as almas. Em toda parte, na rua, na Igreja, nos edifícios públicos, nos lares, nos bairros vizinhos, a alegria era enorme. Todos exultaram ao sentir que iam ter vida própria, com governo seu, daí por diante.

A vila de Macapá está situada ao pé de um morro, de altitude regular, tendo em frente o campo. Está cortada em duas secções por um pequeno rio intermitente, que as limita. Uma dessas secções entende com a denominação propriamente de Macapá, e a outra tem o nome de Portinho, mas essas divisões não têm importância, é a mesma relação que existe outra, a cidade de São Bento propriamente e o bairro Outra Banda.

A população de Macapá não deve decrescer de 5.000 habitantes, número fixado pela Constituição do Estado para autorizar a emancipação.

Pelas delimitações fixadas, o Município possui várias fazendas importantes, de engenho e gado, pelo que é de esperar que haja arrecadação suficiente para custear os serviços públicos. Afora esse parêntesis, vamos continuar a nossa narração.

Em viajem, antes de chegarmos a pitoresca vila deparamos com a fazenda do Sr. João de Deus Martins, o homem que, só entre filhos e genros, possui 20 e tantos electores. A sua amabilidade fez-no transpor os humores da sua morada, e aí fomos tratados com fidalguia cativante.

Chegamos a Macapá às 6 horas da tarde da véspera da inauguração do Município. Logo pela manhã, do grande dia, houve alegre alvorada na Igreja, com música e foguetes. O reverendíssimo Padre Felipe Candurú, que aí então se achava para provar que a Igreja comungava também dos sentimentos do povo, fez de propósito reparar algumas meninas, tolas muito interessantes e graciosas para receberem a comunhão sagrada.

Como era natural, depois do despertar, tomamos o caminho da Igreja, e lá assistimos a cerimonia religiosa, em que houve a maior concorrência popular. Após essa cerimonia, o povo todo, inclusive o Padre Felipe Candurú dirigiu-se em passeata para o lugar destinado á inauguração, e durante o trajecto, a banda de música tocou várias peças alegres e canções patrióticas. Muitos nomes eram aclamados entre estes, com mais fervor, os do Dr. Urbano Santos Cel. Bricio de Araujo, Dr. Raul Machado, Cel. Carneiro de Freitas, Dr. Carlos Reis, etc.

O salão que os esforçados macapaenses para a cerimônia estava regularmente movimentado e inteiramente repleto.

As dez horas, começou o serviço das actas. Era meio dia quando foi instalada a Câmara e empossados o Prefeito e o Sub-Prefeito às suas residências. Era de encantar o modo fidalgo como era tratados todos os visitantes. A família Ignacio Mendes, numa actividade pasmosa procurava por todos os meios com solicitude e carinho, agradar a todos. Estava aí uma miniatura do lar de Macapá, franco e hospitaleiro. A festa rematou com um animadíssimo baile na residência do Prefeito, em que compareceu toda a elite Macapaense cada qual mostrando o maior capricho no trajar. Foi uma desta, a bem dizer, deliciosa, onde sentimos no coração de cada macapaense pulsar fibra dessa alma sertaneja, orgulhosa da sua fidalguia de trato e nobreza de coração. Ainda relembramos com imensas saudades os dias ditosos que possamos, naquela terra, em contacto com o seu gênero e hospitaleiro povo”. (Matéria fornecida pelo pesquisador Zacarias do Arquivo Público Estadual do Maranhão).

* Alguns termos antigos foram colocados para a linguagem atual, para não confundir os pesquisadores, especialmente alunos perimirienses.

Itaquê Mendes Câmara

Nasceu em 04 de março de 1947 no município de Peri-Mirim/MA, logo em seguida a sua família mudou-se para Vargem Grande, onde iniciou os estudos de alfabetização.

Estudou o ensino fundamental e médio em São Luís, respectivamente no Instituto Zoé Cerveira e no Liceu Maranhense, respectivamente. O ensino secundário foi feito em Fortaleza-CE, também no Liceu, já sonhando em ser engenheiro, pois em São Luís não havia curso de Engenharia.

A universidade foi um sonho distante e um compromisso de voltar. Para fazer o curso de Engenharia Civil na Universidade Federal do Ceará (UFCE), que iniciara em 1966, trabalhava à noite, ensinando em escolas de segundo grau, o que lhe despertou o gosto e aptidão para o ensino. Ao mesmo tempo, passou a estagiar em obras de engenharia e foi encarregado de gerenciar a construção do Laboratório de Ciências do Mar em Fortaleza. Ao se formar, em 13 de dezembro de 1970, o desejo de regressar a São Luís foi mais forte e, assim, em janeiro de 1971 mudou-se para São Luís.

Outro fato marcante de sua vida foi a construção de uma família. Conheceu sua esposa em Fortaleza, namorou por alguns anos, casando-se muito jovens, em 1971. Essa experiência o fez ver o mundo de uma forma diferente. A obrigação de ser um chefe de família recém-formado, de origem humilde, fez de Itaquê um homem sempre preocupado com a repercussão de seus atos.

Durante do curso de Engenharia, interessou-se muito pela Matemática aplicada, métodos quantitativos, pesquisa operacional, controle de qualidade, estatística aplicada, modelagem matemática, o que induziu a realizar concurso público para auxiliar de ensino na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde teve seu primeiro contrato de trabalho como professor.

Foi contratado para ministrar aula de Física e Matemática, foi lotado no Departamento de Matemática e Física, realizando um sonho antigo. Simultaneamente, fez concurso para a Federação das Escolas Superiores do Maranhão, que originou a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), onde passou a lecionar Geometria Analítica e Pontes e Grandes Estruturas, na Escola de Engenharia, ao mesmo tempo em que exercia a função de engenheiro e construía os primeiros blocos da UFMA, a saber: o Marechal Castelo Branco, onde hoje funciona a Administração da UFMA.

No decorrer de sua carreira docente, também participou da administração departamental, como chefe e subchefe, coordenador de curso. Continuou exercendo a profissão de engenheiro, quer como construtor, quer como engenheiro fiscal, tanto na CAEMA, como na CEMAR.

Em março de 1976 iniciou o mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em fevereiro de 1977, defendeu a dissertação “Fluxo de Água Confinada sob cortinas impermeáveis em escavações”, que teve como orientador o prof. PhD Valjapeyan Srinivasan  Sriarangacher.

A dissertação tinha dois objetivos: o primeiro era elaborar um modelo matemático do fluxo de água confinada; o segundo era verificar através de modelo de laboratório esse comportamento e compará-lo com o modelo teórico. A aplicabilidade desse estudo abrangia as barragens para acúmulo de água no nordeste brasileiro.

As conclusões da dissertação foram apresentadas no 9º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental, evento que ocorreu em 1977 na cidade de Salvador e também foram publicadas pela Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão (CAEMA).

Ao mesmo tempo em que seguia a carreira de professor universitário, também exercia atividade profissional de engenheiro – inicialmente na CIBEL, construindo os prédios da nascente UFMA, depois, na Empresa Maranhense de Engenharia, como Diretor Técnico, em seguida como engenheiro atuante de saneamento básico, SANEL e CAEMA, posteriormente na CEMAR. Teve uma empresa de engenharia, a EPLAC.

A partir daí foi um passo para a Administração Pública, como Diretor Técnico (1976/1977) e Diretor Presidente da CAEMA (1983/1987), como Diretor de Irrigação do DNOS, como Diretor do DENTEL, atividades que em permitiram desenvolver habilidades na aplicação dos conhecimentos teóricos de planejamento estratégicos, planejamento urbano, criando cenários tão próximos da realidade institucional quanto possível. Destaca-se as aptidões adquiridas nesse período “o saber ouvir” no processo decisório como ferramenta de gerenciamento.

Nesse período passou trabalhar com mais ênfase a ferramenta da qualidade, tratada cientificamente, através de técnicas de análise multivariada e correspondência, modelos de regressão logística múltipla, função discriminante linear de Fisher, análise de componentes principais e fatoriais, entre outras, com a utilização nestes do SPSS (versões 17.0 a 20.0). Tornou-se Auditor de Qualidade pela Brtuy e Analista de Inteligência, orientando análise de dados de dissertações de mestrado e teses de doutorado.

Participou do grupo de trabalho, pela SEDINC, que desenvolveu um amplo estudo – Maranhão Competitivo – Uma Estratégia de Desenvolvimento Produtivo, que é um conjunto de diretrizes que orienta processo de desenvolvimento socioeconômico do Estado, por meio de diagnósticos e planejamentos estruturados, com ações integradas objetivando a inclusão produtiva e social em todo o Maranhão. Atualmente é professor aposentado da UFMA como Adjunto IV e da UEMA como professor titular.