SECUNDINO MARIANO PEREIRA

Por Diêgo Nunes Boaes

Nasceu no povoado Meão, não sabia ler e escrever, mas obtinha uma inteligência admirável, nunca havia frequentado escola, mas seus saberes e conselhos eram temidos por todos. Na comunidade era tido como um profeta. É patrono da Cadeira número 08 (oito) da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Graça de Maria França Pereira.

Casou-se com a senhora Alaíde Pereira, quando construiu família mudou-se para o bairro do Portinho. Em sua união com a Alaíde teve 09 filhos: João Pereira, Antônio Pereira, José Pereira, Macico Pereira, Constâncio Pereira, Donízia Pereira, Anicolina Pereira e Raimunda Pereira, e de outro casamento, Raimunda Azevedo, todos já falecidos. Secundino criou seus filhos e muitos de seus netos, adorava fumar charuto.

Secundino Mariano Pereira foi vereador em Peri-Mirim, ele também gostava da cultura, fazia blocos carnavalescos e bumba-boi. Conforme depoimento do seu neto João Pereira Amorim: “lembro de um dos blocos, chamado BLOCO DOS MARINHEIROS, no bloco tinha um barco de buriti de 2 e meio metros, era muito bonito, para minha felicidade quando acabou a festa fui apresentado pelo meu avô com  aquele barquinho“.

Em 1977 na gestão de um de seus netos: João França Pereira, teve a praça do bairro do Portinho construída em sua homenagem, e em 2003 na gestão do seu outro neto: Geraldo Amorim Pereira, reformada e ampliada além da construção de uma escola no povoado Centro dos Câmaras.

Secundino tem uma geração de netos e bisnetos, doutores, professores, advogados e pessoas ilustres. O próprio era uma das pessoas ilustres de Peri Mirim, dono de barcos, canos, gado, carros de boi e de muitas terras. Ele tinha um barco chamado “formosa”, um barco famoso, quando chegava na Beira Mar em São Luís, o povo já avistava de longe, com suas belas cores nas tonalidades: amarelo, azul, branco e preto, cores prediletos do Secundino, que pintava anualmente, abrilhantava seu belo barco que se destacava em meio a muitos naquela época.

O Secundino era quem construía o seu próprio barco, o consertava e pintava. Além de fabricar canoas e pneus dos carros de boi, na época eram muito utilizado no translado de lenhas para as olarias, além de outros tipos de cargas. Secundino e Gaudêncio eram os únicos, na época que transportavam mercadorias de São Luís, atracavam na Beira Mar, pegavam as compras dos comerciantes perimirienses, traziam até o armazém, na Vala ou barragem do defunto (atual barragem Maria Rita) para abastecer os comércios de Peri Mirim, praticamente 05 dias de viagem, eles reversavam, um dia Secundino (barco Formosa) e no outro Gaudêncio (barco França Filho, depois mudou para Lucimar).

Um fato importante é que hoje o bairro do Portinho tem o padroeiro São João Batista graças ao Secundino Mariano Pereira, que fez a primeira capela para abrigar a imagem doado pela senhora Gertrudes Pinheiro, conterrânea do povoado Minas, que morava no Rio de Janeiro e mandou a imagem pra São Luís de avião, Secundino trouxe em seu barco formosa, deixou na residência do senhor Egídio Martins, no povoado Jaburu, e assim organizou uma procissão do povoado Jaburu até a capela de São João Batista no bairro do Portinho, no dia 24 de setembro de 1952, procissão esta que marcou a vida do Secundino, além de ser devoto de São João Batista, o mesmo começou a ser um cristão assíduo nas missas e rezas da igreja local. Com isso, há 72 anos o bairro do Portinho tem como padroeiro São João Batista. 

No dia 14 de janeiro de 1960, aos 78 anos, Secundino Pereira faleceu em São Luís onde foi sepultado no Cemitério do Gavião.

 

 

ATA DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA ALCAP PARA DESIGNAR COMISSÃO PROVISÓRIA DE GESTÃO DA ENTIDADE, SOBRE A NOVA DIRETORIA E DEMAIS ASSUNTOS

Aos vinte dias do mês de outubro do ano de dois mil e vinte e quatro, às 15:31min, em segunda chamada, nesta cidade Peri Mirim, Estado do Maranhão, no Centro Educacional “Artur Teixeira de Carvalho”, situado na rua Presidente Getúlio Vargas s/n, Centro, reuniram-se em Assembleia Geral Extraordinária, membros da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense- ALCAP, de forma presencial e híbrida. Tendo como participantes: Adelaide Pereira Mendes, Ana Creusa Martins dos Santos, Diêgo Nunes Boaes, Edna Jara Abreu Santos, Eni do Rosário Pereira Amorim, Francisco Viegas Paz, Jessythannya Carvalho Santos, Liliene da Glória Costa Ferreira, além das amigas da ALCAP, Ana Cléres Santos Ferreira e Maria do Carmo Pereira Pinheiro. Assumindo a presidência dos trabalhos, a senhora Ana Creusa Martins dos Santos, que designou a mim, Diêgo Nunes Boaes, para secretariar os trabalhos. A presidente Ana Creusa, deu as boas-vindas aos participantes e apresentou a pauta da Assembleia Geral, pontuando temas relevantes, como: Sentimento de pertencimento e comprometimento com a ALCAP; Indicação e discussão sobre a eleição da nova diretoria no dia 15 de novembro; Comissão provisória de Gestão da ALCAP; Evento do dia 14 de novembro, denominado II Festival ALCAP de Cultura. Os confrades apresentaram seus depoimentos e situações acerca do pertencimento à ALCAP e o que poderemos fazer para manter viva e unida como outrora, bem como a importância de participarmos mais dos eventos e colaborarmos de todas as formas possíveis para o bom êxito da ALCAP. Sobre a indicação provisória de uma comissão de Gestão da ALCAP, que ficará responsável pelos andamentos dos trabalhos até dia 15 de novembro, data da eleição da Nova Diretoria, por unanimidade os presentes destacaram o nome de três confrades: Jessythannya, Diêgo e Edna Jara, que de bom grado aceitaram a missão. Dessa forma, a comissão provisória será presidida por Jessythannya. A mesma tem a tarefa de organizar um bilhete com as ações previstas após a divulgação da ata desta reunião e conversar com os membros que não estão participando, para que se aproximem mais da confraria. A comissão ficará encarregada de organizar o evento do dia 14 de novembro, o II Festival ALCAP de Cultura, iniciado pela diretoria anterior. Sobre a eleição da Nova Diretoria, a confreira Ana Creusa franqueou a oportunidade a todos os presentes para quem tivesse disponibilidade a se candidatar à presidente da ALCAP, a acadêmica Jessythannya, após ouvir todos, se posicionou e teve votos de todos os presentes para concorrer como presidente, ela irá montar sua Chapa para concorrer à eleição. Nada mais havendo a tratar, a senhora presidente deu por encerrada e datada eu, Diêgo Nunes Boaes, secretário, escrevi e assino.

Peri Mirim-MA, 20 de outubro de 2024

 Diêgo Nunes Boaes

Ana Creusa Martins dos Santos       

Plagiando Shakespeare (15/12/2022): Reflexão aos 59 anos

Por Nasaré Silva

 

Até que ponto vou poder continuar como nômade?

Na futura varanda da casinha de sapé desfruto do vento frio

Que, enquanto refrigera o calor, inquieta minha alma.

Qual o meu pertencimento?

 

“Com o tempo a gente aprende” que qualquer lugar é bom

Desde que se tenha paz.

 

E as amigas, por onde estão?

Algumas, se tornaram estrelas.

Outras, apesar da proximidade

Geográfica, encontram-se distantes.

“Com o tempo a gente aprende”

Que podem estar em qualquer lugar

Ou em lugar nenhum.

 

Que fazer amizade é mais fácil

Do que preservá-la.

Que os amigos se tornam caros

Não por serem onerosos,

Mas por falta de tempo

Para cultivá-los.

 

Aprende-se com o tempo:

Que tudo é tão fugaz,

Que os amores não são eternos.

Acontecem como chuva de verão.

Alguns deixam seu registro,

Sua identidade.

Outros, nada, nem a lembrança.

Foram jogados em calabouços

Do esquecimento.

Outros, ainda, são apenas sombras

Que se mexem como

Na “Caverna de Platão”.

 

“Aprendi com o tempo”,

Que nem sempre a visita que

Se espera, é a mesma que se recebe.

Que assim como há confluência

Também, há divergência.

E os caminhos podem nunca

Se encontrar.

 

“Aprendi com o tempo”

Que as verdades absolutas

De outrora, hoje são apenas

Ilusões rancentas

Ultrapassadas pelo tempo.

 

“Com o tempo a gente aprende”

Que nem todos os elogios são verdadeiros

Uns, são usados apenas como meio

De aproximação.

 

Hum, o tempo é cruel

Deixa marcas e dores.

Por isso, o tempo também ensina

Que as cicatrizes,

dependendo da situação

podem voltar a sangrar.

E assim, de fase em fase,

De etapa em etapa,

A vida se encaminha

Para o fim.