Aos vinte dias do mês de maio de dois mil e dezoito, reuniram-se no prédio do Centro Educacional “Artur Teixeira de Carvalho”, localizado na Rua Presidente Vargas, 1 – Centro, no município de Peri-Mirim – Maranhão.
Academia de Peri-Mirim publica Edital de convocação para realização de eleição da nova Diretoria
A Presidente da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), atendendo ao disposto nos artigos 34 a 36 do Estatuto da Entidade, CONVOCA, por meio de edital, os acadêmicos, em pleno exercício de seus direitos estatutários, para inscrição no processo de eleição.
A eleição dar-se-á por votação a ser realizada on line e secreta, ou por aclamação, no caso de chapa única. A Assembleia Geral para proclamação e homologação do resultado da eleição será realizada pela Plataforma Google Meet, às 17:00h de sábado, dia 31 de julho de 2021.
A votação destina-se a eleger chapa completa para os cargos de Presidente; Vice-Presidente; 1º Secretário; 2º Secretário; 1º Tesoureiro; 2º Tesoureiro e três Membros do Conselho Fiscal.
Prevê o Edital que as chapas deverão ser registradas até o dia 28 de julho de 2021 e homologadas a partir do dia 29 de julho de 2021.
No mesmo ato, a Presidente, Eni do Rosario Pereira Amorim, nomeou os componentes da Comissão Eleitoral, formada pelos acadêmicos: Alda Regina Ribeiro Corrêa; Graça Maria França Pereira; Nani Sebastiana Pereira da Silva e Venceslau Pereira Júnior, que conduzirão o processo eleitoral.
POEMA A PERI-MIRIM
Peri-Mirim terra querida
De coração fico a admirar
Suas belezas, suas paisagens
Nem dar para acreditar
Por sua gente hospitaleira
Por teu povo acolhedor
E quem chega por aqui
Vê o Santo protetor
Peri-Mirim vem se destacando
Com a ALCAP a abrilhantar
Sua história e sua cultura
Por ela vai se eternizar
Temos muito a dizer
Sobre o que ela nos representa
Nossa Peri-Mirim tem história
Feliz de quem nela se acalenta!
Lugar de pessoas ilustres
Vou começar por meu pai
O nome dele é Walton Barreira
Que na educação foi sagaz
Vou citar mais alguns
Jarinila Campos, educadora
Voz delicada e amorosa
Destacou-se como professora
Continuando com os nomes
Dona Mirian Costa Pereira
Professora mãe de nosso confrade Júnior
Estudou com afinco, mãe guerreira!
Tive a oportunidade de conhecer
Outro nome importante
Heráclito Pinheiro, meu avô
Do Inambu era comerciante.
Sinto saudades de alguém
Que partiu sem dizer adeus
Batista Pinheiro, meu amigo
Está morando com Deus!
Dentre outros tantos…
J. Campos, Doxo, Keila Abreu
Cada um em seu espaço
Sua história escreveu!
Vou citar alguém especial
Para finalizar este poema
Minha adorada mãe Bubu
Amor Incondicional é o seu lema!
CORDEL: SÓCRATES E HANNAH ARENDT
Por Nasaré Silva
Todos vocês que aqui estão
Recebam meus cumprimentos,
É muita honra tê-los conosco,
A prestigiar nosso evento.
Miniolimpíada de filosofia
A primeira da freguesia
Palmas para este momento.
Nesta tarde ensolarada
Tivemos dois julgamentos:
O primeiro foi de Eichmann
Que só produziu sofrimento,
Não somente ao povo judeu
Condenou até o filisteu
Seu problema: discernimento.
O segundo foi de Sócrates
Que todos já ouviram falar,
Século V a. de Cristo
Ele vivia a perambular,
Questionava todo mundo
Parecia um vagabundo
A Ágora: o seu lugar.
Para falar sobre Eichmann
Convém neste momento citar
A cientista política
Hannah Arendt, ouviram falar?
Viajou para Jerusalém,
Não foi para dizer amém
Foi ao julgamento reportar.
Eichmann fora julgado
Em 1961.
Por muitos crimes de guerra,
Aqui falamos de um a um.
Ele dizia ser inocente
Não pensava, pois, sua mente,
Não tinha dote nenhum.
Mandou para o holocausto
Seis milhões de judeus
Idosos, crianças ou jovens,
Quem tinha religião ou ateus
Seu problema era não pensar
Hannah Arendt fez confirmar,
No livro que escreveu.
Eichmann em Jerusalém
É um livro seu, famoso
Nele Arendt conta a história
De julgamento oneroso
De Argentina a Israel
Foi conduzido o réu
Sob um regime rigoroso.
Hannah Arendt escreveu
Muitos livros, no entanto.
Praticamente em todos eles
Questionar era seu acalanto
Judaísmo: a religião
Questões políticas: sua missão
A verdade era seu manto.
Em 1906 nascera
A Alemanha era seu mundo.
Morou na grande Paris
Num período infecundo.
Vivera em “tempos sombrios”
Sobreviveu às guerras, o vazio,
Conviveu com moribundo.
Seu livro de notoriedade
As Origens do Totalitarismo,
Arendt narra como surgiu
O conhecido antissemitismo,
Pois ela queria entender
Por que tanto ódio e Poder
No mais novo regime, o Nazismo.
Em Homens em Tempos Sombrios
Arendt biografa homem e mulher
Walter Bejamin, Karl Jaspers,
Os seus dois amigos de fé.
Rosa, Lessing e reflexões,
Heidegeer, uma de suas paixões,
Arendt, judia e grande mulher.
O termo “banalidade do mal”
Por ela, cunhado no julgamento
Amigos judeus de Hannah Arendt
Não sentiram contentamento,
Pensaram que Eichmann defendia
Não entenderam o pensar da judia
Amizade sofre estremecimento.
Passaria a tarde inteira
Falando de Hannah Arendt
Todo o tempo ainda é pouco
Quando o poema expressa arte.
Preciso a Sócrates voltar
E sua linda história narrar
A verdade foi seu baluarte.
Sócrates fora condenado
Por crimes que não cometeu
Indagar era o seu forte
Aos jovens não corrompeu,
Aos deuses não desrespeitou
Contra a mentira sofística lutou
Deram-lhe cicuta, ele bebeu.
Por vezes, o interlocutor
A Sócrates não entendia
Usava método “maiêutico”,
Concomitantemente, à ironia,
Quando da conversa, o fim,
Não visualizava o jardim
Da luz da sabedoria.
Isso gerou confusão
Na vida de muita gente,
Em Atenas, na Grécia Antiga,
Nessa parte do Ocidente,
Os cidadãos se reuniam
Na Ágora e decidiam
O melhor ao Continente.
Assim narra-se a história
De quem buscava a verdade,
Não mentia, perguntava,
Sobre os temas da cidade
Ele indagava porque queria saber,
Desconhecia a essência do Ser
E não aceitava caridade.
Um grupo de filósofos
Chamado de sofistas
Ficou muito incomodado
Com sucesso do politeísta.
Armaram uma encenação
Condenaram Sócrates, então,
Por crimes ainda não vistos.
A peça que apresentamos
Foi parte de seu julgamento
Escrito no Apologia a Sócrates
De Platão, o pensamento,
O seu discípulo fiel,
A condenação fora o fel
Amargo desse momento.
O objetivo deste evento
É mostrar nosso projeto
“Até que ponto nós agimos
Mediante as leis”, fazendo certo?
Vê-se nos dias atuais
Medidas descabidas, fatais,
Que impedem nosso progresso.
Mediantes a tantas PECs
Que tiram nossos direitos
Nos calamos, nos omitimos
Aceitamos o desrespeito.
Até onde vão os desmandos?
Nossa honra blasfemando
E tudo sendo desfeito?
Vamos unir nossas forças
Nossa coragem, a fé.
Aprendamos a dizer não,
Lutemos contra o lúcifer
Eichmann aceitava tudo,
Até mesmo dos judeus o tributo,
Não pensava, vivia de cliché.
Somente nós podemos mudar
O rumo da nossa história.
Nascemos pobres, somos dignos,
Sonhamos com as vitórias
Não fiquemos aprisionados,
Ou seremos condenados,
Sem um momento de glória.
Quero registrar, no momento
Meus queridos professores:
Almir e Marly Cutrin,
Ambos são doutores.
Transmitem conhecimento,
E nos dão contentamento,
E assim, perpetuam valores.
Deixamos aqui registrado
Os sinceros agradecimentos
A secretária Alda Regina
Dalcione, no engajamento,
Aos amigos da equipe
Vieram a pé ou de jipe
Mas estão neste momento.
Eles são Kelisson Melo
Nayara e Walterlino,
Nasaré como já sabem
É a poeta, tem destino.
Agnaldo, grande pastor.
Todos trabalham com amor
Em prol de um bom ensino.
A equipe “Esmagai a Infame”
Encerra sua apresentação.
Adquirimos competências
Dotados ou não de inspiração.
Dizemos até breve a todos.
Estes são nossos modos
Agradecemos de coração.
Escritora: Nasaré Silva
Formada em Pedagogia – FAVIX – 2012.
Especialista em Ensino da Educação Básica.
Graduanda em Filosofia – UFMA.
O cordel foi último ato para o encerramento da miniolimpíada de Filosofia sob a orientação do Prof. Dr. Almir Ferreira. Nov./ 2019.
ATA DE DIPLOMAÇÃO DE HONRA AO MÉRITO CULTURAL PERIMIRIENSE, ANO 2021
Aos trinta dias do mês de junho, por meio da plataforma google meet, reuniram-se os acadêmicos da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) e convidados para a sessão solene de entrega de Diploma de Mérito Cultural concedido pela ALCAP. A reunião foi iniciada às dezenove horas e quinze minutos com as boas-vindas dadas pelo confrade e cerimonialista da ocasião, Venceslau Pereira Júnior que convidou as confreiras convidadas para compor a mesa, a Secretária de Educação de Peri-Mirim, Giselia Pinheiro Martins e representante do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, Ana Creusa Martins dos Santos. Logo após a presidente da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense – ALCAP, Eni do Rosário Pereira Amorim fez pronunciamento sobre o momento e a importância da diplomação de mérito cultural aos nossos conterrâneos que tanto contribuíram e contribuem para a valorização da nossa cultura, a mesma ainda declarou aberta a Sessão Solene de Diplomação de Mérito Cultural Perimiriense. O primeiro homenageado foi o confrade Carlos Pereira Oliveira que recebeu o diploma de honraria do confrade José Ribamar Martins Bordalo, ao término da homenagem, ambos se expressaram pela gratidão pela qual o confrade Carlos Pique representa para a cultura local. O segundo homenageado foi o senhor Adalberto França Coimbra, popular Galanchinho, que recebeu da confreira Ana Creusa Martins dos Santos o diploma de honraria do mérito cultural perimiriense, o homenageado se expressou agradecendo o privilégio de ser lembrado, escolhido e homenageado pela ALCAP. A terceira homenageada foi a professora Maria de Lourdes Campos que recebeu da confreira Giselia Pinheiro Martins o diploma de honraria do mérito cultural de Peri-Mirim, a professora homenageada agradeceu aos envolvidos pelo projeto e por ter sido escolhida para receber o mérito. O quarto homenageado foi o senhor Manoel de Jesus Campos, popular Santiago, que recebeu da confreira Elinalva de Jesus Campos o diploma de honraria do mérito cultural perimiriense, o homenageado expressou com forte gratidão a homenagem a ele concedida e encerrou sua fala com uma bela toada parabenizando a Academia de Letras Perimiriense. O quinto homenageado foi o senhor Rui Ribeiro Corrêa que recebeu do confrade Jailson de Jesus Alves Sousa o diploma de honraria do mérito cultural perimiriense, o homenageado agradeceu o feito da ALCAP em valorizar a cultura e desejou votos de estima a confraria. O sexto e último homenageado foi o saudoso José de Jesus Pereira Campos, eterno Zequinha de Deusdete ou J. Campos, onde a confreira e presidente Eni do Rosário Pereira Amorim fez a leitura de honraria de mérito cultural por suas contribuições ao engrandecimento da cultura do município de Peri-Mirim, na ocasião o confrade Venceslau Pereira Júnior foi convidado a expressar um pouco sobre a vida do J. Campos, o confrade relatou o profissionalismo, companheirismo e dedicação daquele que em vida se chamou José de Jesus Pereira Campos, através de uma singela homenagem a um dos grandes ícones da cultura de nossa cidade. Em seguida, a presidente da ALCAP, Eni do Rosário Pereira Amorim fez o discurso de agradecimento, iniciando com uma pequena citação do Padre Antônio Vieira, e ainda falou acerca do respeito e valorização da tradição local e a importância da cultura para o crescimento da cidade. Relatou ainda sobre a finalidade do projeto que é de reconhecer alguns artistas da terra e a importância de tal evento em ser anualmente para que novos ícones da cultura perimiriense sejam homenageados. A sessão foi encerrada com os agradecimentos do cerimonialista, o confrade Venceslau Pereira Júnior aos convidados, no momento ainda tivemos uma pequena amostra de fotos de edições passadas que permanecem em nossa memória, apresentadas pelas confreiras: Jessythannya Carvalho dos Santos e Edna Jara Abreu Santos e, por fim, a confreira Elinalva de Jesus Campos fez a apresentação cultural envolvendo o confrade Carlos Pereira Oliveira e Santiago que apresentaram algumas de suas toadas e a confreira Maria Nasaré Silva que encerrou com uma paródia com o título Mãe Catirina. O evento encerrou às vinte e uma horas e trinta e seis minutos com a fala de agradecimento dos confrades envolvidos e dos participantes. Nada mais a tratar, eu, Diêgo Nunes Boaes, primeiro-secretário lavrei a presente Ata, que após lida e achada conforme será assinada por mim e pela presidente. Peri-Mirim, 30 de junho de 2021.
Paródia de Mãe Catirina
Compositora: Nasaré Silva
Mãe Cecília que só quer brincar com a língua do boi
Nunca pensa em comer ela, nem filé e nem costela
Pois seu lema é o amor.
Ai mãe Cecília cuida do boi (bis) que quer crescer (Refrão)
E lá vai meu boi prenda da cidade
Nossa comunidade chegou a hora de brilhar.
Homenageando todas suas famílias, gente aguerrida
Que não cansa de lutar.
Refrão…
E lá vai meu boi no romper da aurora
Nossa escola chora sem alunos pra ensinar.
Mas não nos abatemos, nesta trajetória
Porque temos Deus para nos encorajar.
E lá vai meu boi cheio de saudade
Dos nossos alunos que não podemos visitar
Mas cremos em Deus, que em breve estaremos
Todos reunidos, na escola a estudar.
E lá vai meu boi arrastando a barra
Cecilia Botão tem garra quando o tema é educação
Levando um recado pro governador
Esta escola humilde tem carinho e tem valor.
E lá vai meu povo cantando pra ela
Em nossa aquarela rimando pra São João
Nossa querida escola, mesmo com saudades
Canta para os pais, nossa Cecília Botão.
Mérito Cultural Perimiriense: Discurso da Presidente da ALCAP
Por Eni Amorim
Mais uma vez Saúdo a todos!
Inicio a minha fala parafraseando o Padre Antônio Vieira:
Para falar ao vento, bastam palavras. Para falar ao coração, são necessárias obras.
Hoje, nesta noite memorável, homenageamos com o diploma de Mérito Cultural Perimiriense, João de Deus Paz Botão, um dos ícones da cultura folclórica do município, um poeta que se inspirava na natureza, naquilo que vivia e assim traduzia em versos os objetos das suas inspirações.
O Diploma de Mérito Cultural Perimiriense é uma forma de a ALCAP reconhecer alguns artistas da terra, artistas criadores, que com suas obras, seus feitos, em um determinado momento da História falaram ao coração de Peri-Mirim encantando o povo do município e do Estado do Maranhão, fazendo o município brilhar lá fora.
Se olharmos para o passado, com os olhos do presente, veremos que temos muito a fazer no nosso quesito cultural.
A política cultural deve ser vista pela sociedade (e realizada pelos gestores da cidade) como um cardápio de iniciativas, de promoção, de desenvolvimento econômico.
A cultura gera renda, gera emprego, gera inclusão, gera desenvolvimento. Estes atores que a ALCAP reconheceu hoje pelo seu trabalho, sua dedicação e sua criatividade, ajudaram a construir a história da cidade através da promoção e apoio à adversas manifestações culturais.
A ideia da ALCAP é realizar um evento anual para homenagear pessoas envolvidas ou que já se envolveram na promoção e/ou apoio à manifestações culturais no município.
E para não me alongar mais, encerro a minha fala com a famosa frase de Walt Disney: “Ninguém faz nada sozinho”. Em nome da Academia, agradeço a todos os envolvidos para realização deste projeto, pois para chegarmos até aqui, tivemos o envolvimento de vários atores, para que esse momento se tornasse real.
A todos nossa gratidão!
Rui Ribeiro Corrêa
Rui Ribeiro Corrêa, nasce em 19 de novembro de 1967 no povoado Pericumã, Peri-Mirim-MA. Filho de Anastácio Florêncio Corrêa e Helena Ribeiro Corrêa. Pai de 07 filhos. Trabalhou por muito tempo com times de futebol. Sua inspiração pela cultura iniciou por intermédio da Dança do Urubu de Viana-MA, onde ele e seu time prestigiavam até a madrugada aguardando a tão esperada dança se apresentar.
Por esse fato, Rui teve a ideia de organizar uma dança indígena, mas por condições desfavoráveis à época o impediram de avançar nesse sonho. Então, ele assistindo um programa de TV viu uma belíssima dança se apresentar, em estilo country, se encantou. Resolveu, então, organizar uma dança country em Peri-Mirim, mas a ideia era um homem dançando com várias mulheres, porém, como a dança era uma inovação na cidade, logo se propagou e a procura foi grande, a comissão então resolveu montar os pares, surgindo a Dança Country Laço de Prata, surgindo no ano de 2005 e abrilhantando os arraiás da Baixada e da capital do Estado. O lema da dança sempre foi respeito, responsabilidade e união, este último era presente entre os componentes em todos os âmbitos, desde o futebol até as gincanas.
Como tinha uma dança laço de ouro em Ariquipá, Bequimão-MA, pensou em optar pelo brilho e os paetês suavam um brilho prateado, se destacando muito, resolveram batizar a dança com o nome Laço de Prata, para expor o objetivo da dança que era de brilhar nos arraias.
Atualmente, a dança tem o Reconhecimento de Utilidade Pública Estadual e Municipal, aprovada em 2010. No início os ensaios normais aconteciam na Unidade Escolar Carneiro de Freitas e o ensaio redondo acontecia no Clube Recreativo. Atualmente tem local próprio para ensaios e transporte próprio. Venceram um concurso de danças de Peri-Mirim e um em Pinheiro.
A dança sempre carregou um legado nos quesitos: respeito, responsabilidade e união, estavam juntos em todos os movimentos perimiriense. E o objetivo era valorizar a cultura de Peri-Mirim e envolver os jovens tirando-os da marginalidade.
Em 2021, o senhor Rui Ribeiro Corrêa, recebeu da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense- ALCAP a honraria Mérito Cultural Perimiriense, João de Deus Paz Botão, concedida pessoas da cidade, de forma a reconhecer a importância, o trabalho e a dedicação daqueles que constroem a história da cidade por meio da promoção e apoio a diversas manifestações folclóricas e culturais no Município de Peri-Mirim.
Maria de Lourdes Campos
Maria de Lourdes Campos nasceu na cidade de Peri-Mirim em 20 de julho de 1962, filha de Maria do Socorro Campos. Teve toda sua formação e história em Peri-Mirim. Desde muito cedo, sempre apreciava as festividades juninas, nos tempos escolares participava como brincante e organizadora. Tem como ponto forte o amor e o apreço aos arraiais, e quando se tratava em organizar alguma festividade na escola, sempre era primeira a se manifestar. É muito influente nas gincanas culturais.
Participou da dança Thiagad, organizada pelo professor Valtinho, em um dos anos, foi componente e por três anos ajudou na comissão organizadora. Na gestão da Unidade Escolar Carneiro de Freitas, dirigida pela professora Ana Maria Silva, foi organizada a Dança Portuguesa Milho Verde, em que ela mesma era a coreógrafa. Um ponto importante é que a escola abraçou a ideia, e nela toda a comunidade escolar, desde os funcionários e alunos aos pais, que não mediam esforços para ajudar. Na própria escola tinha quem ajudava na escolha das roupas, das músicas, das coreografias e até costureira, e os pais contribuíam e a escola ajudava por meio de rifas e bingos.
O nome da dança foi batizado por Milho Verde, devido aos componentes serem crianças, com idades entre 07 a 12 anos, significa que estavam na flor da idade, ainda iam amadurecer. A dança enfeitou arraial de muitas cidades circunvizinhas, como eram crianças naquela época não podiam sair para lugares distantes. Se apresentaram nas arraias das cidades de Pinheiro, São Bento, Bequimão e em Peri-Mirim. Atraía o público por serem crianças talentosas, durou cerca de 04 anos.
Maria de Lourdes é fã da cultura e na Cultura de Peri-Mirim por que não falar? Ajudou a organizar várias danças portuguesas, como Majestade de Lisboa na organização de seu sobrinho Gregory e no Bumba meu boi Brilho da Baixada na presidência de J. Campos, juntamente com Santiago e Venceslau.
Em 2021, foi homenageada pela Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) com a honraria do Mérito Cultural Perimiriense, João de Deus Paz Botão, concedido a pessoas, de forma a reconhecer a importância, o trabalho e a dedicação daqueles que constroem a história do município por meio da promoção e apoio a diversas manifestações folclóricas e culturais no Município de Peri-Mirim.
Manoel de Jesus Campos, o Santiago
Cantor e compositor de Bumba-Meu-Boi e manifestações folclóricas no Estado do Maranhão. Nascido em 03 de junho de 1947 no povoado Tremedal, zona rural do município de Peri-Mirim, filho de Maria Almerinda Campos e Pedro Damião Campos. Conhecido popularmente como Santiago. O mesmo vem de uma geração de oito irmãos. Santiago possui três filhos, cinco netos e uma bisneta.
Sua paixão pela cultura deu-se aos 13 anos no povoado em que nasceu. Os moradores se reuniam e confeccionavam chapéus de palha de uma palmeira conhecida na região como Tuncum. O boi tinha como matéria prima a palha do babaçu feito em formato de cofo e era enfeitada com o papel dourado retirado da carteira de cigarro Continental. Na época os moradores preparavam mingau de arroz para doar, ao término das apresentações, os responsáveis por organizar as brincadeira e convidar os cantores de boi chamava-se Pedro Sabino e João de Lázaro, a comunidade tinha a missão de socar o arroz no pilão e fazer o mingau para a noitada. A partir daí o gosto e a vontade de participar das manifestações folclóricas sempre falou mais alto.
O primeiro boi que participou, fora do seu município de origem, tinha como nome Bumba Boi Paziano sotaque de orquestra do São Domingos que tinha como Dono o Raimundo Cordeiro, a partir daí os convites para abrilhantar as noites juninas foram surgindo e em seguida integrou no período de um ano o boi do São Joaquim sob o comando do Sr. Eusébio.
Na década de 70 viajou para Santa Inês em busca de novas perspectiva de vida e melhores condições financeiras, pois o Sr. Manuel é oriundo de uma família humilde de lavradores. Não se adaptando às mudanças e a saudade de seus familiares retornou para junto dos mesmos no ano seguinte. De volta, aceitou o convite para participação no Boi da Tapera de responsabilidade de Zé Pereira (In memória), na ocasião dividia os palcos com Antônio João de Ladica.
Em 1973, Deusdete Gamita Campos é eleito prefeito do município e na ocasião fundou um Bumba Boi chamado Campeão do Norte no sotaque de zabumba. Reuniu uma boiada e colocou nos palcos entre rimas e versos três repentistas o Santiago, o Diér e Paulo da Beira. Tornando-se o primeiro boi da região a se apresentar nos arraiás da capital maranhense. No ano seguinte o Campeão do Norte reuniu os grandes mestres repentistas da cidade e as noitadas juninas foram embaladas ao som das toadas de Santiago, Carlos Pique, João Betouve, Dier e Paulo da Beira.
Em 1977, João França Pereira ganha as eleições municipais e mantém viva a tradição do boi de zabumba Campeão do Norte, a fama dos Mestres de boiada da nossa querida Peri-Mirim percorre as cidades do Maranhão e o boi é convidado a se apresentar em Chapadinha. Em 1978 recebeu o convite de Deusdete para integrar um boi que ele estava organizando na comunidade de Campo de Pouso, na oportunidade comandou a boiada juntamente com João Betouve e na organização tinha Biu, Betinho e Antônio de Zila.
No ano de 1979 o convite veio de Itamatatiua cidade de Alcântara, onde comandou o Boi de Itamatatiua do seu Ricardo. Na chama da fogueira que esquentava o tambor lindas rimas o Santiago criou despertando o interesse de muitos donos de boiada. No ano seguinte, estava a cantar e encantar no boi do Ferro de Engomar da cidade de Bequimão.
Do chapéu de palha simples aos canutilhos e paetês, Santiago acompanhou e participou do processo de evolução e reconhecimento da cultura maranhense. O mesmo cantou muitos repentes olhando as saias da mulherada girar nas rodas de tambor de crioula ascendeu fogueira para esquentar tambor e muitos corações conquistou de Pontal a Três Marias uma temporada passou, no conjunto de Timótio de Olávio no povoado de Minas sua marca deixou. No Tubarão em Alcântara muita correia fez punga escutando Santiago cantar.
Em 1995, durante a gestão do prefeito Benedito de Jesus Costa Serrão surge em Peri-Mirim o Bumba-Meu-Boi Brilho da Baixada no sotaque de orquestra, o primeiro boi desse gênero que integrou fazendo composições para interpretação própria e para outros cantores como a mais famosa música da época “Peri-Mirim, minha terra é um amor”. Toada que foi interpretada por França e na ocasião gravada pelo mesmo.
Muitas toadas foram gravadas durante a existência do Brilho da Baixada, algumas em fitas que eram o instrumento que se tinha na época para registro de músicas e outras estão nos CD’s que até hoje embalam a saudade de um geração apaixonada pela cultura perimiriense.
Com o término do Brilho da Baixada, o Santiago seguiu carreira no Boi Unidos de Palmeirândia também no sotaque de orquestra . Este batalhão tem sobre seu comando a Sr. Rita Marques que mantém viva esta tradição até os dias atuais.
Em 2010, aceitando o convite de Seu Arcanjo, o Santiago atravessa a Baia de São Marcos para integrar no Bumba-Meu-Boi Anjo dos Meus Sonhos, sotaque de Orquestra do Anjo da Guarda. Aqui entre pandeirões, vaqueiros e índias cantou coisas do amor e muitos corações agradou.
Em 2013, estava de volta nos arraiás da sua cidade natal, desta vez no Bumba-Meu-Boi Mimo de Peri-Mirim. Que tinha como representatividade a Ex.ª Vereadora Rosa Pinheiro. A Toada que ficou registrada neste batalhão diz assim “Guarnece turma, guarnecer se faz assim, vamos mostrar a cultura da nossa Peri-Mirim. O povo está animado, quem tá na frente do gado é Santiago e Paim”. Por muitos anos, Paim e Santiago fizeram muitos apitos assobiar para São João homenagear.
No ano seguinte, o Santiago fez parte de um projeto municipal da Secretária de Assistência Social que reuniu jovens e idosos na perspectiva de se fazer um batalhão o projeto deu certo o Boi do CRAS como era chamado saiu ao som do teclado e reuniu muitos perimirienses no dia do seu batizado.
Manuel é um homem feito de muitas veias culturais, dono de versos, músicas, poemas e toadas que soam o ano inteiro compondo um verdadeiro canteiro de manifestações folclóricas da Baixada.
Nos carnavais da nossa cidade muitos sambas criou, passou pelo Império do Portinho, mas foi no Unidos do Campo de Pouso que sua história registrou. Entre alegorias e baianas conquistou muitas notas 10. Comandava uma bateria como ninguém na passarela, ao lado de Paim emoções e muitas composições surgiram. Títulos embalados pela euforia de uma torcida que todo ano o esperava, na ponta do pé muita gente sambava e com aplausos saia de cena sempre com gostinho de quero mais.
Hoje, com seus 74 anos o Santiago tem uma legião de fãs, amigos e admiradores de seu belíssimo trabalho. Por onde passa sempre deixa a seguinte mensagem “A cultura é a marca de um povo e somos nós quem fazemos este feito”.
Em 2021, Manoel de Jesus Campos, o Santiago, recebeu da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense- ALCAP a honraria Mérito Cultural Perimiriense, João de Deus Paz Botão, concedida pessoas da cidade, de forma a reconhecer a importância, o trabalho e a dedicação daqueles que constroem a história da cidade por meio da promoção e apoio a diversas manifestações folclóricas e culturais no Município de Peri-Mirim.