11ª Ata, Reunião do dia 29 de fevereiro de 2020

Aos vinte e nove dias do mês de fevereiro de dois mil e vinte, ocorreu a décima primeira reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense- ALCAP- Casa de Naisa Amorim, no Sítio Boa Vista, Povoado São Lourenço, Peri-Mirim-MA.

Ata da 11ª reunião da ALCAP- Academia de Letras Ciências e Artes Perimiriense Casa de Naísa Amorim

Thomasia Viegas

Natural do Povoado de Mojó no município de Bequimão-MA, de onde veio aos seis meses de idade com seus pais para viverem na Ponta de Wadir, próximo à Ponta do Lago, embora no seu documento de identidade conste que ela é natural de Peri-Mirim/MA. Nasceu no dia 28 de janeiro de 1924, é a primeira filha de Raimundo França Pereira e Joanna Viegas. Seu marido era Armando Leôncio da Paz,  conhecido como Manduca (in memorian). Seus irmãos são Helena, Cândida, Justina, Filomeno, Sebastião e Antônio, estes dois últimos ainda estão vivos e moram próximos a ela.

Estudou por pouco tempo, lê um pouco e mal sabe escrever seu nome. Contou que teve uma experiência traumática com um professor. Certa vez, o seu professor particular mandou que os meninos fossem embora mais cedo e ficou com ela, com a desculpa de que precisava lhe ensinar mais uma lição.

Para sua surpresa, o professor colocou as mãos nos seus seios que ainda estavam despontando. A destemida Thomasia se defendeu dizendo que “não era galinha para ser apalpada” e não hesitou em sentar-lhe um pescoção com toda a força. Saiu furiosa para contar o fato à sua mãe. Assim que chegou a casa, o dito “professor” chegou em seguida para dizer que era mentira. A sua mãe, por óbvio, não acreditou naquele sujeito. Porém, a mocinha nunca mais frequentou uma escola.

Depois dessa experiência desagradável, foi morar na casa de Margarida Brenha de São Bento que veio morar em Peri-Mirim, com quem aprendeu a bater redes. Nessa época, conheceu a mãe do seu marido, a senhora Guilhermina de Castro, que fazia muito gosto do namoro com seu único filho, Manduca, que era 12 anos e meio mais velho que ela. Manduca já era um carpinteiro experiente.

Após um breve namoro, no dia 21 de janeiro, Manduca praticou o rapto da bela moça, então com 19 anos de idade. Moraram na casa da sogra – a mãe de Manduca -, em frente à Prefeitura, depois compraram uma casa no bairro em que vive até hoje, no Campo de Pouso.

Da união nasceram 12 (doze) filhos, entre eles, alguns abortos espontâneos, pela ordem: 1) Raimunda Nonata (faleceu com 1 ano e 5 meses, com problema de dentição); 2) Francisco (que é acadêmico da ALCAP); 3) Maria de Nazaré (mora em Imperatriz); 4) Isaías (faleceu em 27/12/2009); 5) Alzirene; 6) Domingos; 7) Marinalva (faleceu com 1 ano e 1 mês); 8) Artemísia e 9) José Viegas.

Lembra que na construção do campo de pouso, ela estava grávida de Francisco e que derrubaram a sua casa, depois construíram outra casa próxima ao local. Lembra que lá pousavam muitos aviões, mas não demoravam na cidade.

O primeiro prefeito que ela tem recordação é Manoel Miranda. Lembra também de Agripino Marques que morava no Apirital, depois mudou-se para a sede. Lembra que ele foi um bom prefeito, e que construiu a Barragem do Defunto com trabalhadores em mutirão. Tem uma lembrança vívida que atravessava a canoa por cima dessa barragem para ir visitar os seus parentes no Mojó, Bequimão. Lembra também da professora Maria Guimarães que era comadre de sua mãe.

A sua mãe contava que os seus pais morreram de bexiga brava e que os filhos foram distribuídos nas casas de parentes, para não contraírem a doença fatal. Com isso, a sua mãe ficou órfã ainda criança e foi criada na “casa dos outros”, nem sabia a sua idade.

Conta que seu marido morreu há 22 anos e que depois de sua morte, ela vive maritalmente com Benedito Garcia (Benedito Piolho), que é trinta anos mais moço que ela.

Perguntada sobre o confrade Francisco Viegas, para que ela contasse algo engraçado sobre o filho, ela disse que ele era um menino obediente, estudava muito e quase ia ser padre. Que só dava trabalho para comer, tinha muito fastio, e que tomou muito Emulsão Scott. Ele era muito carinhoso que a chama de “Bá” e ao pai “Duduca”. Segundo ela, Francisco era o filho preferido do pai. Disse ainda que não costumava bater nos filhos porque eles eram obedientes, apenas ralhava.

Thomasia lembra com saudades do festejo de janeiro, que tinha alvorada e coro na procissão. Era “um céu aberto”, com música de Nogueira. As vestes para os bailes eram terno, gravata e vestidos longos. Os bailes aconteciam na casa de José Gomes. Lembra também das missas lindas e dos padres Gerard e Edmundo que vieram do Canadá. As brincadeiras de Bumba-meu-boi eram feitas por João Brito e Secundino Pereira, este era proprietário de barco.

Compareceram à casa de Thomasia: Ana Creusa, Ana Cléres, Eni Amorim e Maria Amélia (mãe das Anas). O confrade Francisco Viegas estava na cidade, mas resolveu deixar a mãe à vontade para falar com os entrevistadores e foi participar de uma cantoria com seus amigos do Rio Aurá e somente chegou depois da entrevista, mas a tempo de posar para uma foto com a sua mãe.

Importante ressaltar que Thomasia goza de excelente memória, de gestos carinhosos, alegre e, durante a entrevista, soltava sonoras gargalhadas ao lembrar de sua juventude. Para coroar a visita exitosa, a anfitriã presenteou os visitantes com uma bela canção. Os visitantes despediram-se já sentindo saudades daquela jovem de cabelos brancos, acolhedora e amável. Thomasia é um exemplo de vida!

Entrevista realizada na residência de Thomasia Viegas no dia 01/03/2020 no Bairro Campo de Pouso, na presença de sua sobrinha Rosane Viegas. Nossos agradecimentos à Família pela preciosa colaboração à historicidade de Peri-Mirim.

Eni, Thomasia, Maria Amélia e Ana Creusa
Rosane, Thoamasia, Maria Amélia e Ana Cléres
Thomasia e Benedito Garcia
Thomasia e Francisco Viegas

O Mágico de Oz

O Projeto Clube de Leitura lançado pela Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP)  agora lança a segunda obra “O Mágico de OZ” para ser lida e interpretada pelos acadêmicos, professores, alunos e a população em geral que queiram compartilhar conhecimentos.

Leia o livro acessando o link a seguir:  O Magico de Oz – L. Frank Baum

 

Título da obra: O Mágico de OZ
Autor: L. Frank Baum (1856-1919)
Instituição: http://lelivros.love/
Ano: 1900
Nº de Páginas: 132
Tipo: Livro Digital
Formato:  pdf
Licença: Domínio

Faça a aqui sua inscrição para participação no Clube de Leitura 

Ata da décima primeira reunião ordinária da ALCAP ocorrida em 29.02.2020

No dia 29 de fevereiro de 2020 ocorreu a décima primeira reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense- ALCAP- Casa de Naisa Amorim, no local denominado Sítio Boa Vista, Povoado São Lourenço, Peri-Mirim-MA. Confira a íntegra da ata da reunião abaixo.

Ata da 11ª reunião da ALCAP- Academia de Letras Ciências e Artes Perimiriense Casa de Naísa Amorim

Parabéns aos aniversariantes Elinalva e Alda Ribeiro

No final da reunião, os proprietários do Sítio Boa Vista, Ana Cléres e Tozinho Sodré, distribuíram mudas da planta Pau-Brasil.

PLANTIO SOLIDÁRIO: Ipê Roxo de Maria Isabel Martins Nunes

Texto de Eni Amorim

A árvore escolhida para representar minha patronesse Maria Isabel Martins Nunes foi o Ipê Roxo, pois, de acordo com o projeto Plantio Solidário “João de Deus Martins”, cada membro da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) deverá plantar uma árvore duradoura para homenagear o seu patrono.

O ipê roxo é a árvore “símbolo do Brasil” a árvore nacional é o pau-brasil que deu nome ao país. O ipê roxo (Handroanthus impetiginosus) é uma das árvores mais representativas da floresta brasileira, para os índios ela é chamada de “Árvore Divina”, pesquisadores acreditam que a árvore tem muito mais a oferecer do que apenas uma madeira forte e resistente é a segunda madeira mais cara só perdendo para o mogno.

A árvore foi escolhida por lembrar a fortaleza da minha bisavó e pelos poderes curativos por meio de sua intercessão em orações ou pelos remédios homeopáticos que produzia ou ensinava a fazer na comunidade e no Município.

Pelos meus conhecimentos de ambientalista, sei que as árvores não gostam de viver sozinhas,  por isso, plantei um companheiro para ela, outra muda de ipê roxo representando meu bisavô Domingos Nunes.

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