Raimundo João Santos

Por Jaílson de Jesus Alves Sousa

Patrono da Cadeira nº 28 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Jaílson de Jesus Alves Sousa.  Nasceu no povoado Cametá, do município de Peri-Mirim, MA, no 07 de dezembro de 1946, foi servidor público estadual, professor, político, e esportista.

Era filho dos lavradores Raimundo João Pinheiro Martins (Santinho) e Maria dos Remédios Santos. Tinha 11 irmãos, dentre os quais, foi o terceiro. Fez os primeiros estudos na Ilha Grande, Cametá, na casa da professora Maria de Lourdes Pinheiro Martins.

Visando continuar os estudos, foi morar na casa de Dico de Álvaro, no centro da cidade, onde trabalhou cortando capim e lavando cavalos.  Cursou até a 5° série na Escola Carneiro de Freitas, tendo como professora a senhora Miriam Costa Pereira, sob a Direção da professora Cecília Botão.

Em 1966 foi para o Seminário São José na Cidade de Guimarães, onde continuou os estudos. No final desse mesmo ano, com o fechamento do seminário, foi transferido para o Seminário Santo Antônio em São Luís, MA, permanecendo como interno até o fechamento deste seminário em 1969, por problemas financeiros. Durante os períodos das férias, juntamente com alguns companheiros de seminário, realizou a missão de alfabetizar jovens e adultos nos povoados de Poções e Feijoal, em Peri-Mirim.

Deixando a vocação religiosa, permaneceu em São Luís e foi morar com a família do irmão mais velho, José João Santos,  tornando-se coordenador do clube de jovens da Igreja São Paulo no bairro João Paulo.

Em 1970 concluiu o 1.º ano científico no Colégio Marista e diante das dificuldades financeiras foi transferido para o Colégio Estadual Nina Rodrigues, onde concluiu o colegial científico em 1972. Ainda no 2.º ano científico teve seu primeiro contrato de trabalho, tendo sido vendedor de livros pela Livraria Editora Pilar S.A. em São Luís, MA, até 1972.

Em 1973 foi aprovado no seletivo para operador de raio X pela Secretaria de Saúde Pública de São Luís, estagiando no Hospital Universitário Presidente Dutra. Nesse mesmo ano, por intermédio do ex-deputado estadual Dr. Sebastião (in memoriam),  foi transferido para a cidade de Chapadinha, trabalhando no Hospital Antônio Pontes Aguiar. Em 1974 contraiu matrimônio com Domingas Ramos Maciel Nascimento, tendo dois filhos, Franklin Wander Nascimento Santos (1974) e Wanya Maria Nascimento Cardoso (1976). Nessa cidade, cursou o 4.º ano adicional; foi professor de Matemática na Escola Estadual Manoel Viera Passos e diretor e proprietário da escola Raimundo Bacelar.

Em 1977 contraiu união estável com Maria de Jesus Cardoso Carvalho, tendo três filhas, Athannya Santos Melo (1978), Thannyjôse Carvalho Santos (1979) e Jessythannya Carvalho Santos (1981).

Em 1982 retornou a Peri-Mirim, especialmente pela vida política, candidatando-se à prefeito, ao lado do candidato à vice-prefeito, Zacarias França Pereira (Botilho), a convite do ex-prefeito João Pereira. Apesar de não obter êxito, fixou moradia na cidade natal, exercendo a função de chefe de gabinete e transporte durante o governo de Benedito de Jesus Costa Serrão até 1988.

Em 1989 passou a integrar o quadro de cargos e funções estatutárias do Estado do Maranhão como técnico em radiologia.

No governo de Carmem Martins (1989 a 1992) exerceu a função de secretário de administração, tendo sido também diretor e professor da Escola Comunitária Colégio “Cenecista Agripino Marques” por dez anos (1983-1993).

Amante do esporte, Taninho teve participação marcante no meio esportivo de Peri-Mirim como atleta, dirigente e organizador. Foi atleta de várias equipes de futebol, sendo fundador do Blumenau Esporte Clube, atleta e dirigente do Gelol, clube que se consagrou bi-Campeão de FUTSAL do município.

Foi Presidente da Liga de Desportos Perimiriense (LDP), tendo organizado vários campeonatos e levado a seleção de futebol a disputar torneios intermunicipais, inclusive em São Luís, MA. Foi presidente da Liga Perimiriense de Futebol de Salão (LPFS), sendo diretamente responsável pelos primeiros e mais bem organizados campeonatos de FUTSAL do município.

Taninho, sempre motivado pela política, nas eleições de 1992 candidatou-se novamente a prefeito de Peri-Mirim,  ao lado da candidata à vice-prefeita Maria José Campos Ferreira, e em 1996, candidatou-se a vereador. Apesar de não obter êxito nessas disputas políticas, continuou exercendo função de confiança na gestão municipal, sendo admirado pela competência, dedicação e transparência.

No segundo governo de Benedito de Jesus Costa Serrão (1997 a 2000), exerceu novamente a função de secretário de administração, foi técnico de raio-x no hospital São Sebastião e foi secretário do Diretório do PMDB.

Taninho, enquanto secretário de administração, organizou várias festividades no município, como a festa do padroeiro da cidade, São Sebastião, e as festividades de São João.

Em 1998 organizou a primeira corrida de cavalos de Peri-Mirim, realizada no povoado Cametá. Ainda no povoado onde nascera, construiu o campo de bola,  que após seu falecimento, foi homenageado com a fixação de uma placa intitulada Estádio Raimundo João Santos (Taninho).

 Faleceu em Três Marias, povoado de Peri-Mirim, MA, no dia 12 de maio de 2005. No ano do seu falecimento (2005) era atleta do Veterano Clube de Futebol de Três Marias e co-organizador do Campeonato de Futebol juntamente com a Liga Esportiva Independente de Três Marias; exercia a função de tesoureiro da Câmara de Vereadores do município e trabalhava na Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão – Aged/MA.

Manoel Sebastião Pinheiro

Por José Ribamar Martins Bordalo

Patrono da Cadeira nº 04 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por José Ribamar Martins Bordalo. Nasceu em Peri-Mirim/MA, em 21 de novembro de 1929, filho de Claudino Paulo Pinheiro e Maria de Fátima Cunha. Teve dois filhos: Alexandre e Georgina. Depois desposou com a Srª Maria José Sales com quem teve dois filhos chamados Felipe Manoel e Catarina.

Em meados dos anos de 1935, com seis anos de idade, o garoto Manoel Sebastião, via em sua terra natal, as mulheres davam à luz, morrerem de trabalho de parto.

Sua vocação de tornar-se médico, advém desta data. Filho de família de classe média, Manoel disse ao pai que iria ser médico como propósito primordial de vida.

Sua trajetória de estudante passou pelo município de São Bento, onde cursou o primeiro grau maior, no Grupo Escolar Mota Júnior, tendo se transferido, ao final do 1.0 grau, para São Luís, estudou no Colégio Liceu Maranhense, onde com muito brilho, colou grau indo atrás de seu propósito na capital da Bahia, Salvador, na Universidade Federal de Medicina da Bahia, onde colou Grau em Medicina em 15 de dezembro de 1962.

Tendo em vista que a ajuda que lhe era dado por seus pais não cobria suas despesas para custear seus estudos, engajou-se no corpo de bombeiros daquela cidade, que foi uma forma de complementar sua bolsa de estudos e concluir o tão sonhado mérito de médico.

Ao formar-se, em dezembro do ano de 1962, fez de imediato especialização em ginecologia obstetrícia e cirurgia geral, dando baixa então, na corporação do Corpo de bombeiro.

Ao voltar para São Luís, fixou residência e ingressou no sistema Público de Saúde do Estado, tendo sido aprovado em concurso público para o quadro de médicos do Instituto Nacional de Seguro Social — INSS e, paralelamente, desempenhou a função de Diretor Geral do Hospital Djalma Marques.

Em Peri-Mirim desempenhou vários papéis de vital relevância, como Secretário de Saúde do Município em 1993, indicado pelo vice-prefeito daquela cidade, o senhor José Ribamar Bordalo, tendo sido também, diretor do Centro Médico Maranhense, e Secretário de Saúde da cidade de Chapadinha.

Chegou a Chapadinha no ano de 1969, por ocasião da inauguração do Hospital Antônio Pontes de Aguiar — HAPA.

Ingressou na política em 1974 ficando na suplência de deputado estadual e assumindo o mandato em 1976. Reelegeu-se deputado em 1978 e ocupou uma cadeira da Assembleia Legislativa até 1982. No mesmo ano, foi agraciado com o Título de Cidadão Chapadinhense pela Câmara Municipal.

Participou ativamente da vida política sendo candidato a prefeito por duas vezes. Também foi secretário de Saúde em Vargem Grande no início da década de 90.

Doutor Manoel Sebastião Pinheiro dedicou 47 anos de sua vida à saúde do povo de Chapadinha e nos deixa, mas também deixa um legado não só na medicina, com a sua capacidade científica, mas também com seus critérios de humanidade e cristandade, pois mesmo depois desta jornada em chapadinha não esqueceu sua cidade natal, onde ainda elegia uma casa de amigo, para receber seus fieis pacientes.

Faleceu no dia 27 de abril de 2017, aos 87 anos, depois que prestou excelentes serviços prestados às comunidades por onde percorria.

Registre-se neste momento, esta homenagem àquele que deixou um marco muito importante em nossas vidas. Esta é, portanto, uma singela, mas sincera homenagem da Família Bardalo e da ALCAP.

José Carneiro de Freitas

Por Ataniêta Márcia Nunes Martins

Patrono da Cadeira nº 21 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Ataniêta Márcia Nunes Martins. Nasceu em São Luís/MA em 1879. Filho de José Martins Freitas e Rosa Maria Carneiro de Freitas e irmão de Etelina Carneiro de Freitas; casou-se com a são-bentuense Estelíta Reis de Freitas, com esta gerou sete filhos: general Celso Aurélio Reis de Freitas, Luís Reis de Freitas, general Lívio Reis de Freitas, Rosa Reis de Freitas, Jaime Reis de Freitas, Ana Luís Reis de Freitas e Rui Reis de Freitas; cunhado e pai de criação do doutor Carlos Humberto Reis; genro do Coronel Luís Antônio Reis e Ursulina A. Soares Reis.

Residia em São Luís, mudou-se para São Bento em 15 de setembro de 1906, em companhia de sua irmã Etelina Carneiro de Freitas, instalou a firma comercial guarda-livros, que tinha como função fazer registros da contabilidade e das transformações de uma empresa de negócios.

Profissional autônomo, foi correspondente e representante geral no Maranhão da Revista do Comércio e da Industria; publicou o Centro de Comércio e Industria de São Paulo; tesoureiro da Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional; coronel da guarda nacional (só recebia esse cargo os mais ricos fazendeiros ou os comerciantes que exerciam em cada município o comando em chefe da guarda nacional); o mesmo tinha controle sobre empregos públicos, nomeações ou demissão das autoridades; amigo do promotor e juiz de Direito em São Bento, deputado, senador, governador do Maranhão e vice-presidente da República que muito contribuiu em sua trajetória política, Urbano Santos da Costa Araújo.

Viveu a Primeira Guerra Mundial, 28/07/1914 a 11/11/1918; sob Presidência da República de Venceslau Brás; em 06/10/1915 a Sociedade Literária Dom Luís de Brito, de São Bento, realizou na praça municipal uma sessão solene em sua homenagem devido a acertada escolha feita pelo governador do nome Carneiro de Freitas para a chapa ao Congresso Estadual. Sessão presidida pelo juiz de direito, sendo orador oficial o senhor Joaquim Silvestre Trinta. No manifesto agradeceu a adoção de sua candidatura, unânime, pelo povo são-bentuense (nessa época Peri Mirim e Palmeirândia eram anexadas a São Bento.

Em 10/05/1915 retorna a São Bento juntamente com o governador Herculano Purga e Leôncio Rodrigues e fundaram o Partido Republicano Maranhense. Foi Secretário do Estado ao lado de Domingos Quadrados Barbosa Alvares (secretário do estado). Urbano Santos da Costa Araújo, Coronel Brício de Araújo, Doutor Raul da Cunha Machado, Carlos Reis e outros, foram os propugnadores da elevação da Vila Macapá à categoria de município pela Lei nº 850 de 31 março de 1919. Em homenagem e reconhecimento à sua generosidade, o atual município de Peri Mirim, tornou-se proêmio de uma Unidade Escolar, o antigo Grupo Escolar Carneiro de Freitas. Teve seu nome em uma das ruas do centro e ainda em São Bento é homenageado pela contribuição e grande avanço do município com o nome Carneiro de Freitas em uma de suas principais ruas, onde fica situada os principais órgãos do centro da cidade.

Em 30/10/1915 foi eleito Deputado Estadual exercendo o cargo em 1916, com (11.563) votos em vigésimo segundo lugar, sendo o quarto candidato mais votado no Maranhão com 143 dígitos, e ocupou a primeira secretaria da mesa diretora. Após assumir como deputado em 1916 mudou-se para São Luís. Em 16/04/1918 assumiu a Secretaria da Fazenda no governo de Urbano Santos da Costa Araújo, representando o Maranhão no Congresso de Geografia em Belo Horizonte. Patrono da Cadeira nº 01 da Academia São-bentuense, conforme conta no livro apontamentos para a literatura de São Bento página 182 do autor Álvaro Urubatan Melo, Academia São-Bentuense 2012.

Projetos apresentados:

  • Como projeto (12) apresentou, para o alargamento e o aprofundamento da Vila Canduru, no qual falava da benignidade do clima, da hospitalidade, da fertilidade do solo, município invejável por tamanho fartura. E por dificuldade e falta de um porto não são aproveitadas e é desconhecido seu grande valor. Projeto autorizado pelo presidente Venceslau Brás, que concede a contratar uma das companhias de navegação do estado, para fazer doze viagens por ano para São Bento, sendo uma viagem por mês nas chamadas marés de lua cheia ou lua nova, devido ao respectivo vapor permanecer vinte e quatro horas no ancoradouro;
  • Solicitação da mudança na maneira como era feita a escritura da pagadoria do estado em razão das partidas obras, não deixava tudo esclarecido em 17/02/1916;
  • Tornando obrigatório o armazenamento de todo o algodão entrado no estado;
  • Criou sessão de registros civil, nascimento e óbito em diversas povoações do estado;
  • Para comprar e construir armazéns para o estado;
  • Criação de função de fiel na pagadoria do estado. Posicionou-se contrário o projeto que mandava contar em dobro o tempo de serviço de Godofredo Viana que era funcionário público e professor na Escola Modelo (direitos iguais).

Discurso do Deputado Estadual José Carneiro de Freitas no Congresso Legislativo – sessão 01/03/1916 ao apresentar Projeto nº 12, para o alargamento e o aprofundamento da Vala Canduru.

O Sanatório Maranhense

Senhor presidente, existe um município neste Estado, que pela benignidade do seu clima, pela fertilidade do seu solo, pela hospitalidade dos seus habilitantes, pela abundância de seus produtos, pela existência de alguns destes, que renome invejável conquistaram, pelo dote grandioso com a natureza pródigo não se fartou cumulá-lo, cercando de várzeas ubérrimas e fertilíssimas que a mão ignorante do indígena e o braço forte do capitalista desconhece o valor, porque senão o arroteamento intensivo do seu lado, já as teriam transformado em extenso arrozais, imitação que faz a Califórnia em terrenos de estrutura idêntica ou pelo menos o seu aproveitamento para o campos de pastagens, já se teriam modificado para melhor, se a tudo isso de bom e de grande. Todos estes predicados e ótimas qualidades, de uma dificuldade imensa não superassem e fizessem recuar todo o progresso tentando, um obstáculo insuportável que precisa ser arredado o qual é a falta de um porto em que todas as marés pudessem ser aproveitadas, pelo menos por pequenas embarcações a vela para ali navegarem.

Faleceu em 18 de junho 1924 aos 45 anos.

Naisa Ferreira Amorim

Por Maria Isabel Martins Veloso

Patrona da Cadeira nº 01 e da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), denominada Casa de Naisa. A Cadeira nº 01 é ocupada por Maria Isabel Martins Veloso. Nasceu em Peri-Mirim-MA, em 15 de setembro de 1914 e faleceu em São Luis-MA em 29 de dezembro de 2007, aos 93 anos.

Foi casada com Antônio Lopes Amorim (Totó) e desse matrimônio tiveram quatro filhos: Walter William Ferreira Amorim (advogado); Ruy Renato Ferreira Amorim (faleceu aos 18 anos); Cléber Nilson Ferreira Amorim (pintor) e Douglas Ayrton Ferreira Amorim (Juiz de Direito) radicado em São Luís. Seus dois filhos formados em Direito cursaram a Faculdade Gama Filho e Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro, onde a mesma foi morar no início dos anos 70, residindo na Rua Andrade Pertence no Catete, junto com ela e seu outro filho, Cléber Amorim.

Dona Naísa iniciou seus estudos em Peri-Mirim e concluiu em São Luís-MA, onde formou-se professora normalista, retornando para lecionar no Feijoal e em Peri-Mirim nos anos de 1937 e 1938.

Foi vice-prefeita de Peri-Mirim na primeira gestão do Prefeito Agripino Álvares Marques em 1946. Em 1952 elegeu-se Prefeita, tendo como vice o Sr. Agripino Marques conforme um contrato entre ambos, para, caso ela se elegesse devolveria o cargo a ele em troca de uma nomeação de professora para o Grupo Escolar Carneiro de Freitas, criado em 1951, pois anos antes, em 1951, por motivos pessoais, ela se viu obrigada a abandonar sua cadeira de professora. E também porque o Sr. Agripino querendo novamente se reeleger Prefeito, não poderia candidatar-se por força da legislação eleitoral vigente. O acordo vingou, ela se elegeu, assumiu a Prefeitura e seis meses depois, renunciou ao cargo e o Sr. Agripino assumiu a Prefeitura. Depois ele foi a São Luis e conseguiu a nomeação para ela conforme o combinado.

Naisa Amorim exerceu outras atividades em Peri Mirim: foi secretária da Associação Rural do município, cargo que mais tarde foi repassado à Maria Isabel Martins Veloso, onde a mesma foi treinada para que pudesse substituí-la, sendo que esta também duas vezes ao ano realizava e fiscalizava as provas de todas as escolas municipais. Foi uma educadora que encarou a educação como uma missão; ensinava os valores necessários e onde afirmava que as mulheres poderiam ocupar cargos públicos. Naísa Amorim desafiou uma cultura em que as mulheres não eram valorizadas tendo superado alguns opositores.

Antes de Naisa Amorim entrar na política, fundou por iniciativa própria um jornalzinho intitulado de Panelinha, escrito à mão, criticando a política, principalmente o Prefeito. Denunciou o atraso que se encontrava a instrução. Para ela, as causas que atrapalhavam os progressos na educação eram a falta de interesse e a negligência, por parte do governo da época, o descaso das autoridades que não pensavam nos métodos, não elaboravam as leis e tampouco criavam mais escolas, ou seja, não se preocupavam com a educação. Isso chamou a atenção do Sr. Agripino, que a convidou para o seu lado. Os dois formaram uma dupla imbatível onde aliavam coragem, inteligência e competência.

Naisa Amorim foi uma mulher forte e corajosa, à frente do seu tempo e, segundo as pessoas que tiveram a honra de a conhecerem, ela foi mestra, amiga, confidente, modelo de justiça e honradez. Sabia ser simples como uma criança e forte como um baobá. Com a inteligência nata que Deus lhe deu tinha o dom da palavra e quando falava de improviso, era com tamanha eloquência que todos a admiravam.

Deus a chamou para a sua morada eterna e hoje lá no céu ela é mais uma Estrela …

Documento de Naisa
Poema para o Dia das Mães – escrito por Naisa
Letra de Naisa

João de Deus Paz Botão

Por Giselia Pinheiro Martins

Patrono da Cadeira nº 20 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Giselia Pinheiro Martins. Nasceu no bairro Diamante em São Luís, no Estado do Maranhão,  no dia 01 de junho de 1923 e faleceu aos 07 de fevereiro de 2018 em Peri-Mirim.

Filho de Alice Paz Botão. Cresceu em uma família de cinco irmãos: Fernando, Maria da Graça, Nelson, Maria e Sousa e ele.  Estudou até o 5.º ano do antigo primário.

Aos 20 anos de idade casou-se com a Senhora Romana Joana Martins Costa, Esta com apenas 14 anos. Ligados pelo amor, tiveram 8 filhos.

Era carpinteiro e trabalhou com o Senhor Manduca na fabricação de caixões.

Artista e poeta nato compôs o hino em homenagem a Peri-Mirim (letra e música); além de outros escritos, compunha toadas de bumba-meu-boi, participou de vários festivais da cultura popular maranhense.

Grande entusiasta e amante da cultura popular maranhense deixou registrado na história de nossa Peri-Mirim, toadas, poesias e poemas que ilustravam o seu amor por esta terra.

Venceslau Pereira

Por Venceslau Pereira Júnior

Patrono da Cadeira nº 19 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Venceslau Pereira Júnior.  Nasceu no povoado Privado, município de Bequimão no dia 28 de setembro de 1945, filho de Olegária Mariana Nogueira Pereira, tendo com avós Roberta Nogueira e Simplício. É segundo filho de uma prole de quatro, tendo como irmãos Maria da Conceição Pereira, Eleotério Bispo Pereira e Alda Agripina Pereira tendo como padrinhos Alexandre Custódio Pereira de Abreu e Francisca Pereira.

Sua primeira alfabetização foi com a senhora Lucimar Abreu Pereira no povoado Geniparana. Cursou O Ensino Fundamental na escola até o terceiro ano sendo seu professor o senhor Clemente Pereira no povoado Privado em Bequimão/Maranhão.

Nos anos de 1965 a 1967 mudou-se para a Casa Paroquial De Bequimão, onde aprendeu o ofício de dentista prático.

No ano de 1970 iniciou os trabalhos de Pastoral em Peri Mirim, onde conheceu D. Mirian,  quem se casou no dia 12 de fevereiro de 1972 na Fazenda Maracujá em uma terça-feira de Carnaval, casamento celebrado pelo  Pe. Gerard Gagnon, desse matrimônio tiveram dois filhos, Venceslau Pereira Junior no dia 10 de março de 1973 E Mercedes Costa Pereira no dia 17 de fevereiro de 1975.

No ano de 1975 organizou uma brincadeira carnavalesca. Era lavrador e tornou-se dentista. Finalizou o segundo grau, Magistério no Colégio Cenecista Agripino Marques com sua diplomação no ano de 1984. Depois tornou-se professor de religião dessa mesma escola.

Foi candidato a vereador por duas ocasiões. Iniciou a criação de abelhas sem ferrão nos anos 80 juntos com o senhor José João Dos Inocentes, Francisco Júlio de Oliveira e outros companheiros

Cultivou abacaxi e acerola, pois acreditava que a acerola por ter maior quantidade de vitamina C deveria ser cultivado por todas as pessoas. Foi fundador do Encontro De Casais Com Cristo – ECC – no mês de novembro de 1995, sendo um dos dez primeiros casais Na Paróquia De São Sebastião.

Organizava anualmente um encontro de seus parentes chamado “Encontro da Família Pereira” para reunir os parentes visto que a família era muito grande e ele achava importante que todos os primos deveriam se conhecer e que os parentes não deveriam se encontrar somente no falecimento de uma parente e sim para confraternização.

Cavou inúmeros açudes e ajudou na construção de barragens em diversas comunidades como: Enseada do Tanque, da Mucura. Foi Fundador Do PT e posteriormente do PDT.

Faleceu no dia de 28 de julho de 2001, de úlcera e leucemia, ambas provenientes do uso de produtos químicos durante o seu trabalho na preparação de próteses.

Alexandre de Jesus Botão Melo

Por Wewman Flávio Andrade Braga

Patrono da Cadeira nº 16 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Wewman Flávio Andrade Braga. Nasceu em Peri-Mirim (MA), em 13 de outubro de 1941, filho de Raimundo Martins Melo e Margarida Botão Melo, iniciou os primeiros estudos no Grupo Escolar Carneiro de Freitas, em sua terra natal e, em seguida, no Colégio Pinheirense, em Pinheiro (MA), onde estudou e ingressou no seminário menor, obtendo as primeiras noções de latim e de outras disciplinas, que influenciaram profundamente sua formação intelectual.

Casou-se com Elenice Bezerra Melo em 30/12/1967, dessa união nasceram três filhos: Flávia Regina Bezerra de Melo, Sérgio Alexandre Bezerra de Melo e Alessandra Bezerra Melo.

Completou os estudos na capital, São Luís, no Colégio Maranhense, atual Marista e no antigo Colégio Estadual do Maranhão, hoje Liceu Maranhense, instituição da qual viria a tornar-se diretor em duas ocasiões, durante o Governo Pedro Neiva de Santana (1971-1974) e o Governo Cafeteira (1987-1990).

Dedicou toda sua vida ao magistério como professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, ensinando várias gerações de maranhenses, em escolas públicas e privadas como o Colégio Batista, Colégio Marista e o extinto Colégio Meng.

Graduou-se em Letras pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em 1977 e, em 1981, foi aprovado em concurso público para ingresso na instituição para ministrar as disciplinas de Literatura Portuguesa e Língua Portuguesa.

Ocupou o cargo de chefe do Departamento de Letras da UFMA, de 1987 a 1989. Foi membro da antiga Comissão Permanente de Vestibular (COPEVE) da Universidade Federal, elaborando e corrigindo provas e redações.

Ocupou cargos nas Secretaria de Estado da Educação, Planejamento e Indústria e Comercio. Especializou-se em Semiologia Aplicada ao Ensino de Língua e Literatura e escreveu as obras “A Oração e seus Termos” e  “Amor: elemento irônico da obra de Proust”. Faleceu em São Luís no 25 de maio de 2017.

Maria José Campos Sodré Ferreira

Por Cleonice de Jesus Martins Santos

Patrona da Cadeira nº 09 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Cleonice de Jesus Martins Santos. Nasceu no 20 de março de 1930, em Peri- Mirim-MA, filha de Sérgio Martins Campos e Eugênia Costa Campos. Era conhecida como Maria Sodré.

Iniciou os estudos em sua a cidade natal, formando-se normalista. Conheceu e apaixonou-se por José Sodré Ferreira, casando-se com este em 21 de setembro de 1951, com quem teve cinco filhos: João Campos Sodré Ferreira (in memorium); José Sodré Ferreira Filho; Antônio Campos Sodré Ferreira (casado com uma irmã de Cleonice, a quem tem como irmão); Alcides Campos Sodré Ferreira e Sheila Campos Sodré Ferreira. Também criou e amou igualmente a seus filhos de criação, Ana Teresa Macedo Ferreira, Pedro Castro Lopes e Cafeteira.

Por ser uma pessoa bastante influente na sociedade perimiriense, teve mais de trezentos afilhados, pois os pais a levavam como madrinha de seus filhos na certeza de que eles estariam seguros e protegidos de quaisquer adversidades.

Em 1955, aos 25 anos, prestou concurso público para tabeliã no Cartório de Ofício Único em seu município, onde permaneceu por 47 anos, passando o cargo ao seu filho José Sodré Ferreira Filho.

Foi uma pessoa comprometida e muito caridosa, ajudando as pessoas carentes com seus serviços gratuitos, registrando certidões e celebrando casamentos indo às comunidades juntamente com o Juiz de Paz, Jorge Maia, utilizando como transporte canoas ou cavalos, já que na época eram os únicos meios de transporte disponíveis.

Tinha como hobby reunir-se nos finais de semanas com amigos para jogar canastra e buraco, sempre acompanhados de café com biscoito ou refresco de frutas da estação, onde sorriam muitos com as piadas e assuntos referentes à sua cidade e seu povo. Também gostava muito de ler romances e bordar toalhas para preencher o tempo e não se sentir sozinha.

Sempre organizada e perfeccionista, com uma caligrafia belíssima e um raciocínio que impressionava a todos. Um exemplo de mãe, esposa e amiga que viveu muito além do seu tempo.

Aos 65 anos, infelizmente, para tristeza de todos que a amam, foi acometida pela doença de Alzheimer.

Faleceu no dia 21 de setembro de 2016, aos 86 anos, deixando com legado um exemplo de sentimentos puros para seja lembrada como alguém que viveu feliz, vencendo desafios, lutas e conflitos sempre de maneira sábia e prudente, partilhando e participando dos eventos sociais, vivendo em comunhão com o próximo.

Ignácio de Sá Mendes

Por Itaquê Mendes Câmara

Patrono da Cadeira nº 5 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Itaquê Mendes Câmara. Ignácio de Sá Mendes, nasceu em 16 de setembro de 1868, 4º filho do casal Antônio Jorge Souza Mendes, que veio de Portugal em 10 de agosto de 1841 com 9 anos, e Thereza Augusta de Sá.

Casou-se em 30 de dezembro de 1894 com Maria Botão Mendes, ela com 17 anos e ele com 26 anos e três meses. Veio de mudança para Macapá em 15 de março de 1897.

Ignácio de Sá Mendes e Maria Botão Mendes tiveram os seguintes filhos: Antônio Botão Mendes nascido em 28/10/1895, Raimundo Botão Mendes nascido em 20/05/1897, Marina Botão Mendes nascida em 25/11/1900, Mercedes Botão Mendes nascida em 03/12/1904, Margarida Botão Mendes nascida em 26/02/1907 e Marieta Botão Mendes nascida em 13/12/1909.

Ignácio principiou a negociar em 1888. Em 15 de junho de 1919, Ignácio de Sá Mendes foi eleito prefeito de Macapá e na mesma data  foi instalada a  Câmara Municipal, que empossou o prefeito eleito Ignácio Mendes e o vice-prefeito João Maia.

Ignácio de Sá Mendes Sobrinho, filho de Manoel Gonçalves de Sá Mendes e de Maria Clara Martins Mendes.

JOÃO DE DEUS MARTINS

Por Ana Creusa Martins dos Santos

Patrono da Cadeira nº 12 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Ana Creusa Martins dos Santos. João de Deus Martins, conhecido como Dedeus, filho de Benvindo Mariano Martins e Ana dos Santos Martins. Segundo a acadêmica Maria Isabel Martins Veloso, ele era português, nascido em Açores, cuja data de nascimento ainda não foi identificada Porém, na Certidão de Óbito consta que ele é maranhense. Segundo a mesma fonte, ele veio para o Brasil no final do século XIX, aos 18 anos, com seu pai, Benvindo Mariano Martins.

Chegaram em São Luís, depois foram para Alcântara, de lá para Sacoanha em Peri-Mirim, pois pretendiam comprar terras para morar e trabalhar. Souberam que havia algumas terras não muito distantes; foram ver, gostaram, compraram e ali fixaram residência, em um lugar chamado Santa Severa, cujo nome mudaram mais tarde para Feijoal, porque de tudo que plantaram o que mais prosperava era feijão. Mas, Santa Severa continuou sendo a padroeira do lugar, tanto que a primeira escola estadual fundada em 1936 e chamava-se “Escola Santa Severa”.

Plantando mandioca, milho, algodão, arroz, cana-de-açúcar e todas as hortaliças, estes portugueses começaram a comprar mais terras (Centrinho, Boca do Rio e Umbaubá) e também começaram a comprar gado, pois as terras eram férteis e os campos maravilhosos para criar tudo que se quisesse.

Dessa maneira, foram construindo patrimônio, conseguiram seus primeiros escravos e se tornaram um dos maiores fazendeiros do lugar. Logo que o gado aumentou, o seu pai Benvindo começou a fazer queijo e vender em São Bento. Foi aí que depois todos os outros fazendeiros aprenderam a fazer o queijo e começaram a chamar “Queijo de São Bento” (pura invenção, pois o queijo é português, feito à mão pelo pai de João de Deus; portanto, de Peri-Mirim).

Quando seu pai Benvindo faleceu, João de Deus Martins (Dedeus), já estava casado com Maria Rosa Pinheiro Martins (Cota), assumiram tudo com muita sabedoria e garra. Do seu casamento com a esposa foram gerados 24 filhos, dos quais, criaram-se 18, sendo 9 homens e 9 mulheres.

Os filhos de João de Deus são: Raimundo Amâncio Martins (Mundico); João Venâncio Martins; Benvindo Mariano Martins Neto; João Bertoldo Martins; Antônio Raimundo Martins; Pedro Alexandrino Martins; Manoel de Jesus Martins; Procório José Martins; Raimundo Guilherme Martins (Santo) e José Martins.

As filhas são: Francisca Martins Campos (Chiquinha); Senhorinha Martins Melo; Ana Paula Martins Gonçalves (Anica); Mariana Martins Gonçalves; Maria Isabel Martins Nunes; Maria Joana Martins Pinheiro; Catarina Martins Pinheiro; Plautila Martins Ferreira (Florzinha) e Ana Teresa Martins Pinheiro (Donana).

Nessa época não havia escolas no interior, mas João de Deus contratava professores particulares para lecionar em sua casa para seus filhos e amigos. Um dos professores foi Opílio Lobato. Ele era à frente do seu tempo, muito inteligente, correto, sua palavra era lei. Outra professora foi Naisa Amorim, patrona de Maria Isabel Martins Veloso, detentora da Cadeira nº 01 da ALCAP e neta de João de Deus.

Depois que ele adquiriu as terras da Ilha Grande e Cametá, levou para esses povoados a Escola Sá Mendes – que subsiste até os dias de hoje – nome dado em homenagem a Ignácio de Sá Mendes, seu grande amigo e primeiro Intendente de Macapá, título que equivale a Prefeito.

Percebe-se, ao longo da história de João de Deus que ele dava muito valor para a Educação e ao Meio Ambiente, pois sempre conseguia uma forma de instalar escolas para seus filhos e netos e outras pessoas do lugar. Também mantinha uma floresta com árvores nativas, denominada “Mata”, que servia para retirada de madeiras e extrativismo, que também foi cenário de muitas histórias de visagens.

João de Deus faleceu no dia 10 de julho de 1943, em consequência de problemas na próstata. Seu túmulo está na entrada do cemitério de Peri-Mirim, junto de sua esposa Cota, de alguns filhos e netos.

CERTIDÃO DE ÓBITO DE JOÃO DE DEUS MARTINS (faltam as informações da data de nascimento e faltam listar alguns filhos).