Guerra de Cera: noites de Finados em Peri Mirim

Guerra de Cera: Noite de Finados em Peri Mirim

Por Diêgo Nunes Boaes

As noites no cemitério sempre meteram medo em muita gente. Mas pra nós de Peri Mirim, era o contrário: quanto mais escuro, mais viva parecia a aventura. A gente esperava o Dia de Finados com ansiedade de festa. De manhã, o povo ia cedo, acender vela pros seus, fazer promessa, rezar baixinho entre as cruzes. E nós, respeitosos mas inquietos, ficávamos por ali, olhando o lume tremendo das velas, esperando o momento em que o silêncio tomava conta.

Quando a noite caía e o vento soprava entre as covas, a brincadeira começava. Desmanchávamos as velas nas mãos, a cera quente se misturando com o riso, e fazíamos bolinhas. E então, sem aviso, o cemitério se transformava num campo de guerra, não de dor, mas de alegria. Era bola pra cá, bola pra lá, gritos, correria, risada solta. Até as velas mais teimosas, duras de derreter, viravam munição.

E lá íamos nós, iluminados pela lua e pelas chamas trêmulas, fazendo do descanso dos mortos um cenário de vida. O medo? Esse nunca apareceu. O que havia era coragem, era infância, era vontade de ver a noite passar leve. Entre uma risada e outra, parecia que até as almas se juntavam à festa, brincando conosco, soprando o vento que apagava as velas e reacendia a memória. Assim eram as nossas noites de Finados: cheias de cera, de riso e de lembrança boa.

A gente esperava o dia chegar não só pra acender vela pros entes queridos, mas pra reacender também o fogo da juventude. Porque, no fundo, aquelas guerras de cera eram mais que travessura, eram um jeito bonito de dizer que a vida continua, e que até entre os túmulos há espaço pra gargalhar com os vivos.

Paim: a voz que ecoa o tambor da Baixada

Por Diêgo Nunes Boaes

No coração do povoado Aurá, em Peri Mirim (MA), nasceu em 05 de julho de 1976 um menino pequeno, de choro forte e destino traçado pela música.
Edielson Lima Almeida, filho de Antônio França Almeida, o conhecido Deco de Guilherme, cantador de boi, e de Valdeci Lima Almeida, veio ao mundo em um lar de simplicidade e afeto, embalado pelas toadas que marcavam as noites de festa do interior.
Foi o pai quem lhe deu o apelido de “Paim”, carinhoso e certeiro, inspirado pelo tamanho miúdo do filho, mas ninguém imaginava que aquele pequeno se tornaria uma das grandes vozes da cultura da Baixada Maranhense.

Entre brincadeiras e sons de matraca, Paim cresceu ouvindo os cantadores e admirando a força dos grupos de bumba-meu-boi que cruzavam as estradas de terra.
Em 1990, movido pela inspiração do mestre João Bertoldo, deu os primeiros passos na cantoria.
Desde então, sua voz passou a ecoar pelos arraiais, firme e ritmada, levando emoção e resistência.
O amor pela tradição o acompanha até hoje é dele a certeza de que o bumba-meu-boi não é apenas festa, mas identidade, história e pertencimento.

No carnaval, outra paixão o atravessou: a alegria do samba.
Foi Butilho quem o inspirou a cantar nas festas momescas, tornando-se presença marcante nas atrações da cidade.
Autodidata, Paim nunca precisou de orientação formal: as toadas nasciam de dentro, da intuição, do ritmo que corria nas veias. Ele mesmo criava, rimava e corrigia, movido apenas pela força do dom que carrega.

Ao longo da trajetória, contou com o apoio de Santiago, amigo fiel e companheiro de cantorias.
Apesar das dificuldades, Paim nunca desistiu dos estudos. Concluiu o Ensino Fundamental e hoje continua aprendendo no EJA do Ensino Médio, conciliando a vida escolar com o trabalho de pedreiro, ofício que também faz parte de sua luta cotidiana.

Em 2001, foi um dos fundadores da Escola de Samba do Campo de Pouso, sob a direção de Ivaldo Lima, reafirmando seu compromisso com a arte popular e com o brilho das manifestações da comunidade.

Hoje, Edielson Lima Almeida, o Paim, é reconhecido como um homem de fibra e paixão pela cultura.
Suas toadas cruzaram fronteiras, levando o nome de Peri Mirim e da Baixada Maranhense para outras cidades e palcos.
Canta com o coração, mantendo viva a tradição herdada do pai e reinventando o boi a cada verso que nasce de sua voz.

Paim é mais que um cantador.
É a memória viva de um povo, o som do tambor que não se cala, a poesia que resiste porque enquanto houver canto, haverá cultura, e enquanto houver Paim, haverá sempre um boi dançando no terreiro da saudade.

França: o canto que floresceu na Baixada

Por Diêgo Nunes Boaes

No dia 25 de agosto de 1966, em São Luís do Maranhão, nasceu Luís de França Melo Nascimento, filho de Izídio Pereira Nascimento e Maria Zenaide dos Santos Melo.
Desde cedo, a música corria em suas veias — herança viva de uma família de artistas e cantadores. O menino Luís, que mais tarde seria conhecido simplesmente como França, cresceu cercado por sons, versos e melodias que o moldaram como homem e como artista.

Aos 16 anos de idade, começou a criar suas primeiras cantigas e toadas, inspirado pelo pai e pela atmosfera musical que envolvia o lar. Era o início de uma trajetória marcada por ritmo, poesia e amor à cultura popular.
Casado com Maria do Livramento Lima Nascimento, França construiu uma família sólida e afetuosa. É pai de Luís Henrique Lima Nascimento e Lilian Lima Nascimento, além de Ricardo e outro filho, e já celebra com orgulho a alegria de ser avô de quatro netos.

Há duas décadas, França chegou a Peri Mirim, trazido pelo amor foi por meio da esposa que se enraizou na cidade. Logo depois, seus pais e irmãos também se estabeleceram no município, fortalecendo os laços familiares e culturais que hoje o tornam parte inseparável da comunidade.

Com carisma e talento, França tornou-se uma das vozes mais influentes da cultura perimiriense. Participativo e entusiasmado, ajudou a animar o Carnaval e o São João, levando alegria e tradição por onde passava.
Ao lado de Doxo, a inesquecível “princesinha dos anos dourados”, encantava o público nas quadrilhas juninas e nas apresentações do bumba-meu-boi Brilho da Baixada, grupo que marcou época e fez história nas festas da região.

Mais que um cantor, França é um guardião das memórias festivas de Peri Mirim.
Seu nome está gravado nas canções, nos tambores e nos sorrisos de quem vive a cultura com o coração.
Homem simples, de voz firme e espírito alegre, França representa a essência da tradição popular maranhense, aquela que nasce do povo, resiste ao tempo e floresce em cada verso que celebra a vida, o amor e o orgulho de ser da Baixada.

Zé de Floriano: o compasso da vida em ritmo de música

 

Por Diêgo Nunes Boaes

No Sítio Boa Vista, no povoado São Lourenço, município de Peri Mirim (MA), nasceu em 22 de julho de 1952 aquele que viria a marcar a história da música perimiriense: José Gutemberg Mendes.
Filho de Floriano Pereira Mendes e Josefa Leite Gutemberg Mendes, cresceu rodeado por sons, melodias e afeto, ingredientes que moldariam sua alma de artista.
Casado há 41 anos em união estável com Nauriene Alves Garcia, Zé de Floriano reside no centro de Peri Mirim. Juntos, construíram uma bela família, com quatro filhos: Nádya Alves Mendes, José Alves Mendes, Alchimena Garcia Mendes e Nyll Armstrong Alves Mendes.
Do primeiro casamento, José é pai de Rosa Amélia, Paulo Roberto, Reinaldo e José Neto, e celebra com orgulho a bênção de ver sua descendência crescer entre canções e memórias.
Desde cedo, José viveu uma infância marcada por experiências singulares.
Morava em Peri Mirim, mas estudava em São Luís. O trajeto, que para muitos seria impossível, para ele era parte de uma rotina encantadora: seu avô paterno, José Álvares Mendes, proprietário da companhia Táxi Aéreo Aliança, conduzia os netos de avião todas as manhãs para a capital e os trazia de volta à tarde. O pequeno Zé cresceu, assim, entre o céu e a terra, entre as nuvens e as notas musicais que um dia embalariam sua vida.
A paixão pela música nasceu dentro de casa. Seu pai, Floriano, era um amante do violão e costumava cantar nas tardes tranquilas, inspirando o filho com cada acorde.
Ao perceber o talento e o interesse de José, presenteou-o com uma bateria e foi ali que tudo começou.
Autodidata, o menino passou a praticar ao som do rádio, reproduzindo com precisão as batidas e ritmos que ouvia. Sua sensibilidade musical era tamanha que, em pouco tempo, já tocava com a desenvoltura de um profissional.
A primeira apresentação pública veio cedo: aos 13 anos de idade, quando o baterista de uma festa de 15 anos não pôde comparecer. Convidado às pressas, José aceitou o desafio e transformou a noite em espetáculo. O menino prodígio roubou a cena e mostrou que havia nascido para a música.
Aos 14 anos, mudou-se para São Luís, onde se profissionalizou. Ingressou na Escola de Música de São Luís, obteve a carteira de músico profissional e integrou diversos conjuntos musicais de destaque, como Delíderes, Fantoche, Os Invencíveis, Os Incas, Curti Som, entre outros.
Seu talento foi amplamente reconhecido: Zé de Floriano foi o primeiro baterista maranhense a tocar com dois bombos e recebeu o título de melhor baterista do Maranhão por dois anos consecutivos.
Com o grupo Delíderes, protagonizou um feito histórico, foi um dos primeiros músicos a introduzir o reggae no Maranhão, executando canções do jamaicano Ernest Fisher (corrigindo o nome original citado como “Jinist Fisher”).
Além da música, herdou do avô o fascínio pela aviação. Iniciou-se na mecânica aeronáutica e chegou a pilotar aviões teco-teco, com habilitação de piloto privado. Entretanto, o coração falou mais alto, e ele voltou a se dedicar integralmente à música sua verdadeira vocação.
Há 34 anos, retornou definitivamente a Peri Mirim, ao lado de sua companheira Nauriene, e desde então mantém viva a arte que o acompanha desde a juventude.
Apaixonado por diversos estilos: romântico, sertanejo, reggae roots, samba e pagode. Zé de Floriano é mais que um músico: é um educador musical dentro de casa, tendo transmitido aos filhos o amor e o respeito pela arte sonora.
Hoje, o menino que um dia voava de Peri Mirim a São Luís para estudar é lembrado como um ícone da música maranhense, um artista que uniu talento, disciplina e paixão.
José Gutemberg Mendes, o eterno Zé de Floriano, é o som que nunca se apaga, o ritmo que pulsa no coração de quem acredita que a vida, como a música, só faz sentido quando é sentida e compartilhada.

ALCAP celebra a nova geração de escritores em noite de autógrafos no ARC

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) esteve presente na noite de autógrafos promovida pelo Colégio ARC no dia 01 de outubro de 2025, celebrando o talento e a criatividade dos estudantes autores de livros infantis e juvenis. O evento reuniu famílias, professores, escritores e convidados, em um momento de valorização da leitura e da produção literária local.

Representando a instituição, acadêmicos da ALCAP prestigiaram os jovens autores, reforçando o compromisso da entidade em incentivar a literatura desde cedo e apoiar iniciativas que despertem o gosto pela escrita e pela produção criativa.

A participação teve um significado ainda mais especial, uma vez que a gestora e proprietária do Colégio, professora Alda Ribeiro Corrêa, é também membro fundadora da ALCAP, unindo sua trajetória educacional ao fortalecimento da cultura e da literatura perimiriense.

Com o projeto Estante Mágica, a escola dá suporte a fim de que estudantes produzam e publiquem seus livros, sendo que em 2025 foram 72 livros publicados.

Alice Santos Lopes, filha da acadêmica Edna Jara Abreu Santos publicou o livro “Enquanto há tempo, há histórias”. Lívia Corrêa Amorim Pereira, neta da acadêmica Alda Ribeiro Corrêa publicou o livro “O sonho que se tornou realidade”. As duas jovens autoras se destacaram não apenas pelo talento, mas também pelo simbolismo de representarem a continuidade de uma história literária que se fortalece dentro da própria Academia.

Em um gesto de carinho e reconhecimento, as jovens escritoras presentearam a ALCAP com exemplares de suas obras recém-publicadas, que passam a integrar o acervo da Biblioteca ALCAP Professor Taninho. Esse gesto reforça a missão da Academia de preservar a memória literária local, ao mesmo tempo em que incentiva novas gerações a construírem seus próprios caminhos no universo da palavra escrita.

A participação da ALCAP nesse momento de celebração reafirma sua essência: apoiar talentos, valorizar iniciativas educacionais e culturais e manter viva a chama da literatura no coração de Peri-Mirim.

Segue relação de todos as estrelas literárias de 2025 do Colégio ARC:

Abraão Leite Barros
Adryan Asafe Garcia Rodrigues
Alice Santos Lopes
Alice Viegas Pereira
Alinne Vitória Pereira Campos
Anna Micaella Mota Freitas
Arthur Pereira Castro Mota
Benjamin Martins Melo
Bruno Vallentim Azevedo Cunha
Davy Gabriel Pereira
Eloisa França Leite
Êloáh Pereira Silva
Emanuel de Jesus França Silva
Emanuelly Moraes Martins
Ester Gabriele Costa
Giovana Furtado Castro
Gustavo Walentin Amorim Pereira
Helena Freire Lopes
Hemilly Sibele Garcia Penha
Hiêgo Wesley Nunes Santos
Islay Amorim Pereira
João Gabriel Amorim Sousa
João Guilherme Pinheiro Campos
João Miguel Amorim Campos
João Pereira Nunes Neto
João Pedro Lopes Castro
João Victor Pereira Leite
Kyara Manoelle Barros Azevedo
Laerth Lucas França de Oliveira
Leonardo Gonçalves Silva
Lívia Corrêa Amorim Pereira
Linda Liz Martins Gomes
Liz Victória Gonçalves Fonseca
Lucca Pietro Santos Ribeiro
Lucas Manoel Lago Lopes
Luis Guilherme Lima Gonçalves
Luidy Gonçalves Silva
Marcelly Garcia Penha
Manuela Barros Trinta
Maraya Leite Oliveira
Maria Alice Campos Sousa
Maria Cecília Gomes Barros
Maria Eduarda Diniz Gomes
Maria Eduarda Barros Ribeiro
Maria Eduarda Silva Campos
Maria Emanuele de Jesus Campos
Maria Helena Durans Soares
Maria Isabela Vale Braga
Maria Isis Pinheiro Furtado
Maria Julia Nunes Diniz
Maria Jhulia Sá Baltazar
Maria Stella Soares Costa
Maria Vitória França Lopes
Mateus Pereira Leite Filho
Mayra Ayara Morais Silva
Miguel Lucas Buaes Amorim
Noah Gomes Nunes
Paulo Arthur Macêdo Corrêa
Pérola Betina Soares Almeida
Pedro Antonio França Martins
Rafael Yuri Pinheiro Cunha
Rafaela Pinheiro Garcia
Ruann Victor Martins Ferreira
Sarah Sophia Rodriques Costa
Thalles Gabriel França Santos
Théo Lorezzo Leite Ferreira
Thomaz Gomes Nunes
Valentina Martins Corrêa
Willame Lucas Campos Silva
Yasmin Cutrim Azevedo
Ysis Gabrielly Pereira.

Para a Presidente da ALCAP, Jessythannya Carvalho Santos, o “Projeto Estante Mágica tem um valor imensurável, pois oferece às crianças e jovens a oportunidade de transformar sonhos em livros. É uma iniciativa revolucionária em Peri-Mirim, que fortalece a educação, desperta o gosto pela leitura e garante que a literatura continue viva em nossa comunidade“.

REINAUGURAÇÃO DE ESCOLA

Por Francisco Viegas Paz

No dia 29 de setembro de 2025, foi reinaugurada a Escola Professor João Garcia Furtado, no povoado de Tucunzal, município de Peri-Mirim – Maranhão. Mais do que um prédio de pintura nova e com possíveis ampliações, trata-se de um grande nome representativo de uma cultura educacional invejável. Professor Furtado, como era amplamente conhecido no meio da comunidade acadêmica, faz jus ao reconhecimento proposto e alardeado por músicas, discursos e palmas. Afinal de contas ele tem reconhecimento no campo das ciências linguísticas de notáveis saberes. E como me disse o advogado e escritor Alexandre Maia Lago: professor Furtado foi o homem mais inteligente que eu conheci, pois fui seu aluno.

Professor Furtado espalhava conhecimento em várias línguas: português, latim, francês, inglês, espanhol, italiano, etc. Porém, o seu forte estava na literatura e na língua portuguesa. Tanto que os seus alunos aprendiam de verdade, podendo, portanto, darem o devido testemunho da sua capacidade.

Espero que os professores e alunos do Tucunzal, ao exemplo do eminente professor, na medida do possível, possam seguir o seu exemplo de um grande educador

Peri-Mirim, 30 de setembro de 2025.

ALCAP Abre Processo Seletivo para Novos Membros Efetivos

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) lançou no dia 15 de setembro o Edital de Eleição para Membros Efetivos, visando preencher 15 (quinze) cadeiras da instituição. As vagas disponíveis são para as cadeiras de número 01, 04, 05, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39 e 40, todas com seus respectivos patronos já designados.

O objetivo do edital é selecionar novos acadêmicos que contribuam para o fortalecimento da literatura e da cultura perimiriense. Para participar, os candidatos deverão ter nascido em Peri-Mirim ou comprovar residência ininterrupta mínima de 10 (dez) anos no município, além de apresentar relevante atuação nas áreas da ciência, arte, literatura ou cultura.

As inscrições estarão abertas até o dia 15 de outubro de 2025 e devem ser realizadas por e-mail, enviando documentação como requerimento, biografia, cópia de identidade, comprovante de residência e declaração de adesão ao Regimento Interno e ao Estatuto da Academia.

Lembrando-se que a seleção será realizada em duas etapas: 1) análise documental e 2) votação entre os membros da ALCAP. O resultado será divulgado após a apuração dos votos e a posse dos novos acadêmicos ocorrerá no prazo de até três meses após a comunicação oficial do resultado da eleição, em sessão solene.

A Presidente da ALCAP reforça que este é um momento histórico para a instituição, pois: “Estamos abrindo espaço para que mais vozes se somem à defesa e valorização da cultura de Peri-Mirim e da Baixada Maranhense. É uma oportunidade de fortalecer a nossa memória, identidade e produção literária e artística”.

Mais informações poderão ser obtidas pelo e-mail oficial da Academia: academiaperimiriense@gmail.com

Oficina de Elaboração de Projetos Culturais será realizada em Peri-Mirim

No próximo dia 03 de outubro de 2025, às 10h, acontecerá uma Oficina de Elaboração de Projetos Culturais, voltada para artistas, fazedores de cultura e agentes culturais de Peri-Mirim. O encontro será realizado de forma online, via Google Meet, limitado a 40 (quarenta) vagas, e tem como objetivo capacitar os participantes na criação, organização e redação de projetos, oferecendo ferramentas práticas para que possam transformar suas ideias em propostas bem estruturadas, aptas a concorrer em editais, leis de incentivo e políticas públicas de cultura.

A oficina é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio do projeto de extensão NAPROCULT (Núcleo de Apoio a Projetos Culturais), e a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), instituição que vem desenvolvendo diversas ações de valorização da cultura popular em Peri-Mirim.

A iniciativa busca fortalecer a atuação cultural no município, proporcionando conhecimentos que auxiliem na captação de recursos, no planejamento de ações e na valorização da produção artística e cultural local.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através do link:

Clique aqui para se inscrever: https://forms.gle/t8EZhUSM2RWYFBQm8

ALCAP entrega comunicados aos familiares dos patronos das cadeiras 30 a 40

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) realizou a entrega oficial dos comunicados aos familiares dos novos patronos eleitos para ocupar as cadeiras de número 30 a 40 da instituição. A ação representa um marco na preservação da memória e da identidade cultural do município de Peri-Mirim, além de ser um gesto de reconhecimento público àqueles que deixaram um legado de contribuição à sociedade perimiriense.

Os patronos eleitos são:

Cadeira 30: Carmem Martins

Cadeira 31: J. Campos

Cadeira 32: Dedeco Mendes

Cadeira 33: Dona Morena

Cadeira 34: Sipreto

Cadeira 35: Madalena Corrêa

Cadeira 36: João Batista

Cadeira 37: Lobato Viana

Cadeira 38: Pe. Helder (MSC)

Cadeira 39: Raul Mendes

Cadeira 40: Floriano Mendes

Os comunicados foram entregues diretamente às famílias dos homenageados, em visitas realizadas por membros da ALCAP. Os momentos foram marcados por emoção, gratidão e partilha de memórias. Em cada entrega, reviveu-se a trajetória de vidas que contribuíram de maneira significativa com a história do município.

A cerimônia de posse dos patronos será realizada em breve, em data a ser anunciada pela Academia. Na ocasião, os novos patronos serão reverenciados publicamente em solenidade oficial.

Confira alguns registros da entrega dos comunicados:

SOLENIDADE DA SAUDADE DE MARIA ISABEL MARTINS VELOSO

No dia 24 de maio de 2025, às 16 horas e 30 minutos, a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), a Família Martins e representantes da Igreja Matriz São Sebastião, promoverão a Solenidade da Saudade em homenagem à imortal da Academia, Maria Isabel Martins Veloso, nas dependências da referida igreja, localizada no Centro do município de Peri-Mirim/MA.

Isabel nasceu da união de Antonio Raimundo Martins e Clotildes Azevedo Martins, no dia 18 de julho de 1927 no povoado de Feijoal, antigo Santa Severa, município de Peri-Mirim.

Sua trajetória de vida é cheia de eventos marcantes, foi professora no povoado Buragical, na “Escola Djalma Brito”, no período de julho de 1950 a maio de 1951, quando foi transferida para a “Escola José Antonio Marques”, no Feijoal. Na época, o então prefeito de Peri-Mirim, Sr. Agripino Marques, lançou um concurso, que previa que: quem fosse aprovado em primeiro lugar seria professor no “Grupo Escolar Carneiro de Freitas”. Maria Isabel foi aprovada em primeiro lugar e assumiu a tão sonhada vaga na Escola.

Apesar do emprego estável, em 1956, Isabel muda-se para a capital maranhense para dar prosseguimento aos seus estudos, tendo trabalhado como comerciária durante alguns anos no escritório da Movelaria Loja das Noivas na Rua Grande, Centro de São Luís.

Casou-se em 1960, na Igreja de São Pantaleão com Francisco Eleutério Veloso (já falecido), união que durou 49 anos. Veloso também nasceu na região da Baixada, na cidade de Bequimão. Tiveram quatro filhos: Maria da Graça Veloso Melo; Antonio José Martins Veloso; Maria Stela Martins Veloso e Kátia Maria Martins Veloso.

No final da década de 1990, Isabel lançou seu livro de memórias denominado Minha Vida, um Destino, contemplando seus leitores com belas reminiscências sobre a família Martins e outros fatos marcantes de sua história. Em 15 de dezembro de 2018 foi empossada na Cadeira nº 01 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP). Na solenidade, foi homenageada por todos e proferiu um belo discurso.

Infelizmente, no dia 9 de janeiro de 2025 recebemos a fatídica notícia que o cérebro da confreira Isabel parou!  No entanto, a sua memória está eternizada e sua vida e obra reverberarão em nossos corações e estenderão por muitas gerações.