Manoel Sebastião Pinheiro

Por José Ribamar Martins Bordalo

Patrono da Cadeira nº 04 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por José Ribamar Martins Bordalo. Nasceu em Peri-Mirim/MA, em 21 de novembro de 1929, filho de Claudino Paulo Pinheiro e Maria de Fátima Cunha. Teve dois filhos: Alexandre e Georgina. Depois desposou com a Srª Maria José Sales com quem teve dois filhos chamados Felipe Manoel e Catarina.

Em meados dos anos de 1935, com seis anos de idade, o garoto Manoel Sebastião, via em sua terra natal, as mulheres davam à luz, morrerem de trabalho de parto.

Sua vocação de tornar-se médico, advém desta data. Filho de família de classe média, Manoel disse ao pai que iria ser médico como propósito primordial de vida.

Sua trajetória de estudante passou pelo município de São Bento, onde cursou o primeiro grau maior, no Grupo Escolar Mota Júnior, tendo se transferido, ao final do 1.0 grau, para São Luís, estudou no Colégio Liceu Maranhense, onde com muito brilho, colou grau indo atrás de seu propósito na capital da Bahia, Salvador, na Universidade Federal de Medicina da Bahia, onde colou Grau em Medicina em 15 de dezembro de 1962.

Tendo em vista que a ajuda que lhe era dado por seus pais não cobria suas despesas para custear seus estudos, engajou-se no corpo de bombeiros daquela cidade, que foi uma forma de complementar sua bolsa de estudos e concluir o tão sonhado mérito de médico.

Ao formar-se, em dezembro do ano de 1962, fez de imediato especialização em ginecologia obstetrícia e cirurgia geral, dando baixa então, na corporação do Corpo de bombeiro.

Ao voltar para São Luís, fixou residência e ingressou no sistema Público de Saúde do Estado, tendo sido aprovado em concurso público para o quadro de médicos do Instituto Nacional de Seguro Social — INSS e, paralelamente, desempenhou a função de Diretor Geral do Hospital Djalma Marques.

Em Peri-Mirim desempenhou vários papéis de vital relevância, como Secretário de Saúde do Município em 1993, indicado pelo vice-prefeito daquela cidade, o senhor José Ribamar Bordalo, tendo sido também, diretor do Centro Médico Maranhense, e Secretário de Saúde da cidade de Chapadinha.

Chegou a Chapadinha no ano de 1969, por ocasião da inauguração do Hospital Antônio Pontes de Aguiar — HAPA.

Ingressou na política em 1974 ficando na suplência de deputado estadual e assumindo o mandato em 1976. Reelegeu-se deputado em 1978 e ocupou uma cadeira da Assembleia Legislativa até 1982. No mesmo ano, foi agraciado com o Título de Cidadão Chapadinhense pela Câmara Municipal.

Participou ativamente da vida política sendo candidato a prefeito por duas vezes. Também foi secretário de Saúde em Vargem Grande no início da década de 90.

Doutor Manoel Sebastião Pinheiro dedicou 47 anos de sua vida à saúde do povo de Chapadinha e nos deixa, mas também deixa um legado não só na medicina, com a sua capacidade científica, mas também com seus critérios de humanidade e cristandade, pois mesmo depois desta jornada em chapadinha não esqueceu sua cidade natal, onde ainda elegia uma casa de amigo, para receber seus fieis pacientes.

Faleceu no dia 27 de abril de 2017, aos 87 anos, depois que prestou excelentes serviços prestados às comunidades por onde percorria.

Registre-se neste momento, esta homenagem àquele que deixou um marco muito importante em nossas vidas. Esta é, portanto, uma singela, mas sincera homenagem da Família Bardalo e da ALCAP.

Walter Braga, um brasileiro

Autor Flávio Braga

O patriarca da minha família, Walter da Silva Braga (Tetê Braga), nasceu no povoado de Pericumã (Peri-Mirim), em 8 de agosto de 1911, filho de Antônio Florêncio Diniz Braga e de Joana Regina da Silva Braga. Filho de fazendeiro, herdou a profissão de pecuarista. Além do gado bovino, criava porcos, patos, galinhas, paturis, catraios, perus, cabras, cavalos e peixes.

Em sua pequena propriedade, produzia bastante leite, que servia como base da alimentação de sua família e para a produção de queijo e manteiga, que eram vendidos para comerciantes de Peri-Mirim e de São Bento, cuja carga era transportada para revenda em São Luís. Na propriedade havia abundância de palmeiras de coco babaçu, donde eram extraídas as amêndoas para vender aos comerciantes locais, cuja receita era a principal fonte de renda para sustento da família.

Casou-se aos 32 anos com a jovem Maria José Andrade Braga de apenas 16 anos, no dia 23 de dezembro de 1944 (no registro civil) e no dia seguinte sob o rito religioso, na cidade de Pinheiro. Por 45 anos viveram uma relação profícua e prolífica, gerando 13 filhos, que são pela ordem cronológica: João Batista, Maria Regina, Valtemar, Walter, Rosário, José Maria, Manoel, Valber, Leônia, Flavio, e Lidiane,  além dos falecidos Maremaldo e Verionaldo. A prole se completou com 10 filhos de criação, Complementando a prole, adotaram e criaram outros 10 filhos, dentre eles a inseparável Clenilde.

A religiosidade do casal era exemplar. Como membros da Legião de Maria, participavam das reuniões, cultos dominicais e missas que eram celebrados na comunidade. Uma missão que cumpriam com muita abnegação era as visitas aos enfermos, idosos e pessoas em momentos de dificuldade, levando a palavra da Bíblia e as orações para conforto da sua gente. Outra prática religiosa da família, era a oração do santo terço diariamente. O ato de tomar a bênção dos pais sempre foi um gesto sagrado entre os seus filhos e netos.

Apesar do pouco estudo, tinha um imenso prazer pela leitura. Lia a Bíblia,  catecismos, livros, revistas, histórias infantis, até bulas de remédios. Essa afeição  pela leitura foi transmitida aos seus filhos. Daí uma explicação para o sucesso deles  em concursos e vestibulares.

Durante os 45 anos de matrimônio com Maria José, viveu um clima de harmonia, de respeito, de diálogo, de compreensão, de renúncia e de um amor verdadeiro. Faleceu no dia 10 de novembro de 1989, em São Luís, aos 78 anos, deixando um legado de homem honesto, educado, cordial, católico praticante e que apreciava muito conversar com a esposa, os filhos e os amigos.

Vamos dar uma volta pela cidade?

Autor Diêgo Nunes

Vamos dar uma volta

Em nossa pequena cidade

Terra de muitos encantos

Que ficam para a eternidade

São alguns pontos turísticos

Vivos em nossa realidade

 

Pontos turísticos ontem e hoje

Para muitos é um dilema

Pois temos diversas alternativas

Vamos conhecê-los sem nenhum problema

 

Os nossos casarões arejados

Foram adaptações de fortalezas

Que só tinham em Portugal

E nos fascinava de tantas belezas

Os nossos casarões históricos

São nossas verdadeiras riquezas

 

Posso aqui mencionar

O nosso eterno casarão

Que foi de início o convento

Das Freiras em Missão

Que vieram do Canadá

Para viver neste chão

 

Vamos destacar

Como homenagem de recordação

O Sindicato, a delegacia, as fazendas

as escolas: Carneiro de Freitas e Cecília Botão

CEMA, a Prefeitura e da Casa Paroquial com o Salão

 

Tem também as praças

São Sebastião, dos Simpatia e Secundino Pereira,

Santa Teresinha e

Zé Barreira

Que são locais para muita diversão

E brincadeira.

 

Lá tem desfiles de blocos

Todo ano de montão

Tem o carnaval e o baile do pó

O maior do Maranhão

Eu amo, Favela, Xixilados e Cidão

Da Turma do Bebel a Folia de São Sebastião

 

Vamos agora contar a história

Da Muralha do Rochedo

Que pertencia ao senhor Gastão

Que a ninguém dava sossego

Qualquer desobediência

No poço ele atirava sem medo.

 

O rochedo existe até hoje

E está bem localizado

Fica no bairro Campo de Pouso

Não muito afastado

Na estrada do Santana

Visite-o mais tenha cuidado

Pois o local é tido

Como muito assombrado

 

Peri Mirim, pequena cidade

És bela e importante

Tuas paisagens são lindas

Os teus campos verdejantes

Na pecuária e na lavoura

Sempre fostes triunfante

 

Ah! Doce e amada Peri-Mirim

És verdadeira aquarela

De tantas riquezas

Da baixada és a mais bela

Cheia de costumes

De origem raiz e nutela

 

Seja bem-vindo

À Passagem dos Padres

Vamos nos refrescar

Fica no bairro do Portinho

Um passeio para se alegrar

Tem várias árvores e animais

E opções para se aventurar

As famosas panelinhas

Vamos juntos

Você vai gostar!

 

Sobre a passagem dos padres

Vou-lhes contar

Os padres saiam em seus cavalos

Para se refugiar

Esconder-se dos sons de carnaval

E a Deus adorar

Em um local distanciado da bagunça

Para poder se concentrar

 

Vamos agora fazer uma visita

Onde antes existia o belo rio Aurá

Cheio de pessoas

Para tomar banho e pescar

Lavar suas roupas

Uma lida diária a executar

 

O Rio Aurá ainda vive

Podemos aqui dizer

Apesar de todos os problemas

A sua essência não o fez morrer

A lembrança do povo é que a cada dia

O faz viver.

 

Vamos aqui mencionar

O nome de alguns rio

Do nosso lugar

Rio grande, da laje, e rio do pau

Rio santa maria e o do canavial

Rio do sangue, flaviana

Rio da pedra no Juçaral

Rio do meão, tiquaras

Rio das minas e do Tucunzal

E ainda tem mais

O de Honório no meu quintal

Temos em nossa cidade

a famosa cachoeira El Dourado

Que fica em Santana

Nas terras de Dourado

Uma beleza natural

Que ficou no passado

Cheias de árvores, flores e pássaros

Mas que não foi mais conservado

 

Mal cuidada, pouca água

Retratando o natural

Muito lixo no seu caminho

O faz pedir socorro ao geral

 

Entre morros e outeiros

A nossa cidade se limita

Vamos mostrar aqui

O que nos identifica

Tem o morro do centenário

Quem aqui chega o visita

Deixando sua marca registada

E de lá uma bela vista

 

No morro do centenário

Podemos encontrar

A estátua de São Sebastião

Cartão postal do lugar

Marco da religião católica

Quem chega aqui quer logo visitar

 

Outeiro das canoas

Venho aqui lhe apresentar

Ele fica no Campo de Pouso

Em um certo lugar

Cheio de animais e plantas

Que junto dele vieram morar

Lugar que encanta

Quem vai o visitar

 

Passear de canoa

é um dos encantos do nosso lugar

dormir no interior

e ao canto do galo acordar

andar a cavalo, ir a roça

não tem preço a pagar

tomar banho de rio

comer frutas da época e pescar

 

Vamos agora apresentar alguns povoados

Começando de Curitiba, Tijuca, Curva e Apertiral

Poço Dantas, Capoeira Grande, Barreiro e Buragical,

Conceição, Estrada de Padre, Pericumã e Tremedal

Torna, Rio Grande, Boca do Campo, Raposa e Mangueiral

Pedrinhas, Pedra Branca, Pericumanzinho e Feijoal

Baiano, Porções, Canaranas, Paciência e Taocal

Centrinho, Tapera, Minas, Remédios, Carnaúba e Tucunzal

Centro dos Câmaras, Jaburu, Miruiras e Juçaral

 

Os bairros: Sede, Campo de Pouso

Portinho, Tiquaras e Aurá

Os antigos Sacoanha e o famoso Cametá

Igarapé Açu, a extinta Serra,

Tem ainda o Cruzeiro e a ilha do Maracujá

 

As pontas: do Tucum, do Poço, de Baixo,

do Lago e do São João

Chavi, Pascoal, Inambu, Codó e Meão,

Teresópolis, Engenho Queimado, Buenos Aires e Buritirana

Santas: Cruz, Luzia, Rosa, Maria e Ana.

 

As enseadas: do Tanque, Santo Antônio e da Mucura

As ilhas: Grande, do Urubu, Agostinho e Muriré

Os santos: Chico, Jerônimo,

Lourenço, Raimundo, Domingos e José

Rio da Prata, Patos, Muritim,

Malhada de Preto, Três Marias, e Itaquipé,

 

Aqui demos uma volta rápida

conhecemos muitos pontos turísticos

momentos de viajantes

lugares e vistas radiantes

espero que tenham gostado

dessa viajem triunfante

voltaremos breve

com algumas novidades marcantes.

 

O sítio do vovô Santiago

Autora Elinalva Campos

No sítio do meu vovô tem um montão de animal, cada um em seu habitat.

Tem o peixinho bem pequenino, tem o boi grandão e tem até o macaco brincalhão.
Nesse lugarzinho eu me divirto de montão corro atrás do pato, da galinha e do leitão.
Eu tenho um animal preferido quer saber qual é? É o cavalo meu querido! Toda vez que eu chego lá o vovô corre e o cavalo vai buscar, eu fico toda sorridente de tanta alegria minha gente.

Eu só tenho 1 aninho e o meu vovô fica todo bobinho chega brilha o seu olhinho.
Eu me chamo Maria e o vovô se chama Santiago ele me mima de montão e eu faço tudo pra chamar sua atenção.

Neste dia dos pais meu vovô eu venho homenagear ele é lavrador e ama trabalhar.
Todo mundo diz que eu sou muito esperta e vovô fica todo convencido porque eu sou sua primeira Bisneta. Por aqui eu vou finalizar e meu abraço eu vou deixar saiba meu vovô que pra sempre vou te amar. ❤️

História de Feliciano da Cruz Silva

Autora Maria Nasaré Silva

Peço à Musa Divina

Para vir-me inspirar

Pois vou narrar a história

De alguém que vivi para amar

Há mais de 50 anos

Peço a Deus para abençoar.

 

Para abençoar a história

De um homem nobre e guerreiro

Feliciano da Cruz

Tendo Silva o derradeiro

Abençoado por Deus

Valoroso e verdadeiro.

 

Logo em seus primeiros anos

Sofreu grande desalento

Pois Deus assim já chamava

Quem lhe servia de acalento

Sua mãezinha Aidê Silva

Eita mundo de tormento.

 

A bonança viria, era certo

Deus lá do céu já olhava,

Um coração nobre e fiel

E o Pai já o abençoava

Mandando um casal de amigos

E assim já o adotara.

 

A acolhida foi bendita

Para seus dez anos de idade,

Joventina e Mariano

Ensinaram-lhe a verdade.

O amaram como filho

Dando-lhe felicidade.

 

Começou uma nova etapa

De sua vida em Pinheiro

O casal que o adotou

Possuía um bom dinheiro

Tinha uns bons carros de boi

Também era fazendeiro.

 

Deixemos à nova vida

Para voltarmos ao passado,

Feliciano ao nascer

Foi num lugar atrasado

Chamava-se Serra Velha

Mas por era Deus abençoado.

 

Na Serra havia deixado

Muita gente querida.

O seu avô Carlos Maia

E a sua avó Ana Rita

Os irmãozinhos pequenos

Em uma vida desdita.

 

Não saía da lembrança

A sua vida passada,

Não esquecia de Ana Rita

Sua vizinha adorada

Que em meio às sentadas bruscas

Era outra saia rasgada.

 

Em meio a tanto atropelo

Não podia deixar de ser

Lembrava sempre Mãe Zeca

Que o carregara, nenê,

Dormiam sempre juntinhos

Era sua razão de viver.

Em seu mundo de lembranças

Vinha a irmã tão querida,

Que em meio a tapas e beijos

Mantinha sempre a guarida,

Protegendo-o e defendo-o

Dessa vida tão sofrida.

 

Lembrava com carinho

Do seu irmão João Laboro

Sempre metido em encrenca

E tão cheio de desaforo,

Do seu pai sempre apanhava

Com famoso cinto de couro.

 

Muitas vezes era obrigado

A beber mijo fundido.

Como castigo ao papismo

Nem assim se achava perdido

Cada vez aprontava mais

Mas da família, não era banido.

 

Não podia deixar de lado

Seu irmãozinho querido

Valdomiro menino manso

E foi por Deus escolhido

Para acompanhar os passos

E continuar seu destino.

 

Lembrava também Olindina

Mulher de Zé Macaxeira

Homem franzino, vagaroso,

Vivia a fazer asneira

Não era pessoa ruim

Era assim sua maneira.

 

As lembranças eram boas

Fitava o céu a meditar

Pensava nas pescarias

De caniço, e, a soquear

Bicho de tucum no anzol

Para um bom peixe pescar.

 

Deixemos os devaneios

Fitemos na realidade,

Sua vida não era fácil

Mas não vivia de caridade,

Trabalhava de sol a sol

Como homem de verdade.

 

Como homem de verdade

Mas era apenas menino

Ia cedo ao mercado

Para vender o pepino

Aipim, couve, maxixe,

Seu trabalho era divino.

 

Cedo estava na estrada

Para carro de boi carrear

Pois os pais tinham uma frota,

Porém, tinha que trabalhar

Feliciano não se curvava

Fosse o que fosse a enfrentar.

 

Certa vez, em noite escura

Houve um grave acidente,

Em uma curva derrapante

Saiu com vida, felizmente

Mas devido à capotagem

Ficou gravemente doente.

 

Dante desses problemas

Passou meses acamado

Não podia deixar de ser

Fora muito bem cuidado

Pois ele era um ser querido

Por todos era muito amado.

 

Mas como a vida não para

Quem nasce, cresce, reproduz

É o completo dinamismo.

Quem olha, às vezes deduz

Começa uma nova era

Aonde tudo se conduz.

 

Casou-se, era bem cedo

E se pôs a procriar.

Raimunda e Maria Helena

Veio-lhe a vida alegrar

Mas o que tem começo tem fim

Casamento veio findar.

 

As filhas ficam em Pinheiro,

Após a separação

Feliciano desce a serra

E não vem de contramão

Vem lutar pelos seus sonhos

E cumprir sua missão.

 

A missão de homem honesto

É difícil ser cumprida

Ele, porém, conseguiu

Tendo Deus como guarida

E escreveu sua história

Até 97 anos de vida.

 

Morando no São Raimundo

Logo se enamorou

Quando viu Maria Rosa

Disse: agora sim, chegou,

A mulher da minha vida

Para ser meu grande amor.

 

Como já era casado

No civil anteriormente.

Casar-se no religioso

Era o que tinha em mente,

Foi assim que aconteceu

Desse jeito exatamente.

 

As famílias concordaram

Com esse entrelaçamento

Não havendo discussão

Era só contentamento,

Todos ficaram felizes

Com o novo casamento.

 

Desse novo matrimônio

Cinco filhos nasceram:

Dois homens e três mulheres

E assim logo cresceram.

Contra as adversidades,

Lutaram e sempre venceram.

 

A sua primeira filha,

Nasceu com nome Brandina

Como esse nome sugere,

Trouxe ao nascer uma sina

Ser amiga, doce e calma,

Assim Deus determina.

 

Continuando sua prole

Nasce o filho segundo

Bonito, robusto e forte

Deus o mandou para o mundo

Chegou manhoso e chorão

Benildo nasce em São Raimundo.

 

Vinha o terceiro filho

Um menino inteligente

Veio mandado de Deus

Para fazer todos contentes

Não sei como escapou

Zé Maria, só vivia doente.

 

E assim a quarta filha

Nasce toda faceira

Veio branca e gordinha

Rosa, abençoou a parteira

Por certo era a sua avó

Mãe Jota não falava asneira.

 

Por fim, nasce a caçula,

Que é forte em pensamento,

É verdadeira e honesta

Nasaré está no documento.

Ama de paixão a família

E tem bom discernimento.

 

Feliciano da cruz viveu

Noventa e sete anos de vida.

O meu pai foi um guerreiro

Trabalhar era sua lida

Nos criou com sabedoria

E bem idoso fez sua partida.

 

O que meu pai teve de sobra

Soberania, dignidade

Nunca disse uma mentira

Só ensinou a verdade

Quem não seguiu seus conselhos

De suas lições não aprendeu a metade.

 

Encerro assim, a  história,

De Feliciano, o meu pai

Com Deus vive em sintonia

Da minha mente não sai

Era devoto da Virgem Maria

Rezava três rosários por dia

E Nossa Senhora não trai.

 

Neblina em Paris (Mirim)

Autora Eni Amorim

Logo após o recital dos caburés,
Nas primeiras horas do amanhecer,
A cidade, (Peri-mirim),
Abriu os olhos preguiçosamente,
Pelo alvoroço,
Das Rolinhas fogo apagou
E dos bem- te-vis.
Uma camada fina de neblina,
Pairava sobre os verdores dos Campos,
Um vento insidioso,
Invadiu as entranhas da cidade,
E,
De repente,
Como em um passe de mágica,
A cidade foi envolta,
Em uma densa camada de neblina,
Deixando-a com ares de cidade européia.
E,
Novamente,
Em um passe de mágica da natureza,
O sol acendeu o seu luzeiro
E a neblina aos poucos se dissipou…
Peri-Mirim, 5 de agosto de 2020.

ALCAP: Sarau Cultural Fábrica de Inspirações

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) organizou no dia 07 de abril de 2019, às 15h, no prédio da Escola Municipal Carneiro de Freitas, o 1º Sarau Cultural intitulado Fábrica de Inspirações, que teve por objetivo a valorização dos talentos culturais da comunidade perimiriense, possibilitando momentos de descontração, lazer e diversão, como forma de unir toda a família e encontro de pessoas que desejam dialogar, conhecer, experimentar e compartilhar conhecimentos.

Dessa forma, foi criado um ambiente de conversa aberta, livre e descontraída possibilitando emergências de inovações sociais, culturais e políticas, possibilitando as mais variadas manifestações culturais num espaço para socialização de seus saberes, que tem por finalidade a divulgação das variadas manifestações culturais através de recitais, músicas, poemas, livros, estórias, dentre outras que represente a identidade e a cultura local.

Para esclarecimentos, Sarau é um evento cultural onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. A palavra tem origem no termo latino serus (relativo ao entardecer), porque acontecia, em geral, no fim do dia. Pode envolver dança, poesia, círculos de leitura, seção de filme, música, bate-papo filosófico, pintura, teatro etc. Muito comuns no século XIX, os saraus vêm sendo resgatados e reinventados pelas escolas como uma maneira de fortalecer a identidade da comunidade escolar, promovendo a integração de todos de forma descontraída, criativa e mais envolvente do que a tradicional reunião de pais. É um momento para a soma de conhecimentos, descobertas e vivências coletivas.

O projeto foi apresentado na sétima reunião da ALCAP, 27/01/2019, idealizado pela vice-presidente Jessythannya Carvalho Santos, com o nome Café Literário, mas logo o nome foi alterado pela comissão para Sarau Cultural, pelo número de propostas que iriam ser mais agregadas. A comissão do 1º Sarau foi composta pelos acadêmicos: Adelaide Pereira Mendes, Ataniêta Márcia Nunes Martins, Diêgo Nunes Boaes, Gisélia Pinheiro Martins e Maria Nasaré Silva. Diêgo Nunes Boaes foi o cerimonialista e Padre Léo, o orador do evento.

O evento teve como tema os 100 anos de Peri Mirim e contou com a participação de crianças, jovens, adultos e idosos. Na ocasião foram homenageados pelas confreiras Adelaide Pereira Mendes e Gisélia Pinheiro Martins os centenários da cidade: Raul Pereira Mendes, Alexandre Campos, Amância Silva e Antônia Melo. Todos tiveram suas biografias lidas e cada um recebeu a placa personalizada pela ALCAP. Tivemos a participação do Teatro de Fantoches da Dança Laço de Prata, que em cordel apresentaram Peri-Mirim para o público.

No 1º Sarau também tivemos mais homenagem, dessa vez ao nosso eterno Coronel Carneiro de Freitas, o elogio ao patrono foi feito pela confreira Ataniêta Márcia Nunes Martins, que contou a trajetória desse político ilustre que muito contribuiu para a emancipação de Peri-Mirim, ao fim foi doado pela confreira à Escola Carneiro de Freitas, a foto e a biografia do patrono da cadeira 21 da ALCAP, na ocasião a Gestora Professora Dalcione Silva França participou da homenagem como representante do patrono, pelo vínculo com a escola.

No momento cultural tivemos a apresentação do Grupo do Divino Espírito Santo, o famoso grupo da Dona Nicinha, grupo que encanta a todos há décadas, e a cada ano uma inovação. No fim da apresentação do grupo, a confreira Maria Nasaré Silva fez uma singela homenagem à dona Nicinha, pela luta, e garra que vem há muito tempo fazendo parte da nossa cultura perimiriense.

Cada toque das caixeiras era uma emoção maior, sem dúvidas, foi um dos momentos mais sublimes do 1º Sarau. Foi história, encanto, riqueza, muita diversão, sorrisos à beça, o 1º Sarau fez e deixou saudades! foi rico em valores pra todas as idades.

Eunice Diniz Pereira

Conhecida como Dona Nicinha. Eunice nasceu no dia 8 de maio de 1942, no povoado denominado atualmente de Mangueiral, no município de Peri-Mirim. Filiação: Marcelino Diniz e Almerinda Almeida Diniz. Casou-se com Raimundo Pereira no dia 28/11/1957, com quem teve 10 (dez) filhos: Edson, Evilásio, Edilson, Antônio Luís, Francisco das Chagas, Sebastião, Edna, Nasaré, José Raimundo e Edenilson.

Em Peri-Mirim, Dona Nicinha é considerada a maior autoridade quando o assunto é Festa do Divino Espírito Santo. Iniciou-se nas festividades no dia 15/12/1979, no povoado hoje chamado Igarapé Açu (nessa época eram sempre animadas com o período natalino que finalizavam 23, 24 e 25 de dezembro).

O gosto pela festividade foi herdada da tia Maria Lucinda Almeida Diniz, que com seu falecimento, a avó de Nicinha, Maria Agda Almeida e seu tio Raimundo Almeida Diniz (Bê) continuaram com a festa na Enseada do Pau D´Arco, hoje Canaranas. Falecendo sua avó, seu tio continuou, falecendo seu tio a festa parou por alguns anos, até que Nicinha resolveu resgatar a festa até os dias atuais.

Conta Dona Nicinha que nas festas dos seus familiares, Dona (mãe de Margarida) emprestava a imagem do Divino para a festa. A festa era animada e boa que ninguém queria que parasse.

As principais festas eram feitas por Bernadino na Ilha Grande; Sinhá de Caetano na Enseada Santo Antônio; Maria de Santinho no Cametá e Ascensão nos Porções.

A festa do Divino possui um ritual pré-estabelecido, composto por: 4 bandeiras, 4 caixeiras, 1 bandeira do Império, 1 Imperatriz, 1 Mordoma, 2 Aia, 1 Mestre-sala, 1 Rei e 1 Rainha. O número de bandeiras tem que ser igual ao número de caixeiras.

O festejo do Divino Espírito Santo é regado com muitas comidas e bebidas. Os mais antigos pagavam promessas com a realização de festas anuais.

No 1º Sarau Cultural da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), realizada no dia 07 de abril de 2019, a equipe de Nicinha abrilhantou o evento.  A equipe foi composta por: Mazoca, Domingas, Nicinha,  Maria Rosa, Rosa e Sibuca do Igarapé Açu; Sebastiana do Jaburu, Domingas Caul do São Lourenço; Marizinha e Wenya do Cametá; Isabel e Ducineia do Portinho; Rosinha, Da Paz e Teresinha.

As contribuições de Dona Nicinha para a manutenção da  festa do Divino ajudaram no resgate de festas tradicionais quase esquecidas. Ela também participa do levantamento e derrubamento de mastro no festejo do padroeiro de Peri-Mirim, São Sebastião.

Entrevista realizada por Diêgo Nunes Boaes e envaida à redação de O Resgate.

Alexandre Campos

Nasceu no dia 06/05/1917. Filho de Agda Pereira Campos e Domingos Gusmão Campos, natural de São Bento/MA. Morou desde sua mocidade até adolescência no povoado Ponta do Lago no município de Peri-Mirim/MA, próximo ao centro da cidade, onde construiu família.

Alexandre nunca esquece de suas viagens para São Bento, todas elas eram a canoa, quem sempre forquilhava era seu pai, Domingos, e amigos da família como: Vicente e Mariano. Em São Bento eles compravam o que necessitavam em sua casa e/ou de vizinhos e familiares.

Não aprendeu a ler e escrever. Sempre trabalhou na lavoura. Casou-se primeiro com Isabel Lima Campos, da união nasceu Jaime Lima Campos. Sua primeira esposa nasceu no Bairro do Portinho, irmã do senhor João Lima. Com o falecimento da esposa, Alexandre casou-se pela segunda vez no dia 11/10/1963 com a senhora Jovanita Silva Pereira, e tiveram 04 filhos.

Moraram por muitos anos no bairro da Liberdade em São Luís, capital do Estado do Maranhão. Quando ficou viúvo pela segunda vez, voltou a morar novamente no povoado Ponta do Lago com dona Raimunda Marcela Silva, natural de São Bento, passaram-se alguns anos, quando ele resolveu morar com seu filho mais velho, Jaime Lima, no bairro do Portinho.

Alexandre perdeu esse filho recentemente. Reside ainda na casa de Jaime Lima com sua nora Assunção de Maria Martins Lima, para quem tem um grande afeto e respeito.

O comandante Alexandre vem de uma família de sete irmãos, destes setes só restam três vivos: Alexandre, Adelina, Maria. Os falecidos são: Inácio, Joana, Ciríaco, Dica, Domingas.

Os filhos de Alexandre são: Francisca, Edmílson, José de Ribamar, Maria José, João Damasceno, Raimundo Romualdo,  Ricardina, Jaime Lima e Terezinho, os dois últimos já falecidos.

Perguntado sobre a origem do bairro do Portinho, Sr. Alexandre contou algo inusitado, diz ele: O bairro do Portinho surgiu por meio do Porto de Pedro de Cota (na rua do senhor René Barros e da Rádio Perimiriense) na qual vinham pessoas de várias localidades vindo de viagem, inclusive de São Bento: desembarcar, embarcar, comprar e vender seus produtos, e também do centro da cidade de Macapá, a barragem que liga o bairro do Portinho ao Centro da cidade não existia naquela época, no inverno era uma grande barreiro. E o pessoal saía e chegava pelo Porto de Pedro de Cota, o portinho. O porto de Zé Queiroz era maior, aí para se procurar as coisas se identificava no portinho – que era o porto pequeno. Portinho existe há muito tempo.

Alexandre sempre se emociona quando se recorda de algumas coisas, no início ficou muito tímido em falar, e disse que não ia dizer nada, mas com o decorrer da conversa, o senhor de 103 anos se expressou muito.

Faleceu em 03 de janeiro de 2022, vítima de traumatismo craniano.

Entrevista realizada por Diêgo Nunes Boaes em maio de 2020 e enviada à redação de O Resgate.

PLANTIO SOLIDÁRIO: Pau-brasil de Nazaré Serra

Por Nani Sebastiana

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) lançou no dia 29/02/2020 um projeto intitulado: Plantio SolidárioJoão de Deus Martins”. A primeira etapa do projeto prevê que cada membro da ALCAP deverá plantar uma árvore duradoura em homenagear ao seu patrono.

Para representar Maria de Nazaré Serra Maia, patrona da Cadeira nº 10 da ALCAP, ocupada pela acadêmica Nani Sebastiana Pereira da Silva, foi escolhida a árvore Pau Brasil (Caesalpinia echinata).

Caesalpinia echinataA planta adulta apresenta espinhos no tronco e nos ramos; folhas de notável valor ornamental devido à coloração verde intensa e brilhante, muito ramificada; flores muito perfumadas, de cor amarela com uma das pétalas diferenciada no formato e com uma mancha vermelha intensa ou escuro-avermelhada no centro. A resina da árvore possui uma intensa cor avermelhada. Os frutos apresentam abertura explosiva jogando as sementes a longa distância.

A Literatura registra que o pau-brasil é uma árvore originária do Brasil, que ocorre na zona da Mata Atlântica, especialmente na região nordeste do Brasil. Foi a descoberta da existência desta espécie que deu origem ao nome do país, depois da chegada dos navegadores portugueses no Brasil. Inicialmente o nome dado ao país foi Terra Brasilis, sendo depois modificado para Brasil.

A muda de pau-brasil foi plantada em 20 de março de 2020 no quintal da Acadêmica Nani. A referida muda é originária do Sítio Boa Vista em Peri-Mirim.

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