1919: Lei ressalva a delimitação do município de Macapá

A Lei nº 880, de 7 de abril de 1919, expedido pelo então Presidente do Maranhão, Raul da Cunha Machado, faz ressalva quanto à delimitação do município de Macapá. Sabe-se que o atual município de Peri-Mirim até os dias atuais tem problemas quanto à delimitação do seu território.

Fonte: Acervo digital da Casa da Cultura.

1919: Lei crêa o municipio e Villa de Macapá

No dia 31 de março de 1919, o então Presidente do Maranhão, o doutor Raul da Cunha Machado (foto em destaque), constituiu e elevou à cathegoria de villa de mesmo nome, a povoação de Macapá, mediante a Lei nº 850, de 31 de março de 1919.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: “Colleção das Leis e Decretos do Estado do Maranhão do Anno de 1919

1919: Decreto eleva à cathegoria de collectoria a actual agencia fiscal de Macapá

O Decreto nº 198, de 5 de julho de 1919 elevou à cathegoria de collectoria a actual agência fiscal de Macapá. O decreto foi expedido pelo então Presidente do Maranhão, Raul da Cunha Machado e José Carneiro de Freitas, secretário de Estado, que dá nome a uma das principais escolas do município de Peri-Mirim. José Carneiro de Freitas é patrono da Cadeira nº 21 da ALCAP, ocupada por Ataniêta Márcia Nunes Martins. Sabe-se que as coletorias nos municípios exerciam um importante papel que, além de arrecadar tributos, efetuava pagamento dos vencimentos dos funcionários estaduais.

Fonte: Acervo digital da Casa da Cultura 

Imagem de destaque: Grupo Escolar Carneiro de Freitas

Maria José Andrade Braga

Conhecida como Dona Maria, para outros como Zeca e no bairro da Liberdade como Dona Maria Braga, nasceu no Povoado Meão, do Município de Peri-Mirim (MA), no dia 03 de janeiro de 1928, numa bela madrugada de um dia de sábado, sob o orvalho da natureza e o canto dos pássaros. Naquele mesmo lugar, ela cresceu e se tornou uma jovem bonita de cabelos longos e pretos, sempre bem penteados, que despertava a simpatia dos rapazes da região.

É filha caçula de Dona Severiana Andrade e de Seu Raimundo França e tinha como irmãos Bento, Antônio, Santinha e Deco, além de Manduca (pai de Francisco Viegas, o Minsinhor), José da Serra (pai do Roosevelt), de Catarina e Ciríaco.

Como filha de camponeses daquela época, ela teve uma infância longe dos bancos escolares e aprendeu a trabalhar na roça, quebrar coco babaçu e mais tarde aprendeu a costurar, tornando-se uma moça prendada e muito procurada, para confeccionar roupas. Foi educada sob o rigor e os princípios de sua mãe, Dona Severiana, que era uma senhora enérgica, principalmente quando Maria se desviava da linha de conduta estabelecida por ela. Sendo assim, ela se tornou uma jovem obediente, respeitadora, graciosa e com boa reputação no seio daquela comunidade.

Ainda na adolescência, começou a namorar o Sr. Walter da Silva Braga, mais conhecido como Tetê Braga, que era um pequeno fazendeiro do Povoado Pericumã, também do Município de Peri-Mirim, e que era um homem muito conceituado e cobiçado por muitas mulheres da região. Casou-se aos 16 anos (e ele com 32 anos de idade) após ter sido raptada na garupa de um lindo cavalo de marcha. O casamento aconteceu no dia 23 de dezembro de 1944 (no civil) e no dia 24 do mesmo mês no religioso. Ele, como bom cidadão, tratou logo de alfabetizá-la e de lhe ensinar as regras de uma esposa exemplar, tornando-se assim sua companheira inseparável com quem conviveu por 45 anos.

Dessa bela união nasceram 13 filhos, que são pela ordem cronológica: João Batista, Maria Regina, Valtemar, Walter da Conceição, Maria do Rosário, José Maria, Manoel de Jesus, Valber do Socorro, Leônia Maria, Wewman Flávio, Lidiane da Graça, além dos falecidos Maremaldo e Verionaldo. Complementando a família adotaram e educaram cerca de 10 filhos, dentre eles: Aristo, Ernesto, Cota, José de Cananã, Beatriz, Coronel, Erenice, José Maria e Clenilde, esta continua convivendo com sua família juntamente com seus dois filhos Fábio e Fabiane e seu neto, Lucas.

Da prole de Dona Maria e de seu Walter Braga já nasceram cerca de 35 netos e 14 bisnetos, formando com suas noras e genros uma família numerosa, unida, alegre, feliz, divertida e vez por outra polêmica em alguns assuntos como a política e a gestão pública.

Maria Braga tem sido uma mulher abnegada, decidida, autêntica, disposta, incansável e de uma fé inabalável da qual é digna de orgulho. Como costureira, foi sempre dedicada, responsável e caprichosa para confeccionar as melhores modas de roupas e agradar sua clientela. Nos períodos de festas, costurava o dia todo e ainda fazia serão até altas horas da madrugada.

Nos seus lares, tanto o de Pericumã como em São Luís, foi sempre acolhedora e receptiva com todos os seus familiares (filhos, genros, noras, netos, bisnetos) e com os amigos da família, os conterrâneos, irmãos da religião, principalmente os ministros da eucaristia. Com seu espírito de despojamento, de doação, ensinou os filhos como amar ao próximo e temer a Deus. Porém, com seu olhar firme e repreensivo e sua voz enérgica ensinou o caminho do bem, da honestidade, da tolerância, do respeito, da união, enfim, da felicidade e do bem-estar.

Sempre demonstrou ter fé em Deus, tendo o Cristo como seu sustentáculo e sua fortaleza, para superar as dificuldades e os problemas familiares. É devota de Nossa Senhora Aparecida, de Nossa Senhora das Graças, de São José de Ribamar e do Divino Pai Eterno. Reza muito, mesmo agora com a mobilidade reduzida reza diversos terços por dia e gosta de assistir aos programas da Rede Vida.

Diante das dificuldades ela sempre diz: SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS? Serviu a Igreja Católica (desde de Pericumã) na Legião de Maria e como Ministra Extraordinária da Eucaristia, no bairro da Liberdade em São Luís. Gostava de visitar os doentes, as famílias enlutadas, se fazia presente sempre que podia aos velórios das pessoas próximas e sempre procurava consolar aquelas abatidas pela dor e pela tristeza, levando suas palavras de conforto e de solidariedade. Não perdia as missas dos domingos e dos dias santos, e adorava participar dos festejos de São Sebastião em Peri-Mirim e do Divino Espírito Santo na Liberdade.

Hoje, ela sofre porque, devido suas limitações de mobilidade, não pode mais ir à Igreja para exercer seus ministérios, porém comunga todos os domingos, graças à bondade e a dedicação da sua amiga e vizinha Ivanilde, a quem os familiares apresentam os sinceros agradecimentos.

Um dos fatos marcantes na sua vida em Pericumã, foi quando do parto de sua filha caçula Lidiane, no auge do festejo de Nossa Senhora das Graças, no dia 29 de novembro de 1970, que o seu parto complicou e precisou ser levada às pressas para Pinheiro, tendo sido salva por um enfermeiro da família dos Castros. Em respeito ao acontecimento, a comunidade resolveu suspender o festejo, até que a boa notícia chegasse daquela cidade, dando contas de que ela havia sobrevivido juntamente com a nenê Lidiane da Graça (nome em homenagem àquela padroeira).

Durante os 45 anos de casada com Tetê Braga viveu um clima de harmonia, de respeito, de diálogo, de compreensão, de abnegação, de renúncia e de um amor verdadeiro. Ficou viúva aos 61 anos de idade, cujo falecimento do seu esposo ocorreu no dia 10 de novembro de 1989. Pela graça de Deus e pela sua imensa fé, manteve-se firme e equilibrada, conduzindo sua numerosa prole com o mesmo espírito de coragem, de moral e de honestidade.

No dia 27 de novembro de 2008, dia do festejo de Nossa Senhora das Graças, ela foi homenageada como uma das fundadoras da comunidade de Pericumã, que completava 50 anos. Também foi homenageada pelos seus filhos que mandaram construir uma área de convivência, lá em Pericumã, denominada Praça Tetê e Maria como expressão do reconhecimento e veneração dos filhos, onde consta a seguinte expressão: “ao ilustre casal exemplar”, porque eles são modelos de múltiplas virtudes, que os tornaram merecedores da eterna gratidão dos familiares. O lugar onde nasceram seus filhos é tão bonito e agradável que foi batizado de Sucursal do Paraíso. O filho Flávio Braga acredita que o maior legado deixado por seus pais foi a educação dos seus onze filhos e o exemplo de pessoas honradas, humildes, honestas e de paz.

No ano de 2007, ela submeteu-se a uma delicada cirurgia, para colocar uma prótese no joelho esquerdo e com a graça de Deus essa operação foi coroada de êxito. Como católica fervorosa, desejou muito ter um de seus filhos ordenados sacerdote. Entretanto, nenhum dos sete filhos homens sentiu-se chamado para tal vocação, apesar da passagem de alguns pelos seminários de Pinheiro, Guimarães e São Luís. Porém, quis a Providência Divina que ela realizasse mais esse sonho dando-lhe um filho padre por adoção, vindo do Sítio Santana, em Pernambuco, que é o Padre Paulo Cavalcante, que para felicidade da família presidiu a celebração dos noventa anos. Pe. Paulo é uma pessoa muito querida por todos os familiares e que tem contribuído muito para que a felicidade da mãe seja completa, porque ele dispensa muito atenção e delicadeza a ela, por isso todos os filhos o consideram como irmão.

Não pode ser omitido que a idade avançada vem reduzindo, aos poucos, as suas condições físicas, necessitando cada vez mais das cuidadoras, especialmente a Jane e a Teresa, que já estão com ela há bastante tempo. Também não se pode deixar de citar o trabalho eficiente e competente do fisioterapeuta Mário e mais recentemente da fonoaudióloga Gisele e da terapeuta ocupacional Sandra que diversos anos ajudou-a com a pintura de belos quadros. A todas estas pessoas o muito obrigado e a eterna gratidão dos familiares, porque apesar de onze filhos, este não teriam condições de lhe dispensar os cuidados que ela necessita, não obstante a boa vontade e a dedicação dos irmãos que, de forma responsável e carinhosa, se organizam em plantões para que ela não se sinta desassistida.

Para comemorar os 90 anos de Maria, em 2018, a família promoveu uma grande festa para agradecer pelos anos vividos e a todos pela amizade e carinho dispensados à matriarca da Família Braga, bem como, de forma muito especial, aos celebrantes da missa em ação de graças, os Padre Cláudio e Pe. Clóvis, além do já citado Pe. Paulo.

Maria José Andrade Braga é um exemplo de mulher que merece ter sua história compartilhada com as futuras gerações, especialmente por cultivar o valor da Educação. Maria, juntamente com seu marido, formou todos os seus filhos em curso universitário, capacitando-os para galgar postos de trabalho de reconhecimento fora das fronteiras do município.  A Família Braga enaltece a História de Peri-Mirim e sua gente!

Maria José Andrade Braga faleceu no dia 20 de fevereiro de 2022 no Hospital UDI em São Luís.

Biografia enviada ao Jornal O Resgate pela Família Braga.

1919: Decreto marca eleições para Prefeito, Sub-prefeito e Vereadores do município de Macapá e outros

O Decreto nº 150, de 24 de abril de 1919, marcou para o dia 15 de junho de 1919 para realização das eleições para os cargos de Prefeitos, Sub-Prefeitos e Vereadores dos municípios de Benedito Leite, Macapá (atual município de Peri-Mirim) e Porto Franco. Confira o decreto abaixo:

 

 

 

 

 

 

Raul da Cunha Machado – do Partido Republicano Maranhense (PRM) – que assina o Decreto nº 150/1919 foi Presidente do Maranhão de 1918-1919 e 1922-1923; Deputado Federal pelo Maranhão de 1923-1930.

Fonte: Casa da Cultura Acervo Digital

Fotografia de destaque Raul da Cunha Machado: Jornal O Imparcial, 12.01.1930, fornecida pelo Prof. de História da UFMA, Manoel Barros.

Fragmentos da História de Peri-Mirim e sua gente

Este espaço é reservado aos relatos de pessoas, a fim de que possamos ir juntando as histórias em um Resgate da memória do nosso município. É o chamamento Universal.

Texto enviado por Walcler de Lima Mendes, que é da Família de Ignácio de Sá Mendes.

Estamos pesquisando sobre a família de Victor de Sá Mendes, meu pai. Nasceu provavelmente em Peri Mirim (Vila de Macapá?) em 1895, onde estudou os primeiros anos. Aos 18 anos mudou-se para São Luís, onde estudou Contabilidade. Era filho de Manoel Gonçalves de Sá Mendes e Maria Clara Martins Mendes, que vieram de Portugal e se estabeleceram na região. Além de Victor tiveram outros filhos, entre eles, Raul, Inácio, Paulo e Tereza (Tia Roseira). Os sobrinhos Fernando Pinheiro Mendes e Hilda Pinheiro Mendes residiram conosco em São Luís durante dez anos (por volta de 1946 a 1956).

Estamos em busca de certidões de nascimento de meu pai – Victor de Sá Mendes e de óbito do avô, Manoel Gonçalves de Sá Mendes. Já conseguimos contato com o Dr. Itaquê Mendes Câmara, que possui um Diário de Ignácio de Sá Mendes.
Gostaríamos de manter contato.

Atenciosamente,
Walcler de Lima Mendes

Hino de Peri-Mirim

(Letra e música: João de Deus da Paz Botão. Ano: 1977 a 1982 – governo de João França Pereira)

Peri-Mirim
Pequena cidade.
Os teus filhos te aclamam com emoção.
Fazes parte do nosso Brasil,
És um pedaço do Maranhão
És hospitaleira
Terra de São Sebastião.
Tuas paisagens são lindas,
Os teus campos verdejantes,
Na pecuária e na lavoura
Sempre foste triunfante
Teu povo é trabalhador
Que trabalha de braços nus.

És produtora do arroz, da mandioca
E também do babaçu.
Teus dirigentes
São homens de bem
Que procuram te só erguer mais
Peri-Mirim,
Cidade feliz,
És a cidade do amor e da paz.

1968: Táxi Aéreo Aliança batiza novos aviões

Em cerimônia realizada na cidade de Peri-Mirim, foram batizados os dois novos aviões adquiridos pelo Táxi Aéreo Aliança. Os aparelhos têm capacidade para conduzir seis passageiros, já se encontrando incorporados à frota daquela empresa.

A alta direção do Táxi Aéreo Aliança se encontrava em Peri-Mirim, bem como todos os aparelhos da Empresa, hoje em número de oito.

O Ato religioso foi celebrado pelo Padre Edmundo, servindo de padrinhos o Governador José Sarney e o Sr. Lincoln Ribeiro da Silva, representante da Piper no Brasil.

No seu discurso, disse o Sr. Glacimar que a data de 20 de janeiro fora escolhido por Ribeiro Marques, presidente da Aliança, que a data de 20 de janeiro fora escolhida numa homenagem ao Governador, porque em todo o Maranhão se comemorava, e com toda justiça, o Segundo Aniversário do Governo José Sarney.

Ao agradecer, o Governador relembrou o tempo das campanhas políticas quando muito utilizou os serviços do Táxi Aéreo Aliança, frisando ainda, que de certo modo a empresa tinha sua parcela na vitória que obtivera nas urnas.

E acentuou o Governador, que via com satisfação e orgulho o progresso sempre crescente do Táxi Aéreo Aliança.

Tendo como pilotos os veteranos comandantes Gaudêncio e Galhardos, os novos aparelhos foram batizados com os nomes de Tamanduateí II e Boa Vista, numa homenagem da empresa ao diretor José Alvares Mendes, já que o nome Táxi Aéreo Aliança surgiu numa homenagem ao outro diretor o Sr. Inácio Godinho, proprietário da Fazenda Aliança.

Pensando no futuro, o Táxi Aéreo Aliança cuida da renovação da sua frota, tendo encomendado mais três aparelhos do tipo Cherocke e Six, que brevemente estarão fazendo suas linhas.

O Sr. Lincoin Ribeiro da Silva, convidou o Comandante Gaudêncio diretor-técnico da Aliança para um estágio na Piper Aircrafi Corporation, dos Estados Unidos, para onde estará viajando brevemente.

Firma-se assim o TÁXI AÉREO ALIANÇA, como uma das empresas de táxi Aéreo mais completas no Nordeste Brasileiro, e assim deverá ser sempre, pois na sua diretoria todos pensam em expansão.

Jornal O Imparcial – nº 16.058 – quarta-feira, 8-2-1968. Pág. 2. Matéria fornecida pelo arquivista aposentado, Sr. Zacarias.

Terezinha Nunes Pereira

Conhecida como Teca, nasceu no povoado de Santana no Município de Peri-Mirim em 22 de setembro de 1929. Filha de Maria Isabel Martins Nunes e Domingos do Rosário Nunes conhecido popularmente como “Tibingo”. Teve como avós maternos João de Deus Martins (Dedeus) e Maria Rosa Martins (Mãe Cota). Bisavós (maternos), Benvindo Mariano Martins e Ana Teresa Martins. Trisavós (maternos): Emídio Pinheiro e Mariana Pinto. Avós paternos: Albertino Marculino Nunes e Sofia Pereira. Bisavós Paternos: Eduardo Nunes e Rosa Pereira.

O ano do nascimento de Teca foi marcado por vários acontecimentos históricos mundiais:

  • Ano em que se iniciou uma grande depressão econômica mundial, cujo início foi marcado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, que se prolongou ao longo da década de 30 do séc. XX;
  • O Tratado de Latrão no qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano;
  • A primeira premiação do Oscar em Hollywood, Los Angeles, Califórnia;
  • Foi formada a Aliança Liberal para a disputa da eleição presidencial de 1930, formando a chapa Getúlio Vargas presidente, e João Pessoa, como vice;
  • Nascimentos: no Brasil, Hebe Camargo, apresentadora de TV; Odete Lara atriz; Ronald Golias comediante e ator; Atlanta, Geórgia, Martin Luther King, Jr., defensor dos direitos dos negros norte-americanos, galardoado com o Prêmio Nobel da Paz em 1964; Em Frankfurt, na Alemanha, Anne Frank, jovem judia presa pelos nazistas e autora do famoso “Diário de Anne Frank”;
  • Morre Karl Benz, inventor do automóvel movido a gasolina e fundador, empresa Daimler-Benz que mais tarde veio a produzir os famosos Mercedes-Benz.

Teresinha é a terceira filha do casal (de uma prole de 12 filhos). Fruto de uma família pobre, honesta e trabalhadora. A sua família era muito católica. Desde criança a sua mãe foi a sua primeira catequista ensinando-lhe as primeiras orações. Em sua casa, tinham a prática de rezar o terço ajoelhados em uma mensaba de folha de palmeira (pindoba) que servia de tapete.

Quando criança, teve muitas aventuras, brincava com suas irmãs, primas e a esposa de um tio, na frente de sua casa. Na estrada que passava em frente a sua casa, tinha um areal, areia bem branquinha e lá era o local predileto de suas brincadeiras, às vezes brincavam a noite, a lua estava bonita e espiava lá de cima as crianças brincando aqui em baixo.

Em sua casa havia uma senhora idosa que morava com sua mãe a qual todos a chamavam “dindinha” ela carregava água nas vasilhas para dar banho nas crianças após as brincadeiras antes de dormir.

Um acontecimento marcou a sua vida, quando ela tinha apenas seis anos de idade, sua irmã Maria Rosa caiu no poço, vindo a falecer; desde então ela tem medo de águas profundas, rio, poço, mar; por duas vezes quase veio a se afogar, uma vez em São Luís e outra vez em Santa Helena.

Quando ela estava com sete anos a sua irmã mais velha, Joanita, casou-se, logo engravidando; ao ter a sua filha, com 40 dias após o parto veio a falecer, supostamente por complicações oriundas do parto. A menina foi criada com a avó, sua mãe Isabel Martins Nunes; o nome da menina é Inácia Rosa, sua sobrinha e mãe da confreira Eni Amorim. O pai a visitava na casa da avó duas vezes por semana.

Oito anos depois, conta ela: – “meu pai fez uma festa de tambor lá no sítio, nesse dia meu cunhado que se chamava Calisto Pereira mandou um recado que queria falar comigo, procurou pela filha e ela estava dormindo, daí começou um namoro era 23 de novembro de 1945. Em janeiro de 1946 meu cunhado mandou uma carta para meus pais me pedindo em casamento. Os velhos não queriam aceitar porque poderia ser pecado, eu casar com meu cunhado, mas depois conversando com amigos e o pai do meu cunhado eles falaram que não era pecado e que eu iria ser uma irmã /mãe para a menina (sua filha órfã)”.

Como costumamos dizer: “A vida é uma caixinha de surpresa”, e Teca ainda uma menina a desabrochar, teve que interromper os seus sonhos ao florescer da juventude, ela era mulher e era garota ao mesmo tempo, tinha a garra de uma mulher resolvida e o sorriso e o brilho no olhar de uma menina inocente. Ela era uma mistura interessante de adulta e criança e ela encantava a todos com seu jeito de ser “mulher”!

E foi então que o destino já havia escrito a sua história. Casou-se aos 14 anos com Calixto Pereira, este com 42 anos. O Casamento entre Terezinha e Calisto foi realizado no dia 20 de julho de 1946. Receberam a criança no aconchego do seu lar e a criaram com amor, carinho e zelo.

Após um ano de casados nasceu sua primeira filha, Izabel Nunes (Belinha) em 17/08/1947. Em 02/01/1953 nasceu a segunda filha Maria da Luz (Marizinha); a terceira filha, Lucinda nasceu em 24/01/1955. A caçula Delcy dos Remédios nasceu em 16/10/1956. São primas-irmãs de Inácia Rosa que nasceu em 31/07/1939.

Terezinha morava com o seu sogro na época, além de Inácia, criaram, Raimundo (Bicó) e outros “filhos alheios”. Em uma época onde a pobreza era extrema naquele dado momento histórico, ela teve que driblar as dificuldades da vida como doméstica, redeira, lavradora (trabalhou na roça, na casa de farinha), auxiliar de enfermagem. Em um período onde os meios de transportes eram escassos tinha que andar quilômetros a pé ou em lombo de animais para fazer seus atendimentos. Mais tarde, foi voluntária em cursos promovidos pela EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – ministrando cursos de Primeiros Socorros, doces e culinária.

Com a chegada dos padres canadenses da Missão de Sherbrook no município no final da década de 80 e início da década de 60, padre Gérard Gagnon assumiu a paróquia São Sebastião, conseguindo junto ao prefeito da cidade trazer do Rio de Janeiro duas enfermeiras para trabalhar no Município Ana Lúcia de Almeida e Sílvia Alves Barbosa e assim, Terezinha foi treinada/capacitada para atendimentos na área de Primeiros Socorros e a partir daí começou a ministrar cursos nas comunidades juntamente com as enfermeiras. Comunidades Atendidas: Santana, Serra (comunidade hoje extinta), Miruíras, Buragical, Torna, Rio Grande, Taocal.

Terezinha foi uma das atoras que ajudou na construção da Igreja e do Club das Mães em Santana; trabalhava como voluntária fazendo merenda para os trabalhadores na abertura das estradas, trabalhos esses organizados pelo Padre Gérard Gagnon.

Após o falecimento do seu esposo Calisto Pereira no ano de 1972, vítima de esquistossomose, uma doença que naquela época dizimou muitos homens no município deixando muitas mulheres viúvas e muitos filhos órfãos de pai. Foi convidada para trabalhar na Casa Paroquial na qual trabalhou oito anos, esse trabalho além de fornecer-lhe uma renda para ajudar na criação dos filhos, ajudou-lhe a dissipar a tristeza e a dor da perda do seu amado esposo.

No ano de 1978 começou a trabalhar na Pastoral da Saúde em Santana. No ano de 1998 passou a trabalhar no Hospital São Sebastião na Gestão de Carmem Serrão e na gestão de Benedito Costa Serrão (Dejesus). Na gestão de Evilásio Pereira trabalhou somente quatro meses, vindo a adoecer, teve um infarto e realizou um cateterismo e uma angioplastia, tendo que fazer acompanhamento trimestral com o cardiologista.

Trabalhou ainda no Club das Mães, na Pastoral da Criança, ministrando cursos de Primeiros Socorros na comunidade de Pedrinhas pela EMATER, projeto conseguido por Virgínia. Ana Lúcia de Almeida foi quem lhe ajudou na preparação das aulas. Também foi instrutora de produção de doces e licores de frutas variadas na comunidade de Ponta Branca (também pela EMATER).

Além de tudo que já foi falado, é apascentada, Legionária, Ministra Extraordinária da Sagrada Comunhão visitando e levando o sacramento aos doentes, idosos e pessoas que estão impossibilitadas de irem às celebrações, é Adoradora do Deus Vivo, participa das missas aos domingos, encontros de orações de ruas, rezas do terço, além das suas orações pessoais realizadas em sua casa em prol das famílias, da comunidade, do universo. Faz parte do Grupo de Idosos do Município idealizado pelo projeto CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, onde realiza atividades físicas, lanches e acompanhamento médico, além de atividades lúdicas.

Já realizou algumas viagens conhecendo lugares maravilhosos: São Paulo, Goiânia Trindade, Aparecida do Norte, Curitiba, Blumenau, Beto Carreiro, Florianópolis, Camboriú, Joinville, Gramado, Canela, Caxias do Sul, Foz do Iguaçu, Caldas Novas, Argentina e Paraguai.

Teca tem uma vasta descendência: filhas biológica e netos: 09; netos e filha criação: 06;  bisnetos filhas biológica: 05; bisnetos filha criação: 09; Tataranetos de filha criação: 04.

A vida de Teca conta histórias de desbravamentos em terras nem sempre férteis, mas, que foram aradas e deram as colheitas possíveis. Assim como as cicatrizes as tuas rugas, são marcas de sobrevivência, são motivos de orgulho, símbolos de respeito registrando um passado de alegrias e superações enviando-nos sempre poeticamente teus sorrisos emoldurados por seus vincos.

Ela é uma mulher incrível! Sempre ajudando o próximo, importando-se com os sentimentos dos outros, para servir. Está sempre na luta e dá o seu melhor para concretizar os teus sonhos e para ajudar com o teu fazer e com teu exemplo de vida na construção de um mundo melhor. Teca sempre escolhe enfrentar as suas batalhas diárias de cabeça erguida, com um sorriso nos lábios . Ela é melhor versão de si mesma:  Terezinha Nunes Pereira, para sempre!

Biografia encaminhada ao Jornal Eletrônico O Resgate por Eni do Rosário Pereira Amorim, atual Presidente da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), a quem agradecemos pela contribuição com a historicidade de Peri-Mirim e sua gente.

1952: Grandes melhoramentos serão inaugurados em Peri-Mirim

Notícia veiculada no Diário Popular – Ano III, nº 390 – Domingo, 14.09.1952, pág. 01:

“O Senador Vitorino Freire e os Deputados Djalma Brito e Moreira Lima, estarão presentes às festividades.

O nosso dedicado amigo e correligionário Sr. Agripino Marques, operoso Prefeito Municipal de Peri-Mirim, entregará hoje aos seus munícipes duas importantes obras que assinalaram sua operosidade e descortino a administrativo, inaugurando solenemente o novo prédio da Municipalidade e um possante motor que fornecerá iluminação pública àquela cidade.

Sente-se o Partido Social Trabalhista satisfeito em ver um correligionário seu colher os frutos de sua administração modelar, como vem a acontecer o prefeito Agripino Marques, que trabalha incessantemente no sentido de corresponder à confiança, principalmente daqueles que deflagraram nas urnas o seu honesto nome.

A fim de tomarem parte nas festas de hoje em Peri-Mirim, viajarão hoje por via aérea com aquele destino o senador, Vitorino Freire, que representará o Governador Eugênio Barros, deputados Djalma Brito e Gonçalo Moreira Lima. “Diário Popular”, especialmente convidado, far-se-á representar antecipadamente, desde já as suas efusivas congratulações ao dinâmico prefeito Agripino Marques.

Peri-Mirim – A chegada a Peri-Mirim, foi outro lance de vivo entusiasmo por parte do povo, tendo a sua frente o dinâmico Prefeito Municipal, Sr. Agripino Marques, que vem realizando obras de vulto incontestáveis na sua comuna bastante prestigiado pela coletividade perimiriense.

Pelo adiantado da hora, foi dado início a solenidade inaugural do novo edifício da Prefeitura Municipal, logo após a chegada, rumaram a distinta comitiva seguida do povo, para a Praça São Sebastião, onde se levanta aquele formoso próprio municipal.

Inicialmente, usou da palavra o Sr. Prefeito Agripino Marques, lendo substancioso discurso, em que esclareceu o total das despesas efetuadas com a construção daquele Edifício, ressaltando que muito devia ao Senador Vitorino Freire o êxito obtido nas realizações que vinha empreendendo. Sob intensa vibração popular, tomou a palavra o eminente senador Vitorino Freire, agradecendo inicialmente as palavras do Sr. Prefeito e estendendo-se em oportunas considerações a respeito das administrações municipais, terminando por exaltar a operosidade do Sr. Agripino Marques, considerando-o o mais “dinâmico auxiliar do atual Governo, no Interior do Maranhão, afirmação que fazia com pleno conhecimento de causa”.

Em seguida o Ilustre Orador declarou inaugurado aquele melhoramento, perante a seleta sociedade local. O Sr. Prefeito convidou aos presentes para assistir a inauguração da Usina de Luz e Força da Cidade, última parte do programa de festas que realizou-se logo após, falando neste ato Sr. Prefeito Municipal, senador Vitorino Freire e os representantes dos municípios vizinhos.

As dignas autoridades aninharam-se para o local onde estava instalado o possante motor de Luz, cuja chave de partida foi acionada pelo técnico João Batista de Oliveira, encarregado da montagem do mesmo, o que foi feito com a devida perícia.

A noite de 14, realizou-se lauto banquete na residência do Sr. Prefeito Agripino Marques, onde usaram da palavra os seguintes oradores: Dr. Domingos Silva, Dep. DJalma Brito, Sr. Benedito Muniz e as senhoras Inah Barros e Naisa Ferreira de Amorim, que durou até alta madrugada, coroando-se de pleno êxito, as festividades levadas a efeito em Peri-Mirim, que acolheu fidalgamente os seus visitantes, sob um clima de mais estreita cordialidade”.

Diário Popular – Ano III, nº 390 – Domingo, 14.09.1952, pág. 01. Disponibilizado pelo arquivista aposentado, Sr. Zacarias.