Secundino Mariano Pereira

Por Diêgo Nunes Boaes

Secundino Mariano Pereira é patrono da Cadeira nº 08 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP). Nasceu no povoado Meão, não sabia ler e escrever, mas obtinha uma inteligência admirável, nunca havia frequentado escola, mas seus saberes e conselhos eram temidos por todos. Na comunidade era tido como um profeta. A cadeira número 08 (oito) da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Graça de Maria França Pereira.

Casou-se com a senhora Alaíde Pereira, quando construiu família mudou-se para o bairro do Portinho. Em sua união com a Alaíde teve 09 filhos: João Pereira, Antônio Pereira, José Pereira, Macico Pereira, Constâncio Pereira, Donízia Pereira, Anicolina Pereira e Raimunda Pereira, e de outro casamento, Raimunda Azevedo, todos já falecidos. Secundino criou seus filhos e muitos de seus netos, adorava fumar charuto.

Secundino Mariano Pereira foi vereador em Peri-Mirim, ele também gostava da cultura, fazia blocos carnavalescos e bumba-boi. Conforme depoimento do seu neto João Pereira Amorim: “lembro de um dos blocos, chamado BLOCO DOS MARINHEIROS, no bloco tinha um barco de buriti de 2 e meio metros, era muito bonito, para minha felicidade quando acabou a festa fui apresentado pelo meu avô com  aquele barquinho“.

Em 1977 na gestão de um de seus netos: João França Pereira, teve a praça do bairro do Portinho construída em sua homenagem, e em 2003 na gestão do seu outro neto: Geraldo Amorim Pereira, reformada e ampliada além da construção de uma escola no povoado Centro dos Câmaras.

Secundino tem uma geração de netos e bisnetos, doutores, professores, advogados e pessoas ilustres. O próprio era uma das pessoas ilustres de Peri Mirim, dono de barcos, canos, gado, carros de boi e de muitas terras. Ele tinha um barco chamado “formosa”, um barco famoso, quando chegava na Beira Mar em São Luís, o povo já avistava de longe, com suas belas cores nas tonalidades: amarelo, azul, branco e preto, cores prediletos do Secundino, que pintava anualmente, abrilhantava seu belo barco que se destacava em meio a muitos naquela época.

O Secundino era quem construía o seu próprio barco, o consertava e pintava. Além de fabricar canoas e pneus dos carros de boi, na época eram muito utilizado no translado de lenhas para as olarias, além de outros tipos de cargas. Secundino e Gaudêncio eram os únicos, na época que transportavam mercadorias de São Luís, atracavam na Beira Mar, pegavam as compras dos comerciantes perimirienses, traziam até o armazém, na Vala ou barragem do defunto (atual barragem Maria Rita) para abastecer os comércios de Peri Mirim, praticamente 05 dias de viagem, eles reversavam, um dia Secundino (barco Formosa) e no outro Gaudêncio (barco França Filho, depois mudou para Lucimar).

Um fato importante é que hoje o bairro do Portinho tem o padroeiro São João Batista graças ao Secundino Mariano Pereira, que fez a primeira capela para abrigar a imagem doado pela senhora Gertrudes Pinheiro, conterrânea do povoado Minas, que morava no Rio de Janeiro e mandou a imagem pra São Luís de avião, Secundino trouxe em seu barco formosa, deixou na residência do senhor Egídio Martins, no povoado Jaburu, e assim organizou uma procissão do povoado Jaburu até a capela de São João Batista no bairro do Portinho, no dia 24 de setembro de 1952, procissão esta que marcou a vida do Secundino, além de ser devoto de São João Batista, o mesmo começou a ser um cristão assíduo nas missas e rezas da igreja local. Com isso, há 72 anos o bairro do Portinho tem como padroeiro São João Batista. 

No dia 14 de janeiro de 1960, aos 78 anos, Secundino Pereira faleceu em São Luís onde foi sepultado no Cemitério do Gavião.

 

 

BANDA MARCIAL MUNICIPAL DE PERI-MIRIM- BAMMPEM

BAMMPM- BANDA MARCIAL MUNICIPAL DE PERI-MIRIM

BANDA MARCIAL MUNICIPAL DE PERI-MIRIM-BAMMPEM

INTRODUÇÃO

Deu-se início a Banda Marcial Municipal de Peri-Mirim- BAMMPM no ano de 2018 no mandato do ex-prefeito Dr. Geraldo Amorim a proposta de criação e organização de uma banda marcial do município foi uma iniciativa da então secretária de educação a professora Alda Regina Ribeiro Corrêa, juntamente com a sua equipe da SEMED onde foram feito teste para os alunos entrarem na banda que tinha como Coordenador Geral o senhor Jeferson Ribeiro e como professores: Raul Felipe, da percussão e do sopro o professor Jardiel Ribeiro e da linha de frente o professor Júnior. A Banda Marcial Municipal de Peri-Mirim- BAMMPM teve a sua primeira apresentação no município, no dia primeiro de setembro do ano de 2018 desde então vem abrilhantando o desfile da nossa cidade.

A Banda Marcial Municipal de Peri-Mirim- BAMMPM foi reativada no ano de 2022 pela atual secretária de educação a professora Zaine Ferreira com o apoio da Prefeitura Municipal de Peri Mirim, gestão de Heliezer Soares, atualmente é composta por 75 alunos, divididos em corpo coreógrafo e musical. É coordenada pelo músico o senhor Jean Simas e pelos professores Keliane Ribeiro da linha de frente e do corpo musical os professores: Fábio Aurélio e Ronaldo.

OBJETIVO

Construir processos de transformação social e promover aspectos educacionais e pedagógicos. De forma simultânea, atua como agente de transformação indo ao encontro dos processos de socialização do músico participante dela, com objetivo de melhoramento no desempenho escolar, representação cultural e elemento de motivação aos indivíduos, propiciando para a formação musical, social e intelectual dos alunos.

 

Projeto ALCAP Itinerante

Às vezes têm coisas sobre nossa própria cidade que desconhecemos. Por conta disso, a Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), após 05 de anos de existência, resolveu criar mais um projeto, dessa vez intitulado ALCAP itinerante, cuja perspectiva é vivenciar a troca de experiências com a população local, conhecer tradições e manifestações regionais, aprender, e proporcionar aos destinos visitados a integração da comunidade e o desenvolvimento solidário e sustentável.

Nosso primeiro embarque será no Povoado Buritirana a aproximadamente 9 km do centro de Peri-Mirim. Em visita ao espaço no último dia 20 de maio de 2023, data que a ALCAP completou cinco anos de existência, contatamos a coordenação do espaço Buritirana e marcamos o dia 27 de junho do corrente ano para organizarmos nossa primeira expedição com os alunos do 3º ano do Ensino Médio do C.E. Artur Teixeira de Carvalho, dos turnos: matutino e vespertino.


O espaço agroecológico Buritirana fica no povoado Buritirana, povoado pertencente ao município de Peri-Mirim. Na localidade funciona instituição de ensino que atende diversos alunos da Baixada Maranhense, com os cursos de Pedagogia e Agente Comunitário de Saúde. Além de uma vasta área preservada.

Em 2005, sócios do Grupo Formação compraram duas fazendas na Baixada Maranhense, que constituem parte da Amazônia Maranhense e está entre as áreas de maior preservação do território amazônico desse estado. Essas áreas são conhecidas como Buritirana. A Fazenda I tem 456.88 hectares e a Fazenda II 138,51 hectares. Essa área total de 595,40 hectares, atualmente constitui o Parque Agroecológico Buritirana e o Campus da Formação Faculdade Integrada e está localizada no município de Peri Mirim – MA.

Conheça a localização dessa área pelo mapa que está no link de um artigo com pesquisas realizadas na Buritirana: https://www.researchgate.net/figure/Location-of-the-study-area-Parque-Agroecologico-Buritirana-in-the-eastern-Brazilian_fig1_337584705

 No dia 24 de maio a coordenação da ALCAP Itinerante, composta pelos acadêmicos: Ataniêta Márcia Nunes Martins, Diêgo Nunes Boaes, Edna Jara Abreu dos Santos, Elinalva de Jesus Campos e a amiga Ana Cléres dos Santos Ferreira se reuniram com a gestão do Artur Teixeira de Carvalho, o professor José Fábio Gomes e a coordenadora escolar, professora Maria de Lourdes Campos, para discutir a proposta, oferecer à escola a iniciativa e convidá-los para se juntar a este maravilhoso projeto, ambos aceitaram animados e esperançosos de ser um dia de trabalho abençoado e rico de conhecimento e experiência para todos os envolvidos.

Nessa reunião ficou acertado que:
– A expedição ao povoado Buritirana ocorrerá no dia 27 de junho em dois grupos: 1º (alunos do matutino) saída da escola às 07:30h e retorno às 10:30h;  2º (alunos do vespertino) saída da escola às 13:30h e retorno às 16:30h;
– A gestão da escola ficará responsável em repassar aos alunos e professores sobre a expedição, conseguir o transporte para locomoção a autorização dos pais ou responsáveis dos alunos e o lanche para os alunos;
– A expedição será em formato de trilha ecológica e atenderá aproximadamente 160 alunos do 3º ano dos turnos matutino e vespertino;
– Os alunos farão um relatório da trilha para entregar à escola como quesito de avaliação.

Portanto, o trabalho da trilha ecológica como estratégia de aprendizagem, vem ao encontro às atuais necessidades educativas para construção de mudança de pensamento e de atitude, a partir dos preceitos propostos na Educação Ambiental visando o desenvolvimento sustentável. Sendo assim, o projeto veio contribuir com o ensino almejado onde se quis não só repassar informações dos acontecimentos que ocorrem no cotidiano e no mundo, mas também, formar o participante e levando-o à prática do descobrir, refletir e discutir as ações e pensamentos resultantes do conhecimento adquirido.

Carmem Martins

Por Cintia Cristina Martins Serrão

Carmem Martins é patrona da Cadeira nº 30 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP). Nasceu em 19 de maio de 1942. Filha de Tarquínio Viana de Souza, ex-prefeito de Peri-Mirim na década de 1959, e de Maria José Martins. Nasceu no povoado Tijuca município de Peri-Mirim, veio de uma família de mãe solteira, tinha 07 irmãos. Passou uma parte de sua infância no povoado em que nasceu e, na juventude passou a residir em São Luís-MA, na casa de seus padrinhos, que assumiram a tarefa de cuidá-la, dando uma boa educação.

Estudou na Escola Rosa Castro, escola pública, conclui o terceiro grau. Trabalhou na loja Brotinho, uma loja conhecida por todos da capital. Nas suas idas e vindas de férias à sua comunidade, conheceu em 1965, o senhor Benedito de Jesus Costa Serrão, conhecido por De Jesus, estabeleceram, a partir daí, uma união estável, que concebeu três filhos: Cintia Cristina Martins Serrão, Benedito de Jesus Costa Serrão Filho e Welliton Jorge Martins Serrão.

No ano de 1970, o casal começou a trabalhar, abriram um comércio de compra e venda de coco babaçu e arroz no povoado Três Marias. E daí em diante, foram fazendo amizades com pessoas políticas. O senhor Isaac Dias de São Bento conheceu o casal e passou a visitá-los constantemente.

Em 1972 o De Jesus concorreu à sua primeira eleição de Vereador, mas não se elegeu e ficou na suplência. No ano de 1976 é que a senhora Carmem Martins entrou na política como candidata a Vereadora e foi eleita em 1995. Foi vereadora por quatro legislaturas e o seu mandato de prefeita foi de 1988 a 1992.

A mamãe Carmem, como era conhecida por todos teve grande participação política no município de Peri-Mirim por ser uma mulher de garra e prestativa com todos. No ano de 2003 na Câmara como vereadora a senhora Carmem Martins lutava contra um câncer, e acabou falecendo no dia 05 de dezembro de 2003, deixando familiares e muitos amigos. O plenário da Câmara de Vereadores tem seu nome em homenagem.

ESTÁTUA DE SÃO SEBASTIÃO

Por Diêgo Nunes

A obra de arte, no caso, a estátua de São Sebastião, foi feita pelo artista plástico Cid França, natural da cidade de Peri-Mirim. Edificada no morro do Curupira desde o ano 2003, assim como produzida e autorizada na administração do então prefeito, José Geraldo Amorim Pereira, a estátua representa a demanda de uma comunidade predominantemente católica.

A sua construção, na concepção de alguns entrevistados, perduraram aproximadamente um ano; possui 60 degraus, divididos em seis patamares. Ela possui cerca de 12 metros de altura. Em sua estrutura há flechas introduzidas, como maiores marcas no abdômen e nas pernas direita e esquerda; além de manchas de sangue corridas em sua escultura.

Na verdade, a estátua tem inspiração gaulesa, pois é a reprodução de um dos soldados romanos da França. São Sebastião foi um mártir e santo cristão que sofreu perseguições, em razão de professar a sua fé/crença e atuar coerentemente com sua religião.

Na representatividade da estátua, nota-se os sinais do martírio sofrido por São Sebastião, que foi morto durante uma perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano, por volta de 286 d. C.

Em sua perfeita situação, a Estátua de São Sebastião se tornou o cartão postal, e um dos pontos turísticos mais frequentados da cidade durante o período de janeiro, especialmente.

A estátua classificada e nomeada, pela população local, como um dos atrativos religiosos. Do mesmo modo, conforme alguns entrevistados, a edificação da Estátua proporcionou e possibilitou várias mudanças para região, como por exemplo, a região recebeu o título de “cidade mais bonita” da Baixada Maranhense, além da criação de uma praça no ponto onde a estátua está fixada.

Nesse lugar, as pessoas se reuniam às tardes, aos finais de semanas para apreciar as paisagens naturais e para conversas informais; as pessoas tinham uma visão melhor e ampla da cidade. Assim, servia como espaço de diversão e lazer para a comunidade.

Na verdade, observou-se o descaso por parte dos governantes atuais em conservar e manter a legitimidade da Estátua. Ela apresenta condições não muito adequadas para seu uso total, ela está perdendo suas funções principais que antes desempenhavam para a população.

Constatou-se ainda, que a obra de arte possuía e ainda possui um valor cultural e artístico/religioso grande para os “perimirienses”, ou seja, através da Estátua manifestam-se as memórias religiosas das pessoas.

Em homenagem ao padroeiro da cidade, no caso, São Sebastião, existem todos os anos no mês de janeiro, festejos em sua comemoração, realizado com novenas e com festividades diversas.

Assim, por meio dessas características aludidas acima, a categoria de patrimônio material pode ser aplicada à Estátua de São Sebastião.

Em suma, a Estátua de São Sebastião possui um grande significado e importância artística cultural e religiosa para a sociedade perimiriense, pois majoritariamente os habitantes da região são católicos.

Peri-Mirim-MA

Histórico
SEGUNDO alguns historiadores, Macapá, atual município de Peri-Mirim, teve como povoadores habitantes dos municípios limítrofes que, atraído pelas riquezas das terras, e a existência de ótimas pastagens, para lá se deslocarem, fixando residência e construindo suas moradas. Ao lugar, deram o nome de Macapá.
A agropecuária foi o fator preponderante do povoamento, possibilitando o gradativo crescimento do lugar.
Em 1919, foi elevada à categoria de município, suprimido em 1931 e restabelecido em 1935, com área desmembrada do município de São Bento.
O topônimo foi alterado para Peri-Mirim, em 1943, e admite-se que a denominação se origine de “peri” , nome dado a uma espécie de junco, muito encontrado na região.
Gentílico: peri-miriense

Formação administrativa
Distrito criado com a denominação de Macapá, pela lei nº 2, de 09-05-1893, subordinado ao município de São Bento dos Perizes. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Macapá, figura no município de São Bento dos Perizes. Elevado à categoria de município com a denominação de Macapá, pela lei nº 850, de 31-03-1919. Desmembrado de São Bento dos Perizes. Sede no antigo distrito de Macapá.
Não temos datada de instalação.
Pelo decreto nº 75, de 22-04-1931, o município é extinto, sendo seu território anexado ao município de São Bento dos Perizes.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, Macapá e distrito do município de São Bento do Perizes.
Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Macapá, pelo decreto nº 857, de 19-06-1935.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído do distrito sede.
Pelo decreto-lei estadual nº 820, de 30-12-1943, o município de Macapá passou a denominar-se Peri-Mirim.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Fonte
IBGE

OS PATRONOS DA ALCAP

Por Diêgo Nunes Boaes

Agora irei iniciar,
falando aqui minha gente
de pessoas que fizeram história
e ficarão na memória, eternamente.

 

Tem a professora Naisa
Que foi prefeita, professora e mulher de garra
E por nossa educação, dedicou-se e
Sempre lutou na marra

Foi uma mulher além do seu tempo

Competente sem forçar a barra

 

Conheci um senhor modesto
de cartório foi escrivão
Olegário Martins é o seu nome
que sempre ajudou a população.

 

Temos também

O senhor João Botão,
O hino de Peri-Mirim criou,

Com esforço e dedicação
Temos o Edmilson que na saúde e no esporte

Fazia tudo com determinação

 

Em melodia vou me expressar
Contando a história de um músico de aptidão
Me refiro ao amigo de todos
O senhor Rafael Botão

 

Os políticos competentes
Vou mencionar aqui então
Carneiro de Freitas
Agripino Marques e
Raimundo João
Trabalharam sempre em prol
Da nossa querida população

 

E o jogador Jacinto Pinto?
foi um simples carpinteiro
do bum-meu-boi
como José Santos
se tornou herdeiro

 

Um médico ousado
que era muito inteligente
Vou falar de doutor Sebastião Pinheiro
Que ajudou muita gente.

 

Tem ainda uma professora
que fez história sim
foi a famosa Cecília Botão
Que abrilhantou Peri-Mirim

 

Além dela temos Helena, Nazaré e Jarinila
Mulheres de fibra e muito admiradas

mulheres fortes e de atitude

Inteligentes e compromissadas

Foram por todos

sempre muito respeitadas

 

Professores renomados
que fizeram muita história
Alexandre Botão e João Furtado
Que até hoje estão em nossa memória

Deixaram um grande legado

Peri Mirim a fora

 

Pessoas ilustres
Que foram líderes de comunidade
Secundino Pereira
Julia SilvaJoão de Deus
Deixaram grande saudade
Temos ainda
Isabel Nunes
Tetê Braga
José Silva
Uma verdadeira irmandade.

 

Quando se trata de fé
Não podemos estes deixar de falar
Venceslau Pereira
Furtuoso Corrêa
Temos que citar
E a história de vida de Maria Sodré
e Raimunda França mencionar.

 

Estes foram os patronos
Que a ALCAP sim tem
Onde nossa Peri-Mirim
Da vasta memória vai além

Trazendo e fazendo história

Para contar! Amém?

 

Casa na árvore

Por Diêgo Nunes Boaes

Sonho de toda criança
Feita de madeira, ferro, tecido e muita emoção
A casa na árvore se torna um espaço para a recreação, espaço de trabalho, habitação e observação.

De degrau em degrau,
de galho em galho,
com delicadas mãos,
Feita sem nenhum atrapalho

Planejada, com meses
de projetos bem sucedidos,
No alto da azeitoneira divisa com a paparaubeira.
Com amarros corridos


Assento triangular
e de cor alaranjado
laterais de cortinas de tecido
para esconder do sol avantajado.

Cada galho tem um degrau
Que espalha o cansaço ao subir
Porém, uma sensação boa ao chegar
Naquele belo local pude sentir

A vista de cima,
dá-se ao campo radiante
que no inverno nos propicia
um cenário exuberante.

A 14 metros aproximadamente,
levou um mês de construção.
Na descida pude sentir extremamente
o calor da emoção.

Naquele lindo lugar
O forte vento,
A paz e a tranquilidade,
É que nos permite passar mais tempo.

O que vale é a aventura
O desejo de passar mais tempo ali
De fazer mil e uma peripécias
E lá mesmo se divertir.

PEQUENAS GRANDES CRÔNICAS: TEMPOS DE CRIANÇA

Por Diêgo Nunes Boaes  

Brincadeira de criança

Veio-me à memória a brisa leve, o cheiro da terra molhada depois da chuva, o canto tímido dos pássaros que dançava sobre as terras dos meus avós. Debaixo da mangueira, eu me sentava e deixava que o vento me presenteasse com pequenas mangas caídas. Com uma farpa de pindoba, transformava aquelas frutas em bois e vacas: um, dois, e logo toda uma boiada surgia entre meus dedos. O mundo cabia ali, entre a imaginação e o simples gesto de brincar.

Minha avó contava histórias de bonecas feitas de sabugo de milho, e meu avô criava milagres com o que tinha à mão: cata-ventos de folhas de pindoba, brinquedos que giravam com o vento; cascas de coco manso que se tornavam pés-de-lata; latas de sardinha que viravam carrinhos; folhas de bananeira e de pindoba que se transformavam em cavalinhos, e o barro do campo que, sob suas mãos, virava bois e cavalos. Cada brinquedo carregava vida, e cada brincadeira, magia.

Minha bisavó, com suas bonecas de pano, hoje se encanta pelas modernas que falam, preenchendo seu quarto de vozes e sorrisos. Ela ainda brinca, ainda se permite ser criança, e nos seus gestos vejo que o tempo não apaga a ternura, apenas a transforma em lembrança viva. Brincar, percebo, é mais do que gesto: é memória, é poesia, é o coração que aprende a ver beleza nas pequenas coisas.

E quando falamos de andar de canoa? Era uma alegria sem fim, e ainda recordar a maravilha que era sentir a brisa suave do campo, o cheiro úmido da terra que ainda guarda histórias, o perfume das folhas e a doçura do ar que acaricia a pele. Os pássaros cantam como notas dispersas pelo espaço, enquanto patos e parturis deslizam sobre a água, mergulhando com precisão, buscando alimento, despertando encantamento.

A canoa se movia lentamente, enforquilhando, balançando de um lado para o outro, sentindo o barro maciço que se mantém firme sob nossos pés, companheiro antigo e silencioso, testemunha de tantas jornadas. Nas margens, os pés de folhas abrigam ninhos: jaçanãs, joaninhas, criaturas minúsculas que colorem o espaço com vida, cores e segredos.

À frente, um recanto surge, limpo, tranquilo, perfeito para uma pausa. Mas a alegria insiste, e a canoa se alaga, a água invade, fria, clara, provocando risadas e saltos. Mergulhamos todos, corpo e espírito, rindo, gritando, sentindo a água envolver-nos, sentir a liberdade e a felicidade simples de existir naquele instante.

O vento passa entre nós, a luz dança na superfície da água, e por um momento o tempo deixa de existir. Não há preocupações, nem pressa. Só nós, o campo, a canoa, a água, e o riso que se espalha como música. O dia parece infinito, e cada mergulho é uma promessa de que a infância, mesmo que fugaz, permanece viva dentro de nós, como o canto dos pássaros, o cheiro do barro e a brisa que nunca se cansa de nos tocar.

Hoje, enquanto o cheiro da comida me envolvia, me dei mais uma vez que as brincadeiras eram simples, sem recursos, mas intensamente puras. Não havia malícia, nem intenção de machucar; apenas momentos que se imprimiam na memória, despertando riso, coragem e vontade de viver.

No balanço de pneu, preso aos troncos grossos da mangueira. Sentar-se nele era tocar o céu com os dedos. A cada impulso, o mundo se expandia, e eu voava sem tocar o chão. A imaginação era vento e força, medo e desafio se misturavam, dissolvendo-se no riso.

Brincar de balanço exigia força e habilidade, mas a melhor parte era o instante de suspensão, aquele momento entre o chão e o voo, quando o frio na barriga transformava-se em êxtase. O medo de altura desaparecia, rendido ao sorriso amarelo que surgia nos lábios, tímido e verdadeiro.

O balanço era mais que um brinquedo. Era liberdade. Era voo. Era aventura e magia. Cada impulso era um reencontro com o mundo que a infância nos oferece: infinito, leve, possível.

Na rua da minha casa, brincávamos de bete, ou tacobol como muitos conhecem, era uma relação entre latas, litros e tacos, a rua se enchia de círculos riscados no chão.
Tacadas brutas, correria, gritos que se espalham como vento.
A bola ia de mão em mão, os pés descalços batem no chão,
e a alegria se misturava com o pó e o sol da tarde.

Uma dupla segura a bola, outra enfrenta o taco;
os contadores correm de dez em dez, até cem, até a vitória,
até o riso final que anuncia o campeão.
“Licença! Licença!” ecoa nos momentos de tropeço,
e entre pequenas quedas e grandes risadas,
todas as crianças celebram a festa que é ser criança.

No meio da brincadeira, do calor e da poeira,
reina a cansaria, mas também a emoção,
a sensação única de liberdade,
o coração batendo rápido,
os braços abertos para o mundo que é só delas.
E cada tacada, cada corrida, cada riso,
se torna memória viva,
como se a rua guardasse a eternidade da infância.

Correr, pular, brincar, sentir o vento no rosto e o chão quente sob os pés descalços.
Chorar, sorrir, estudar, tropeçar, levantar-se, aprender.
A vida da infância é essa dança de pequenos gestos, de grandes descobertas,
um mundo inteiro cabendo em risadas e em sorrisos singelos.

Ser feliz é simples: basta ter amizade para dar,
um sorriso aberto, leve,
e a coragem de fazer o que é preciso, mesmo com dúvidas que rondam o coração.
Deixe para trás o que envenena, abrace o que aquece,
pois viver vale a pena, e cada instante pode ser memória viva.

No meu tempo de criança havia: corda, queimado, futebol, amarelinha, elástico, boca de forno,
roda, corrida de saco, rouba-bandeira, bombarquinho, peteca, mímicas.
Cada brincadeira um portal, cada risada, um fio dourado que nos ligava à alegria.
Ah, como é bom recordar!
Os tempos simples, os jogos pequenos,
fazem bem à alma, acalmam o coração,
nos lembram que a infância não se perde, apenas se transforma,
em lembrança, em calor, em canto de liberdade.

E mesmo agora, adulto, é possível sentir:
a corda que estala, a bola que rola,
o grito de amigos, a corrida sem fim,
o sorriso amarelo no rosto cansado,
a felicidade pura, sem malícia, apenas vida.



Peri-Mirim, mirim…

Autora Giselia Martins

Peri-Mirim, mirim…

Tão pequenina,
Tão aconchegante
Tão admirada
Entre tantas outras,
A mais amada!

Minha doce cidade
De encantos mil
Tão pequena
Tão sublime
Neste imenso Brasil!

Oh! minha cidade
Quero viver com alegria
Ao lembrar de minha infância
Vivo um momento de nostalgia.

As memórias que tenho de ti
São lembranças de meus quintais
Brincando com meus irmãos
Tempos que não voltam mais…

Peri-Mirim, meu lugar querido
Não te troco por outros, jamais…
Terra de meus amigos
De meus avós e de meus pais.

Quanto orgulho tenho de ti
Te carrego no meu coração
Cidade mais que hospitaleira
A mais bela do Maranhão.

Peri-Mirim, 22/03/2019