Raimundo Martins Campelo

 Ocupante da Cadeira nº 03, patrono Olegário Mariano Martins. Nascido no dia 30 de agosto de 1943, às 10:00h na Rua Siqueira Campos, na cidade de Viana-MA. Filho legítimo do Coronel Raimundo Marcelino Campelo e Maria José Martins Campelo. Avós paternos Manoel Tiago Campelo e Ana de Araújo Campelo e avós maternos Olegário Mariano Martins e Amélia de Castro Martins.

Aos dez dias do mês de outubro de 1945, com 72 anos, houve o falecimento de seu pai, Raimundo Marcelino Campelo, na cidade de Viana de morte natural.  Mudou-se para Peri-Mirim junto de sua mãe Maria José Martins Campelo no dia 20 de novembro de 1946, onde vive até hoje.

Em 29 de maio de 2003 as 11:45h falece sua mãe com 85 anos em domicilio próprio na Praça São Sebastião, na cidade de Peri-Mirim-MA.

Ingressou aos 7 anos em 1950 no Colégio Particular de Alfabetização, na cidade de Peri-Mirim, sob orientação da senhora Antônia Barbosa. Em 1952 ingressou no Colégio Carneiro de Freitas no primeiro ano primário, em março de 1956 entrou no Seminário São Tarcísio, em Pinheiro-MA, continuando o Primário no Colégio Pinheirense. Em 1959 retornou a Peri-Mirim onde concluiu o 5ª ano primário no Colégio Carneiro de Freitas. Em 1960 realizou o exame de admissão com o professor Evilton, natural de Guimarães para ingressar no Ginásio.

Em 1962 entrou no Seminário de Guimarães no curso ginasial para ser padre, porém, não deu certo. Em 1963, viajou para Bacabal para estudar e trabalhar, concluiu o curso de datilografia em 1965, na Escola Imaculada Conceição, porém teve que retornar a Peri-Mirim no ano de 1967, no ano seguinte ingressou no Ginásio Bandeirante, concluindo em 1971 o curso ginasial, onde foi um dos alunos fundadores da instituição de ensino perimiriense.

Nos anos de 1976 e 1977 ingressou no curso de atendente de enfermagem, atualmente conhecido curso técnico de enfermagem, na cidade de São Luís-MA. Concluiu a habilitação ao magistério de 1980 a 1983 da primeira turma do colégio Cenecista Agripino Marques, em Peri-Mirim-MA. Realizou vários cursos na área da saúde, educação, cooperativismo, política e etc.

Trabalhou em Bacabal na Farmácia São Sebastião e na Firma Chagas e Penha.  Em Peri-Mirim trabalhou no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Fundador proprietário e professor do Curso de Datilografia do Colégio São Raimundo em Peri Mirim-MA.

Entre os anos de 1967 a 2004 trabalhou no ambulatório Santa Thereza, no centro da cidade de Peri-Mirim, na qual exercia inúmeras atividades. De 2005 a 2009 exerceu o cargo de chefe de vacinação no hospital São Sebastião.

Nomeado pelo Estado do Maranhão como Agente de Saúde Pública no dia 30 de dezembro de 1981.

Na política iniciou em 1972 como candidato a vereador pelo MDB- Movimento Democrático Brasileiro, sendo eleito para o mandato de 1973 a 1977, na câmara foi primeiro secretário e líder da bancada de oposição.

Em 1977 pelo MDB, foi eleito vice-prefeito de João França Pereira, para o mandato de 31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983.

Foi primeiro suplente de vereador pelo PMDB para legislativa de primeiro de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988.

Aos 31 anos de idade, no dia 03 de maio de 1975, casou-se com a senhora Maria da Luz França Botão, filha de Nelson Paz Botão e Rosa França Botão, que passou a assinar-se Maria da Luz Botão Campelo, união esta que gerou 3 filhos Cidecley Botão Campelo, Marlondisson Botão Campelo e Kleriyson Botão Campelo, Mônica Botão Campelo, filha adotiva do casal, e Ana Célia Almeida Castro, onde criaram desde os 6 anos de idade. Além destes, teve ainda 3 filhos, Wilken Almeida Campelo, Gilson Costa e Almir Pereira, filhos fora do casamento, e dez netos.

Católico, batizado, casado, atuou como coroinha, san cristão (zelador e batedor de sino), participou da cruzada infantil, Terço dos Homens, fez parte da primeira e segunda etapa do ECC- Encontro de Casais com Cristo da Paróquia de Peri-Mirim.

Atualmente aposentado, reside a Praça São Sebastião, centro de Peri Mirim, com sua esposa Maria da Luz Botão Campelo, sua filha Mônica Botão Campelo e seu neto Gabryel Botão Campelo Leite. Membro ativo da Academia de Letras, Artes e Ciências Perimiriense. Através de seus conhecimentos na área da saúde, política, religião e educação, pretende compartilhar suas lembranças e histórias para contribuir com a historiografia perimiriense.

Carlos Pereira Oliveira

Conhecido como “Carlos Pique”, ocupante da Cadeira nº 02 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), cujo patrono é Jacinto Pinto Pinheiro. Nasceu no dia 04 de novembro de 1935, no povoado Enseada Santo Antônio, hoje povoado Canaranas, filho de uma geração de quatro filhos dos senhores Cássio Henrique de Oliveira, natural do município de Alcântara, mas precisamente do o povoado Itamatatiua, e Maria Caetana Pereira Oliveira, nascida no povoado Enseada Santo Antônio, Peri-Mirim.

Estudou até o 4º ano do primário, casou-se com a senhora Marilda Silva Oliveira, natural do povoado Serra, Peri-Mirim, matrimônio este que gerou sete filhos: Maria Lucinda Silva Oliveira, Claudenice Oliveira França, Carlos Oliveira Filho, Claudinel Silva Oliveira, Cláudia Regina Silva Oliveira, falecida aos 7 anos de idade, Claduilene Silva Oliveira e Claudenir Silva Oliveira. Além de nove netos e oito bisnetos.

Sempre trabalhou na roça para ajudar nos sustentos da família, começou a cantar as suas toadas de bumba-meu-boi aos 14 anos de idade, sua primeira atuação foi no povoado Pontal, Bequimão, no ano de 1949, quando lançou uma toada no boi de Otaviano, a toada teve como significado o retrato das pessoas que viajavam para a capital, São Luís, a trabalho e se apreciavam com o cinema.

Teve apenas um professor, chamado Raimundo de Doteia, que dava aulas no povoado Enseada da Mucura, na varanda da residência do senhor Hemeterio Oliveira, onde hoje residem o casal Neide e Jhon. Lá aprendeu a contar e a escrever seu nome, entrou aos 10 anos de idade, numa escola onde os alunos eram multisseriado.

Carlos Pereira Oliveira, conhecido por Carro Pique, inspirou-se em alguns talentos da cultura de Peri-Mirim, como Jacinto Pinto, João Botão, Rafael Botão e Dé da Tijuca, todos já falecidos, que deixaram um grande legado de companheirismo e determinação.

Em suas lembranças uma de suas toadas de valor expressivo e de muita tristeza aos ouvintes foi a de homenagem a Jacinto Pinto, que o fez por muitas décadas parar de cantar, na toada ele contava a história de Jacinto Pinto que para alguns serviu de protesto sobre a morte daquele singelo personagem da cultura perimiriense, por conta disso, Carro Pique foi perseguido por oito dias para ser morto.

Tem de berço como maior valor, o respeito pelos pais a partir de uma surra que levou por sua mãe ao desrespeitá-la, onde ela a solicitou que fosse da Enseada Santo Antônio até a Enseada da Mucura e ele respondeu que não iria, ela lhe prometeu uma grande surra, ele então correu pelos quatro cantos daquela região, chegando a noite, ele se deitou em sua rede, se embrulhou e quando pegou no sono, ela chega no seu quarto e devagar retira-lhe o lençol e lhe dá a tão temida surra. Desde então para ele a obediência aos pais é um dos bens mais precioso, um valor de extrema importância.

Compôs e cantou várias todas, dentre as quais as mais conhecidas foram: Lá vai da difusora, Copa de 70 e muitas outras. Hoje um imortal da academia perimiriense de letras, um exemplo vasto de amor à cultura da sua terra.

Apaixonado pela cultura de Peri-Mirim aceitou o convite por conta de contribuir ainda mais com suas lembranças e memórias e suas diviníssimas toadas para abrilhantar mais a Academia de Letras de Peri-Mirim.

Maria Isabel Martins Veloso

Ocupante da Cadeira nº 01, cuja patronesse é Naisa Ferreira Amorim. Nasceu no dia 18 de julho de 1927, filha de Antonio Raimundo Martins e Clotildes Azevedo Martins, (chamada carinhosamente de “Dona”). Teve nove irmãos, sendo oito já falecidos e apenas um ainda vivo.

Nasceu no povoado de Feijoal, antigo Santa Severa, município de Peri-Mirim, na Baixada Maranhense, a 337 km de São Luís, vizinho a Pinheiro, Bequimão, Palmeirândia e São Bento. Quando nasceu, Peri-Mirim se chamava Macapá; Bequimão era Cabeceiras e Palmeirândia se chamava Palmeira.

Em sua terra natal foi professora no povoado Buragical, na “Escola Djalma Brito”, no período de julho de 1950 até maio de 1951, quando foi transferida de surpresa para a “Escola José Antonio Marques”, no Feijoal.

Na época, o então prefeito de Peri-Mirim, Sr. Agripino Álvares Marques, lançou um concurso, que previa que: quem passasse em primeiro lugar iria ser professor do “Grupo Escolar Carneiro de Freitas”, com nomeação estadual. Maria Isabel foi aprovada em primeiro lugar e assumiu a tão sonhada vaga na Escola.

Depois do concurso, já morando em Peri-Mirim, passou a ter uma vida social mais ativa. Era convidada para reuniões políticas, comícios, aniversário de prefeito, bem como nomeada para presidente e fiscal de mesa eleitoral. Na Igreja de São Sebastião, foi professora de catecismo, associada da Irmandade de São José.

Viveu em Peri-Mirim até o ano de 1956, onde foi professora na Escola Carneiro de Freitas.

Em 1956, chegou à capital maranhense para dar prosseguimento aos seus estudos, tendo trabalhado como comerciária durante alguns anos no escritório da Movelaria Loja das Noivas na Rua Grande, Centro de São Luís.

Casou-se em 1960, na Igreja de São Pantaleão com Francisco Eleutério Veloso (já falecido), união que durou 49 anos. Veloso também nasceu na região da Baixada, na cidade de Bequimão. Tiveram quatro filhos: Maria da Graça Veloso Melo; Antonio José Martins Veloso; Maria Stela Martins Veloso e Kátia Maria Martins Veloso. Possui seis netos.

Atualmente é servidora pública aposentada, após prestar serviço ao Governo do Estado do Maranhão, inclusive no Palácio dos Leões, na praça Pedro II, por alguns anos.

A sua trajetória de vida é marcada por muita luta, persistência e garra, realidade comum a muitos brasileiros e brasileiras, especialmente os nordestinos de nosso país. Mulher digna, de fibra, corajosa, não teve medo de sair de sua terra para alçar outros voos na capital, numa época em que não era muito comum às moças trabalharem fora se casa, serem independentes. Sempre cultivou o hábito pela leitura, o que consequentemente lhe rendeu o talento para escrever.

Seu jeito de ser: inteligente, sensível, generosa, fiel aos seus princípios, determinada, guerreira, características que conserva até hoje.  Extremamente religiosa, católica fervorosa, e devota de Nossa Senhora e de Santo Antônio. Ainda hoje, cultiva o hábito de rezar o terço, especialmente durante todo o mês de maio, tradição seguida pelas suas filhas.

Educou os quatros filhos com amor e dedicação e, além destes, vários sobrinhos que foram enviados a sua casa, os quais cuidou, mandou ensinar, conseguiu emprego e transmitiu os mesmos valores que repassava aos filhos, sem distinção.  Mãe incansável, ensinou aos filhos o valor do estudo, do trabalho, da honestidade, solidariedade, respeito ao próximo, além da fé em Deus acima de tudo.

Aos 60 anos de idade, resolveu escrever suas memórias, uma narrativa emocionante da sua infância, juventude, da sua família, sua terra natal, amizades, amores, vida profissional, etc, o que foi motivo de orgulho e grande satisfação para os seus filhos, parentes, amigos, ex-alunos, conterrâneos, que tiveram a oportunidade de ler, se emocionar ao ver eternizadas para outras gerações tantas histórias que o tempo apagaria e que é possível resgatar por meio de um livro.

Para uma moça que, para sua época foi considerada avançada por sair de uma cidade do interior, sozinha, e vir arriscar a vida numa capital, Maria Isabel pode ser considerada uma vencedora. Nada que conquistou foi fácil, tudo veio com muita luta e dificuldade e isso faz parte do legado que orgulha seus descendentes.

Nunca desistiu de lutar, sempre soube esperar o tempo certo e colher o que plantou. Passou aos filhos esse exemplo, de honestidade, de determinação, de respeito ao próximo e de manter a fé, acima de todas as adversidades. Como não ser motivo de orgulho e de exemplo? Sua memória primorosa para a idade avançada, nos permite saber de tantas histórias que ninguém sabe reproduzir como ela.

É um arquivo vivo das histórias da sua terra e da sua família, histórias essas que faz questão de repassar aos mais novos para que não se pereçam no tempo e agora, como membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de sua terra natal. Não tem interesse em reconhecimento pela sua trajetória, mas contribuir, de forma ímpar, para manter viva essa memória que ela tanto fez questão de preservar com amor e zelo por onde passou.