Cartilha sobre o Coronavírus para crianças: Prevenir é o melhor remédio

Segue um livrinho eletrônico para informação, dirigido especialmente ao público infantil.

Leia Cartilha no link abaixo:

LIVRINHO XO CORONAVIRUS – ATIVIDADES – MATERIAIS PEDAGÓGICOS.pdf

 O Coronavírus  é vírus desconhecido pela ciência até há pouco vem causando uma doença pulmonar grave em centenas de pessoas na China, e já foi detectado em Estados Unidos, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Macau. Já chegou no Brasil.

O novo coronavírus (o Covid-19) que se espalha pelo mundo passou do status de “ameaça muito grave” para o de pandemia na tarde deste 11 de março, de acordo com comunicado feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de casos fora da China se multiplicou por 13 e atinge 118 mil casos em 114 países.

Fonte: Agência Brasil e https://brasil.elpais.com/sociedade

1919: Decreto eleva à cathegoria de collectoria a actual agencia fiscal de Macapá

O Decreto nº 198, de 5 de julho de 1919 elevou à cathegoria de collectoria a actual agência fiscal de Macapá. O decreto foi expedido pelo então Presidente do Maranhão, Raul da Cunha Machado e José Carneiro de Freitas, secretário de Estado, que dá nome a uma das principais escolas do município de Peri-Mirim. José Carneiro de Freitas é patrono da Cadeira nº 21 da ALCAP, ocupada por Ataniêta Márcia Nunes Martins. Sabe-se que as coletorias nos municípios exerciam um importante papel que, além de arrecadar tributos, efetuava pagamento dos vencimentos dos funcionários estaduais.

Fonte: Acervo digital da Casa da Cultura 

Imagem de destaque: Grupo Escolar Carneiro de Freitas

Maria José Andrade Braga

Conhecida como Dona Maria, para outros como Zeca e no bairro da Liberdade como Dona Maria Braga, nasceu no Povoado Meão, do Município de Peri-Mirim (MA), no dia 03 de janeiro de 1928, numa bela madrugada de um dia de sábado, sob o orvalho da natureza e o canto dos pássaros. Naquele mesmo lugar, ela cresceu e se tornou uma jovem bonita de cabelos longos e pretos, sempre bem penteados, que despertava a simpatia dos rapazes da região.

É filha caçula de Dona Severiana Andrade e de Seu Raimundo França e tinha como irmãos Bento, Antônio, Santinha e Deco, além de Manduca (pai de Francisco Viegas, o Minsinhor), José da Serra (pai do Roosevelt), de Catarina e Ciríaco.

Como filha de camponeses daquela época, ela teve uma infância longe dos bancos escolares e aprendeu a trabalhar na roça, quebrar coco babaçu e mais tarde aprendeu a costurar, tornando-se uma moça prendada e muito procurada, para confeccionar roupas. Foi educada sob o rigor e os princípios de sua mãe, Dona Severiana, que era uma senhora enérgica, principalmente quando Maria se desviava da linha de conduta estabelecida por ela. Sendo assim, ela se tornou uma jovem obediente, respeitadora, graciosa e com boa reputação no seio daquela comunidade.

Ainda na adolescência, começou a namorar o Sr. Walter da Silva Braga, mais conhecido como Tetê Braga, que era um pequeno fazendeiro do Povoado Pericumã, também do Município de Peri-Mirim, e que era um homem muito conceituado e cobiçado por muitas mulheres da região. Casou-se aos 16 anos (e ele com 32 anos de idade) após ter sido raptada na garupa de um lindo cavalo de marcha. O casamento aconteceu no dia 23 de dezembro de 1944 (no civil) e no dia 24 do mesmo mês no religioso. Ele, como bom cidadão, tratou logo de alfabetizá-la e de lhe ensinar as regras de uma esposa exemplar, tornando-se assim sua companheira inseparável com quem conviveu por 45 anos.

Dessa bela união nasceram 13 filhos, que são pela ordem cronológica: João Batista, Maria Regina, Valtemar, Walter da Conceição, Maria do Rosário, José Maria, Manoel de Jesus, Valber do Socorro, Leônia Maria, Wewman Flávio, Lidiane da Graça, além dos falecidos Maremaldo e Verionaldo. Complementando a família adotaram e educaram cerca de 10 filhos, dentre eles: Aristo, Ernesto, Cota, José de Cananã, Beatriz, Coronel, Erenice, José Maria e Clenilde, esta continua convivendo com sua família juntamente com seus dois filhos Fábio e Fabiane e seu neto, Lucas.

Da prole de Dona Maria e de seu Walter Braga já nasceram cerca de 35 netos e 14 bisnetos, formando com suas noras e genros uma família numerosa, unida, alegre, feliz, divertida e vez por outra polêmica em alguns assuntos como a política e a gestão pública.

Maria Braga tem sido uma mulher abnegada, decidida, autêntica, disposta, incansável e de uma fé inabalável da qual é digna de orgulho. Como costureira, foi sempre dedicada, responsável e caprichosa para confeccionar as melhores modas de roupas e agradar sua clientela. Nos períodos de festas, costurava o dia todo e ainda fazia serão até altas horas da madrugada.

Nos seus lares, tanto o de Pericumã como em São Luís, foi sempre acolhedora e receptiva com todos os seus familiares (filhos, genros, noras, netos, bisnetos) e com os amigos da família, os conterrâneos, irmãos da religião, principalmente os ministros da eucaristia. Com seu espírito de despojamento, de doação, ensinou os filhos como amar ao próximo e temer a Deus. Porém, com seu olhar firme e repreensivo e sua voz enérgica ensinou o caminho do bem, da honestidade, da tolerância, do respeito, da união, enfim, da felicidade e do bem-estar.

Sempre demonstrou ter fé em Deus, tendo o Cristo como seu sustentáculo e sua fortaleza, para superar as dificuldades e os problemas familiares. É devota de Nossa Senhora Aparecida, de Nossa Senhora das Graças, de São José de Ribamar e do Divino Pai Eterno. Reza muito, mesmo agora com a mobilidade reduzida reza diversos terços por dia e gosta de assistir aos programas da Rede Vida.

Diante das dificuldades ela sempre diz: SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS? Serviu a Igreja Católica (desde de Pericumã) na Legião de Maria e como Ministra Extraordinária da Eucaristia, no bairro da Liberdade em São Luís. Gostava de visitar os doentes, as famílias enlutadas, se fazia presente sempre que podia aos velórios das pessoas próximas e sempre procurava consolar aquelas abatidas pela dor e pela tristeza, levando suas palavras de conforto e de solidariedade. Não perdia as missas dos domingos e dos dias santos, e adorava participar dos festejos de São Sebastião em Peri-Mirim e do Divino Espírito Santo na Liberdade.

Hoje, ela sofre porque, devido suas limitações de mobilidade, não pode mais ir à Igreja para exercer seus ministérios, porém comunga todos os domingos, graças à bondade e a dedicação da sua amiga e vizinha Ivanilde, a quem os familiares apresentam os sinceros agradecimentos.

Um dos fatos marcantes na sua vida em Pericumã, foi quando do parto de sua filha caçula Lidiane, no auge do festejo de Nossa Senhora das Graças, no dia 29 de novembro de 1970, que o seu parto complicou e precisou ser levada às pressas para Pinheiro, tendo sido salva por um enfermeiro da família dos Castros. Em respeito ao acontecimento, a comunidade resolveu suspender o festejo, até que a boa notícia chegasse daquela cidade, dando contas de que ela havia sobrevivido juntamente com a nenê Lidiane da Graça (nome em homenagem àquela padroeira).

Durante os 45 anos de casada com Tetê Braga viveu um clima de harmonia, de respeito, de diálogo, de compreensão, de abnegação, de renúncia e de um amor verdadeiro. Ficou viúva aos 61 anos de idade, cujo falecimento do seu esposo ocorreu no dia 10 de novembro de 1989. Pela graça de Deus e pela sua imensa fé, manteve-se firme e equilibrada, conduzindo sua numerosa prole com o mesmo espírito de coragem, de moral e de honestidade.

No dia 27 de novembro de 2008, dia do festejo de Nossa Senhora das Graças, ela foi homenageada como uma das fundadoras da comunidade de Pericumã, que completava 50 anos. Também foi homenageada pelos seus filhos que mandaram construir uma área de convivência, lá em Pericumã, denominada Praça Tetê e Maria como expressão do reconhecimento e veneração dos filhos, onde consta a seguinte expressão: “ao ilustre casal exemplar”, porque eles são modelos de múltiplas virtudes, que os tornaram merecedores da eterna gratidão dos familiares. O lugar onde nasceram seus filhos é tão bonito e agradável que foi batizado de Sucursal do Paraíso. O filho Flávio Braga acredita que o maior legado deixado por seus pais foi a educação dos seus onze filhos e o exemplo de pessoas honradas, humildes, honestas e de paz.

No ano de 2007, ela submeteu-se a uma delicada cirurgia, para colocar uma prótese no joelho esquerdo e com a graça de Deus essa operação foi coroada de êxito. Como católica fervorosa, desejou muito ter um de seus filhos ordenados sacerdote. Entretanto, nenhum dos sete filhos homens sentiu-se chamado para tal vocação, apesar da passagem de alguns pelos seminários de Pinheiro, Guimarães e São Luís. Porém, quis a Providência Divina que ela realizasse mais esse sonho dando-lhe um filho padre por adoção, vindo do Sítio Santana, em Pernambuco, que é o Padre Paulo Cavalcante, que para felicidade da família presidiu a celebração dos noventa anos. Pe. Paulo é uma pessoa muito querida por todos os familiares e que tem contribuído muito para que a felicidade da mãe seja completa, porque ele dispensa muito atenção e delicadeza a ela, por isso todos os filhos o consideram como irmão.

Não pode ser omitido que a idade avançada vem reduzindo, aos poucos, as suas condições físicas, necessitando cada vez mais das cuidadoras, especialmente a Jane e a Teresa, que já estão com ela há bastante tempo. Também não se pode deixar de citar o trabalho eficiente e competente do fisioterapeuta Mário e mais recentemente da fonoaudióloga Gisele e da terapeuta ocupacional Sandra que diversos anos ajudou-a com a pintura de belos quadros. A todas estas pessoas o muito obrigado e a eterna gratidão dos familiares, porque apesar de onze filhos, este não teriam condições de lhe dispensar os cuidados que ela necessita, não obstante a boa vontade e a dedicação dos irmãos que, de forma responsável e carinhosa, se organizam em plantões para que ela não se sinta desassistida.

Para comemorar os 90 anos de Maria, em 2018, a família promoveu uma grande festa para agradecer pelos anos vividos e a todos pela amizade e carinho dispensados à matriarca da Família Braga, bem como, de forma muito especial, aos celebrantes da missa em ação de graças, os Padre Cláudio e Pe. Clóvis, além do já citado Pe. Paulo.

Maria José Andrade Braga é um exemplo de mulher que merece ter sua história compartilhada com as futuras gerações, especialmente por cultivar o valor da Educação. Maria, juntamente com seu marido, formou todos os seus filhos em curso universitário, capacitando-os para galgar postos de trabalho de reconhecimento fora das fronteiras do município.  A Família Braga enaltece a História de Peri-Mirim e sua gente!

Maria José Andrade Braga faleceu no dia 20 de fevereiro de 2022 no Hospital UDI em São Luís.

Biografia enviada ao Jornal O Resgate pela Família Braga.

1919: Decreto marca eleições para Prefeito, Sub-prefeito e Vereadores do município de Macapá e outros

O Decreto nº 150, de 24 de abril de 1919, marcou para o dia 15 de junho de 1919 para realização das eleições para os cargos de Prefeitos, Sub-Prefeitos e Vereadores dos municípios de Benedito Leite, Macapá (atual município de Peri-Mirim) e Porto Franco. Confira o decreto abaixo:

 

 

 

 

 

 

Raul da Cunha Machado – do Partido Republicano Maranhense (PRM) – que assina o Decreto nº 150/1919 foi Presidente do Maranhão de 1918-1919 e 1922-1923; Deputado Federal pelo Maranhão de 1923-1930.

Fonte: Casa da Cultura Acervo Digital

Fotografia de destaque Raul da Cunha Machado: Jornal O Imparcial, 12.01.1930, fornecida pelo Prof. de História da UFMA, Manoel Barros.

O dia da multiplicação dos livros

Por Ana Creusa

Cada expedição do Fórum da Baixada é uma missão cercada de mistérios. Primeiro, é a dúvida quanto ao comparecimento dos que coloram o nome na lista, pois os encontros acontecem, quase sempre, na madrugada.

Essa dúvida atormenta os organizadores porque geralmente recebemos o transporte em cessão, o qual solicitamos na medida das inscrições.

Lembro-me que em uma das expedições solicitamos um ônibus para 30 pessoas, mas somente 17 guerreiros tiveram coragem de estar na Praça Maria Aragão às 04 horas da manhã. Resultado: o Fórum teria que ressarcir a diferença! Perdeu quem não foi, tivemos uma expedição memorável.

De outra feita, fomos ao Quilombo de Frechal, para participar de um evento promovido pelo Sebrae. O ônibus que iria nos aguardar no Porto do Cujupe, foi parar em Alcântara e nós, com a força de expedicionários, pagamos o transporte regular e fomos ao local. O Superintendente do Sebrae, o forense João Martins, não conseguiu almoçar até que chegamos ao local já eram mais de 13 horas.

Essa expedição foi considerada a melhor de todas, até agora, tivemos o privilégio de dormir na Casa Grande do quilombo do Frechal e participar de rodada de conversa com as pessoas do lugar, em uma noite de luar.

Porém, nada se compara em emoção à expedição a São João Batista ocorrida em 02 de dezembro de 2017 que se propunha relançar o Livro Ecos da Baixada naquele município. O primeiro lançamento ocorreu dia 14/11/2017 em São Luís. Não combinamos quem levaria os exemplares do livro para serem vendidos. Chegando lá, ficamos sabendo que tínhamos apenas 11 (onze) livros para serem comercializados para uma plateia de mais de cinquenta pessoas.

O desespero se abateu sobre o chefe do cerimonial, que me perguntava a todo o momento: – o que faremos? Deu-me um sono momentâneo, resultado da noite não dormida e do peso do comunicado iminente:  não haveria livros para vender. Minha irmã Ana Cléres que foi de Peri-Mirim para o evento, me despertou do cochilo em plena mesa de cerimônia.

Novamente o colega me abordou: – o que faremos? De repente, sem pensar em nada, disse a ele: – vamos sortear os 11 livros! Ele virou e disse: “boa ideia’. E assim procedemos. Outro colega, auxiliado por outros começaram a distribuir um pedacinho de papel para colocar o nome dos presentes e depois proceder ao sorteio.

Os onze livros encheram o salão e ninguém falou em comprar livros. Os colegas não falaram mais no assunto, até hoje. Nós forenses envolvidos nesse episódio criamos laços de amizade ainda mais fortes, pela parceria na resolução de um problema, que se avizinhava intransponível. Por tudo isso, eu trato esse episódio como “o dia da multiplicação dos livros”.

Como os livros estavam em meu poder para venda, fiz o depósito do valor corresponde aos 11 livros sorteados na conta da instituição.

Depois desse episódio, fizemos outras expedições a Matinha, Viana, São João Batista novamente, Bequimão (Expocapril e Paricatiua) e tudo voltou à quase normalidade, pois a agonia dos encontros na madrugada permanece.

Que venham mais expedições do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, pois temos que conhecer para amar essa bela região.

A Baixada descortina sua singular epopeia

Por Ana Creusa.

O lançamento do Livro Ecos da Baixada , que ocorreu no dia 14 de novembro de 2017, foi um marco na história da literatura maranhense, notadamente nos anais das letras baixadeiras, e revelou-se um evento grandioso para o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense – FDBM.

Importante destacar que o citado Fórum é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, o qual trabalha por sua região e por sua gente, visando chamar a atenção do Poder Público para os graves problemas enfrentados por aquele conjunto de municípios, bem como auxilia as comunidades locais a superarem obstáculos ao seu desenvolvimento.

O evento foi um “sucesso retumbante”, conforme relato de muitos participantes. Segundo o imortal, membro da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, foi “o dia em que a Baixada parou o trânsito da Avenida dos Holandeses, em São Luís”, algo inimaginável para os 32 escritores das crônicas e para a maioria dos baixadeiros ali presentes.

Na abertura, Simão Pedro, professor de música e natural de Matinha, interpretou o Hino Nacional e uma Canção em homenagem à Baixada, de autoria de Gracilene Pinto, natural de São Vicente Férrer, cujas crônicas o leitor pode encontrar nas páginas 156 e 191.

Em seguida, o “Poema para a Baixada Maranhense” foi declamado pelo seu autor, Hilton Mendonça, natural de Arari. O belo poema consta no introito da obra. Hilton também empresta o seu talento literário por meio de duas crônicas que poderão ser encontradas nas páginas 143 e 180.

Elinajara Pereira, natural de Bequimão, declamou o poema denominado “Ecos …”, composto por Rafael Marques em homenagem aos Ecos da Baixada e à sua amiga Elinajara, esta possui uma bela crônica, que pode ser encontrada na página 56.

 A Presidente do Fórum da Baixada, Ana Creusa, ressaltou a importância da união dos baixadeiros em prol da Baixada, e destacou que o Fórum é composto de pessoas com tendências e preferências, teorias, modelos e concepções políticas diferentes. Porém, o que os une é o sentimento único de amor à Baixada, que os torna irmãos. Os textos de Ana Creusa estão nas páginas 67 e 160.

Em sua fala, o primeiro Presidente do Fórum da Baixada, idealizador e organizador da obra, Flávio Braga, natural de Peri-Mirim, agradeceu aos ecoerios, como carinhosamente são chamados os cronistas, e ainda discorreu sobre a importância da obra Ecos da Baixada para região. As belas crônicas de Flávio estão dispostas nas páginas 83 e 98.

O Superintendente do Sebrae, João Martins, natural de Bequimão, demonstrou apoio ao Fórum da Baixada, do qual é filiado. Em sua fala, destacou a importância da obra “Ecos da Baixada”, a qual ajudará a Baixada a ecoar longe, inclusive em Brasília e outros recantos do Brasil, quiçá do exterior.

O Presidente da Academia Maranhense de Letras, brincou que os ecos da Baixada chegaram a Itapecuru, sua terra natal, e que a Baixada parou o trânsito de uma das principais avenidas de São Luís.

Natalino Salgado, com seu talento peculiar, brindou os baixadeiros com a crônica “A Baixada Maranhense e sua Vocação para a Grandeza”, que pode ser encontrada à página 35.  Como representante dos ecoeiros, saudou a todos. Em seguida, nos brindou com um texto dedicado a seu pai, matéria que evidencia o amor do seu genitor pela a sua bela Cururupu.

Em seguida foi servido um coquetel que, como se diz na Baixada “não deu para quem quis”.

Foi gratificante ver tantas pessoas disputando autógrafos, tirando fotos e fazendo selfies com os ecoeiros, numa verdadeira pororoca de emoções, como disse o ecoeiro Manoel Barros, natural de São João Batista, ao descrever o festival de emoções, envolvidas em todo o processo de lançamento do livro Ecos da Baixada.

Eis que a Baixada descortina sua singular epopeia, por meio dos Ecos da Baixada!!!

Texto de Ana Creusa Martins dos Santos, presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense à época do lançamento da obra. Com revisão de Hilton Mendonça, ambos cronistas do Livro Ecos da Baixada.

Texto publicado no site do Fórum da Baixada  no dia 20/02/2018.

Naisa Ferreira Amorim

Patrona da Cadeira nº 01 e da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), denominada Casa de Naisa. A Cadeira nº 01 é ocupada por Maria Isabel Martins Veloso. Nasceu em Peri-Mirim-MA, em 15 de setembro de 1914 e faleceu em São Luis-MA em 29 de dezembro de 2007, aos 93 anos.

Foi casada com Antônio Lopes Amorim (Totó) e desse matrimônio tiveram quatro filhos: Walter William Ferreira Amorim (advogado); Ruy Renato Ferreira Amorim (faleceu aos 18 anos); Cléber Nilson Ferreira Amorim (pintor) e Douglas Ayrton Ferreira Amorim (Juiz de Direito) radicado em São Luís. Seus dois filhos formados em Direito cursaram a Faculdade Gama Filho e Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro, onde a mesma foi morar no início dos anos 70, residindo na Rua Andrade Pertence no Catete, junto com ela e seu outro filho, Cléber Amorim.

Dona Naísa iniciou seus estudos em Peri-Mirim e concluiu em São Luis-MA, onde formou-se professora normalista, retornando para lecionar no Feijoal e em Peri-Mirim nos anos de 1937 e 1938.

Foi vice-prefeita de Peri-Mirim na primeira gestão do Prefeito Agripino Álvares Marques em 1946. Em 1952 elegeu-se Prefeita, tendo como vice o Sr. Agripino Marques conforme um contrato entre ambos, para, caso ela se elegesse devolveria o cargo a ele em troca de uma nomeação de professora para o Grupo Escolar Carneiro de Freitas, criado em 1951, pois anos antes, em 1951, por motivos pessoais, ela se viu obrigada a abandonar sua cadeira de professora. E também porque o Sr. Agripino querendo novamente se reeleger Prefeito, não poderia candidatar-se por força da legislação eleitoral vigente. O acordo vingou, ela se elegeu, assumiu a Prefeitura e seis meses depois, renunciou ao cargo e o Sr. Agripino assumiu a Prefeitura. Depois ele foi a São Luis e conseguiu a nomeação para ela conforme o combinado.

Naisa Amorim exerceu outras atividades em Peri Mirim: foi secretária da Associação Rural do município, cargo que mais tarde foi repassado à Maria Isabel Martins Veloso, onde a mesma foi treinada para que pudesse substituí-la, sendo que esta também duas vezes ao ano realizava e fiscalizava as provas de todas as escolas municipais. Foi uma educadora que encarou a educação como uma missão; ensinava os valores necessários e onde afirmava que as mulheres poderiam ocupar cargos públicos. Naísa Amorim desafiou uma cultura em que as mulheres não eram valorizadas tendo superado alguns opositores.

Antes de Naisa Amorim entrar na política, fundou por iniciativa própria um jornalzinho intitulado de Panelinha, escrito à mão, criticando a política, principalmente o Prefeito. Denunciou o atraso que se encontrava a instrução. Para ela, as causas que atrapalhavam os progressos na educação eram a falta de interesse e a negligência, por parte do governo da época, o descaso das autoridades que não pensavam nos métodos, não elaboravam as leis e tampouco criavam mais escolas, ou seja, não se preocupavam com a educação. Isso chamou a atenção do Sr. Agripino, que a convidou para o seu lado. Os dois formaram uma dupla imbatível onde aliavam coragem, inteligência e competência.

Naisa Amorim foi uma mulher forte e corajosa, à frente do seu tempo e, segundo as pessoas que tiveram a honra de a conhecerem, ela foi mestra, amiga, confidente, modelo de justiça e honradez. Sabia ser simples como uma criança e forte como um baobá. Com a inteligência nata que Deus lhe deu tinha o dom da palavra e quando falava de improviso, era com tamanha eloquência que todos a admiravam.

Deus a chamou para a sua morada eterna e hoje lá no céu ela é mais uma Estrela …

Documento de Naisa
Poema para o Dia das Mães – escrito por Naisa
Letra de Naisa

Fragmentos da História de Peri-Mirim e sua gente

Este espaço é reservado aos relatos de pessoas, a fim de que possamos ir juntando as histórias em um Resgate da memória do nosso município. É o chamamento Universal.

Texto enviado por Walcler de Lima Mendes, que é da Família de Ignácio de Sá Mendes.

Estamos pesquisando sobre a família de Victor de Sá Mendes, meu pai. Nasceu provavelmente em Peri Mirim (Vila de Macapá?) em 1895, onde estudou os primeiros anos. Aos 18 anos mudou-se para São Luís, onde estudou Contabilidade. Era filho de Manoel Gonçalves de Sá Mendes e Maria Clara Martins Mendes, que vieram de Portugal e se estabeleceram na região. Além de Victor tiveram outros filhos, entre eles, Raul, Inácio, Paulo e Tereza (Tia Roseira). Os sobrinhos Fernando Pinheiro Mendes e Hilda Pinheiro Mendes residiram conosco em São Luís durante dez anos (por volta de 1946 a 1956).

Estamos em busca de certidões de nascimento de meu pai – Victor de Sá Mendes e de óbito do avô, Manoel Gonçalves de Sá Mendes. Já conseguimos contato com o Dr. Itaquê Mendes Câmara, que possui um Diário de Ignácio de Sá Mendes.
Gostaríamos de manter contato.

Atenciosamente,
Walcler de Lima Mendes

O Convento das freiras canadenses

Autora Eni Amorim

Esse Convento, velho, maltratado, guarda histórias de uma pequena e pacata cidade chamada Peri-Mirim. Esse casarão, outrora imponente, fora construído para abrigar as freiras da Missão de Sherbrook (Canadá) na década de 60. Ficando o convento abandonado, meus pais foram convidados para tomarem conta dele, desde então iniciamos uma nova história da nossa vida naquele local. Papai (Jair Amorim), mamãe Inácia Amorim, eu primogênita, com sete anos de idade na época e mais quatro irmãos… Vivíamos assustados, a priori, pelas histórias de assombrações que emergiam do senso popular: diziam que o casarão era assombrado e que tinha uma freira de chamató (tamanco) que aparecia na calada da noite e corria pelo casarão fazendo um barulho ensurdecedor pelo toc, toc dos tamancos  e outras tantas histórias… (eu particularmente nunca vi nenhuma freira de chamató por lá…). Vivemos por lá cerca de 10 anos e foram tempos maravilhosos, tínhamos um quarteirão só para nós, era espaço suficiente para aprontarmos mil e uma peripécias… 
Após nossa saída do casarão, outras histórias continuaram a serem reescritas por outros atores, e, de repente, a notícia de que o mesmo seria destruído… E eu na minha insignificância juntei minha voz a todas as vozes dos filhos de Peri-Mirim para clamar que sejam feitos novos projetos que não sacrifiquem o velho casarão e sim, procedam a uma Reforma para que ali possa pulsar a vida que outrora pulsou. 
A história precisa continuar e os nossos representantes precisam ver as coisas com um olhar diferente, focado na cultura de um povo, afinal é para isso que nós os colocamos para nos representarem dignamente. 

Velho Casarão

Vendo-te definhar nas sombras das tuas ruínas, 
Remoto-me para o período da tua aurora juventude, onde reinavas majestoso na imponência do tempo.
Guardas em tuas ruínas histórias e lendas de personagens que habitaram dentro de ti; Histórias de amores e desamores, esperanças, alegrias, tristezas, angústias, perdas e reencontros, chegadas e partidas…
Nas histórias do senso comum que brotam da imaginação de uma gente humilde surge a lenda da ’’Freira de chamató’’ (tamanco). (Eis que na calada da noite uma freira de chamató passeia pelas varandas do casarão com seu toc, toc irritante.) Lenda essa que fez o casarão tomar uma conotação de ‘’Casarão mal assombrado’’.
Guardastes no teu abrigo: religiosos, trabalhadores, viajantes, vendedores e moribundos… 
Abrigas nas tuas entranhas histórias de muitos atores, cada qual com sua singularidade que lhe é peculiar.
Agora que a velhice chegou e que não tens mais o vigor de outrora, 
Jazes esquecido ao relento e aos maus tratos,

Não passas de escombros e de local para deposição de excrementos humanos e abrigo para os animais que perambulam pelas ruas da cidade.
E você, velho casarão, aguarda que o tempo complete o seu processo de oxidação, enquanto você figurará nos fragmentos de uma história nas névoas do tempo.

Artigo publicado no site do FDBM em 9 de março de 2018

Hino de Peri-Mirim

(Letra e música: João de Deus da Paz Botão. Ano: 1977 a 1982 – governo de João França Pereira)

Peri-Mirim
Pequena cidade.
Os teus filhos te aclamam com emoção.
Fazes parte do nosso Brasil,
És um pedaço do Maranhão
És hospitaleira
Terra de São Sebastião.
Tuas paisagens são lindas,
Os teus campos verdejantes,
Na pecuária e na lavoura
Sempre foste triunfante
Teu povo é trabalhador
Que trabalha de braços nus.

És produtora do arroz, da mandioca
E também do babaçu.
Teus dirigentes
São homens de bem
Que procuram te só erguer mais
Peri-Mirim,
Cidade feliz,
És a cidade do amor e da paz.