A Academia de Peri-Mirim entrega projetos ao Prefeito do município

A Academia de Letras Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), entidade que atua na promoção da cultura, literatura, artes e ciência; de grande expressão na formação das pessoas, no interesse da comunidade perimiriense., entregou, por meio de Ofício dirigido ao Excelentíssimo Senhor Prefeito de Peri-Mirim, HELIÉZER DE JESUS SOARES, 04 (quatro) projetos, idealizados pela ALCAP,  para que sejam incluídos no Plano Plurianual e na Lei Orçamentária Anual do município, os projetos são os seguintes:

1) II Concurso Artístico e Literário “Prêmio ALCAP Naisa Amorim”, premiação de alunos da rede municipal, nas categorias Desenho, Poesia, Crônica e Escola Criativa, com o tema “Os valores essenciais para a construção de um mundo melhor”;

2)  Clube de Leitura “Professor João Garcia Furtado” é um projeto de incentivo à leitura, que objetiva fomentar a leitura na comunidade perimiriense como uma prática social, bem como contribuir para a formação de uma nova geração de leitores;

3) Festival ALCAP de Cultura é um grande encontro de manifestações culturais que surge com o objetivo promover um evento democrático de ampla participação popular que incentive a prática e vivência da cultura como expressão artística, contribuindo para a difusão cultural e o desenvolvimento regional por meio da cultura tradicional e

4) Plantio Solidário considerando a crescente degradação ambiental e poluição dos rios do município de Peri-Mirim, como forma de colaborar com a preservação do meio ambiente, o projeto busca atuar no plantio de árvores nativas em áreas de degradação ambiental e preservação das espécies ainda existentes.

Os referidos projetos também foram encaminhados aos secretários de Educação, GISELIA PINHEIRO MARTINS; de Administração, PAULO SÉRGIO CORRÊA; de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, LUÍS EDUARDO FRANÇA TUPINAMBÁ e de Cultura, FRANK WDSON DOS SANTOS.

A ALCAP sente-se honrada em colaborar com o Poder Público no interesse da comunidade perimiriense. A execução dos projetos contam com a mão de obra e expertise dos acadêmicos da entidade, necessitando apenas de pequeno aporte financeiro, para consecução dos seus objetivos. A ALCAP agradece a recepção dos projetos que se deu em clima de confiança mútua.

A saga filosófica da turma de Peri-Mirim

Por Nasaré Silva

Amigos e companheiros

Chegou a vez de narrar,

Nossa saga filosófica,

Para entender e apreciar

Como estudar filosofia

É labor no dia a dia

Foram 5 anos sem parar.

Tudo começou em um dia

Na SEMED de João Batista

Reunido com Heráclio

Professor, conferencista,

Klaus, gigante no saber,

Todos juntos no empreender

Sei que são cientistas.

O sonho do perimiriense

É uma educação de ponta.

Muitos já tinham tentado,

Porém, não deram conta

Mas eis em que um belo dia

Batista, Heráclio e companhia

E a filosofia desponta.

Nunca foi fácil, acreditem

Estudar em Peri-Mirim.

Muitos foram os percalços

Tivemos o bom e o ruim.

Porém, enfim, vencemos

Aos professores enaltecemos

O saber é um querubim.

Em 30 de abril de 2016

Foi nossa aula inaugural.

Que momento emocionante!

Palestrantes, no plural!

Doutores e pós-doutores

Ensinando novos valores

Tudo de forma maestral.

Por quarenta e nove alunos

Nossa turma foi composta,

Alguns desistiram, no entanto

Outros continuaram a aposta

Com a ajuda de tanta gente

Não paramos, fomos em frente

Em busca de uma resposta.

A primeira professora

É viva em nossa memória

Rita de Cássia, o nome dela,

Filósofa cheia de vitória.

Doutora em filosofia

Docente com maestria

Faz parte da trajetória.

Muitos outros professores

Do curso são partes inerente:

Lindalva, Castro, Fernandes

Luciano, quanta gente!

Marly a coordenadora

Nossa mãezona, preceptora

Nos incentivou: “sigam em frente”.

Como não falar de Plínio

Sempre a reger a orquestra?

Do estágio I, ao II

Na arte, em grandes palestras.

Ensinando-nos novas lições

Enternece nossos corações,

Onde se apresenta, tem festa.

Professor Flávio chegou

Parecia meio durão

Qual nada, meus amigos

Conosco dividiu o pão,

Acendeu a luz da caverna

Iluminou nossa parte interna

O professor é só emoção.

Preciso falar de Lindalva

Linda como uma flor

Sempre gentil e amorosa

Sua alma irradia calor

Fez-nos perceber enfim,

Que sem ajuda tudo é ruim

Precisamos plantar o amor.

Diogo chegou aqui

E nos fez estremecer.

Trouxe no pescoço crachá

Nossa força a esmaecer.

Na campanha de vice-reitor

A todos ele encantou

Nos unimos para Façanha vencer.

Portela e a sua Lógica

Chegou e arrebentou,

Uma perna de seus óculos

Nossa cabeça pirou.

Deu sete para todo lado

Mas por fim, fomos aprovados

Glória a jesus Salvador

Não posso esquecer de Hamilton

Teoria do Conhecimento

Fiquei roxa, indignada

Quase a turma se arrebenta

Pensei logo em desistir

Mas Deus me fez insistir

Ufa, acabou o tormento.

Ticiane nos fez brincar

Com a vassoura na mão.

Eita disciplina boa

Brincávamos a rolar no chão.

A prova não foi legal

Nos enganamos, afinal,

deixou aluno na contramão.

 

O professor de Hermenêutica

Era lindo pra chuchu

Teve aluna caidinha

Brilhava que só abajur

Ensinava maestralmente

Era muito bom de mente

Wandeilson era só glamour

 

O meu amado professor

Que jamais posso esquecer

Lincoln é o seu nome

Deu logo seu parecer

Arendt me apresentou

Foi à primeira vista, amor

Sinto a alma enternecer.

 

Nosso professor Almir

Deu show de capacidade

Trabalhou com disciplinas

Ressaltando “humanidade”

Miniolimpíada um sucesso

Peri-Mirim é só progresso

Nessa contextualidade.

 

Nosso querido Gastão

Gerou em nós simpatia

Nos unimos mais e mais

No campo da analogia

Por não ser a nossa praia

Um cigarrinho de palha

Nos causou certa apatia.

 

Itanielson ajudou

A compor a trajetória

Do curso de Filosofia

Nosso momento é de glória

Foram tantos professores

Quase sempre eram doutores

Rumamos para a vitória.

 

Conceição e Ana Zilda

Conosco também somaram.

José Ribamar, Deus me livre

Alunos, zero tomaram

Cinco desistiram num dia,

Era aquela gritaria

Nem todos se conformaram.

 

E assim fomos seguindo

Uns tristes, outros contente.

Tinha professor bem bonito

Que nos irradiava a mente

Outros sem alteridade

Distribuíam temeridade

Mesmo assim, fomos em frente.

 

Chegou professor Façanha

E a todos nós encantou

Com seu sorriso sereno,

Ensinou sobre Rousseau

Voltaire e D’Alambert

Tudo era só mister

Que até Naiara assustou.

 

A nossa turma formou

Cinco equipes bem valentes.

Cada uma tinha um nome

Não os guardei na mente

Lembro apenas da minha

“Esmagai a infame” tinha

Cinco alunos competentes.

 

Walterlino, meu amigo

Por toda a turma amado.

Naiara escrevia tanto

O que ditava Agnaldo.

Kelisson brigava comigo

Querendo invalidar o meu dito

Era um arranca rabo danado.

 

A equipe “Ousar Saber”

É de júnior de Butilho

Trabalho árduo, sua meta

No almoço, éramos seus filhos

Saboreando ‘arroz de bicha’

Nossa barriga espicha

Não achávamos empecilho

 

Adelaide e Minervina

Sua equipe é de Rousseau

Falaram tanto do filósofo

A turma até decorou.

Sandra, filósofa porreta

Conceição fazia careta

Maria Ribamar se enturmou.

 

A equipe de Darlene

É o “Existencialismo”

Cintia e Rosilândia

Não usam de conformismo

Kerla e Antônia, são

Pensadoras de Platão.

Em busca do academismo.

 

Jucinalva, Ieda e Ely

São de uma outra estirpe

O grupo não sei o nome

Porque ninguém no zap disse

Mas Rosinete fez parte

O outro nome é uma arte

Mas todos formaram equipe.

 

Peço desculpas aos alunos

Se aqui não foram citados

Porém são todos importantes

Deixo bem ressaltado”.

Vamos nos unir sempre mais

Vejam os exemplos, os sinais

Do sucesso conquistado.

 

Diante de tudo isso,

Gostaria de frisar

A coordenadora Marly

Vive a nos prestigiar.

Sua presença é sublime

Nossa turma é o seu time

Está na aula a desfrutar.

 

Nosso muito obrigado

Aos professores presentes

Também aos nossos amigos

Sempre estiveram com a gente

Nossas famílias, então,

Elas são o nosso chão

O baluarte, de Deus o presente.

 

Flávio Luiz e Lindalva

Quanta honra tê-los aqui.

Nesta aula da saudade,

A nossa mestra Marly.

“Coração de estudante”

Nossa música cativante

Lembraremos sempre de ti.

 

Encerremos estes versos

Que ficarão há história.

Lembramos de muitas coisas

Guardadas na memória

Sem luta jamais vencemos

Vamos em frente e lutemos

Em busca de mais vitória.

ADMINISTRADORES DE PERI-MIRIM

1) Ignácio de Sá Mendes – Intendente (1920 a 1921)

2) Antônio Raimundo Marques de Figueiredo – Intendente

3) Manoel Miranda – Interino

4) João Capistânio Gomes de Castro – Interino

5) Raimundo Botão Mendes – Interino

6) Vilásio Pires – Interino

7) Vicente Soares Silva – Interino

8) Secundino Furtado – Interino

9) Marcionílio Antônio Marques (1942 a 1945)

10) Agripino Álvares Marques (1946 a 1949)

11) Naisa Ferreira Amorim (1950 a 1952)

12) Agripino Álvares Marques (1953 a 1958)

13) Tarquínio Viana de Souza (1959 a 1961)

14) Agripino Álvares Marques (1962 a 1965)

15) Jorge Antônio Maia – Interino

16) José Ribamar Martins – Zé Bacaba (1966 a 1969)

17) Clovis da Silva Ribeiro – Interino

18) Ademar Peixoto (1970 a 1972)

19) Deusdete Gamita Campos (1973 a 1976)

20) João França Pereira (1977 a 1982)

21) Benedito de Jesus Costa Serrão (1983 a 1988)

22) Carmen Martins (1989 a 1992)

23) Vilásio França Pereira (1993 a 1996)

24) Benedito de Jesus Costa Serrão (1997 a 2000)

25) José Geraldo Amorim Pereira (2001 a 2008)

26) Afonso Pereira Lopes (2009 a 2012)

27) João Felipe Lopes (2013 a 2016)

28) José Geraldo Amorim Pereira (2017 a 2020)

29) Heliezer de Jesus Soares (2021 a 2024)

30) Heliezer de Jesus Soares (2025 a 2028)

Palavras: ditas e não ditas

Por Sodré Neto

Um bom começo pode ser extraído do conto de Guimarães Rosa, A terceira margem do rio, ao dizer que “nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação”. Assim era Zé Santo, a quem peço vênia para chamar, a partir de agora, de Papaizão.

Nascido em 2/2/22, natural de Palmeirândia e criado na Jurema em Peri-Mirim, Papaizão, aos dezoito anos, já assumia as rédeas da família em virtude da perda de sua mãe. Aqui, percebo que a precocidade de sua paternidade permitira o desenvolvimento de tudo o que se sucedeu. Os acontecimentos não foram fáceis, mas, para ele, não precisavam ser. “Mar calmo nunca fez marinheiro experiente”. E, assim, a vida o fez um almirante de primeira!

Comunicar não é sair verbalizando tudo e Papaizão sabia disso como poucos. Lembro-me dos momentos em que nos sentávamos todos à mesa para almoçar – vestidos com camisa, é claro! – e, por alguma ou outra razão, começámos a tagarelar. Evidente era o desrespeito àquela hora sagrada que ele ensinara com seus agradecimentos silenciosos sobre o prato de comida. Bastava que ele repousasse a sua colher sobre o prato para sabermos que o limite havia sido ultrapassado. Se ele levantasse a vista, pronto! A vergonha se instalava entre nós.

Mas nem sempre gestos são suficientes e palavras precisam ser ditas. Ele também sabia disso. Aliás, em toda nossa história, acabei não conseguindo descobrir o que ele não sabia. Mas voltemos às palavras. Com a precisão de um neurocirurgião, Papaizão proferia, sussurrava e até disparava palavras, tamanha era a sua destreza com elas. Com o tom perfeito para cada ocasião. Não me lembro de tê-lo visto gritar com alguém que estava perto. Não porque lhe faltava capacidade ou estridência, mas porque lhe sobrava sabedoria.

E, ainda tratando das palavras de Papaizão, me lembro das muitas histórias contadas quando nos sentávamos num mocho para que ele cortasse os nossos cabelos. Do que não me lembro – porque não acontecia – era dele repetir os contos, salvo se houvesse pedido nesse sentido.

Não posso deixar de mencionar que Papaizão não confrontou o tempo, como muitos de nós o fazemos. Eles se aliaram. Lembram daqueles almoços sagrados em silêncio? Pois é, continuaram sempre sagrados, mas deram lugar a risos e boas conversas. As inarredáveis rugas se apresentaram no rosto, mas a velhice nunca lhe tocou o coração.

As conversas e histórias sobre a sua meninice não saíram de cena. Entretanto, surgiram piadas sobre Barack Obama. Ele viveu em um tempo atemporal. E, se vivesse mil anos, falaria de carros voadores como conversava sobre uma plantação de maniva.

Enganam-se aqueles que acham que sua sabedoria se esvaiu com seu corpo. Hoje, a sua descendência fala – ou cala! – seguindo os passos de Papaizão. Não com a mesma habilidade, é bom que se diga. Carregamos marcas indeléveis de sua educação, de seu caráter e de sua integridade.

Com estas reflexões sobre as palavras, por pertinência, registro os parabéns pelos 3 anos da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense, trazendo as lembranças do nosso estimado patrono da cadeira nº 24, José dos Santos.

Encantos de Minha Terra

Vou falar um pouquinho do meu folclore popular, nomes de muitos artistas que vivem a encantar.

Peris terra abençoada, já foi narrada em rimas e em versos cantada por França, Paim e Santiago sempre é bem representada.
Nossa cultura por todo Maranhão é levada pelo Carlos Pique e o Antônio João que sempre cantam coisas vindas do coração.
Nas noites estreladas, a mulherada muita saia girava e ao som do tambor na roda entravam. Dona Antônia, dona Rosa e ainda tem a Maria que com seu rebolado deixa gente de olhos arregalados.

Se quiser conhecer as foliolas do Divino, Dona Nicinha vai tocar, na frente dela um imperador e imperatriz estão sempre a lhe honrar, mas se quiser conhecer um forró de caixa, meu bem vou lhe sugerir o de JJM com ele qualquer chão treme.

Às benzedeiras daqui estão sempre de seu povo a cuidar, mas teve uma que deixou seu nome na história deste lugar. Dona Morena assim era chama e 3 folhas de pião ela usava. Tirava quebrante espantava a mofina, hoje temos Dona Nair que nos recebe com muita alegria.

Neste dia do folclore minha gratidão venho externar ao povo que contou nossas lendas e tornou nosso ditado popular. Não posso esquecer das brincadeiras que vivem a nos ensinar, do pião, da amarelinha, pular corda como se a rua fosse minha.

Brincar de roda e de ciranda pular elástico na varanda. Ainda tenho muito a falar de pessoas como Diêgo, prof.ª Gisa, Eni, Nazaré e Tatá poetas da nossa terra que em versos estão sempre a narrar.

Aqui tem gente que canta como Eliane Dantas, tem gente que toca e gente que dança. Esta é minha cultura popular, foi um prazer vim lhe apresentar, espero que para as futuras gerações possam levar este é um trabalho de resgate e aos mestres vou dedicar.

QUERIDO DIÁRIO..

Hoje eu vou falar de memórias, falar de saudades…
Tudo começou no ano de 2016. No dia 30 de abril de 2016.
Era um período de chuvas na nossa baixada, a lua fazia quarto crescente…
Um dia que ficou registrado na nossa memória…
Sala cheia ,
Burburinhos,
Expectativas,
Sonhos…
Aliados a tudo isso, surgiram às dificuldades:
Medo
Perdas
Inseguranças
Ansiedade
Desistências…pessoas ficaram pelo caminho…sonhos interrompidos.
E veio talvez, o maior desafio da caminhada. A pandemia , a pandemia da covid 19:
Medo, muito medo,
Isolamento,
Distanciamento,
Mudança de metodologia,
Adequação às aulas remotas,
Ansiedade,
Vontade de desistir…Mas os colegas, as famílias surgiram como anjos e nos reanimaram. A corrente de energia positiva emanada nos sustentou até aqui.
Querido diário não foi fácil…
Mas aprendemos tantas coisas…
Aprendemos sobre comportamento humano, talvez a mais difícil das engenharias, porém fundamental para a nossa convivência.
Os caminhos trilhados no curso de filosofia nos moveram a ter uma consciência lúdica na busca de conhecimento. Capacitou-nos para a leitura, para a pesquisa e escrita, além de desenvolvermos um raciocínio abstrato, espirito investigativo e interpretativo.
E como não falar dos professores e orientadores que estiveram esse tempo todo conosco?
Estes cada qual com seu saber, nos ajudavam a traçar a estrada do nosso futuro. Sem eles seria impossível chegarmos até aqui.
Querido diário…Hoje nossa alegria se mistura com a nossa tristeza o sorriso com as nossas lágrimas.
Simplesmente porque, fechar o capítulo de um livro é muito difícil ,principalmente quando se está inserido na história, fazendo parte dela como um dos principais personagens.
Muitas vezes comentamos:
Esse dia nunca chega!!
Mas essa dia chegou!!
E vocês podem me perguntar sobre esse tempo…Quais as melhores lembranças que você irá levar? E eu vou responder:
Vou levar as amizades ,
As lembranças ,
O jeito sapeca de cada um ou o jeito ranzinza do outro,
As manias de cada professor,
Os puxões de orelhas,
Levarei principalmente o conhecimento, as experiências e o saber de cada um,
E uma oração de gratidão…
Muito obrigada!

PLANTIO SOLIDÁRIO: Baobá de Maria Sodré

Por Cleonice

A Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP) lançou no dia 29/02/2020 um projeto intitulado: Plantio SolidárioJoão de Deus Martins”. A primeira etapa do projeto prevê que cada membro da ALCAP deverá plantar uma árvore duradoura em homenagear ao seu patrono.

Para representar a patrona da Cadeira 09 da ALCAP, Maria José Campos Sodré Ferreira, foi escolhida a árvore Baobá (Adansonia digitata), cuja muda foi adquirida em São Paulo, pois, o único exemplar na Baixada Maranhense, que se tem notícia, está em São Vicente Férrer. Foi tentada, sem êxito, a germinação das sementes do Baobá pela equipe do Dr. Gusmão Araújo, professor do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão.

O baobá é uma árvore que fascina povos de todo o mundo, no Brasil ela tem uma forte relação com a religiosidade do povo, sobretudo o de matriz africana. É a árvore-símbolo do livro “O Pequeno Príncipe” que foi escolhido como a primeira obra do Projeto Clube de Leitura da ALCAP.

Maria Sodré deixou um grande legado de amor à natureza, inspirando seus descendentes como sua filha Sheila, seu filho Tozinho Sodré e  sua nora Ana Cléres, que se encarregou de cuidar da planta com amor e carinho.

A muda de baobá foi plantada no Sítio Boa Vista em Peri-Mirim, no dia 12 de março de 2021.  Estima-se que  daqui a 15 anos os primeiros frutos possam ser saboreados.

Raimunda França

Por Edna Jara Abreu Santos

Patrona da Cadeira nº 25 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Edna Jara Abreu Santos. Nasceu em 1919 davam-se o fim da 1ª Guerra Mundial e vinte anos depois (1939) davam-se início à 2ª Guerra no mundo. Já no Brasil, o ano de 1934 foi considerado o divisor de águas na história devido as inúmeras alterações que Vargas fez no país tanto no setor social quanto no setor econômico. Criou leis que beneficiaram a educação, saúde, trabalho e cultura, o qual ficou conhecido como a promulgação da Constituição brasileira.

E nesse cenário, nascia nesse mesmo ano (1934) no interior do Maranhão, em 05 de fevereiro, a Raimunda França na Povoação Macapá atual Peri-Mirim, filha de José Valeriano França e Atanázia Martha França, naturais e residentes desta cidade, sendo a segunda mais velha dos 6 (seis) filhos do primeiro casamento da sua mãe.

Atanázia Martha França, sua mãe, era doméstica e vinha de uma linhagem de 6 (seis) filhos de João Francisco dos Inocentes e Francisca Romana da Silva, casal que vivia maritalmente, porém não eram casados no Civil. Os seus irmãos eram: João Príncipe dos Inocentes, Francisca Paula dos Inocentes, Hilário Bispo dos Inocentes, Marcolina Rosa dos Inocentes e Juvencio Raimundo dos Inocentes.

Grande parte da povoação que até 1943 se chamava Macapá pertencia ao seu bisavô passando para seu avô João Francisco dos Inocentes – conhecido como “Carabá” (redução de “cabra brabo”) – o qual fez as doações de terras, ainda em vida para seus seis filhos.

Já o seu pai, José Valeriano França, herdou dos pais Inocencio França e Petronila França grande parte do Povoado Portinho (residia onde hoje é conhecida a Passagem dos padres) e a sua esposa Anastásia era dona das terras das proximidades do Povoado Conceição (da ponte de Anastácio para o centro). Com o passar do tempo, foram vendendo grandes lotes de terras por pequenas quantias. Sem saberem ler nem escrever deixavam as suas digitais em documentos de venda e transferências de terrenos e muitas vezes eram enganados por quem tinham estudos e más lábias. E assim foram perdendo terrenos e consequentemente ficando pobres.

José Valeriano, era moreno, lavrador que faleceu em casa aos trinta e seis anos mais propriamente em 01 de julho de 1946. Teve seis filhos com Atanázia, assim sendo: Raimunda, Antônia, Maximo, João, Floriano e Maria dos Inocentes França. Não deixou testamentos nem bens a inventariar. Atanázia se casou novamente e teve mais três filhos.

‘Raimunda de Atanázia’ como era conhecida na cidade, estudou a cartilha do ABC que hoje consideramos o 1º Ano. A criança, o adolescente, ou até mesmo o adulto que concluía a tal cartilha era considerado alfabetizado. E era o maior nível de ensino na época.

Na cidade não havia médicos nem hospitais; quando se tinha alguma enfermidade que os remédios caseiros e os macumbeiros não conseguiam a cura, os doentes precisavam ser transportados em redes ou a cavalos até cidades vizinhas como São Bento, Pinheiro e de canoa para São Luís. Sem vacinas e antibióticos as doenças dizimavam milhares de seres humanos inocentes.

Tinha doze anos quando foi eleito Prefeito o Sr. Agripino Marques (1946 a 1949), que muito trabalhou nos seus quatro anos de governo. Não havia estradas, e o único meio de locomoção era na sela de um cavalo. Aliás, quem possuía um cavalo de “sela de cilico” tinha-se como barão. O prefeito Agripino Marques mandava abrir caminhos nas estradas, assim aconteceu com o Campo de Pouso que era mata fechada com apenas um caminho estreito no meio. Construiu o prédio da atual Prefeitura que servia também de escola.

Ainda jovem, Raimunda foi duas vezes a São Luís; era uma viagem de canoa que demorava dias e noites e tinham como acompanhantes indesejáveis as temidas muriçocas.

No tocante à juventude de Raimunda sentiu que precisava de liberdade então decidiu sair de casa, pensou que deveria buscar formas para viver melhor a sua vida, já que o estado de pobreza extrema imperava na cidade onde nascera. São tantas possíveis justificativas que a fizeram sair de casa, no entanto, o que buscava mesmo era a sua liberdade, ser independente. Porém, mal ela sabia que ao sair de casa, teria um futuro de muita dor e miséria com os seus nove filhos. Três destes vieram a falecer por conta de complicações na gravidez e no parto e em razão da falta de recursos médicos e hospitais, todos os serviços de pré-natal e parto eram feitos pelas mãos das parteiras em suas próprias residências.

Criou os seus seis filhos sem as assistências dos pais, visto que, eles foram concebidos por pais diferentes e muitos dos filhos cresceram, se tornaram adultos sem saberem quem eram os seus ascendentes.

Desde cedo teve que assumir o difícil papel de ser mãe e pai, se preocupando com as terríveis doenças e com a tão preocupante fome e miséria fazendo muitos sacrifícios para criá-los. Talvez por isso tinha uma postura rígida com as proles, ou era apenas um reflexo das judiações e dos hábitos brutos dos seus próprios pais.

Logo após o nascimento dos filhos, ela pedia um caderno e lápis à parteira e escrevia apenas os seus nomes, data e hora do nascimento, depois guardava aquelas anotações como forma de registro. O registro civil em Cartório saia caro e a viagem para o Município de São Bento era muito difícil. Por essa razão, quando tinha a possibilidade de pedir ajuda a algum candidato a Prefeito ou vereador e conseguia a ajuda ela tirava as certidões de nascimento dos filhos.

Todos os filhos tinham a obrigação desde cedo de ajudar o (s) pai (s) ora na roça, ora nos afazeres domésticos e na criação dos irmãos menores.

A sua primeira casa foi erguida com muita dificuldade assim como todas naquela época em que hoje é conhecido o “Caminho da frieira”. Colocavam nos quatro cantos os esteios e para cercá-la formando as paredes eram colhidas e abertas as “pindovas brabas” que são conhecidas como palhas verdes, encontradas na mata das famílias das palmas.

De tempos em tempos havia a necessidade de repor algumas dessas palhas que secavam e apodreciam. Para cobrir as casas utilizavam as palhas secas estaladas, ou seja, abertas, os cômodos eram divididos em duas partes, assim sendo: sala e quarto. As duas únicas portas eram fechadas com “mensabas” e não havia janelas. A cozinha fazia-se na sala, suas louças eram escassas, fazendo jus a falta de alimentos e simultaneamente à fome. Enfincada no chão batido da casa havia uma forte estaca de três pontas com um pote que se armazenava água do poço, havia uma panela, um caldeirão, “caiambucas”, cuias feitas de cabaças que serviam de pratos e colheres na contagem exata com números de pessoas e ao meio diversas redes penduradas nos esteios de ponta-a-ponta.

Aprendera a “sacudir barriga” de mulheres grávidas, ou seja, ‘mexia’ na barriga para ver a posição dos fetos, tamanhos, data do possível nascimento e foi parteira algumas vezes também.

Raimunda viveu por 81 anos (03/05/2015), era vigorosamente protestante e sem dúvidas uma mulher virtuosa, que dedicou sua vida em prol dos seus filhos. Lutou contra a pobreza extrema há mais de seis décadas de sua existência e só depois de se aposentar pelo Sindicato dos trabalhadores rurais que conseguiu construir uma casa de barro para morar.

Esta é uma singela homenagem a esta mulher guerreira, que com seus braços nus ajudou de alguma forma erguer a cidade de Peri-Mirim e/ou contribuiu para o seu crescimento. Em reconhecimento às suas lutas, grandeza e valor a esta verdadeira filha de Peri-Mirim demonstro aqui a minha eterna saudade e gratidão.

Jarinila Pereira Campos

Por Adelaide Pereira Mendes

Patrona da Cadeira nº 11 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Adelaide Pereira Mendes. Nasceu no dia 28 de maio de 1929, no Município de Peri-Mirim-MA, nasceu uma linda menina que recebeu o nome de Jarinila, filha de Benedito Pereira e Sebastiana Gomes de Castro Pereira, teve quatro irmãos e três irmãs. Aos seis anos de idade, foi para companhia de seus pais adotivos Sr. Raimundo Leocádio Corrêa e Florinda Castro Alves Corrêa, os quais faleceram em 1978 e 1979. Foi alfabetizada em casa pelos seus pais adotivos e, do 1º ao 5º ano – antigo primário, cursou na cidade de São Bento, na Escola Paroquial, sob a direção da professora Luciana Ramos Batista.

Depois que término do seu primário em 1945, deixou de estudar cinco anos por falta de condições financeiras de seus pais adotivos e, durante esse período, trabalhou como Professora Leiga na referida cidade de “São Bento”. Em 1950 foi para São Luís em companhia de seus pais adotivos a fim de continuar seus estudos mesmo com muito sacrifício. Nesse mesmo ano começou a trabalhar durante o dia no Laboratório Jesus, à noite iniciou Curso Ginasial fazendo o Exame de Admissão, a 1ª série no Colégio São Luís, os demais anos, no Liceu Maranhense.

Fez o Normal na Escola Normal, formando-se em 1957. Em 1958 foi nomeada para trabalhar em São José de Ribamar onde lecionou quatro anos no Convento:  depois foi transferida para São Luís, trabalhou no Grupo Escolar Sotero dos Reis. No dia 17 de dezembro de 1963, casou-se com o Sr. Deusdete Gamita Campos, como não foi genitora, o casal decidiu adotar como filho uma criança a qual passou a ser chamado José de Jesus Pereira Campos, que por sua vez estudou e lhe agraciou com os seguintes netos: Romário Willian Amorim Campos, Deusdete Gamita Campos Neto, Maria Elis Campos e Jhonatan Silva Melo.

 Removida para sua terra natal como Professora trabalhou no Grupo Escolar “Carneiro de Freitas”, turno matutino. Em fevereiro de 1977, foi chamada e enquadrada como Professora de 1º Grau, Classe A – referência I. Desde a fundação (1968) do Ginásio Bandeirante ela exerceu duas funções: de Diretora e Professora até 1980 quando foi extinto e emancipado para a Instituição Roquete Pinto (CEMA).  Com a extinção dessa Unidade de Ensino, foi contratada para trabalhar no Supletivo o 1º grau à noite exercendo a função de Diretora.

Em 1979 foi convidada pelo Secretário de Educação para fazer o Vestibular da FESMA com a finalidade de uma Licenciatura Curta em Pedagogia e Administração Escolar. Foi aprovada, e no dia 25 de janeiro do mesmo ano ingressou na Faculdade de Caxias, concluindo e colando Grau no dia 02 de maio de 1980. No dia 26 de dezembro do mesmo ano foi transferida de cargo, assumindo área de Administração Escolar, classe A, referência VII. Durante esses períodos de atividades nunca deixou de se qualificar participando de seminários, cursos e outros eventos.

Fez os seguintes Cursos:

Diretores de Ensino Médio de 1º a 10 /07/1968 – 70 horas.

Matemática Moderna de 08 /01 a 03/02/1968 – 150 horas.

Formação Pedagógica de 1º a 31 /06/1969 – 200 horas.

Ensino Global de 06/01 a 01 /02/1969.

Treinamento de Liderança de 26 a 30 /12/1971 de 1º a 10 /07/1968 – 70 horas.

III encontro de Unidades Bandeirantes de 10 a 12 /127/1975 – 24 horas.

III Encontro Livros Didáticos de 13 a 15 /12/1976 – 24 horas.

Seminário sobre Reforma de Ensino de 25 a 29 /10/1976 – 40 horas.

I Curso de Pessoal de Apoio de 08 a 10 /09/1976- 24 horas.

Curso Formação Religiosa de 02 a 07 /02/1976- 36 horas.

Seminário para Diretores de Unidade Bandeirantes de 28/11 a 02 /12/1977-40 horas.

Curso de Atualização em Avaliação e Planejamento de 20 a 24 /06/1977-40 horas.

V Encontro Livro Didático de 25 a 27/09/1979-24 de 28/11 a 02 /12/1979-40 horas.

Curso de Aperfeiçoamento de Professores de 5º a 8ª série de 13 a 31/07/1978.

Porém, a nossa vida é uma dádiva de Deus, então nos lembramos deste como exemplo de mulher, esposa, e Mãe, ensinou não só o seu filho como tantas e tantas crianças a seguir no caminho certo, digno e verdadeiro, enquanto pôde, foram incapazes de baixa os braços, a cabeça para a luta que Deus lhe ofereceu, mulher com princípios fortes, tratamento especial para todos. Faleceu no dia 18 de junho de 2015, deixando seu legado que muito contribuiu para nossa Cidade e para os cidadãos Perimirienses  Dona: Jarinila Pereira Campos tinha uma habilidade ímpar de lidar com as pessoas.

Júlia Silva

Por Elinalva de Jesus Campos

Patrono da Cadeira nº 27 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Elinalva de Jesus Campos. Natural do município de Peri-Mirim, nascida no dia 28 de julho de 1919. Filha do casal Águida Botão Silva e Luís Silva. Seus pais a criaram no povoado chamado Serra hoje considerado um local extinto devido a migração de seus moradores para outros locais em busca de melhores condições de vida.

Júlia ficou conhecida popularmente como “Júlia da Serra”, titularidade adquirida devido ao local onde residia. Familiares acreditam que em 1959 aos 40 anos de idade ela migrou com sua família para o centro da cidade saindo do povoado que ficava a quatro quilômetros de distância e foi formado por integrantes de uma mesma família, após sua mudança para o centro e com a extinção de seu povoado, Júlia passou a ser referência no município como fonte de saber e informações sobre essa localidade.

A família da Dona Júlia era devota de Santa Terezinha por ser a santa que sua comunidade celebrava e festejava e assim como as pessoas de lá se deslocaram para outros locais com eles também saíram, costumes e tradições como a festividade religiosa que teve acompanhamento da missão canadense e que hoje é celebrada pela comunidade Campo de Pouso, pois é nessa capela que a Santa Terezinha trazida pelos moradores é festejada seguindo uma tradição que sobreviveu ao tempo e a extinção de muitas lembranças.

Júlia da Serra não foi alfabetizada e sempre trabalhou no cultivo da terra, ou seja, era lavradora, além do serviço braçal na roça fazia também suas atividades domésticas e cuidava de sua família. Ela nunca foi casada e teve quatro filhas dedicando seu tempo livre para educá-las.

Suas filhas são oriundas de relações diferentes: Marilda (in memoriam) e Matilde são filhas do seu Osvaldo; Maria de Jesus e Domingas são filhas de Raul Mendes. Após crescerem e construírem família duas delas permaneceram na cidade e outras duas fixaram morada em São Luís capital do Maranhão.

De suas filhas a Dona Júlia ganhou dezesseis netos que são; Maria Lucinda, Claudenice, Carlos, Claudinel, Claudia Regina (in memoriam), Claudilene, Claudenir, Jailton, Edmundo Filho (in memoriam), Edmeyre, Jerferson, Poliana, Paloma, Elieide, Silvancilda e Edglébson. Netos estes pelos quais a avó possui afeto e um carinho enorme vivendo sempre rodeada de muito amor e cuidados.

Além dos netos, Júlia tem os seguintes bisnetos: Kedson, Rhayanne, Jhonata, Ana Carolina, Paulo Henrique, Carla, Kauany, Junior, Agatha Carolina, Alice Sofia, Jailton Júnior, Iara, Rebeca, Isabela, Ana Lívia, Rafael, Thamyla, Sâmilla, Caio Nohan, Cássio, Margarida, Kerllyson e Kelly. Tem nove tataranetos, Rhayk, Kayla, Yamilla, Enzo, Ana Julia, Maria Clara, Maria Eduarda (in memoriam), Pedro Kauã e Dhyovana.

No livro Curiosidades Históricas de Peri-Mirim, o autor fala um pouco de Júlia e de seu povoado do qual carinhosamente recebeu seu apelido.  Ela faleceu em 01 de julho de 2015 com seus 96 anos.