A mulher do lençol branco

Autor: Diêgo Nunes Boaes

Algumas noites, a partir das vinte e uma horas, uma mulher misteriosa aparecia em alguns locais da cidade, com os pés descalços, com uma boneca na mão e com um longo lençol branco que lhe cobria da cabeça até parte da perna, na parte de cima, parecia um capuz, e para baixo um verdadeiro vestido.

A mulher do lençol branco aparentava ser de alta estatura, magra, branca, a cor de seus olhos não dava para saber, pois alguns temiam encostar, até mesmo para algumas indagações, ela não trocava palavras com ninguém, só vivia andando a noite toda, sem paradeiro certo, era verdadeiramente uma desconhecida da nossa cidade.

A partir de suas andanças sobre a cidade, vinham diversas indagações sobre quem seria a suposta mulher do lençol branco, uma variedade de nomes foi surgindo, mas alguns prevaleceram, alguns achavam que era uma menina que tinha problemas mentais que andava nas ruas de Peri-Mirim durante o dia, mas por ela ser de baixa estatura e de cor negro, a hipótese de ser ela foi logo descartada. Outra ideia muito próxima era que pudesse uma usuária da Rua da Murtinha, uma rua de um dos bairros de Peri-Mirim, onde concentra várias bocas de fumo, por ser alta, magra e branca, mas também foi descartada, pois a noite ela sustentava seu vício.

Por fim, a mais mirabolante de todas, que seria uma policial federal disfarçada, que sua arma estava dentro da boneca, mas nada comprovado, só sabemos que ela ronda as noites tranquilas da calma Peri-Mirim. Esse ser, só aparece às noites, não sabemos seu roteiro, nada fala, só olhamos a sua serenidade e seriedade. Aí fica a pergunta que não quer calar, e nos dar medo de a ela perguntar: será que é real ou assombração?

Remendos

Autora: Eni Amorim

Bem que a gente poderia remendar o tempo,
Fazer remendos em cima dos erros,
Para poder corrigi-Los;
Saturar o perdão,
Na alma de quem magoamos;
Costurar nossos amores,
Bem pertinho do nosso coração;
Pregar nosso amor;
No coração de quem amamos;
Cozer nossas melhores lembranças,
No fundo do baú de nossa saudade;
Cersir a bondade sobre toda a maldade;
Bordar a felicidade,
Em todos os cantos da terra;
Remendar o coração quebrado,
Por decepções amorosas;
Pontear a esperança,
Em cima do desalento;
Fazer fuxicos de alegrias, para afastar as tristezas;
E,
Usando um termo mais atual,
Customizar os tecidos fragilizados da nossa vida,
Com as linhas imaginárias do tempo,
Pois só ele é capaz de, Remendar nossas feridas.

Um vírus… Em 2020!

Autora: Giselia Martins

Um vírus. Exatamente! Um vírus, o novo corona vírus, o COVID-19.
Um vírus que está entre todos mostrando que somos pessoas, apenas pessoas!
Um vírus que não escolhe onde ou em quem quer se instalar. Podem ser em negros, brancos, índios ou pardos; ricos ou pobres. Independente de sexo ou religião. Na verdade, esse vírus não escolhe cara, nome ou posição social.

Chegou de uma forma invisível e devastadora. De epidemia passou a ser uma pandemia. Instalou o caos em todo o planeta. Pessoas morreram e muitas sobreviveram; e o fim para muitos, mostrou grande dor. Já, para outros, um fôlego de alegria. E, até o momento, a incerteza e o medo tomam conta do mundo.

Porém, com essa pandemia pode-se aprender grandes lições, lições para a vida!
Não direi aqui qual a lição deixada. Não, a cada um de nós cabe a sua própria reflexão. Cada um aprendeu ou não com o caos causado em nossas vidas por este vírus avassalador.

Particularmente, quero expressar o que vem com tudo isso, a minha reflexão:
1. Sou mãe, sou filha, sou esposa, sou irmã, sou tia, sou madrinha… com isso, percebo que o que temos de mais valioso na vida é a família; que devemos nos aproximar mais de todos que amamos e estreitar os laços.
2. Sou professora amo o que faço e quanta falta o meu Ofício de Educar e de transformar pessoas me faz.
3. Tenho amigos! Sou amiga! E, quantas saudades sinto das conversas, dos risos, das tristezas e das alegrias compartilhadas.
4. Sou Cristã e acredito que, apesar de tudo que vivemos hoje, estamos sob os cuidados de Deus. Um Deus que tudo pode, que nos fortalece e que tudo cura.

Ainda fica um grande aprendizado para todos nós: que amemos mais E que sejamos mais humanos. Pois somos todos iguais. Ninguém é melhor que ninguém!

E, por fim, externo toda minha esperança por dias melhores com uma citação do livro O Pequeno Príncipe de Antoine Sant-Exupéry: “As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes”. Pois, se as pessoas se preocupassem mais em “construir pontes”, para que pudessem partilhar e compartilhar seus sonhos, seus aprendizados e conquistas, com certeza o mundo seria bem melhor. As pessoas seriam menos egoístas e, juntas, seriam mais fortes e, assim, haveria mais empatia uns com os outros.

O dia da multiplicação dos livros

Por Ana Creusa

Cada expedição do Fórum da Baixada é uma missão cercada de mistérios. Primeiro, é a dúvida quanto ao comparecimento dos que puseram o nome na lista, pois os encontros acontecem, quase sempre, na madrugada.

Essa dúvida atormenta os organizadores porque geralmente recebemos o transporte em cessão, o qual solicitamos na medida das inscrições.

Lembro-me que em uma das expedições solicitamos um ônibus para 30 pessoas, mas somente 17 guerreiros tiveram coragem de estar na Praça Maria Aragão às 04 horas da manhã. Resultado: o Fórum teria que ressarcir a diferença! Perdeu quem não foi, tivemos uma expedição memorável.

De outra feita, fomos ao Quilombo de Frechal, para participar de um evento promovido pelo Sebrae. O ônibus que iria nos aguardar no Porto do Cujupe, foi parar em Alcântara e nós, com a força de expedicionários, pagamos o transporte regular e fomos ao local. O Superintendente do Sebrae, o forense João Martins, não conseguiu almoçar até que chegamos ao local já eram mais de 13 horas.

Essa expedição foi considerada a melhor de todas, até agora, tivemos o privilégio de dormir na Casa Grande do quilombo do Frechal e participar de rodada de conversa com as pessoas do lugar, em uma noite de luar.

Porém, nada se compara em emoção à expedição a São João Batista ocorrida em 02 de dezembro de 2017 que se propunha relançar o Livro Ecos da Baixada naquele município. O primeiro lançamento ocorreu dia 14/11/2017 em São Luís. Não combinamos quem levaria os exemplares do livro para serem vendidos. Chegando lá, ficamos sabendo que tínhamos apenas 11 (onze) livros para serem comercializados para uma plateia de mais de cinquenta pessoas.

O desespero se abateu sobre o chefe do cerimonial, que me perguntava a todo o momento: – o que faremos? Deu-me um sono momentâneo, resultado da noite não dormida e do peso do comunicado iminente:  não haveria livros para vender. Minha irmã Ana Cléres que foi de Peri-Mirim para o evento, me despertou do cochilo em plena mesa de cerimônia.

Novamente o colega me abordou: – o que faremos? De repente, sem pensar em nada, disse a ele: – vamos sortear os 11 livros! Ele virou e disse: “boa ideia’. E assim procedemos. Outro colega, auxiliado por outros começaram a distribuir um pedacinho de papel para colocar o nome dos presentes e depois proceder ao sorteio.

Os onze livros encheram o salão e ninguém falou em comprar livros. Os colegas não falaram mais no assunto, até hoje. Nós forenses envolvidos nesse episódio criamos laços de amizade ainda mais fortes, pela parceria na resolução de um problema, que se avizinhava intransponível. Por tudo isso, eu trato esse episódio como “o dia da multiplicação dos livros”.

Como os livros estavam em meu poder para venda, fiz o depósito do valor corresponde aos 11 livros sorteados na conta da instituição.

Depois desse episódio, fizemos outras expedições a Matinha, Viana, São João Batista novamente, Bequimão (Expocapril e Paricatiua) e tudo voltou à quase normalidade, pois a agonia dos encontros na madrugada permanece.

Que venham mais expedições do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, pois temos que conhecer para amar essa bela região.

A Baixada descortina sua singular epopeia

Por Ana Creusa.

O lançamento do Livro Ecos da Baixada , que ocorreu no dia 14 de novembro de 2017, foi um marco na história da literatura maranhense, notadamente nos anais das letras baixadeiras, e revelou-se um evento grandioso para o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense – FDBM.

Importante destacar que o citado Fórum é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, o qual trabalha por sua região e por sua gente, visando chamar a atenção do Poder Público para os graves problemas enfrentados por aquele conjunto de municípios, bem como auxilia as comunidades locais a superarem obstáculos ao seu desenvolvimento.

O evento foi um “sucesso retumbante”, conforme relato de muitos participantes. Segundo o imortal, membro da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, foi “o dia em que a Baixada parou o trânsito da Avenida dos Holandeses, em São Luís”, algo inimaginável para os 32 escritores das crônicas e para a maioria dos baixadeiros ali presentes.

Na abertura, Simão Pedro, professor de música e natural de Matinha, interpretou o Hino Nacional e uma Canção em homenagem à Baixada, de autoria de Gracilene Pinto, natural de São Vicente Férrer, cujas crônicas o leitor pode encontrar nas páginas 156 e 191.

Em seguida, o “Poema para a Baixada Maranhense” foi declamado pelo seu autor, Hilton Mendonça, natural de Arari. O belo poema consta no introito da obra. Hilton também empresta o seu talento literário por meio de duas crônicas que poderão ser encontradas nas páginas 143 e 180.

Elinajara Pereira, natural de Bequimão, declamou o poema denominado “Ecos …”, composto por Rafael Marques em homenagem aos Ecos da Baixada e à sua amiga Elinajara, esta possui uma bela crônica, que pode ser encontrada na página 56.

 A Presidente do Fórum da Baixada, Ana Creusa, ressaltou a importância da união dos baixadeiros em prol da Baixada, e destacou que o Fórum é composto de pessoas com tendências e preferências, teorias, modelos e concepções políticas diferentes. Porém, o que os une é o sentimento único de amor à Baixada, que os torna irmãos. Os textos de Ana Creusa estão nas páginas 67 e 160.

Em sua fala, o primeiro Presidente do Fórum da Baixada, idealizador e organizador da obra, Flávio Braga, natural de Peri-Mirim, agradeceu aos ecoerios, como carinhosamente são chamados os cronistas, e ainda discorreu sobre a importância da obra Ecos da Baixada para região. As belas crônicas de Flávio estão dispostas nas páginas 83 e 98.

O Superintendente do Sebrae, João Martins, natural de Bequimão, demonstrou apoio ao Fórum da Baixada, do qual é filiado. Em sua fala, destacou a importância da obra “Ecos da Baixada”, a qual ajudará a Baixada a ecoar longe, inclusive em Brasília e outros recantos do Brasil, quiçá do exterior.

O Presidente da Academia Maranhense de Letras, brincou que os ecos da Baixada chegaram a Itapecuru, sua terra natal, e que a Baixada parou o trânsito de uma das principais avenidas de São Luís.

Natalino Salgado, com seu talento peculiar, brindou os baixadeiros com a crônica “A Baixada Maranhense e sua Vocação para a Grandeza”, que pode ser encontrada à página 35.  Como representante dos ecoeiros, saudou a todos. Em seguida, nos brindou com um texto dedicado a seu pai, matéria que evidencia o amor do seu genitor pela a sua bela Cururupu.

Em seguida foi servido um coquetel que, como se diz na Baixada “não deu para quem quis”.

Foi gratificante ver tantas pessoas disputando autógrafos, tirando fotos e fazendo selfies com os ecoeiros, numa verdadeira pororoca de emoções, como disse o ecoeiro Manoel Barros, natural de São João Batista, ao descrever o festival de emoções, envolvidas em todo o processo de lançamento do livro Ecos da Baixada.

Eis que a Baixada descortina sua singular epopeia, por meio dos Ecos da Baixada!!!

Texto de Ana Creusa Martins dos Santos, presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense à época do lançamento da obra. Com revisão de Hilton Mendonça, ambos cronistas do Livro Ecos da Baixada.

Texto publicado no site do Fórum da Baixada  no dia 20/02/2018.

O Convento das freiras canadenses

Autora Eni Amorim

Esse Convento, velho, maltratado, guarda histórias de uma pequena e pacata cidade chamada Peri-Mirim. Esse casarão, outrora imponente, fora construído para abrigar as freiras da Missão de Sherbrook (Canadá) na década de 60. Ficando o convento abandonado, meus pais foram convidados para tomarem conta dele, desde então iniciamos uma nova história da nossa vida naquele local. Papai (Jair Amorim), mamãe Inácia Amorim, eu primogênita, com sete anos de idade na época e mais quatro irmãos… Vivíamos assustados, a priori, pelas histórias de assombrações que emergiam do senso popular: diziam que o casarão era assombrado e que tinha uma freira de chamató (tamanco) que aparecia na calada da noite e corria pelo casarão fazendo um barulho ensurdecedor pelo toc, toc dos tamancos  e outras tantas histórias… (eu particularmente nunca vi nenhuma freira de chamató por lá…). Vivemos por lá cerca de 10 anos e foram tempos maravilhosos, tínhamos um quarteirão só para nós, era espaço suficiente para aprontarmos mil e uma peripécias… 
Após nossa saída do casarão, outras histórias continuaram a serem reescritas por outros atores, e, de repente, a notícia de que o mesmo seria destruído… E eu na minha insignificância juntei minha voz a todas as vozes dos filhos de Peri-Mirim para clamar que sejam feitos novos projetos que não sacrifiquem o velho casarão e sim, procedam a uma Reforma para que ali possa pulsar a vida que outrora pulsou. 
A história precisa continuar e os nossos representantes precisam ver as coisas com um olhar diferente, focado na cultura de um povo, afinal é para isso que nós os colocamos para nos representarem dignamente. 

Velho Casarão

Vendo-te definhar nas sombras das tuas ruínas, 
Remoto-me para o período da tua aurora juventude, onde reinavas majestoso na imponência do tempo.
Guardas em tuas ruínas histórias e lendas de personagens que habitaram dentro de ti; Histórias de amores e desamores, esperanças, alegrias, tristezas, angústias, perdas e reencontros, chegadas e partidas…
Nas histórias do senso comum que brotam da imaginação de uma gente humilde surge a lenda da ’’Freira de chamató’’ (tamanco). (Eis que na calada da noite uma freira de chamató passeia pelas varandas do casarão com seu toc, toc irritante.) Lenda essa que fez o casarão tomar uma conotação de ‘’Casarão mal assombrado’’.
Guardastes no teu abrigo: religiosos, trabalhadores, viajantes, vendedores e moribundos… 
Abrigas nas tuas entranhas histórias de muitos atores, cada qual com sua singularidade que lhe é peculiar.
Agora que a velhice chegou e que não tens mais o vigor de outrora, 
Jazes esquecido ao relento e aos maus tratos,

Não passas de escombros e de local para deposição de excrementos humanos e abrigo para os animais que perambulam pelas ruas da cidade.
E você, velho casarão, aguarda que o tempo complete o seu processo de oxidação, enquanto você figurará nos fragmentos de uma história nas névoas do tempo.

Artigo publicado no site do FDBM em 9 de março de 2018

Rotina do acaso

Crônica de Francisco Viegas, publicada no livro Ecos da Baixada.

Quando os raios de sol descortinam no horizonte e começam a bronzear as nuvens que se movimentam como fumaça levadas pelo vento é a anunciação de que o dia está chegando para cumprir o que de mais belo ocorre na rotina da natureza.

Os pássaros em revoadas brincam sem parar num vaivém de intensa alegria e cantam o prelúdio da vida em sintonia com o amanhecer.

A rotina que se desenha em cada alvorecer parece transbordar as medidas do possível que, em outros momentos, vão tomando forma e proclamam o que sempre acontece de um jeito ou de outro. Nada fica para trás sem que se cumpra o que tem de ser cumprido nos primeiros momentos da aurora. A natureza providencia tudo segundo a rotina da vida no espaço e no tempo. E a terra se entrega em produção e colore sua existência do que há de mais belo aos olhos das criaturas.

O fascinante impressionismo remete a todos a feitura do Grande Arquiteto do Universo, que não poupou esforços em criar o que de mais encantador existe debaixo do céu. Um pedacinho desse universo se chama de Baixada Maranhense. Nela foram colocadas, de formas ornamentais, ilhas, morros, rios, lagos, lagoas e uma infinidade de campos inundáveis a perder de vista.

Como é lindo olhar as graúnas e outros pássaros em voos miúdos e as japeçocas (japiaçocas) pousadas nas vitórias-régias, que dão um tom ornamental de uma beleza ímpar aos campos com centenas de outras flores. Na Amazônia as vitórias-régias chegam a medir um metro de diâmetro, com o aspecto de grandes sombreiros mexicanos, onde os peixes se abrigam da luz solar.

Peixes de pequenos portes praticam suas peripécias em saltos para abocanharem os insetos de seus interesses que estão descansando nos caules das plantas. E quando o pescador observa esse fato faz seu pesqueiro ali próximo para disputar, também, a sua sobrevivência com alguns pescados.

Os campos da Baixada Maranhense formam uma grande manjedoura que cria e acalanta a vida aquática a se repetir todos os anos enquanto a água perdura. Sem água, quebra-se a cadeia produtiva e o encanto da vida. E, se falta água, sobra sofrimento e desespero, que deixa a esperança do baixadeiro árida e prolongada até o próximo inverno.

O poeta José Chagas no Soneto 3 do seu livro Colégio do Vento, com sua criatividade, dá uma dimensão do que tudo isso representa em beleza e preocupação para os baixadeiros, mesmo ele sendo sertanejo:

O campo era um continuar de vida

a se estender pelo horizonte a fora,

e a paisagem se dava repetida,

tanto em seu pôr do sol, como na aurora,

com a luz sendo uma cálida bebida

a embriagar a vastidão sonora,

onde as aves em voo na paz erguida

cobriam de asas o seu ir embora,

e o azul era uma longa despedida

do tempo a consumir-se todo em hora,

para, fugindo assim, dar a medida

de tudo o que era pressa na demora,

e o quanto fosse solidão já ida

não mais voltasse como volta agora”.

Os prometidos Diques da Baixada pelas autoridades governamentais parecem obra de ficção. Passada a filmagem nada se concretizou a não ser a promessa. E, novamente, no próximo pleito eleitoral renova-se tudo mais uma vez, e até colocam máquinas para garantir, como quem garantia antigamente com um fio do bigode, o trato acordado.

A Barragem dos Defuntos localizada ao sudeste de Peri-Mirim, construída com o objetivo de manter a água doce nos campos e evitar a contaminação pela água salgada, que vem do mar, por diversas vezes, durante a estação invernosa sofria a ação das intempéries do tempo e tinha que ser socorrida com o fim de evitar a evasão fulminante da água, que descia ao mar formando caudalosos rios.

Para solucionar o desperdício e o rompimento progressivo daquele anteparo, o prefeito de Peri-Mirim contratava um homem experiente que soubesse liderar uma boa equipe de trabalhadores com o objetivo de sanar as avarias causadas pelas fortes chuvas. Essa labuta exigia dos trabalhadores um condicionamento físico de boa qualidade e muita dedicação no enfrentamento da tarefa, inclusive em condições inesperadas, com animais peçonhentos de todas as espécies e tamanhos, muriçocas e maruins a perturbarem o desenvolvimento do serviço.

Por volta do ano de 1956, meu pai era o líder de uma equipe que recuperava a barragem em ocasiões de acentuado inverno, quando um dos seus comandados foi mordido por uma cascavel pequena, que os companheiros mataram. Levaram o acidentado juntamente com o réptil para o líder avaliar o que fazer, haja vista que não havia soro antiofídico no local. A solução encontrada pelo líder no momento foi dar um brado no trabalhador, argumentando que uma cobrinha daquele tamanho não teria como molestar um homem novo e forte do tipo do acidentado. E não é que deu certo! – Além disso, foi espremido o local ferido para expulsar o veneno inoculado no sangue e lavado com uma pinga, superficialmente.

Naquela época os habitantes do município, principalmente os criadores de gado, cobravam do prefeito da cidade que cuidasse de manter a barragem íntegra para o bem dos seus rebanhos e o povo, por sua vez, também fazia coro nesse sentido com o intuito de garantir o sustento de suas famílias com o pescado.

Havia, portanto, um entendimento saudável entre a população e o Poder Executivo. A cada inverno os canoeiros e pescadores se juntavam para limpar os igarapés com o incentivo do prefeito que, mesmo sem gastar dinheiro para isso, parecia ter em mente a satisfação de lidar com o problema mostrando a eficácia desse trabalho.

Com os igarapés limpos os canoeiros praticavam menos esforços na movimentação de suas embarcações e as piabas usavam o caminho limpo e com água corrente vinda do rio Aurá, para tentarem subir em piracema. Mas ao chegarem numa pequena barragem que une a sede do município ao bairro Portinho eram alcançadas pelas tarrafas dos pescadores que as esperavam com o fim de capturá-las. E assim a vida na Baixada vai seguindo seu curso na beleza enquanto tem água, enquanto tem alimento, e no sacrifício de décadas de espera por uma tomada de decisão que prolongue o tempo de cheias em nossa região.

Diques 2

Vida na Roça

Por Diêgo Nunes Boaes

Em meus tempos de criança, meu avô me acordava às 5h da manhã, antes de o galo do terreiro cantar, pegava sua foice e íamos a pé pelo campo, sentido povoado Canaranas em Peri-Mirim, era o mês de novembro, tempo de fazer roçado, íamos andando nos torrões que o tempo tinha marcado pela seca. Eu carregava uma garrafa térmica com bastante água e gelo para que até meio-dia tivéssemos o que beber. Minha avó preparava farofa de ovo para levarmos como merenda, às vezes colocava uma carninha seca frita, quando tinha, mas a farinha d´água não podia faltar. Ao chegar na casa da minha bisavó, recebíamos a benção dela e partimos para o roçado do meu avô, Domingos, vulgo Duro.

Entrávamos mato a dentro, ele cortava todos os matos e eu os puxava e os arrumava, deixamos que o tempo tomasse conta e todos secassem. Podíamos ouvir longe, aqueles toques nas madeiras. Após três dias de sol intenso, voltávamos para o roçado e tocávamos fogo em todas as plantas derribadas e já totalmente secas. O fogo se cabia de torrar tudo.  Os talos meu avô fazia questão de pegar todos eles, pois iriam servir para o cercado da roça. Eu os arrumava, os matos que não queimavam, fazíamos as rumas, chamadas de coivara para que queimassem também. O suor escorria aos nossos rostos, e a cor da tisna do carvão, criado a partir da queima, transcendência nosso corpo, os ombros avermelhados e feridos ficavam.

Depois que estava completamente limpo todo o roçado, iniciávamos a cercar, meu avô tirava os morões e os cipós, ele sempre tirava e eu era responsável em carregar as coisas necessárias para dentro da futura roça, levava nos ombros, mas quando não dava conta, arrastava-os.  Ele fazia os buracos, colocávamos os morões, socávamos com um pedaço de pau um pouco fino, para que o morão ficasse bem firme. Metíamos os talos secos, entremeávamos um com outros entrelaçados ficavam bem firmes, os cipós serviam para amarrar as pontas dos talos entre um e outro e ainda para segurar junto dos morões. Após tudo isso, limpávamos todo o roçado e aguardávamos o início das chuvas. Minha bisavó Tonha e minha tia bisavó Lica chegavam de surpresa para pegar a madeira que havia queimado para servir de lenha em suas cozinhas.

Ao início das chuvas, geralmente nos meses de janeiro para fevereiro, começávamos a nos preparar para as plantações, levávamos milho, feijão, maxixe, maniva e arroz para o plantio. O arroz era plantado nas áreas mais baixas, devido ao escoramento d´água e o alagamento. Geralmente ia conosco, meus tios, primos e avós. A família toda ocupava o roçado, para passar o dia todo. Era feito até uma pequena cabana improvisada. Minha avó levava o nosso almoço para a roça, e várias mangas doadas pela bisa Tonha, juntamente com um punhado de farinha. Uma manga para cada um e farinha para saboreamos com a manga era distribuído para todos, até no almoço a farinha não podia faltar, pois como bom baixadeiro, comer sem a preciosa farinha d´água parece que o comer não desce.

Eu plantava junto com meu avó e meus primos os caroços de milho e ajudamos os tios no plantio da maniva, minha avó e minha bisa plantavam o feijão e o arroz, meus tios plantavam maniva e maxixe. Deles o que mais demorava era a maniva, ao chegarmos, meu avó e meus tios pegavam os troncos das manivas secas e decotavam, ou seja, cortava todos em tamanhos pequenos e iguais, com auxilio do facão ou patacho e um tronco de árvore que era colocado transversalmente apoiado em uma pendoveira. Juntávamos os pedaços de maniva com tamanho de um palmo e colocávamos nos cofos, os destinados a plantá-las amarravam o cofo nas cinturas.

Os milhos, e as demais sementes eram despejadas nas cuias que serviam de suporte para colocar nas covas abertas pelas enxadas. As manivas eram colocadas de duas em duas, as cabeças dos pedaços de maniva ficavam juntas, para que ao crescer acompanhassem só um ritmo. O milho era colocado 2 ou 3 sementes em cada cova, quando o milho era bonito e de belas espigas colocávamos 2 caroços, mas quando eram espigas pequenas colocávamos 3 caroços, as covas eram feitas em sentido dobrado, duas covas juntas, pois se morresse o milho plantado em uma, a outra ficaria para suprir aquele vago. O arroz era plantado com auxílio de uma máquina, 5 em 5 caroços para cada cova e eram bem próximas as covas uma das outras. O feijão era semeado também na baixa e colocado 3 ou 4 sementes nas covas, as folhas do arroz cobriam as covas abafando e servindo de estrume para as covas de feijão para que crescessem mais rápido e dessem bons e belos pés de feijão. Os pedaços secos de maxixe eram atirados junto das covas de maniva.

Em meio a muita chuva, as plantações cresciam, junto dela vários matos também, meu avô e eu íamos para a roça, para capinar com o auxílio de um patacho e ver se não tinha furos feitos por porcos nas cercas do roçado. O que me faz às vezes rir é que meu primo mais velho, quando meu avô dizia: – vamos plantar rápido para ir cedo pra casa. Ele enchia de 8, 9 e até 10 caroços as covas de milho. Só descobríamos quando chegávamos para capinar.

No mês de abril íamos colher as espigas de milho, era a parte que mais gostava, pois pensava logo em comê-las assadas, cozidas, feitas pamonhas e canjicas. Minha avó separava as espigas moles serviam para comer cozida, um pouco mais dura, assávamos ou eram raladas para fazer canjica ou pamonha, as muito duras eram utilizadas para alimentar as criações de galinha, pato e porco.

Naquela vida de roça, lembro-me dos pés de frutinha do mato, maracujazinho, murta, ingá e veludo eram as frutas que mais apreciava. Lembro-me também do cansaço, mas da única maneira que tínhamos de ajudar no sustento de casa, de como meu avô havia criado seus 6 filhos, na luta e no batalho, nos cabos da enxada e da foice, às vezes reclamava de acordar cedo, mas muito aprendi com meu avô, dos valores que ele me ensinou levo para a vida toda.

Memórias de uma cidade

Por Eni Amorim

No início era só uma floresta,
Íngreme,
Cercada entre belos morros,
E Verdes Campos,
Cheia de animais e aves exóticas,
Muitos bacabais,
Babaçuais, jussarais,
Buritizais, entre tantas outras plantas nativas.
Campos inundáveis brotavam,
Cortando sua extensão,
Embelezando a paisagem,
Com sua diversidade de fauna e de Flora.
Certo dia,
Um Caminhante Errante,
Passou por aquele lugar,
E se apaixonou.
Fez um roçado,
E dentro dele,
Construiu uma cabana
Para se proteger do sol e da chuva.
Avaliou o local,
Havia caça em abundância,
O local era farto de fruteiras,
A terra era propícia para o cultivo,
E a criação de animais domésticos.
Havia sol, ar respirável,
Rios de águas perenes,
Cantos de pássaros…
Perfeito!
Achou que seria um bom lugar,
Para fixar residência.
Voltou para sua casa,
Conversou com a esposa, filhos e vizinhos,
Sobre a novidade do local encontrado.
E assim, a esse desbravador,
Se juntaram outros e voltaram ao local.
Avaliaram e,
Embevecidos,
Pelo que encontraram,
Resolveram ali fixar residência…
Foram buscar suas famílias,
Fizeram uma Choupana,
Que mais tarde virou uma casa.
Com o sucesso,
Dos primeiros moradores ao novo local,
Outros vieram e fizeram suas modestas casinhas,
Construíram logo uma capela,
Onde se reuniam para rezar.
Nasceu a devoção a São Sebastião Guerreiro,
Protetor da fome, da peste e das guerras.
Uma Quitanda,
Para suprir as necessidades dos moradores,
Nasceu uma rua aqui, outra ali,
Formando uma vila.
Elegeram um líder comunitário,
O qual seria responsável pela organização comunitária.
Plantavam, pescavam, caçavam, criavam,
Faziam festas,
E foram organizado seus espaços.
Havia solidariedade,
E todos se ajudavam em trabalhos de mutirões,
Como não podia deixar de ser,
No local também tinha lendas e Magias,
Haviam os currupiras que protegiam a Vila,
Dos cumes dos seus outeiros,
As mães d’água que protegiam as águas,
E as Curacanga que assombravam os vaqueiros e pescadores,
Na beirada dos Verdes Campos,
E tantas outras…
E assim,
Nesse exuberante Rincão da Baixada Maranhense,
Entre morros e belos Campos,
Sobre a égide do milagreiro e guerreiro São Sebastião,
Surgiu e cresceu uma comunidade amiga,
Esbanjadora de hospitalidade,
A vila de Macapá.

E a vila vai crescendo…
Nasce uma fazenda,
Duas fazendas.
Um engenho de cana de açúcar,
Dois engenhos…
Uma escola,
Um posto de saúde,
Uma pracinha,
Um cemitério,
Uma delegacia,
As primeiras farmácias,
Agência do Correios,
E a vila de Macapá se torna Peri-Mirim.
Que para alguns de seus filhos apaixonados é chamada “Rainha da Baixada”,
Para outros carinhosamente,
“Paris-Mirim”…

Parabéns Peri-Mirim pelo seu Centenário 👏👏👏

Publicada em 31/03/2019

Fotos da Igreja antiga de São Sebastião e da Igreja atual.

 

Poema ao Aniversário da ALCAP

Por Nasaré Silva

A ALCAP é pura alegria
Pois está a aniversariar.
A casa de Naísa Amorim
Tem a honra de apresentar
Os ilustres acadêmicos
Confesso, são totêmicos,
Fazem cultura neste lugar.

Em maio de 2018
A ALCAP foi formada
Após algumas reuniões
Naísa fora homenageada
Por ter prestado serviço
Com amor e compromisso
Hoje está sendo louvada.

São vinte e sete cadeiras,
Para compositores e poetas.
Professor, jovem aprendiz,
Sonhadores e arquitetas
De esperança, sonhos, ideais.
As mãos não se soltam jamais.
A união, a arma secreta.

A cadeira número um
Compete a Maria Isabel
Patronesse Naísa Amorim,
Deixou-nos e mora no céu
Fez o bem por onde andou,
Na educação se lançou,
Tirou-nos da vista, o véu.

Carlos Pereira Oliveira,
O seu nome é distinto.
A cadeira é número dois,
Seu patrono, Jacinto Pinto.
Carlos pique, o poeta,
Da cultura é o profeta,
É amado neste recinto.

A cadeira número três
É de Raimundo Campelo
E Olegário Martins
Seu patrono, seu modelo.
Campelo, o cirurgião,
Fez suturas de pé ou mão,
Hoje, acadêmico terceiro.

Todos já ouviram falar
Em José Ribamar Bordalo,
Na política, veterano,
Acorda ao cantar o galo
Quatro é sua cadeira,
Na fazenda fez carreira,
Seu robe, campear gado.

Antônio João França Pereira,
É um grande visionário.
Sua cadeira, número seis,
Com Cecília Botão fez Ginásio.
Por sinal, sua patronesse.
Das Letras ele é o alicerce.
Dedicou-se no Seminário.

E a cadeira número sete
Pertence a Viegas da Paz.
Já escreveu alguns livros,
Ele é um poeta capaz.
Seu patrono, Rafael Botão,
Ambos nos causam emoção
Viegas escritor tenaz.

Graça Maria França
Oito, é a sua cadeira.
Seu patrono é importante
Secundino Mariano Pereira,
Ela reside no Portinho,
Da Academia é o pergaminho
Foi professora de carreira.

Cleonice Martins Santos
É uma grande mulher
Sua cadeira, número nove.
Patronesse, Maria Sodré,
Guerreira e empreendedora
Em seu cartório era doutora,
Uma grande mulher de fé.

A cadeira de número dez
É de uma professora
Nani Sebastiana da Silva
Nesta cidade, educadora.
Patronesse, Nazaré Maia,
Na educação, revolucionária,
Deste povo, preceptora.

A confreira Adelaide Pereira Mendes,
Amiga, corajosa e destemida.
Sua cadeira é de número onze
Mulher de fibra, aguerrida.
Patronesse, Jarinila Pereira,
Na educação fez carreira,
Flor preferida, margarida.

Ana Creusa dos Santos
Nome pomposo e bonito.
Fundadora da Academia
Escuta da natureza, o grito.
João de Deus é seu patrono
A cadeira doze é o seu trono.
O seu destino é bendito.

A cadeira número treze
É de Manoel Braga, o imortal.
Seu patrono, Walter Braga,
Corajoso, íntegro e especial.
Hoje está aqui presente
Nossa alegria ele consente
Pertence a ala cultural.

A cadeira catorze tem a honra
De pertencer à presidente,
Da Academia de Peri-Mirim,
Eni Amorim Pereira, o presente.
Sua patronesse, Dona Isabel.
Viveu em Santana, hoje no Céu.
Abençoa-nos constantemente.

A cadeira número quinze
Pertence a mim, a poeta.
Sou verdadeira e amiga,
O estudo é minha meta.
José Silva, meu patrono,
Em Santana fez seu trono
Eu o considero um profeta.

Flávio Andrade Braga
Possui cadeira dezesseis
É escritor renomado,
Faz sucesso o “Baixadês”
Patrono, Alexandre Botão,
Homem de bom coração,
Seu dote, a sensatez.

Alda Regina Correia
Deu cara nova à educação,
Patronesse, Helena Ribeiro,
Pois a amou de paixão.
Dezessete é sua cadeira
Professora, sua carreira.
Foi gestora de Cecília Botão.

E a cadeira dezoito
Tem patrono o Furtuoso.
Paulo Sérgio, o escolheu,
Por ser de fibra e valoroso.
Paulo, poeta, compositor,
É guerreiro, vencedor.
É homem bom, virtuoso.

Venceslau Pereira Júnior,
Homem de fibra e de fé,
Sua cadeira é dezenove,
Rônia, a sua mulher.
Patrono, Venceslau Pereira.
Foi dentista, fez carreira,
Creu em Deus, tinha fé.

Gisélia Pinheiro Martins,
Filha de Valton Barreira.
Cadeira de número vinte
Fala mansa, não diz asneira.
Seu patrono, João Botão.
Gisa é da educação
E professora de carreira.

Atanieta Nunes Martins
Amiga da faculdade,
Sua cadeira é vinte e um.
É leal, pratica alteridade.
Seu patrono, Carneiro de Freitas,
A Peri-Mirim deu receitas
De como viver de verdade.

A cadeira vinte e dois
É de Liliene da Glória,
Mãe de um casal de filhos,
A primeira Sara Vitória,
Patrono, Edimilson Ribeiro.
Farmacêutico e até parteiro,
Deus abençoe sua história.

Jessytania Carvalho Santos
Faz parte da diretoria,
Sua cadeira é vinte e três
Seu sorriso, pura alegria.
Agripino Marques, seu patrono,
Até hoje tem o trono,
De melhor prefeito da freguesia.

Jose Sodré Ferreira Neto
Sua cadeira é vinte e quatro.
Seu patrono, José dos Santos.
Gostava de campear nos prados
Cleres é a mãe de José,
Mulher de fibra e de fé.
A justiça os deixa empolgados.

A confreira Edna Jara,
Tem cadeira vinte e cinco.
Raimunda França, patronesse,
Trabalhava com afinco,
A sua avó, guerreira mulher,
A neta é assim, não tem mister.
Dessa forma, a estrofe eu findo.

Diego Nunes Boaes,
Tem cadeira vinte e seis,
Escolheu para patrono
Alguém fluente no inglês.
João Garcia Furtado
Até hoje admirado.
Falava também o francês..

A cadeira vinte e sete
É da confreira Elinalva.
Inteligente e brilhante,
Parece a estrela D’alva.
Júlia Silva, sua patronesse,
Nossa homenagem merece.
Voz de barítono, ressalva.

Jailson Alves Sousa
Vinte e oito, sua cadeira.
Raimundo João Santos,
Escolhido para patrono
O matemático Taninho,
Todos lhe davam carinho,
Nas quatro estações do ano.

A primeira diretoria
Desta forma é composta.
Presidente, Eni Amorim,
A vice é muito disposta,
Jessytania é seu nome.
Essa dupla é graciosa.

O primeiro secretário,
É nosso amigo à parte,
O companheiro Diego Nunes,
A sua vida é uma arte
Por onde passa deixa alegria
A todos dá felicidade.

A segunda secretária,
Ana Creusa, a fundadora,
Desta nossa Academia
É amiga, batalhadora.
Edna Jara Abreu Santos
É sua colaboradora.

Elinalva de Jesus Campos,
Tesoureira incondicional.
Atanieta e Francisco da Paz
São do conselho fiscal.
Bordalo também compõe
A equipe triunfal.

As atividades continuam
Fique aqui a nos honrar,
Com sua linda presença
Este evento só tem a brilhar
O poema está encerrando
Mas vocês, continuo amando
Já é hora de encerrar.

Obrigada,
Maria Nasaré Silva