Família, família…

Autora: Giselia Pinheiro Martins

Observando alguns fatos sobre o que é uma família!!
Bom, sem causar ou já causando…
Deixem de tanto falatório! Muitos “moralistas” e poucos sensatos estão opinando por aí! E querem saber minha opinião?
“Família é sinônimo de amor e não de ódio!”
Atualmente, as famílias são constituídas de diversas formas e ‘modelos’! E sabe qual o modelo da minha? Aquela onde o amor está presente. Aquela em que o respeito tem o mesmo significado: amor!
Eu aprendi assim. Eu vivo assim!
Deixemos de julgar ou rotular o que é tradicionalmente uma família!
FAMÍLIA É FAMÍLIA! ♥️
Ame o próximo!
Respeite e viva o amor que se manifesta de diversas formas!

Por que tanta pressa?

Autora: Edna Jara Abreu Santos

“Acorda filha, está na hora!”

Para muitos,
A pressa é antônima de perfeição.
Como se para algo ser perfeito,
Sem falhas,
Demanda só de calma e atenção.
Embora, em alguns momentos,
A afirmação seja verdadeira,
Bem aí surge mais uma inquietação:
Será que a nossa imperfeição,
Surge desde a gestação?
Pois imaginemos um único esperma,
Que ágil e sozinho começa a fecundação.

Nove meses passam rápido,
E logo que o bebê nasce, Queremos alimentá-lo,
Dar banho, arrumá-lo,
Para a primeira visitação.
E assim o tempo vai passando, sem demora,
A ponto de não nos deixar dar conta,
De tamanho afobação.
Uma criança inocente, Que não sabe nada da vida,
Ainda tem por obrigação, Acostumar-se com tamanha aceleração.

“Acorda filha, está na hora! ”

Dois, três anos se vão,
E começa mais uma fase,
Da viciosa precipitação:
Cedo acorda, toma banho,
E sem demora já está na escola,
Para a alfabetização.
Alguns pais não entendem,
E não acham normal,
Tanta inquietação.
As crianças de hoje não ficam,
Tanto tempo sossegadas,
A não ser com um celular nas mãos.
E isso vêm afetando entre a família a relação.
Relação esta que a cada dia se modifica,
Com a tal virtual conexão.
Mas talvez seja a pressa e o tempo,
Os dois únicos culpados,
Da distância expulsar a proximidade com a família,
E não ter essa noção.

Cinco, sete anos, Passam-se rapidamente, E o ritmo do dia-a-dia, já está em rotina costumeira.
As horas vagas da tarde vão sendo preenchidas, Pelas aulas de reforço e de capoeira.

Oito anos já!
Acorda cedo,
Toma banho depressa,
Veste-se depressa,
Toma café e sai sem demorar.
As quatro horas de aulas também correm.
Quando chega, rápido almoça,
E vai logo se arrumar, Para aula na escola particular.

Quando se dá conta já é hora para casa retornar.
As poucas horas de lazer,
Na capoeira, em frente à TV, computador ou celular,
Passam-se velozmente antes do jantar.
Depois de um breve descanso,
É hora de deitar e esperar o próximo dia raiar,
E lá para às seis da manhã tudo novamente recomeçar.

A semana se repete como um ciclo sem fim.
É como estar em um filme,
Onde sempre ao final do dia,
Alguém aperta o botão retorno,
Sabendo o que advim.

Mas aí vem a pergunta: Será que a pressa afeta só a educação?
Por que nós pais buscamos tantas formas,
De à força torná-los independentes,
E com tamanha insensatez dizemos:
Que com a pressa o futuro dará mais retribuição!
Será que nossos filhos nas poucas horas em casa,
Estão recebendo de nós pais a suficiente atenção?
Será que na correria diária,
Para um futuro mais vantajoso,
Esquecemos de valorizar, Um sorriso,
Uma descoberta,
Um carinho,
A presença da pausa e tentar viver sem pressão?

Nota da autora: Há um ano escrevi este relato acima em forma de poema para minha filha Alice. E lhes digo que jamais imaginaria que uma pandemia iria assolar o país e o mundo numa proporção tão estonteante há mais de quatro meses. A minha preocupação diante da pressa diária da minha filha na sua rotina escolar ao longo dos oito anos, deu-se lugar ao cuidado em ficar em casa e cuidar da nossa saúde para não contrair o vírus. Cuidar também da saúde mental no isolamento, pois se para uma criança é difícil acompanhar o tempo e afazeres é difícil também parar abruptamente sua rotina.
É tempo de ressignificar os valores de família e aproveitar o momento, pois por hora, a pressa não apressa.

Histórico de criação da Escola Municipal “Cecília Botão” em Peri-Mirim-MA

Autora: Edna Jara Abreu

A Escola Municipal Cecília Botão situa-se na Baixada Maranhense, no centro de Peri Mirim. Segundo pesquisas, esta Escola iniciou suas atividades educacionais por volta do ano de 1965, quando o Município tinha como prefeito o Sr. Agripino Marques descrito pelos entrevistados como uma pessoa íntegra e preocupado com o bem-estar da comunidade. Somente no ano de 1966, na gestão do Sr. José Ribamar França Martins, que foi construído o prédio localizado na Rua Desembargador Pereira Junior, na sede do Município.

Prestando homenagem à conceituada professora Cecília Eusamar Campos Botão, deram-lhe o nome de Escola Municipal “Cecília Botão”. Em 1997, no mandato do Sr. Benedito Costa Serrão, a referida Escola passou por algumas mudanças, uma delas foi a ampliação dos turnos escolares em 3 (três): matutino (5ª a  8ª série), vespertino (5ª a 8ª série) de onze a quinze anos e noturno (EJA), permanecendo assim, até os dias atuais.

Para corrigir os detrimentos aos aspectos físicos, o prédio recebeu reforma recentemente e é composta por 15 (quinze) compartilhamentos no total, divididas assim: 8 salas de aula ativas, 1(uma) biblioteca, 1(uma) secretaria,1(uma) cantina, 1(um) depósito, 2 (dois) banheiros e 1(uma) sala dos professores. Em cada sala há 4 (quatro) ventiladores em perfeito funcionamento, 2 (dois) quadros (um quadro negro e um quadro branco) em cada sala, carteiras novas e merenda escolar no período da manhã e tarde.

Tem como atual diretor o Sr. Carlos Antônio Almeida, que busca manter a ordem e o cuidado na entrada e saída dos alunos, dos horários de aulas e a rigidez no fardamento escolar.

A disciplina Estágio Curricular Obrigatório no Ensino Fundamental, ministrado pela professora Elen Karla Sousa da Silva deu-se início no dia 18 de outubro de 2013, (sexta-feira), o qual foi explicado o roteiro da disciplina, bem como as etapas dos conteúdos e a sua carga horária de 225 (duzentos e vinte e cinco) horas. Ao longo do período de observação e regência que deu-se a partir do dia 21 de outubro a 29 de novembro de 2013 na Escola Municipal “Cecília Botão’’ em Peri Mirim- MA no período matutino e vespertino, proporcionou-me além de experiência, conhecer a história que levou a construção da referida escola, bem como suas necessidades educacionais, apoio dos professores, da coordenação e principalmente pela participação dos alunos.

A mulher do lençol branco

Autor: Diêgo Nunes Boaes

Algumas noites, a partir das vinte e uma horas, uma mulher misteriosa aparecia em alguns locais da cidade, com os pés descalços, com uma boneca na mão e com um longo lençol branco que lhe cobria da cabeça até parte da perna, na parte de cima, parecia um capuz, e para baixo um verdadeiro vestido.

A mulher do lençol branco aparentava ser de alta estatura, magra, branca, a cor de seus olhos não dava para saber, pois alguns temiam encostar, até mesmo para algumas indagações, ela não trocava palavras com ninguém, só vivia andando a noite toda, sem paradeiro certo, era verdadeiramente uma desconhecida da nossa cidade.

A partir de suas andanças sobre a cidade, vinham diversas indagações sobre quem seria a suposta mulher do lençol branco, uma variedade de nomes foi surgindo, mas alguns prevaleceram, alguns achavam que era uma menina que tinha problemas mentais que andava nas ruas de Peri-Mirim durante o dia, mas por ela ser de baixa estatura e de cor negro, a hipótese de ser ela foi logo descartada. Outra ideia muito próxima era que pudesse uma usuária da Rua da Murtinha, uma rua de um dos bairros de Peri-Mirim, onde concentra várias bocas de fumo, por ser alta, magra e branca, mas também foi descartada, pois a noite ela sustentava seu vício.

Por fim, a mais mirabolante de todas, que seria uma policial federal disfarçada, que sua arma estava dentro da boneca, mas nada comprovado, só sabemos que ela ronda as noites tranquilas da calma Peri-Mirim. Esse ser, só aparece às noites, não sabemos seu roteiro, nada fala, só olhamos a sua serenidade e seriedade. Aí fica a pergunta que não quer calar, e nos dar medo de a ela perguntar: será que é real ou assombração?

Remendos

Autora: Eni Amorim

Bem que a gente poderia remendar o tempo,
Fazer remendos em cima dos erros,
Para poder corrigi-Los;
Saturar o perdão,
Na alma de quem magoamos;
Costurar nossos amores,
Bem pertinho do nosso coração;
Pregar nosso amor;
No coração de quem amamos;
Cozer nossas melhores lembranças,
No fundo do baú de nossa saudade;
Cersir a bondade sobre toda a maldade;
Bordar a felicidade,
Em todos os cantos da terra;
Remendar o coração quebrado,
Por decepções amorosas;
Pontear a esperança,
Em cima do desalento;
Fazer fuxicos de alegrias, para afastar as tristezas;
E,
Usando um termo mais atual,
Customizar os tecidos fragilizados da nossa vida,
Com as linhas imaginárias do tempo,
Pois só ele é capaz de, Remendar nossas feridas.

Um vírus… Em 2020!

Autora: Giselia Martins

Um vírus. Exatamente! Um vírus, o novo corona vírus, o COVID-19.
Um vírus que está entre todos mostrando que somos pessoas, apenas pessoas!
Um vírus que não escolhe onde ou em quem quer se instalar. Podem ser em negros, brancos, índios ou pardos; ricos ou pobres. Independente de sexo ou religião. Na verdade, esse vírus não escolhe cara, nome ou posição social.

Chegou de uma forma invisível e devastadora. De epidemia passou a ser uma pandemia. Instalou o caos em todo o planeta. Pessoas morreram e muitas sobreviveram; e o fim para muitos, mostrou grande dor. Já, para outros, um fôlego de alegria. E, até o momento, a incerteza e o medo tomam conta do mundo.

Porém, com essa pandemia pode-se aprender grandes lições, lições para a vida!
Não direi aqui qual a lição deixada. Não, a cada um de nós cabe a sua própria reflexão. Cada um aprendeu ou não com o caos causado em nossas vidas por este vírus avassalador.

Particularmente, quero expressar o que vem com tudo isso, a minha reflexão:
1. Sou mãe, sou filha, sou esposa, sou irmã, sou tia, sou madrinha… com isso, percebo que o que temos de mais valioso na vida é a família; que devemos nos aproximar mais de todos que amamos e estreitar os laços.
2. Sou professora amo o que faço e quanta falta o meu Ofício de Educar e de transformar pessoas me faz.
3. Tenho amigos! Sou amiga! E, quantas saudades sinto das conversas, dos risos, das tristezas e das alegrias compartilhadas.
4. Sou Cristã e acredito que, apesar de tudo que vivemos hoje, estamos sob os cuidados de Deus. Um Deus que tudo pode, que nos fortalece e que tudo cura.

Ainda fica um grande aprendizado para todos nós: que amemos mais E que sejamos mais humanos. Pois somos todos iguais. Ninguém é melhor que ninguém!

E, por fim, externo toda minha esperança por dias melhores com uma citação do livro O Pequeno Príncipe de Antoine Sant-Exupéry: “As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes”. Pois, se as pessoas se preocupassem mais em “construir pontes”, para que pudessem partilhar e compartilhar seus sonhos, seus aprendizados e conquistas, com certeza o mundo seria bem melhor. As pessoas seriam menos egoístas e, juntas, seriam mais fortes e, assim, haveria mais empatia uns com os outros.

Antônio João França Pereira

Ocupante da Cadeira nº 06 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), que tem como patrona Cecília Euzamar Campos Botão.  É natural de Peri-Mirim (MA). Nasceu em 24 de junho de 1947. Filho de Antônio João Pereira e Mercedes França Pereira  (ambos in memoriam).

Casado com a Sra. Graça Maria França Pereira. Teve quatro filhos, atualmente só tem três, todos formados em Direito, quatro netos sendo um homem e três mulheres e duas bisnetas.

Estudou em Guimarães no Seminário S. José e em S. Luís no Seminário Santo Antônio viabilizado por Pe. Gerard. Cursou o 2.º grau no Liceu Maranhense. Formado em Letras. Ministrou cursos Intensivos de Matemática e Educação Física, curso de Formação de Gerente de Agência da Caixa Econômica Federal.

Lecionou Português e Matemática no Ginásio Bandeirantes de Peri-Mirim, Anajatuba, e nos colégios Coelho Neto, Escola Normal e colégio Caxiense em Caxias e Escola Normal em Barra do Corda.

Hoje, é aposentado da Caixa Econômica Federal e empresário.

É sincero, gosta da verdade, ama Peri-Mirim, em especial Portinho. Não é omisso, é otimista, filantrópico, solidário, veio para ajudar. Não consegue ter raiva, nem rancor de ninguém.

Tem noções de inglês, francês e latim.

Acredita que todos nós nascemos para fazer o bem.

Agradecimentos a todos que se engajaram na fundação desta Academia, hoje, “ALCAP”

Pensamento: “Enquanto eu era feliz tinha vários amigos, quando as coisas foram ficando difíceis, fiquei sozinho.”

José Carneiro de Freitas

Por Ataniêta Márcia Nunes Martins

Patrono da Cadeira nº 21 da Academia de Letras, Ciências e Artes Perimiriense (ALCAP), ocupada por Ataniêta Márcia Nunes Martins. Nasceu em São Luís/MA em 1879. Filho de José Martins Freitas e Rosa Maria Carneiro de Freitas e irmão de Etelina Carneiro de Freitas; casou-se com a são-bentuense Estelíta Reis de Freitas, com esta gerou sete filhos: general Celso Aurélio Reis de Freitas, Luís Reis de Freitas, general Lívio Reis de Freitas, Rosa Reis de Freitas, Jaime Reis de Freitas, Ana Luís Reis de Freitas e Rui Reis de Freitas; cunhado e pai de criação do doutor Carlos Humberto Reis; genro do Coronel Luís Antônio Reis e Ursulina A. Soares Reis.

Residia em São Luís, mudou-se para São Bento em 15 de setembro de 1906, em companhia de sua irmã Etelina Carneiro de Freitas, instalou a firma comercial guarda-livros, que tinha como função fazer registros da contabilidade e das transformações de uma empresa de negócios.

Profissional autônomo, foi correspondente e representante geral no Maranhão da Revista do Comércio e da Industria; publicou o Centro de Comércio e Industria de São Paulo; tesoureiro da Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional; coronel da guarda nacional (só recebia esse cargo os mais ricos fazendeiros ou os comerciantes que exerciam em cada município o comando em chefe da guarda nacional); o mesmo tinha controle sobre empregos públicos, nomeações ou demissão das autoridades; amigo do promotor e juiz de Direito em São Bento, deputado, senador, governador do Maranhão e vice-presidente da República que muito contribuiu em sua trajetória política, Urbano Santos da Costa Araújo.

Viveu a Primeira Guerra Mundial, 28/07/1914 a 11/11/1918; sob Presidência da República de Venceslau Brás; em 06/10/1915 a Sociedade Literária Dom Luís de Brito, de São Bento, realizou na praça municipal uma sessão solene em sua homenagem devido a acertada escolha feita pelo governador do nome Carneiro de Freitas para a chapa ao Congresso Estadual. Sessão presidida pelo juiz de direito, sendo orador oficial o senhor Joaquim Silvestre Trinta. No manifesto agradeceu a adoção de sua candidatura, unânime, pelo povo são-bentuense (nessa época Peri Mirim e Palmeirândia eram anexadas a São Bento.

Em 10/05/1915 retorna a São Bento juntamente com o governador Herculano Purga e Leôncio Rodrigues e fundaram o Partido Republicano Maranhense. Foi Secretário do Estado ao lado de Domingos Quadrados Barbosa Alvares (secretário do estado). Urbano Santos da Costa Araújo, Coronel Brício de Araújo, Doutor Raul da Cunha Machado, Carlos Reis e outros, foram os propugnadores da elevação da Vila Macapá à categoria de município pela Lei nº 850 de 31 março de 1919. Em homenagem e reconhecimento à sua generosidade, o atual município de Peri Mirim, tornou-se proêmio de uma Unidade Escolar, o antigo Grupo Escolar Carneiro de Freitas. Teve seu nome em uma das ruas do centro e ainda em São Bento é homenageado pela contribuição e grande avanço do município com o nome Carneiro de Freitas em uma de suas principais ruas, onde fica situada os principais órgãos do centro da cidade.

Em 30/10/1915 foi eleito Deputado Estadual exercendo o cargo em 1916, com (11.563) votos em vigésimo segundo lugar, sendo o quarto candidato mais votado no Maranhão com 143 dígitos, e ocupou a primeira secretaria da mesa diretora. Após assumir como deputado em 1916 mudou-se para São Luís. Em 16/04/1918 assumiu a Secretaria da Fazenda no governo de Urbano Santos da Costa Araújo, representando o Maranhão no Congresso de Geografia em Belo Horizonte. Patrono da Cadeira nº 01 da Academia São-bentuense, conforme conta no livro apontamentos para a literatura de São Bento página 182 do autor Álvaro Urubatan Melo, Academia São-Bentuense 2012.

Projetos apresentados:

  • Como projeto (12) apresentou, para o alargamento e o aprofundamento da Vila Canduru, no qual falava da benignidade do clima, da hospitalidade, da fertilidade do solo, município invejável por tamanho fartura. E por dificuldade e falta de um porto não são aproveitadas e é desconhecido seu grande valor. Projeto autorizado pelo presidente Venceslau Brás, que concede a contratar uma das companhias de navegação do estado, para fazer doze viagens por ano para São Bento, sendo uma viagem por mês nas chamadas marés de lua cheia ou lua nova, devido ao respectivo vapor permanecer vinte e quatro horas no ancoradouro;
  • Solicitação da mudança na maneira como era feita a escritura da pagadoria do estado em razão das partidas obras, não deixava tudo esclarecido em 17/02/1916;
  • Tornando obrigatório o armazenamento de todo o algodão entrado no estado;
  • Criou sessão de registros civil, nascimento e óbito em diversas povoações do estado;
  • Para comprar e construir armazéns para o estado;
  • Criação de função de fiel na pagadoria do estado. Posicionou-se contrário o projeto que mandava contar em dobro o tempo de serviço de Godofredo Viana que era funcionário público e professor na Escola Modelo (direitos iguais).

Discurso do Deputado Estadual José Carneiro de Freitas no Congresso Legislativo – sessão 01/03/1916 ao apresentar Projeto nº 12, para o alargamento e o aprofundamento da Vala Canduru.

O Sanatório Maranhense

Senhor presidente, existe um município neste Estado, que pela benignidade do seu clima, pela fertilidade do seu solo, pela hospitalidade dos seus habilitantes, pela abundância de seus produtos, pela existência de alguns destes, que renome invejável conquistaram, pelo dote grandioso com a natureza pródigo não se fartou cumulá-lo, cercando de várzeas ubérrimas e fertilíssimas que a mão ignorante do indígena e o braço forte do capitalista desconhece o valor, porque senão o arroteamento intensivo do seu lado, já as teriam transformado em extenso arrozais, imitação que faz a Califórnia em terrenos de estrutura idêntica ou pelo menos o seu aproveitamento para o campos de pastagens, já se teriam modificado para melhor, se a tudo isso de bom e de grande. Todos estes predicados e ótimas qualidades, de uma dificuldade imensa não superassem e fizessem recuar todo o progresso tentando, um obstáculo insuportável que precisa ser arredado o qual é a falta de um porto em que todas as marés pudessem ser aproveitadas, pelo menos por pequenas embarcações a vela para ali navegarem.

Faleceu em 18 de junho 1924 aos 45 anos.

O dia da multiplicação dos livros

Por Ana Creusa

Cada expedição do Fórum da Baixada é uma missão cercada de mistérios. Primeiro, é a dúvida quanto ao comparecimento dos que puseram o nome na lista, pois os encontros acontecem, quase sempre, na madrugada.

Essa dúvida atormenta os organizadores porque geralmente recebemos o transporte em cessão, o qual solicitamos na medida das inscrições.

Lembro-me que em uma das expedições solicitamos um ônibus para 30 pessoas, mas somente 17 guerreiros tiveram coragem de estar na Praça Maria Aragão às 04 horas da manhã. Resultado: o Fórum teria que ressarcir a diferença! Perdeu quem não foi, tivemos uma expedição memorável.

De outra feita, fomos ao Quilombo de Frechal, para participar de um evento promovido pelo Sebrae. O ônibus que iria nos aguardar no Porto do Cujupe, foi parar em Alcântara e nós, com a força de expedicionários, pagamos o transporte regular e fomos ao local. O Superintendente do Sebrae, o forense João Martins, não conseguiu almoçar até que chegamos ao local já eram mais de 13 horas.

Essa expedição foi considerada a melhor de todas, até agora, tivemos o privilégio de dormir na Casa Grande do quilombo do Frechal e participar de rodada de conversa com as pessoas do lugar, em uma noite de luar.

Porém, nada se compara em emoção à expedição a São João Batista ocorrida em 02 de dezembro de 2017 que se propunha relançar o Livro Ecos da Baixada naquele município. O primeiro lançamento ocorreu dia 14/11/2017 em São Luís. Não combinamos quem levaria os exemplares do livro para serem vendidos. Chegando lá, ficamos sabendo que tínhamos apenas 11 (onze) livros para serem comercializados para uma plateia de mais de cinquenta pessoas.

O desespero se abateu sobre o chefe do cerimonial, que me perguntava a todo o momento: – o que faremos? Deu-me um sono momentâneo, resultado da noite não dormida e do peso do comunicado iminente:  não haveria livros para vender. Minha irmã Ana Cléres que foi de Peri-Mirim para o evento, me despertou do cochilo em plena mesa de cerimônia.

Novamente o colega me abordou: – o que faremos? De repente, sem pensar em nada, disse a ele: – vamos sortear os 11 livros! Ele virou e disse: “boa ideia’. E assim procedemos. Outro colega, auxiliado por outros começaram a distribuir um pedacinho de papel para colocar o nome dos presentes e depois proceder ao sorteio.

Os onze livros encheram o salão e ninguém falou em comprar livros. Os colegas não falaram mais no assunto, até hoje. Nós forenses envolvidos nesse episódio criamos laços de amizade ainda mais fortes, pela parceria na resolução de um problema, que se avizinhava intransponível. Por tudo isso, eu trato esse episódio como “o dia da multiplicação dos livros”.

Como os livros estavam em meu poder para venda, fiz o depósito do valor corresponde aos 11 livros sorteados na conta da instituição.

Depois desse episódio, fizemos outras expedições a Matinha, Viana, São João Batista novamente, Bequimão (Expocapril e Paricatiua) e tudo voltou à quase normalidade, pois a agonia dos encontros na madrugada permanece.

Que venham mais expedições do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, pois temos que conhecer para amar essa bela região.

A Baixada descortina sua singular epopeia

Por Ana Creusa.

O lançamento do Livro Ecos da Baixada , que ocorreu no dia 14 de novembro de 2017, foi um marco na história da literatura maranhense, notadamente nos anais das letras baixadeiras, e revelou-se um evento grandioso para o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense – FDBM.

Importante destacar que o citado Fórum é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, o qual trabalha por sua região e por sua gente, visando chamar a atenção do Poder Público para os graves problemas enfrentados por aquele conjunto de municípios, bem como auxilia as comunidades locais a superarem obstáculos ao seu desenvolvimento.

O evento foi um “sucesso retumbante”, conforme relato de muitos participantes. Segundo o imortal, membro da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, foi “o dia em que a Baixada parou o trânsito da Avenida dos Holandeses, em São Luís”, algo inimaginável para os 32 escritores das crônicas e para a maioria dos baixadeiros ali presentes.

Na abertura, Simão Pedro, professor de música e natural de Matinha, interpretou o Hino Nacional e uma Canção em homenagem à Baixada, de autoria de Gracilene Pinto, natural de São Vicente Férrer, cujas crônicas o leitor pode encontrar nas páginas 156 e 191.

Em seguida, o “Poema para a Baixada Maranhense” foi declamado pelo seu autor, Hilton Mendonça, natural de Arari. O belo poema consta no introito da obra. Hilton também empresta o seu talento literário por meio de duas crônicas que poderão ser encontradas nas páginas 143 e 180.

Elinajara Pereira, natural de Bequimão, declamou o poema denominado “Ecos …”, composto por Rafael Marques em homenagem aos Ecos da Baixada e à sua amiga Elinajara, esta possui uma bela crônica, que pode ser encontrada na página 56.

 A Presidente do Fórum da Baixada, Ana Creusa, ressaltou a importância da união dos baixadeiros em prol da Baixada, e destacou que o Fórum é composto de pessoas com tendências e preferências, teorias, modelos e concepções políticas diferentes. Porém, o que os une é o sentimento único de amor à Baixada, que os torna irmãos. Os textos de Ana Creusa estão nas páginas 67 e 160.

Em sua fala, o primeiro Presidente do Fórum da Baixada, idealizador e organizador da obra, Flávio Braga, natural de Peri-Mirim, agradeceu aos ecoerios, como carinhosamente são chamados os cronistas, e ainda discorreu sobre a importância da obra Ecos da Baixada para região. As belas crônicas de Flávio estão dispostas nas páginas 83 e 98.

O Superintendente do Sebrae, João Martins, natural de Bequimão, demonstrou apoio ao Fórum da Baixada, do qual é filiado. Em sua fala, destacou a importância da obra “Ecos da Baixada”, a qual ajudará a Baixada a ecoar longe, inclusive em Brasília e outros recantos do Brasil, quiçá do exterior.

O Presidente da Academia Maranhense de Letras, brincou que os ecos da Baixada chegaram a Itapecuru, sua terra natal, e que a Baixada parou o trânsito de uma das principais avenidas de São Luís.

Natalino Salgado, com seu talento peculiar, brindou os baixadeiros com a crônica “A Baixada Maranhense e sua Vocação para a Grandeza”, que pode ser encontrada à página 35.  Como representante dos ecoeiros, saudou a todos. Em seguida, nos brindou com um texto dedicado a seu pai, matéria que evidencia o amor do seu genitor pela a sua bela Cururupu.

Em seguida foi servido um coquetel que, como se diz na Baixada “não deu para quem quis”.

Foi gratificante ver tantas pessoas disputando autógrafos, tirando fotos e fazendo selfies com os ecoeiros, numa verdadeira pororoca de emoções, como disse o ecoeiro Manoel Barros, natural de São João Batista, ao descrever o festival de emoções, envolvidas em todo o processo de lançamento do livro Ecos da Baixada.

Eis que a Baixada descortina sua singular epopeia, por meio dos Ecos da Baixada!!!

Texto de Ana Creusa Martins dos Santos, presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense à época do lançamento da obra. Com revisão de Hilton Mendonça, ambos cronistas do Livro Ecos da Baixada.

Texto publicado no site do Fórum da Baixada  no dia 20/02/2018.